terça-feira, 20 de julho de 2010


GOVERNO LULA REDUZ DRASTICAMENTE O QUADRO DE MISÉRIA NO BRASIL



ZÉ PINÓQUIO SERRA É DESMASCARADO PELO JORNAL HORA DO POVO
Inspirado pelo ex-deputado Roberto Freire, que anunciou ter conseguido uma “certidão” declarando que Serra “foi o autor de emenda ao dispositivo que resultou no artigo 239 da Constituição” (sic), nosso redator e pesquisador Sérgio Cruz resolveu ler as atas da Constituinte, em especial o Diário da Assembleia Nacional Constituinte, publicado pela Câmara com a transcrição de todos os debates.

Finalmente, leitor, descobrimos qual foi a grande contribuição do constituinte José Serra ao artigo 239 da Constituição, que trata do seguro-desemprego. Não foi a que ele disse na quarta-feira, dia 14, depois de desistir de se apresentar como criador do FAT (disse Serra aos sindicalistas da UGT: “fiz a emenda que vinculou o PIS/Pasep ao seguro-desemprego”).

No Diário da Assembleia Nacional Constituinte (DANC), página 13.933, de 1º de setembro de 1988, encontramos a muito importante contribuição de Serra.
Nesse dia, o presidente da Constituinte, Ulysses Guimarães, anunciou um acordo, com a fusão das emendas sobre o seguro-desemprego, permitindo a votação imediata do que é hoje o artigo 239 da Constituição (cf. DANC, página 13.931).

Os constituintes cujas emendas foram unidas no artigo 239 estão listados na página 13.932 do Diário. Propomos, leitor, que você procure o Serra nessa lista de 48 nomes, que, para facilitar, nós, abaixo, colocamos em ordem alfabética. Onde está o Wally, perdão, o Serra?

Adolfo Oliveira; Airton Cordeiro; Almir Gabriel; Aluizio Bezerra; Álvaro Valle; Antônio Mariz; Arnaldo Faria de Sá; Átila Lira; Bonifácio de Andrada; Brandão Monteiro; Carlos Alberto Caó; Carlos Chiarelli; Carlos Mosconi; Celso Dourado; Costa Ferreira; Djenal Gonçalves; Felipe Mendes; Hermes Zanetti; Humberto Lucena; Iram Saraiva; Ismael Wanderley; Itamar Franco; Jairo Carneiro; Jesualdo Cavalcanti; Joaquim Francisco; Jorge Leite; José Camargo; José Carlos Coutinho; José Elias Murad; Leopoldo Peres; Manoel Moreira; Maria de Loudes Abadia; Marluce Pinto; Mauro Campos; Mendes Botelho; Mendes Thame; Messias Soares; Nelson Seixas; Nelson Wedekin; Octávio Elísio; Oswaldo Trevisan; Percival Muniz; Ruy Bacelar; Sólon Borges dos Reis; Tadeu França; Teotonio Vilela Filho; Vasco Alves; Wilma Maia.
O leitor não achou? Pois é, nem nós.

Em seguida, a Constituinte passou à discussão da emenda. Fizeram uso da palavra os constituintes Luís Roberto Ponte, Octávio Elísio, Inocêncio Oliveira, Eduardo Jorge,, Edmilson Valentim, Bonifácio de Andrada, Ademir Andrade, José Maria Eymael, Solon Borges dos Reis, Floriceno Paixão, Almir Gabriel, Arnaldo Faria de Sá, José Carlos Coutinho, e até o Roberto Freire.

E o Serra? Não defendeu “a emenda que vinculou o PIS/Pasep ao seguro-desemprego”? Homem modesto, que não gosta de aparecer, certamente preferiu calar para garantir o direito dos trabalhadores.

Ulysses Guimarães, então, colocou em votação a emenda. Foi aí que Serra percebeu que o artigo do seguro-desemprego não podia passar sem o seu toque, como sempre, iluminador.

