terça-feira, 10 de agosto de 2010

UAI, OXENTE, SERRA SÓ ENTENDE O PAULISTÊS


Deu no Tijolaço
DILMA AFIRMA QUE É EXPERIENTE

 Dilma no JN


A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, rechaçou nesta segunda-feira as acusações de que é inexperiente para governar o Brasil e destacou sua proximidade com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, a ex-ministra da Casa Civil procurou minimizar a fama de "durona" e comentários --inclusive do próprio presidente-- de que chegou a maltratar ex-colegas de governo.

"Me considero preparada para governar o Brasil... conheço o Brasil de ponta a ponta, conheço os problemas", afirmou Dilma, acrescentando que tem experiência administrativa suficiente porque ocupou "o segundo cargo mais importante na hierarquia do governo federal".

"Fui o braço direito e esquerdo dele (Lula) nesse processo de transformar o Brasil num país diferente, num país que cresce e distribui renda e que as pessoas têm, depois de muitos anos, a possibilidade de subir na vida."

Em resposta aos questionamentos sobre seu temperamento, a ex-ministra alegou que se esforçava para o governo alcançar metas.

"Sou uma pessoa firme. Acho que, em relação aos problemas do povo brasileiro, eu não vacilo", acrescentou.

Na defensiva na maior parte da entrevista, Dilma buscou justificar as alianças com antigos adversários do PT e o desempenho do governo Lula na economia e em setores como o de saneamento básico.

Para Dilma, por falta de experiência administrativa anterior, o PT só descobriu, nos últimos anos, que precisava de aliados para governar o país.

Assim, argumentou, a legenda aceitou o apoio de antigos adversários, como os ex-presidentes e atuais senadores José Sarney (PMDB-AP) e Fernando Collor (PTB-AL), além do deputado Jader Barbalho (PMDB-AP).

"Quem nos apoia, aceitando os nossos princípios e as nossas diretrizes de governo, a gente aceita do nosso lado. Não nos termos de quem quer que seja, mas nos termos de um governo que quer levar o Brasil para outro patamar", afirmou.

ECONOMIA

A candidata disse que o crescimento do país é menor do que outras economias emergentes e nações vizinhas por conta da situação que o governo Lula herdou de administrações anteriores.

Segundo ela, o Brasil saiu de um estado de "paralisia, desemprego e estagnação" em que havia perdido a "cultura do investimento" e não tinha a inflação sob controle, e, agora, vive uma situação de "prosperidade".

"Tivemos que fazer um esforço muito grande para colocar as finanças no lugar", destacou.

Assegurando que não trata movimentos sociais a cacetete, mas não aceita ilegalidades, ela também lembrou que o Brasil sofreu menos os efeitos da crise financeira internacional do que outros países.

"Meu projeto é dar continuidade ao governo do presidente Lula, mas não é repetir. É avançar e aprofundar, é basicamente esse olhar social."

INFRAESTRUTURA

Mais tarde, em entrevista ao Jornal das Dez, do canal de televisão a cabo Globo News, Dilma rebateu críticas sobre gargalos de infraestrutura.

Ela culpou a falta de investimentos nos últimos 20 anos, mas reconheceu que as obras nos aeroportos deveriam ocorrer de uma forma mais acelerada.

"Não estou contente também com o ritmo das obras. Acho que elas têm que ser muito mais céleres."

Para resolver o problema, disse, seu governo abriria o capital da Infraero, estatal que administra os aeroportos do país, e criaria um marco regulatório para a participação da iniciativa privada no setor.

"Primeiro se abre o capital, cria-se uma gestão profissional na Infraero."

Trocando palavras em algumas respostas, ela reafirmou sua posição de defesa à indicação política para cargos públicos, desde que respeitados critérios técnicos. A ex-ministra também assegurou que defenderá o meio ambiente.

"Não concordo com conivência com o desmatamento nem leniência e flexibilidade com desmatadores", destacou.

Perguntada se sua política externa manteria relações com países acusados de desrespeitar a democracia e os direitos humanos, como Irã, Cuba e Venezuela, a candidata governista disse que defenderá a paz, o diálogo e a integração da América Latina.

"Acho que tem países em que há problemas em relação a direitos humanos", afirmou, sem citar as nações.

Fonte: Reuters

PRESIDENTE LULA QUER AGILIDADE NAS LICENÇAS AMBIENTAIS

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou nesta terça-feira dos ministros uma proposta de reformulação dos procedimentos internos do governo para agilizar a liberação de licenças ambientais, afirmou o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais).

Segundo o ministro, Lula fez o pedido naquela que deve ser sua penúltima reunião ministerial. Setores do governo e do empresariado culpam a demora na liberação de licenças ambientais pelas dificuldades em acelerar a execução de obras de infraestrutura.

"Até setembro ele quer um conjunto de revisão de procedimentos internos dos órgãos envolvidos para que a gente acelere o processo de licenciamento ambiental", afirmou Padilha a jornalistas após o encontro.

