terça-feira, 31 de agosto de 2010

MAIS BRASILEIROS QUEREM TER O PRÓPRIO NEGÓCIO, APONTA PESQUISA


Na década de 90, muitos pais ficavam chocados quando o filho recém-formado anunciava que iria abrir um negócio. Carteira assinada e carreira sólida em grandes empresas pareciam opções mais viáveis. Mas essa percepção mudou e agora até o mundo acadêmico resolveu ajudar futuros empreendedores a se livrarem da imagem de gênios incompreendidos.

Universidades têm apostado cada vez mais em núcleos de empreendedorismo e incubadoras. Para analistas, isso ainda não é o suficiente, mas já reforça a visão de que é preciso aprender na faculdade o caminho para se dar bem como empresário. Até porque uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade mostrou que em 2009 mais da metade dos 33 milhões de brasileiros que têm algum tipo de empreendimento 52,5% eram jovens de menos de 34 anos.

Pierre Mantovani, empresário que vendeu sua agência no auge: 'Não fiquei esperando. Escolhi para quem queríamos ser vendidos' Foto: Tiago Queiroz/AE

Foram alunos da ESPM com esse perfil que influenciaram a direção a criar o Núcleo de Empreendedorismo. Uma pesquisa recente mostrou que 80% dos estudantes querem abrir uma empresa há dez anos esse número era de apenas 20%. 'O foco na carreira do aluno agora deve contemplar também a criação de sua empresa', afirma o professor de Administração José Eduardo Amato Balian, que integra o núcleo.

Na FGV, a estratégia é semelhante. O coordenador-adjunto do Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da instituição, Marcelo Marinho Aidar, afirma que é clara a mudança de percepção sobre a importância de o País incentivar seus jovens empresários. 'Uns 25 anos atrás, como era visto um profissional que ia abrir um negócio e tinha um diploma? Era um cara fracassado, porque os pais esperavam que fizesse carreira em uma empresa.'

Impulso

Foi esse estímulo durante a faculdade que ajudou a empresa de Giovani Amianti, de 28 anos, a prosperar. Em 2004, quando estava no último ano de Engenharia Mecatrônica na USP, ele e dois colegas criaram uma empresa de robótica para fabricar aviões de monitoramento não-tripulados.

A ideia só saiu do papel graças ao incentivo de um professor e ao apoio do Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec). Considerado o maior centro incubador do País, o Cietec fica na Cidade Universitária, mas é financiado pelo Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae). Segundo seu diretor, José Carlos de Lucena, o centro é muito procurado tanto por estudantes como por empresas que usam os serviços da incubadora para montar um braço tecnológico.

Para Amianti, que já está no doutorado na Poli-USP, o papel do Cietec foi fundamental especialmente no início das atividades da XMobots, que acabou de fechar um contrato para fotografar a Amazônia durante um ano e meio, por R$ 400 mil. 'A gente agora entrega o projeto todo, não apenas o produto, porque é uma tecnologia cara. Um avião de monitoramento custa US$ 500 mil', conta.

Segundo o empresário e pesquisador Newton Campos, que acabou de defender doutorado na FGV sobre empreendedorismo, exemplos como o de Amianti estão deixando de ser exceção no Brasil, apesar dos entraves burocráticos e da falta de incentivo do governo. 'Hoje, tem muito mais gente com a cabeça empreendedora aqui.'

Campos acompanhou por cinco anos, no estudo O Contexto Social do Empreendedorismo no Brasil e na Espanha, a carreira dos finalistas do prêmio para empreendedores da Ernst & Young. Para ele, o brasileiro é mais passional que o anglo-saxão e não dá tanta importância à faculdade. 'Só dois empresários que eu entrevistei tinham doutorado. De longe, eram as empresas mais organizadas.'

Fonte: Estadão

NOVO SALÁRIO MÍNIMO SERÁ DE  R$ 538,15

Os ministros do Planejamento, Paulo Bernardo, e de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, entregaram nesta terça-feira, 31, ao presidente do Congresso, senador José Sarney (PMDB-AP), o projeto de Lei Orçamentária para 2011, que contempla os recursos que nortearão o primeiro ano de mandato do futuro presidente da República. O texto mantém a regra de reajuste do salário mínimo aplicada nos anos anteriores e fixa o valor da remuneração em R$ 538,15, segundo Bernardo.

A projeção do governo é de que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça 5,5% no próximo ano. Se a projeção do PIB for confirmada, ao final em 2011, ele resultará em um total de R$ 3,892 trilhões.

O reajuste do salário mínimo leva em conta o crescimento real do PIB de dois anos anteriores mais a inflação. Como o PIB de 2009 ficou negativo em 0,2%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), senador Tião Viana (PT-AC), queria propor a correção pela média de crescimento do PIB de 2008 e 2009, o que elevaria o valor para R$ 550. No entanto, o governo vetou a iniciativa.

Adiantando-se às críticas das centrais sindicais, que ainda vão pressionar o governo para elevar esse valor, Paulo Bernardo disse que o reajuste será compensado em 2012, porque o crescimento do PIB estimado para 2010 é de 7%.

Outra novidade é que a meta de superávit primário (economia para o pagamento dos juros da dívida pública) de todo o setor público será inferior aos 3,3% do PIB inicialmente previstos. Isso porque a LDO fixou a meta em valor nominal, equivalente a R$ 125,5 bilhões. Mas, diante do crescimento da economia, esse valor já corresponde a 3,22% do PIB.

Fonte: Estadão

O CERRADO ARDE EM CHAMAS


A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, divulgou nesta terça-feira, 31, dados que indicam que os incêndios no País estão concentrados no bioma Cerrado. Mais de 67% do total de focos localizados estão em áreas privadas e acontecem porque fazendeiros e índios usam o fogo como manejo e perdem o controle das queimadas provocadas. De acordo com o levantamento, 13% dos focos estão em áreas indígenas, 8% em assentamentos da reforma agrária e 7% em unidades de conservação. No Parque das Emas, 90% da cobertura vegetal já foi consumido pelo fogo que, segundo o ministério, começou em seu entorno. Os 10 km em volta do parque são ocupados pelo plantio da soja, de onde teria partido a frente de fogo. Entre os dias 13 e 14 de agosto, o vento espalhou as chamas pelo parque em menos de 48 horas e, de acordo com o governo, só agora a situação está sob controle. De acordo com a ministra, houve destruição de mais 90% dos 132 mil hectares da área protegida do Centro-Oeste.