Transcrevemos literalmente o que está na página 13.933 do “Diário da Assembleia Nacional Constituinte”:

“O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães) - Passa-se à votação.
(Procede-se à votação)

“O SR. JOSÉ SERRA (PSDB-SP) - Sr. presidente, peço a palavra para uma questão de ordem.

“O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães) - Concedo a palavra ao nobre Constituinte José Serra.

“O SR. JOSÉ SERRA (PSDB-SP) - Sr. presidente, gostaria apenas de sublinhar a enorme importância que têm as correções de redação, às quais o Constituinte Almir Gabriel fez referência há pouco. Elas são vitais para melhor precisão do texto final.
“O SR. PRESIDENTE (Ulisses Guimarães) - Isso vai ressaltar a importância da redação que vamos acompanhar.”

Esse Ulysses era um gozador...

Mas essa foi a contribuição de Serra. A fusão das 48 emendas fora apresentada, discutida, e a votação iniciada. Porém, sem a percuciente observação de Serra, certamente os trabalhadores não teriam o seguro-desemprego. É de homens assim, preocupados com coisas “vitais” como são as “correções de redação” do Almir Gabriel, que o país está precisando.

Não havia emenda de Serra entre as que deram origem ao artigo 239 da Constituição porque elas foram rejeitadas. Na primeira delas (emenda 158/1987), segundo a Subcomissão dos Direitos dos Trabalhadores e Servidores Públicos, “o seguro-desemprego não corresponde ao que a classe trabalhadora expressou através das entidades sindicais. E nem reflete o grau de obrigação do Estado e dos empregadores na matéria. Somos pela rejeição”.

Na segunda (emenda 159/1987), ele propunha acabar com o FGTS, o PIS e o PASEP. O seguro-desemprego era um pretexto para tirar do trabalhador o direito a sacar seus depósitos nesses fundos. Como disse a mesma Subcomissão: “O FGTS e o PIS-PASEP, com todos os seus defeitos, são hoje fundos que trazem algum lenitivo à penúria dos trabalhadores e guardam os patrimônios deles ali depositados. Trocar esta situação por outra que não dará nenhuma garantia de ser melhor é, no mínimo,desinteressante. Opinamos pela rejeição”.E as emendas de Serra foram rejeitadas.

Fonte: Carlos Lopes - Jornal Hora do Povo
EMBRAER VOANDO ALTO

Embraer assina venda de R$ 2,3 bi com opções que podem chegar a R$ 10,35 bi

A Embraer anunciou nesta terça-feira em São José dos Campos que a britânica Flybe assinou contrato de compra de 35 jatos Embraer 175, no valor de R$ 2,32 bilhões (US$ 1,3 bilhão).

O negócio entre as empresas inclui ainda 65 opções e 40 direitos de compra, propiciando à encomenda chegar até 140 Embraer 175, assim o valor total pode alcançar R$ 10,35 bilhões (US$ 5,8 bilhões) se todas as opções e direitos de compra forem exercidos.

A empresa europeia é líder entre as companhias de baixo custo e atendimento regional na Europa.

A venda foi realizada em um evento do setor, no Reino Unido. A entrega do primeiro avião está prevista para o segundo semestre de 2011.

Os jatos Embraer 175 da companhia aérea britânica serão configurados em classe única,
acomodando 88 passageiros.

ENTREGAS

No segundo trimestre, a empresa entregou 68 aviões, uma alta ante os 56 despachados um ano antes. O aumento ocorreu com entregas maiores de jatos executivos e um volume menor de aviões comerciais enviados a clientes.

A carteira de pedidos firmes da empresa somava US$ 15,2 bilhões em 30 de junho, uma queda de 5% sobre os US$ 16 bilhões dos três primeiros meses do ano. Um ano antes, a carteira estava em US$ 19,8 bilhões.