Esta é a vigésima sexta reunião deste tipo e Lula disse que fará mais uma antes de seu governo acabar, em dezembro. Neste ano, é a terceira vez que o presidente reúne toda sua equipe.

De acordo com o ministro de Relações Institucionais, o presidente informou ainda que pretende enviar ao Congresso até o fim do ano propostas de marcos regulatórios para o setor de mineração e os meios de comunicação. Quer também concluir a regulamentação de todos os marcos regulatórios já aprovados e que carecem de regras complementares para entrarem em vigor, como a nova lei de resíduos sólidos.

HORA DA COLHEITA

Lula também exigiu empenho dos ministros nos meses finais do governo. "Ele quer entregar tudo aquilo que ele se comprometeu e plantou... não é hora de inventar novas ações", explicou Padilha.

O presidente destacou a Casa Civil para monitorar o desempenho dos ministérios e informou que também se dedicará pessoalmente à iniciativa.

Ele elencou como prioridades a execução das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e ações nas áreas de educação, inovação tecnológica industrial e agrícola, saúde e o plano de investimentos da Petrobras, disse Padilha.

"Não falta dinheiro para acelerar as obras do PAC."

No front externo, Lula disse aos ministros que pretende trabalhar na presidência temporária do Mercosul para consolidar o bloco.

Além de Lula e do vice-presidente da República, José Alencar, todos os ministérios ou órgãos com esse status tinham representantes na reunião. Apenas o Ministério das Comunicações, a Secretaria de Direitos Humanos, e o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência enviaram os ministros interinos.

Fonte: Reuters

EMPREGO INDUSTRIAL: MAIOR ALTA EM 9 ANOS


O emprego industrial mostrou alta de 4,9% em junho ante mesmo mês do ano passado, quinta taxa consecutiva e a mais elevada desde o início da série histórica, em janeiro de 2001, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, 10, em sua Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (Pimes). Apesar disso, o dado ainda não recuperou o patamar do cenário pré-crise global, iniciada em 2008.

"Se compararmos o nível de ocupação em junho deste ano com o registrado em setembro de 2008, o emprego industrial foi 2,5% inferior, em junho de 2010", ressalta o economista da coordenação de indústria do IBGE, André Macedo. Em junho ante maio, o emprego industrial mostrou avanço de 0,5%.

Outro ponto destacado por Macedo foi o uso de uma base de comparação baixa, referente ao ano de 2009, época em que a indústria sentiu os efeitos mais agudos da crise global. "Temos, é claro, o uso de uma base de comparação baixa, referente ao ano passado; mas se observarmos o índice de média móvel trimestral de junho (usado para mensurar tendências), o emprego industrial tem mostrado trajetória de recuperação desde julho de 2009", comentou.

Na análise do IBGE por setores, Macedo observou que as indústrias que puxaram para cima o emprego industrial em junho estão entre as que mais sofreram com a crise global iniciada em 2008. "Estas indústrias, como as de máquinas e equipamentos, apresentaram recentemente bons desempenhos de produção industrial, e isso se refletiu no emprego", comentou.

São Paulo, que representa em torno de 35% do emprego industrial no País e cerca de 40% do parque industrial brasileiro, foi o local que mais impulsionou os aumentos no pessoal ocupado da indústria em junho, em todas as comparações. "O peso de São Paulo foi muito expressivo em junho, e o bom desempenho do local acabou favorecendo o cenário nacional", disse.

Sobre as perspectivas do emprego industrial para os próximos meses, o economista foi cauteloso e lembrou que o IBGE não faz previsões. "Vamos aguardar os próximos resultados da produção industrial para saber como o mercado de trabalho [na indústria] vai reagir", afirmou.

Fonte: Agência Estado

SERRA NÃO ENTENDE O SOTAQUE DO BRASIL

O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, parece ter dificuldade em entender o que dizem os brasileiros ou inventou uma nova estratégia para evitar responder a perguntas que não o agradam. Em suas viagens pelo Brasil em busca dos votos, o tucano não tem conseguido ouvir ou compreender o que dizem os jornalistas da imprensa local. A alegação? Segundo ele, o problema está no sotaque.

Até agora, Serra teve problemas em Minas Gerais, em Goiás e em Pernambuco. Em meados de julho, quando fez campanha em Goiânia, o candidato tucano se negou a responder a uma repórter local que o questionava sobre suas propostas para o estado. Na ocasião, ele disse não compreender a fala da jornalista. “Temos três problemas: estou longe (da imprensa), não estou te ouvindo direito e não estou entendendo o seu sotaque.”