O Ibama e o Instituto Chico Mendes fizeram, também, um levantamento das ações do governo no combate ao fogo. Foram consumidos R$ 30 milhões nas operações, que envolvem mais de cinco mil homens, oito aviões, sete helicópteros e pelo menos 90 viaturas, trabalhando em todos os turnos e em todas as 109 áreas críticas.

Foi anunciada, ainda, a liberação de mais R$ 20 milhões para dar continuidade às operações, que devem se estender até meados de setembro, quando as chuvas voltam à região.

Os quase 260 mil focos de calor registrados pelos satélites utilizados pelo Inpe para o monitoramento não correspondem ao número de incêndios, que pode ser bem menor, de acordo com nota do ministério.

Fonte: Agência Estado

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

PARA LULA VIOLÊNCIA EM FAVELA É O RESULTADO DO ABANDONO


O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, ressaltou hoje (30) que a situação de violência nas favelas brasileiras é fruto do desprezo do Estado brasileiro com as pessoas mais pobres. 'Aquela favela, que inspirava enredo de escola de samba, foi virando um lugar violento e começou a aparecer apenas nas páginas policiais dos principais jornais brasileiros.'

Lula participou, no Morro Santa Marta, na zona sul da cidade do Rio, do lançamento de um projeto de turismo que vai transformar comunidades pacificadas cariocas em pontos turísticos. Ele destacou que é possível ter paz quando o Estado cumpre sua função, oferecendo educação, saúde, cultura, lazer e segurança. Para Lula, criar oportunidades de estudo e trabalho é condição fundamental para que se possa 'sonhar um dia' que a violência diminua no Brasil.

'Criar oportunidades para as pessoas trabalharem e estudarem é condição fundamental para que a gente possa sonhar um dia que a violência que possa ter em qualquer bairro do Brasil seja aquela violência normal, que acontece em todas as boas famílias do mundo, ou seja, as discussões caseiras e as discussões sobre futebol', disse Lula.

O presidente também elogiou o modelo de policiamento comunitário adotado no Rio de Janeiro, as chamadas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), e disse que espera ver, em breve, o modelo implantado em todo o país.

'A polícia não é para vir de quando em quando dar uns tiros e voltar. A polícia tem que vir e aprender a viver com a comunidade. O que o governo do Rio de Janeiro está fazendo é mostrar que é possível fazer com que a polícia conviva com a comunidade, que seja tratada como se fosse da comunidade e que trate a comunidade com respeito e dignidade', disse Lula.

Fonte: Agência Brasil

FUMAR CUSTA CARO

Dados da Pesquisa Especial de Tabagismo (PETab) revelam que uma família composta por um casal de fumantes, entre 45 e 64 anos, residente em uma cidade da Região Sudeste gasta, por mês, somente com a compra de cigarros, R$ 128,60. Por ano, a despesa chega a R$ 1.543,20.

O gasto com cigarro para um casal de fumantes de qualquer região do País chega a R$ 1.495,20 por ano. Todos os valores foram calculados com base em 2008. Naquele ano, o valor do salário mínimo era de R$ 415, o que levaria esse gasto com cigarro a quase quatro salários mínimos por ano.

O valor gasto pelo casal do Sudeste com cigarro seria suficiente para comprar hoje, agosto de 2010, uma TV de LCD de 32 polegadas (R$ 1.469, preço médio), um computador (R$ 1.300) ou uma geladeira duplex (R$ 1.400).

A PETab revelou ainda que o gasto médio mensal com cigarros industrializados de fumantes acima dos 15 anos no Brasil foi de R$ 55,50. Considerando o preço médio do cigarro no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e o salário mínimo de setembro de 2008, era possível para um fumante de baixa renda comprar 150 maços ao mês, contra os 83 maços, em 1996, e 112 maços, em janeiro de 2003.

Ou seja, com o passar do tempo, ficou mais fácil para pessoas de baixa renda comprarem mais maços de cigarros.

Fonte: Estadão
DESESPERADO, SERRA TENTA PEGAR CARONA EM ANASTASIA, EM MINAS

josé serra sem rumo e direçao

Vinte e três dias depois da última visita a Minas Gerais, o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, voltou hoje ao Estado. O tucano foi a Varginha (317 km de Belo Horizonte), onde fez campanha ao lado de Aécio Neves, candidato do partido ao Senado, e de Antonio Anastasia, que tenta a reeleição para o governo mineiro..

Numa tentativa de colar sua campanha à de Anastasia e Aécio, Serra declarou: "O crescimento da campanha [de Anastasia] é muito bom para Minas, para o Brasil, para o partido e para mim". "Para onde forem Aécio e Anastasia, eu irei junto", reiterou o tucano.

Anastasia, segundo as últimas pesquisas, diminuiu a diferença em relação a seu principal oponente, o senador Hélio Costa (PMDB). Já Serra, além de cair nas pesquisas, perdeu pontos para sua adversária petista, Dilma Rousseff, em redutos tucanos.

PESQUISAS

Aécio minimizou o resultado das últimas pesquisas e afirmou que o PSDB tem chance de reverter o quadro nacional.

"Tenho a plena convicção de que a eleição não acabou e temos uma chance de reverter isso, pelo menos essa distância que as pesquisas apresentam, para irmos para o segundo turno. Acho muito arriscado as pessoas comemorarem o resultado de uma eleição por pesquisas eleitorais. Aconselharia o povo mineiro e a todos que tenham cautela e caldo de galinha. Estamos ainda a 30 dias das eleições."

Segundo ele, em Minas, a eleição é dura, mas "estamos avançando e espero que esse avanço do governador Anastasia possa, de alguma forma, também ajudar a que o companheiro José Serra tenha um crescimento". "Acho que há uma mobilização maior das nossas bases aqui, isso pode favorecer o candidato Serra."

O ex-governador de Minas disse ter pedido a Serra que venha a MInas sempre que possível.

"Temos um crescimento muito sólido em todas as regiões do Estado no que diz respeito a candidatura regional, em face da sua vinculação, a sua identificação ao nosso governo --temos um governo que durante 8 anos foi muito bem avaliado e no momento que o governador Anastasia passa a ser identificado como parte fundamental desse governo e o seu continuador, ele avança e a nossa estratégia é fazer com que o governador Serra avance também a partir desse crescimento do Anastasia."