A empresa entregou 40 jatos executivos no segundo trimestre, mais que duas vezes o volume de 19 aviões do segmento despachado no mesmo período de 2009. A maior parte das entregas foi do pequeno Phenom 100, somando 35 unidades. No semestre, foram 59 envios.

Na aviação comercial foram 29 aviões, contra 35 um ano antes, dos quais 15 do modelo 190. De janeiro a junho, a área acumula 50 entregas.

No total, a Embraer entregou no primeiro semestre um total 110 aviões, incluindo um Legacy 600 do segmento de defesa, contra 96 de janeiro a junho de 2009.

A expectativa de entregas para 2010 é de 90 aviões comerciais e 137 jatos executivos. Em 2009, as entregas totalizaram 244 unidades, incluindo o segmento militar.

Fonte: Folha.com

NEM A FOLHA AGUENTA O VICE DE SERRA

Vice do candidato José Serra eleva o tom em declarações inoportunas, que apenas contribuem para baixar o nível da campanha eleitoral

Retirada do bolso do colete em meio a uma série de trapalhadas que ameaçava a aliança eleitoral entre democratas e tucanos, a indicação do deputado Indio da Costa para vice da chapa de José Serra apanhou todos de surpresa. Ilustre desconhecido no plano nacional, o político fluminense logo se tornou alvo de desconfianças, críticas e indefectíveis anedotas.

A seu favor no entanto pesavam a juventude -tem 39 anos- e o fato de pertencer a um Estado relevante, no qual o nome do ex-governador paulista sempre encontrou dificuldades para se firmar. Além disso, era providencial que tivesse atuado como relator do projeto Ficha Limpa, em contraponto ao envolvimento de seu partido no escândalo do mensalão do governo do Distrito Federal.

Não tardou para que o neófito despertasse o sentimento paternal do experiente tucano. No dia seguinte ao acordo com o DEM, Serra tratou de desmentir a suposta fama de mulherengo do novo escudeiro. “Ele me disse por telefone: “Não tenho amantes”. Eu até disse: “Também não precisa exagerar”. O que tem que ser é uma coisa discreta”, declarou em uma sabatina promovida pela Confederação Nacional da Indústria.

Depois da lição pública sobre como comportar-se em matéria de relações íntimas, o peessedebista prescreveu ao vice a leitura de alguns livros para que se familiarizasse com o pensamento do líder. Recomendou quatro volumes, três de sua autoria e um no qual pontifica como entrevistado.

Não se sabe se Indio da Costa debruçou-se sobre a lição de casa. Certo é que se sentiu incentivado -ou pelo menos desembaraçado- para responder de maneira estridente uma provocação da rival Dilma Rousseff. A postulante petista havia declarado que seu vice, o deputado Michel Temer, do PMDB, não caíra do céu (algo de fato incontestável, sob qualquer ângulo que se queira analisar).Indio sentiu-se ofendido e disse que a adversária era uma “ateia” a posar como “esfinge do pau oco”.

Na sexta passada, em entrevista a militantes tucanos, no site Mobiliza PSDB, o deputado carioca deu mais um passo: afirmou que o PT mantém ligação com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e com o narcotráfico. Alertou ainda para a possibilidade de Dilma, uma vez eleita, “dar um chute” no presidente Lula e governar com “as garras do PT”.

É fato que militantes petistas mantiveram relações com as Farc, assim como é razoável acreditar que, eleita presidente da República, Dilma se distancie de seu mais famoso cabo eleitoral e constitua seu próprio grupo no governo.

Tais considerações não bastam para ocultar a evidência de que as palavras do vice pretendem apenas fomentar temores e animosidades ideológicas em tom tosco e ultrapassado, que contribui para rebaixar o nível da campanha.

Após uma coreografia de tucanos e democratas para conter os ânimos, Serra preferiu ontem apoiar a declaração do pupilo em vez de tentar recolocar a disputa nos trilhos da civilidade.

Editorial da Folha