Aécio atribuiu a queda de Serra à força do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "O que estamos assistindo é que realmente a presença do presidente Lula em nível nacional, no que diz respeito à candidatura majoritária federal, influenciou muito, não vejo um outro diagnóstico, uma outra explicação mais plausível de que a força do presidente, de transferência de votos do presidente Lula, que tem se dado mais horizontalmente do que verticalmente. Estamos assistindo que ele acaba tendo uma capacidade maior de transferência dos votos na questão nacional no que nas questões estaduais onde o governo é bem avaliado. São Paulo é um caso, com administrações bem avaliadas, como o caso de Curitiba reflete no Paraná, e como a nossa reflete em Minas Gerais."

Fonte: Folha



VULCÃO A 400 ANOS ADORMECIDO ENTRA EM ERUPÇÃO NA INDONÉSIA

Vulcão Sinabung, na ilha de Sumatra

O vulcão Monte Sinabung, situado ao norte da ilha indonésia de Sumatra, entrou hoje em erupção pela segunda vez em 24 horas após passar 400 anos adormecido, informou o Centro de Vulcanologia da Indonésia.

Mais de 20 mil pessoas continuam realocadas nos centros de evacuação desde este domingo, perante o estado de alerta por causa do vulcão, que esta madrugada lançou uma coluna de fumaça e cinza de dois quilômetros de altura.

O escritório de proteção civil envio para a região do vulcão dúzias de caminhões, ônibus e ambulâncias para evacuar os moradores de 17 aldeias.

A polícia local assegurou à agência estatal "Antara" que dois aldeães morreram durante a evacuação por causa de um ataque do coração.

Apesar de a atividade do Sinabung ter diminuído, os especialistas mantêm a vigilância ao não dispor de um padrão de comportamento do vulcão, cuja última erupção registrada é do ano de 1600.

A Indonésia, que fica sobre o chamado Anel de Fogo do Pacífico, uma área de grande atividade sísmica e vulcânica, abriga mais de 400 vulcões, dos quais pelo menos 129 continuam ativos e 65 estão qualificados como perigosos.


Fonte: Estadão
MONTEGRO, DO IBOPE, PEDE DESCULPAS

Edição 2127 / 26 de agosto de 2009 (DISSE MONTENEGRO EM 2009)

na Veja


Brasil
“LULA NÃO FARÁ SEU SUCESSOR”
Oscar Cabral


Carlos Augusto Montenegro é um dos mais experientes analistas do cenário político nacional. Presidente do Ibope, empresa que virou sinônimo de pesquisa de opinião pública no Brasil, ele acompanhou com lupa todas as eleições realizadas no país desde a volta à democracia, em 1985. Agora, faltando pouco mais de um ano para a sucessão presidencial, Montenegro faz uma análise que o consagrará se acertar. Se errar? Bem, dará às pessoas o direito de igualarem seu ofício às brumas da especulação. Em entrevista ao editor Alexandre Oltramari, Montenegro aposta que o governo, apesar da imensa popularidade do presidente Lula, não conseguirá fazer o sucessor – no caso, a ministra Dilma Rousseff. Também afirma que o PT está em processo de decomposição.

O que os acontecimentos da semana passada revelaram sobre o PT?
Que o partido deu um passo a mais na direção de seu fim. O PT passou vinte anos dizendo que era sério, que era ético, que trabalhava pelo Brasil de uma maneira diferente dos outros partidos. O mensalão minou todo o apelo que o PT havia acumulado em sua história. Ali acabou o diferencial. Ali acabou o charme. Todas as suas lideranças foram destruí-das. Estrelas como José Dirceu, Luiz Gushiken e Antonio Palocci se apagaram. Eu não diria que o partido está extinto, mas está caminhando para isso.

Mas por trás do apoio ao PMDB e ao senador Sarney não está exatamente um projeto de poder do PT?
É um projeto de poder do presidente Lula. O desempenho eleitoral do PT depois do mensalão foi um vexame. Em 2006, com exceção da Bahia, o partido só venceu em estados inexpressivos. Nas eleições municipais de 2008, entre as 100 maiores cidades, perdeu em quase todas. Lula sempre foi contra a reeleição e só resolveu disputá-la para tentar salvar o PT. Sua reeleição foi um plebiscito para decidir se deveria continuar governando mais quatro anos ou não. Mas tudo indica que agora ele não fará o sucessor justamente por causa da mesmice na qual o PT mergulhou.

Ao contrário do que muita gente acredita, o senhor aposta que Lula, mesmo com toda a popularidade, não conseguirá eleger o sucessor.
Uma coisa é ele participar diretamente de uma eleição. Outra, bem diferente, é tentar transferir popularidade a alguém. Sem o surgimento de novas lideranças no PT e com a derrocada de seus principais quadros, o presidente se empenhou em criar um candidato, que é a Dilma Rousseff. Mas isso ocorreu de maneira muito artificial. Ela nunca disputou uma eleição, não tem carisma, jogo de cintura nem simpatia. Aliás, carisma não se ensina. É intransferível. “Mãe do PAC”, convenhamos, não é sequer uma boa sacada. As pessoas não entendem o que isso significa. Era melhor ter chamado a Dilma de “filha do Lula”.

Porém já existem pesquisas que colocam Dilma Rousseff na casa dos 20% das intenções de voto.
A Dilma, em qualquer situação, teria 1% dos votos. Com o apoio de Lula, seu índice sobe para esse patamar já demonstrado pelas pesquisas, entre 15% e 20%. Esse talvez seja o teto dela. A transferência de votos ocorre apenas no eleitorado mais humilde. Mas isso não vai decidir a eleição. Foi-se o tempo em que um líder muito popular elegia um poste. Isso acontecia quando não havia reeleição. Os eleitores achavam que quatro anos era pouco e queriam mais. Aí votavam em quem o governante bem avaliado indicava, esperando mais quatro anos de sucesso.

Diante do quadro político que se desenha, quais são então as possibilidades dos candidatos anunciados até o momento?
Faltando um ano para as eleições, o governador de São Paulo, José Serra, lidera as pesquisas. Ele tem cerca de 40% das intenções de voto. Em 1998, também faltando um ano para a eleição, o líder de então, Fernando Henrique Cardoso, ganhou. Em 2002, também um ano antes, Lula liderava – e venceu. O mesmo aconteceu em 2006. Isso, claro, não é uma regra, mas certamente uma tendência. Um candidato que foi deputado constituinte, senador, ministro duas vezes, prefeito da maior cidade do país e governador do maior colégio eleitoral é naturalmente favorito. Ele pode cair? Pode. Mas pode subir também.

A entrada em cena de Marina Silva, que deixou o PT para disputar a eleição presidencial pelo PV, altera o quadro sucessório?
A Marina é a pessoa cuja história pessoal mais se assemelha à do Lula. É humilde, foi agricultora, trabalhou como empregada doméstica, tem carisma, história política e já enfrentou as urnas. Além disso, já estava preocupada com o meio ambiente muito antes de o tema entrar na agenda política. Ela dificilmente ganha a eleição, mas tem força para mudar o cenário político. Ser mulher, carismática e petista histórica é sem dúvida mais um golpe na candidatura de Dilma.

Na hora de votar, o eleitor leva em consideração o perfil ético do candidato?
Uma pesquisa do Ibope constatou que 70% dos entrevistados admitem já ter cometido algum tipo de prática antiética e 75 % deles afirmaram que cometeriam algum tipo de corrupção política caso tivessem oportunidade. Isso, obviamente, acaba criando um certo grau de tolerância com o que se faz de errado. Talvez esteja aí uma explicação para o fato de alguns políticos do PT e outros personagens muito conhecidos ainda não terem sido definitivamente sepultados.

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Na IstoÉ
N° Edição: 2129 | 27.Ago. 2010 – 21:00
por Octávio Costa e Sérgio Pardellas


“O Brasil já tem uma presidente” (DIZ MONTENEGRO AGORA EM 2010)

Presidente do Ibope admite que errou ao prever que Lula não faria o sucessor e diz que Dilma Rousseff será eleita no primeiro turno

Há exatamente um ano, o presidente do Ibope, Carlos Augusto Montenegro, declarou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não faria o sucessor, apesar da alta popularidade. Na ocasião, o responsável por um dos mais tradicionais institutos de pesquisas do País assegurava que o presidente não conseguiria transferir seu prestígio pessoal para um “poste”, como tratava a ex-ministra Dilma Rousseff. Agora, a um mês das eleições e respaldado por números apresentados em pesquisas diárias, Montenegro faz um mea-culpa. “Errei e peço desculpas. Na vida, às vezes, você se engana”, afirmou. “O Brasil já tem uma presidente. É Dilma Rousseff.” Segundo Montenegro, a ex-ministra da Casa Civil vem se conduzindo de forma convincente e confirma, na prática, o que o presidente disse sobre ela na histórica entrevista concedida à ISTOÉ na primeira semana de agosto: “Lula acertou. Dilma é um animal político. Está mostrando muito mais capacidade do que os adversários.”

O tucano José Serra, na opinião do presidente do Ibope, faz uma campanha sem novidade, velha e antiga. “O PSDB está perdido”, assegura. Neste fim de semana, o Ibope vai divulgar uma nova pesquisa, que confirmará a categórica vantagem da petista. “Fazemos pesquisas diárias. E Dilma não para de crescer. Abriu 20 pontos em Minas, onde Serra já esteve na frente. Empatou em São Paulo, mas ali também vai passar. Essa eleição acabou”, conclui Montenegro.

A entrevista:

Istoé – O sr. disse que o presidente Lula não conseguiria transferir seu prestígio para a ex-ministra Dilma Rousseff, mas as pesquisas mostram o contrário. O sr. ainda sustenta que o presidente não fará o sucessor?

CARLOS AUGUSTO MONTENEGRO – Eu nunca vi, em quase 40 anos de Ibope, uma mudança na curva, como aconteceu nesta eleição, reverter de novo. Por mais que ainda faltem 30 e poucos dias para a eleição, o Brasil já tem uma presidente. É Dilma Rousseff. Ela tem 80% de chances de resolver a eleição no primeiro turno. Mas, se não for eleita agora, será no segundo turno.

Istoé – A que o sr. atribui essa virada?

CARLOS AUGUSTO MONTENEGRO – Houve uma série de fatores. Primeiro a transferência do Lula, que realmente vai sair como o melhor presidente do Brasil. Um pouco acima até do patamar de Getúlio Vargas e de Juscelino Kubitschek. O segundo ponto é o preparo da candidata Dilma. Ela tem mostrado capacidade de gestão, equilíbrio, tranquilidade e firmeza. A terceira razão é seu bom desempenho na televisão, inclusive nos debates e entrevistas. Lula acertou ao dizer, em entrevista à ISTOÉ, que ela era um animal político. Está mostrando muito mais capacidade que os adversários e mostra que tem preparo para ser presidente.

Istoé – Mas há um ano o sr. declarou que Lula dificilmente faria o sucessor.

CARLOS AUGUSTO MONTENEGRO – Errei. Eu dizia de uma forma clara que, apesar de o Lula estar bem, ele não elegeria um poste. Foi uma declaração extemporânea, descuidada e muito mais fundamentada num pensamento político do que com base em pesquisas. Foi um pensamento meu. Acho que eu tinha o direito de pensar daquela forma, mas não tinha o direito de tornar público. Peço desculpas. Na vida, às vezes, você se engana.

Istoé – O que mais o surpreendeu desde o momento do lançamento das candidaturas?

CARLOS AUGUSTO MONTENEGRO – A oposição errou e essa é a quarta razão para o sucesso de Dilma. A campanha do Serra está velha e antiga. Não tem novidade. O PSDB repete 2002 e 2006. Está transmitindo para o eleitor uma coisa envelhecida. Vejo um despreparo total. O PSDB está perdido, da mesma forma que o Lula ficou nas eleições de 1994 e 1998 contra o Plano Real. Na ocasião, ele não sabia se criticava ou se apoiava e perdeu duas eleições.

Istoé – O bom momento da economia, a geração de empregos e o consumo em alta não fazem do governo Lula um cabo eleitoral imbatível?

CARLOS AUGUSTO MONTENEGRO – Essa, para mim, é a razão principal. O Brasil nunca viveu um momento tão bom. E as pessoas estão com medo de perder esse momento. O Plano Real acabou derrotando o Lula duas vezes. Mas o Lula, com o governo dele, sem querer ou por querer, acabou criando um plano que eu chamo de imperial. É o império do bem, em que cerca de 80% a 90% das pessoas pelo menos subiram um degrau. Quem não comia passou a comer uma refeição por dia, quem comia uma refeição passou a fazer duas, quem nunca teve crédito passou a ter crédito, quem andava a pé passou a andar de bicicleta ou moto, quem tinha carro comprou um mais novo e quem nunca viajou de avião passou a viajar. Os industriais também estão felizes, vendendo o que nunca venderam. Os banqueiros idem.

Istoé – Mas esse fator não pesou logo de início, quando os candidatos lançaram os seus nomes e Serra permaneceu vários meses na frente.

CARLOS AUGUSTO MONTENEGRO – No início, houve transferência do Lula. Mas, de uns três meses para cá, o Lula está associando o êxito dele ao êxito do governo como um todo. E está mostrando que Dilma é a gestora desse governo. O braço direito dele. E as pessoas estão confiantes nisso e não estão querendo perder o que ganharam.

Istoé – É possível dizer então que o programa de tevê do PT é mais eficiente do que o da oposição?

CARLOS AUGUSTO MONTENEGRO – A tevê ajudou na consolidação. Mas a virada de Dilma Rousseff na corrida para presidente da República se deu antes da tevê. Pelo menos antes do horário eleitoral gratuito.

Istoé – Isso derruba o mito de que o programa eleitoral é capaz de virar a eleição?

CARLOS AUGUSTO MONTENEGRO – Quando a eleição é disputada por candidatos pouco conhecidos, ele pode ser decisivo, sim. Por exemplo, a televisão está ajudando a eleição de Minas Gerais a se tornar mais dura. O Aécio está entrando agora, o Anastasia é o governador e eles estão mostrando as realizações do governo. Por isso, o Anastasia está crescendo. O Hélio Costa largou na frente porque já era uma pessoa muito mais conhecida do que o Anastasia. Mas, quando você pega uma eleição em que todos os candidatos são bem conhecidos, o uso da tevê é muito mais de manutenção e preenchimento do que para proporcionar uma virada.

Istoé – E os debates? Eles podem mudar a eleição?

CARLOS AUGUSTO MONTENEGRO – Só se houvesse um desastre. Cada eleitor acha que o seu candidato teve desempenho melhor. Vai ouvir o que está querendo ouvir. Já conhece as propostas anunciadas durante a propaganda eleitoral. Falando especificamente dessa eleição presidencial, repito que a população está de bem com a vida. Quer continuar esse bom momento. O Brasil quer Dilma presidente.

Istoé – A candidatura de Marina Silva não tem força para levar a eleição até o segundo turno?

CARLOS AUGUSTO MONTENEGRO – Cada vez mais a vitória de Dilma no primeiro turno fica cristalizada. Temos pesquisas diárias que mostram que essa eleição presidencial acabou. Agora, mais uma vez, o Brasil está dando um show de democracia. É bom dizer que os três principais candidatos são excelentes. Todos têm passado político, currículo e história. A história da Marina Silva, por exemplo, é maravilhosa. A luta dela pelo meio ambiente é muito importante. Mas a Marina até outro dia estava com Lula e as pessoas a relacionam com o presidente. Você pega a luta do Serra e ela também é fantástica. E o Serra, até outro dia, também estava no palanque do Lula, na luta contra a ditadura.

Istoé – O fato de Dilma nunca ter disputado uma eleição não deveria pesar a favor de José Serra?

CARLOS AUGUSTO MONTENEGRO – No Chile, Michele Bachelet tinha 80% de aprovação, mas não conseguiu fazer o sucessor. Por quê? Porque ele tinha passado. Já tinha concorrido. Quando você concorre, você pega experiência por um lado, mas a pessoa deixa de ser virgem, politicamente falando. Sempre há brigas que você tem que comprar e vem a rejeição. No caso da Dilma, o fato de ela nunca ter concorrido, ter sido sempre uma gestora, uma técnica, precisando só exercitar o seu lado político, ajudou muito.

Istoé – Em que medida o fato de Dilma ser mulher a ajudou nessas eleições?

CARLOS AUGUSTO MONTENEGRO – Acho que não ajudou muito. Mas é algo diferente. O Brasil já tem implementado coisas novas na política, como foi a eleição de um sindicalista. É um fato interessante, mas a competência do Lula e da Dilma ajudaram muito mais.

Istoé – O atabalhoado processo de escolha do vice na chapa do PSDB prejudicou a candidatura de José Serra?

CARLOS AUGUSTO MONTENEGRO – Não. Nunca vi vice ganhar eleição. Nem perder.

Istoé – O sr. acredita que Lula possa puxar votos para candidatos do PT nos Estados, como em São Paulo, por exemplo?

CARLOS AUGUSTO MONTENEGRO – Acho muito difícil. O Lula tinha toda essa popularidade em 2008, apoiou a Marta e ela perdeu do Gilberto Kassab, que estava fazendo uma boa administração.

Istoé – Dilma eleita, qual a saída para a oposição?

CARLOS AUGUSTO MONTENEGRO – Está provado que o modelo da oposição não deu certo. Talvez ganhe em alguns Estados importantes, como São Paulo, Minas, Paraná e Goiás. Sempre terá um papel importante. Mas essa eleição mostra que está na hora de uma reforma política. É preciso diminuir o número de partidos. Os programas partidários também precisam ser mais respeitados. Os partidos são os pilares da democracia.


Fonte: viomundo.com.br

sábado, 28 de agosto de 2010

WEBBER LARGA EM PRIMEIRO NO GP DA BÉLGICA DE F-1

Num treino classificatório que começou com chuva, teve sol e terminou com garoa, o australiano Mark Webber, da equipe Red Bull, conquistou a pole position para o GP da Bélgica de F-1, com um tempo 1min45s778. O inglês Lewis Hamilton, da McLaren, larga em segundo, seguido por Robert Kubica, da Renault.

O brasileiro Felipe Massa, da Ferrari, chegou a cometer dois erros, e conseguiu apenas a sexta colocação no grid, à frente de Rubens Barrichello, da Williams. 

Michael Schumacher, da Mercedes, cravou o 11º tempo, mas perderá dez posições no grid como punição pela manobra perigosa que realizou na última corrida, quando era ultrapassado por Barrichello na reta dos boxes.

Outros dois pilotos brasileiros da categoria, Bruno Senna e Lucas di Grassi largam em 20º e 23º, respectivamente.

VEJA COMO FICOU O GRID DE LARGADA

1. Mark Webber (Red Bull) - 1:45.778
2. Lewis Hamilton (McLaren) - 1:45.863
3. Robert Kubica Renault (Renault) - 1:46.100
4. Sebastian Vettel (Red Bull) - 1:46.127
5. Jenson Button (McLaren) - 1:46.206
6. Felipe Massa (Ferrari) - 1:46.314
7. Rubens Barrichello (Williams) - 1:46.602

8. Adrian Sutil (Force India) - 1:46.659
9. Nico Hulkenberg (Williams) - 1:47.053
10. Fernando Alosno (Ferrari) - 1:47.441
11. Michael Schumacher (Mercedes) - 1:47.874
12. Nico Rosberg (Mercedes) - 1:47.885
13. Jaime Alguersuari (Toro Rosso) - 1:48.267
14. Vitantonio Liuzzi (Foce India) - 1:48.680
15. Sebastien Buemi (Toro Rosso) - 1:49.209
16. Heikki Kovalainen (Lotus) - 1:50.980
17. Timo Glock (Virgin) - 1:52.049
18. Jarno Trulli (Lotus) - 2:01.491
19. Kamui Kobayashi (Sauber) - 2:02.284
20. Bruno Senna (Hispania) - 2:03.612
21. Sakon Yamamoto (Hispania) - 2:03.941
22. Pedro de la Rosa (Sauber) - 2:05.294
23. Lucas di Grassi (Virgin) - 2:18.754
24. Vitaly Petrov (Renault) - não registrou tempo

Fonte: Folha

DILMA ESTÁ 24 PONTOS NA FRENTE DE SERRA, APONTA IBOPE

Após dez dias de exposição dos candidatos à Presidência no horário eleitoral, a petista Dilma Rousseff abriu 24 pontos de vantagem sobre o tucano José Serra. Se a eleição fosse hoje, ela venceria no primeiro turno, com 59% dos votos válidos.

Segundo pesquisa Ibope/Estado/TV Globo, Dilma chegou a 51% das intenções de voto, um crescimento de oito pontos porcentuais em relação ao levantamento anterior do mesmo instituto, feito às vésperas do início da propaganda eleitoral.

Desde então, Serra passou de 32% para 27%. Marina Silva, do PV, oscilou de 8% para 7%. Somados, os adversários da petista têm 35 pontos, 16 a menos do que ela.

A performance de Dilma já se equipara à de Luiz Inácio Lula da Silva na campanha de 2006. Na época, no primeiro turno, o então candidato petista teve 59% dos votos válidos como teto nas pesquisas.

Geografia do voto. Dilma ultrapassou Serra em São Paulo (42% a 35%) e tem o dobro de votos do adversário (51% a 25%) em Minas Gerais - respectivamente primeiro e segundo maiores colégios eleitorais do País.

No Rio de Janeiro, terceiro Estado com a maior concentração de eleitores, a candidata do PT abriu nada menos do que 41 pontos de vantagem em relação ao tucano (57% a 16%).

Na divisão do eleitorado por regiões, Dilma registra a liderança mais folgada no Nordeste, onde tem mais que o triplo de votos do rival (66% a 20%%). No Sudeste, ela vence por 44% a 30%, e no Norte/Centro-Oeste, por 56% a 24%.

A Região Sul é a única em que há empate técnico: Dilma tem 40% e Serra, 35%. A margem de erro específica para a amostra de eleitores dessa região chega a cinco pontos porcentuais. Mas também entre os sulistas se verifica a tendência de crescimento da petista: ela subiu cinco pontos porcentuais na região, e o tucano caiu nove.

Ricos e pobres. A segmentação do eleitorado por renda mostra que a candidata do PT tem melhor desempenho entre os mais pobres. Dos que têm renda familiar de até um salário mínimo, 58% manifestam a intenção de votar nela, e 22% em Serra.

Na faixa de renda logo acima - de um a dois salários mínimos -, o placar é de 53% a 26%. Há um empate entre a petista (39%) e o tucano (38%) no eleitorado com renda superior a cinco salários.

Também há empate técnico entre ambos no segmento da população que cursou o ensino superior. Nas demais faixas de escolaridade, Dilma vence com 25 a 28 pontos de vantagem.

A taxa de rejeição à candidata petista oscilou dois pontos para baixo, mas se mantem praticamente a mesma desde junho, próxima dos 17%. No caso do candidato tucano, 27% afirmam que não votariam nele em nenhuma hipótese.

A disparada da candidata apoiada pelo presidente Lula disseminou a expectativa de que ela vença a eleição. Para dois terços da população, a ex-ministra tomará posse em janeiro como sucessora do atual presidente. Apenas 19% dos eleitores acham que Serra será o vitorioso.

Mulheres. Com boa parte de sua propaganda direcionada à conquista do eleitorado feminino - dando destaque à possibilidade de uma mulher assumir pela primeira vez a Presidência -, Dilma cresceu mais entre as mulheres (nove pontos) que entre os homens (cinco pontos).

Na simulação de segundo turno, a vantagem de Dilma entre as mulheres é agora praticamente a mesma que entre os homens, um fato inédito na campanha. O próprio Lula sempre teve mais votos entre os homens.

A pesquisa mostra que 57% dos eleitores já assistiram a pelo menos um programa do horário eleitoral.

Segundo o Ibope, 50% dos brasileiros preferem votar em um candidato apoiado pelo presidente, e 9% tendem a optar por um representante da oposição. Do total do eleitorado, 88% sabem que Dilma é a candidata de Lula.

O governo do presidente é considerado ótimo ou bom por 78% dos brasileiros. Outros 4% consideram a gestão Lula ruim ou péssima.


Fonte: Estadão

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

IBGE APONTA QUE BRASILEIRO ESTÁ MAIS GORDO


A população brasileira está ficando mais gorda, em velocidade acelerada. O excesso de peso já atinge metade da população adulta; uma em cada três crianças (de 5 a 9 anos); e um quinto dos adolescentes no País, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Hoje, o instituto divulgou o levantamento Antropometria - Estado Nutricional de Crianças, Adolescentes e Adultos no Brasil - da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009.

Para o levantamento, foram entrevistadas 188.461 pessoas, sendo 93.175 homens e 95.286 mulheres, entre maio de 2008 e maio de 2009. A população acima do peso está espalhada em todas as regiões, com leve prevalência no Sul, Sudeste e Centro-Oeste. O problema atingiu cerca de metade dos adultos em todas as regiões, com destaque para o Sul (56,8% dos homens, 51,6% das mulheres) e Sudeste (52,4 e 48,5% para homens e mulheres respectivamente). Os menores índices de sobrepeso para homens estão no Nordeste (42,9%) e, para mulheres, no Centro-Oeste (45,6%). Entre as mulheres, a obesidade atingia quase um quinto das mulheres no Sul (19,2%) e a participação dos obesas nas populações das regiões só esteve abaixo dos 10% para as moradoras do Nordeste (9,9%).

Ainda segundo o levantamento, o aumento de peso em adolescentes de 10 a 19 anos foi contínuo nos últimos 34 anos, e foi mais freqüente em áreas urbanas do que em rurais, em ambos os sexos.

O IBGE informou ainda que, na população de 20 anos ou mais, o sobrepeso no sexo masculino saltou de 18,5% em 1974-1975 para 50,1% em 2008-2009. No sexo feminino, o avanço foi menos intenso, e a participação saltou 28,7% para 48%, no mesmo período.

Embora o instituto tenha detectado pessoas com excesso de peso em todas as faixas de renda, entre os homens a concentração de pessoas mais obesas é maior no grupo dos 20% mais ricos, entrevistados para a análise. Entre os homens adultos, 61,8% dos 20% mais ricos estavam acima do peso, ante 36,9% no grupo dos 20% com menor rendimento. No caso das mulheres, as proporções ficaram em 47,4% e 45%, nos grupos das 20% mais ricas e das 20% mais pobres, respectivamente. Entretanto, a obesidade atingia quase um quarto (23,6%) das crianças do sexo masculino de maior renda - sendo que alcançava 10,8% das crianças em faixa de renda menos elevada.

O levantamento também mostrou que a altura mediana dos brasileiros jovens está praticamente coincidente com a curva padrão recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O declínio do déficit de altura é um dos fatores que servem para medir a redução na desnutrição infantil, e a pesquisa confirma a progressiva redução desse problema. Entre as pesquisas de 1974-1975 a de 2008-2009, a predominância de déficit de altura em ambos os sexos em crianças de 5 a 9 anos recuou de 29,3% para 7,2%.

Fonte: Estadão

CAI A TAXA DE DESEMPREGO NO BRASIL

Desemprego cai para 6,9% e registra menor taxa para julho, aponta IBGE

A taxa de desemprego média no Brasil em julho foi de 6,9% segundo dados divulgados nesta quinta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Esse índice é o menor para meses de julho na série histórica do órgão, iniciada em março de 2002.

A renda média do trabalhador cresceu 2,2% em julho, ficando em R$ 1.452,50. No ano, a expansão chega a 5,1%.

A população ocupada média em julho foi de 22 milhões de trabalhadores, com estabilidade ante o mês anteror e crescimento de 3,2% no confronto com julho de 2009.

Cimar Azeredo, gerente da Pesquisa Mensal do Emprego do IBGE, afirma que os dados apontam que o mercado de trabalho retomou o vigor anterior à crise internacional. "A crise fez com que o emprego deixasse de melhorar. Agora tudo indica que voltamos a ter a evolução positiva de 2007 e 2008."

O analista destaca que o número de trabalhadores com carteira assinada também cresce significativamente. Entre julho de 2009 e o mesmo mês deste ano, houve ganho de 569 mil postos de trabalho formalizados.

O IBGE mede a situação do mercado de trabalho nas regiões metropolitanas de São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Salvador (BA), Recife (PE) e Porto Alegre (RS).

Em junho, o rendimento médio real dos ocupados no país cresceu 0,5% em relação a maio, chegando a R$ 1.265. Já o dos assalariados ficou em R$ 1.319, apresentando leve redução de 0,2%. No mesmo período, o rendimento médio dos ocupados aumentou em Belo Horizonte, em 1,7%. No Nordeste, Fortaleza e Recife tiveram alta de 3% e 4,1%. Em Porto Alegre o crescimento foi menor, de 0,9%

Avanço dos serviços

O setor de serviços ganhou mais espaço em 2008, na comparação com 2007. No período, o avanço foi de 10,3%, enquanto a massa salarial subiu 14,6%. O Brasil tinha, em 2008, 879,7 mil empresas do setor de serviços não financeiros. Essas companhias pagaram naquele ano R$ 128,1 bilhões em salários para os seus 9,2 milhões de empregados. Os dados são da pesquisa anual do IBGE.

Mais receita líquida

A receita operacional líquida do setor de serviços, em 2008, já deduzidos os impostos, descontos e vendas canceladas, atingiu R$ 680,1 bilhões. Em relação a 2007, essa receita teve crescimento real de 13,1%. A maior geração de receita ficou por conta dos serviços de informação e comunicação, com R$ 203,5 bilhões faturados em 2008, representando 29,9% do total obtido pelo setor de serviços.

Fonte: Valor
THE ECONOMIST RECOMENDA O BRASIL COMO FORMA DE EVITAR A CRISE ALIMENTAR

A revista britânica The Economist traz em sua edição desta semana um editorial e um longo artigo sobre a agricultura no Brasil onde enumera os avanços feitos no cultivo de alimentos no país nas últimas décadas e diz que o mundo “deveria aprender com o Brasil” maneiras de evitar uma crise de alimentos.

Citando dados da FAO (agência da ONU para alimentação e agricultura) que apontam que a produção mundial de grãos terá que crescer 50% e a de carne terá que dobrar para suprir a demanda até 2050, a publicação afirma que o Brasil tem características que o tornam um produtor de alimentos de grande relevância nos próximos 40 anos.

Segundo a revista, mais impressionante que o fato de o país ter se tornado nas últimas décadas “o primeiro gigante tropical de agricultura”, ameaçando inclusive os maiores exportadores de alimentos do mundo, é a “maneira” como Brasil o fez.

“Estimulado em parte pelo medo de que não poderia importar suficientes alimentos (nos anos 1970), (o Brasil) decidiu expandir sua produção doméstica por meio de pesquisa científica, não subsídios. No lugar de proteger os fazendeiros da competição internacional – como a maior parte do mundo ainda faz – ele abriu seu mercado e deixou os fazendeiros ineficientes irem à falência”, diz a revista.

Alternativa

A Economist afirma que, na contramão das recomendações dos “agropessimistas”, que defendem “pequenas propriedades com práticas orgânicas” e desdenham monoculturas, fertilizantes e alimentos geneticamente modificados, o progresso do Brasil na área foi baseado em grandes propriedades, “apoiado nas pesquisas da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e impulsionado por lavouras geneticamente modificadas”.

“O Brasil é uma alternativa clara à ideia crescente de que, na agricultura, o pequeno e o orgânico são mais bonitos.”

Segundo a revista, as técnicas que tornam a agricultura brasileira “magnificamente produtiva” podem ajudar ainda os países pobres da África e da Ásia.

“Os ingrediente básicos do sucesso do Brasil – pesquisa em agricultura, grandes fazendas, abertura de mercado e novas técnicas de agricultura – podem dar certo em qualquer lugar”, diz a Economist, que afirma ainda que se um sistema parecido for adotado na África, alimentar o mundo em 2050 não será tão difícil como parece ser agora.

Fonte: BBC Brasil
PARA CADA 5 PESSOAS UMA ELEGE O PROGRAMA DO PT COMO O MELHOR

Horário eleitoral do PT é o melhor para 77% daqueles que votam na Dilma e para 22% dos eleitores do tucano

Programa da candidata de Lula é aprovado por 54% dos que viram o horário eleitoral na TV, contra 26% de Serra

Um quinto dos eleitores de José Serra (PSDB) avalia que o melhor programa de TV é o de Dilma Rousseff (PT). Dos que declaram voto no tucano e viram o horário eleitoral, 61% afirmam que seu programa é o melhor, mas 22% preferem o de Dilma, e outros 4%, o de Marina Silva (PV).

Entre os eleitores que simpatizam com o PSDB, essa proporção é ainda mais alta: 36% dos tucanos apreciam o programa de Dilma, contra apenas 48% que preferem o de Serra, e 7%, o de Marina.

Dos eleitores de Dilma, três quartos (77%) preferem o horário de sua candidata, ante 9% que elogiam o de Serra, e 4% o de Marina. Dos simpatizantes do PT, o programa de Dilma tem a preferência de 76%; 11% apreciam o programa tucano, e 4%, o do PV.

Ao todo, o programa de Dilma (que é também o mais assistido) é aprovado por 54% dos eleitores que viram o horário eleitoral, contra 26% de Serra e 7% de Marina.

Criada pelo marqueteiro João Santana, a campanha de Dilma é considerada a melhor por 32% dos eleitores de Marina (contra 37% que preferem o programa da senadora ) e por 31% dos eleitores de Plínio de Arruda Sampaio (contra 34% que elogiam o horário de seu candidato).

O programa do PT é ainda o mais elogiado entre aqueles que pretendem votar nulo ou em branco (46%).

Fonte: Folha

QUEDA DE SERRA EM SÃO PAULO JÁ PREOCUPA OS TUCANOS



O resultado da pesquisa Datafolha, divulgado nesta quinta-feira pela “Folha de S.Paulo” e que mostra que a petista Dilma Rousseff abriu vantagem de 20 pontos sobre o tucano José Serra, provocou um clima de desânimo na oposição. De forma reservada, a avaliação no PSDB é que, com este cenário, dificilmente haverá segundo turno. Para tucanos, o maior pesadelo foi concretizado: Dilma ultrapassou Serra até mesmo em São Paulo, onde ele era governador até março. O sentimento generalizado no ninho tucano era de surpresa e perplexidade. E também de que, agora, só mesmo uma reviravolta na campanha poderia mudar este quadro.

A pesquisa, realizada nos dias 23 e 24, mostra Dilma com 49% das intenções de voto, contra 29% de Serra e 9% da candidata do PV, Marina Silva. Segundo a pesquisa, a dianteira de Dilma se consolidou em todas as regiões do país e também em todas as faixas de renda, inclusive entre os que ganham mais de dez salários mínimos: entre esses eleitores, em pouco mais de 15 dias, Dilma passou de 28% para 40%, enquanto Serra caiu de 44% para 34%.


Percentual de rejeição também preocupa aliados


Numa última tentativa, a ordem, ainda que não consensual na campanha tucana, foi de jogar todas as fichas no episódio da violação do sigilo fiscal do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge Caldas Pereira , e de outras três pessoas ligadas ao partido. Mas há entre setores da campanha de Serra o temor de que essa agenda negativa amplie a rejeição do tucano. Outro número do Datafolha que preocupou muito o PSDB foi o da rejeição: 29% para Serra, contra 19% de Dilma.

” Para mim, é inexplicável essa mudança em São Paulo. Até porque as campanhas do Serra e do Geraldo Alckmin valorizam muito o estado ”

- Para mim, é inexplicável essa mudança em São Paulo. Até porque as campanhas do Serra e do Geraldo Alckmin valorizam muito o estado. Eu não estou compreendendo. Até porque os nossos candidatos aos governos cresceram nos estados. O resultado nacional é contraditório com o resultado local – disse o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE).

Diante da situação, a determinação dos tucanos é manter a tropa unida e em campo para, em caso de derrota, Serra peder com honra, sem abandono dos aliados. Um sinal disso foi a exibição do depoimento do ex-governador Aécio Neves (PSDB-MG), em apoio a Serra , no programa de TV do presidenciável.

Já há um reconhecimento dos erros da campanha tucana, mas, ao mesmo tempo, se avalia que pode ser muito tarde para correções. Por isso, os desafios dos tucanos passam a ser dois agora: interromper a trajetória de queda de Serra e garantir vitórias de candidatos tucanos aos governos de São Paulo, Paraná e Goiás. Além disso, reverter imediatamente a situação em Minas e tentar assegurar o segundo turno no Pará, Alagoas e Piauí.

Nesta quinta-feira, o líder em exercício do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), resumiu o espírito dos tucanos com um mea-culpa:

- A oposição teria que ter uma candidatura absolutamente de oposição. O candidato do governo tem que ser um só. Houve crescimento de Dilma em todas as regiões porque não ocorreu contraponto da nossa parte.

” Foi uma onda gigantesca contra nós. Mas o seu ciclo máximo se completou ”

Para o deputado Jutahy Júnior (PSDB-BA), o crescimento de Dilma foi fruto de um grande volume de campanha:

- Foi uma onda gigantesca contra nós. Mas o seu ciclo máximo se completou.


Preocupação com debandada tucana em SP

O PSDB em São Paulo já dá sinais de preocupação com um eventual movimento de deserção por parte de aliados atraídos pelo crescimento de Dilma no estado. Em conversas reservadas, tucanos admitem que vão aumentar a patrulha sobre o empenho dos prefeitos na corrida por votos para José Serra.

Os tucanos temem que lideranças de partidos como PMDB, PTB, DEM e PPS, que, oficialmente, apoiam os tucanos no estado, passem a trabalhar para o outro lado. Já houve casos de traições, dizem os tucanos, mas todos pontuais por enquanto.

O PSDB paulista atribuiu a arrancada de Dilma em São Paulo ao “fenômeno nacional” da popularidade do presidente Lula. O crescimento pegou de surpresa os tucanos.


Fonte: blogdadilma.blog.br