Em Goiânia, José Serra disse:
Em Goiânia, José Serra disse: "Não estou entendendo seu sotaque"
Antes, em Pernambuco, Serra também já havia tido dificuldades com o sotaque nordestino. Ao ser questionado pelo editor de um jornal regional se o trem-bala, que fará a ligação entre as cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo, “na verdade foi um tiro de festim”, o tucano respondeu. “Dá para repetir? Não entendi, foi muito sotaque daqui.” Serra é crítico do projeto de trem de alta velocidade, que virou bandeira do governo federal neste fim de mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Até mesmo em sua região, a Sudeste, Serra usou do argumento para deixar de responder a uma pergunta. Em viagem a Belo Horizonte, capital do segundo maior colégio eleitoral do Brasil, com 14,5 milhões de votos potenciais, Serra disse o seguinte: “Essa fala mineira de vocês eu não entendo. Eu tenho que prestar atenção”. Na ocasião, o candidato tinha sido questionado sobre uma declaração do presidente Lula, que, em entrevista a uma revista semanal, havia dito que o tucano teve azar de concorrer com ele pela Presidência e agora também lhe falta sorte na disputa com a presidenciável Dilma Rousseff (PT). Meses antes, enquanto ainda disputava com o ex-governador mineiro Aécio Neves a indicação do PSDB para ser candidato ao Palácio do Planalto, Serra chegou a elogiar o mesmo sotaque mineiro de outra repórter.

As diversidades regionais e até na fala individualizada, segundo especialistas, podem, de fato, confundir o ouvinte. A professora associada de letras da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Thais Cristófaro Silva, especialista em fonologia, disse que dependeria de uma análise técnica para dar seu parecer, mas confirmou a tese. “A variação é inerente a toda língua. Em lugares diferentes há pessoas diferentes e jeito de falar diferente. O grau de dificuldade para a pessoa entender o que foi dito depende de vários fatores que podem ir desde problemas fisiológicos ou neurológicos até mesmo ao desconhecimento do sotaque”, afirmou.

Fonte: correio Braziliense
SERRA E MARINA SEGUEM PARA A ESTAGNAÇÃO

A eleição presidencial 2010 está transcorrendo como os velhos conhecidos enredos de novela: lenta e previsível. Claro, há sempre a promessa de mais emoção no próximo capítulo. Mas o desfecho parece inevitável.

As pesquisas mostram Dilma em trajetória ascendente (com exceção da Datafolha, para quem a ex-ministra já atingiu um teto) e Serra e Marina em situação de estagnação. Além disso, no caso do tucano, todos os institutos afirmam que ele não ganha um voto novo sequer desde setembro de 2009.

A explicação é simples. Dilma é a expectativa de continuidade de um governo que, aos oitos anos, bate recordes de aprovação e popularidade. As pesquisas apontam que o eleitor age com racionalidade econômica, depositando seus votos na continuidade de um projeto que combina baixa inflação, expansão do crédito e políticas distributivas.

Dessa forma, criou-se a expectativa de que apenas o desempenho pessoal dos candidatos poderia mudar esse cenário pró-Dilma. Especialmente no que toca a um possível mal desempenho da petista (que começaria a “pedalar em uma bicicleta sem rodinhas”) e performances brilhantes de Serra e Marina.

Entretanto, não foi isso o que aconteceu no primeiro debate presidencial,realizado na semana passada. Apesar das dificuldades com a câmeras de TV e com situações que exigem espontaneidade, Dilma saiu-se relativamente bem, pois seu papel, de maneira geral, limita-se a apresentar indicadores de políticas governamentais.

Além disso, a tarefa da petista é facilitada porqueSerra e Marina ainda não sabem como se portar em relação ao governo Lula.

A estratégia de enfrentamento direto, ensaiada por Índio da Costa nas últimas semanas, foi desacreditada pelos resultados das últimas pesquisas, que permaneceram como estavam ou indicaram o aumento da diferença entre Dilma e Serra, como mostrou o último levantamento CNT/Sensus.

Portanto, Serra continua mais conservador, com críticas focadas nos setores onde o governo Lula possui menos de 50% de aprovação (saúde e segurança). O risco é que a exploração dessas áreas não seja suficiente para alavancar o PSDB.Não há notíciasde candidaturas vitoriosas, no Brasil ou no exterior, que não tenhamcomo base a empolgação das pessoas quanto à expectativa do aumento de renda, consumo e trabalho.

É inevitável deixar de perceber que Serra se parece com aqueles personagens que a história, vez por outra, escolhe para aprontar suas travessuras. Em 2002, ele era a opção de continuidade e as pessoas queriam mudança. Hoje, ele representa a mudança em um cenário que favorece a continuidade.

Por sua vez, Marina não conseguiu se desvincular do PT. Foi Plínio Sampaio que notou que a senadora continua defendendo as políticas do governo Lula como se fossem suas.

Dessa forma, como ela espera estimular as pessoas a mudarem de time?

Deve-se ressaltar também a falta que uma estrutura partidária faz. O PV ainda é uma ficção, que combina o progressista Fernando Gabeira e o conservador Zequinha Sarney na mesma panela. Não há organicidade nem densidade eleitoral. A prova disso é que Marina só tem palanques estaduais em onze unidades da federação, todos lançados pelo próprio PV, com chances reais apenas no Rio de Janeiro (Dilma tem 42 palanques nos estados e Serra 24).

Por tudo isso, mantidas as atuais condições de temperatura e pressão, a novela presidencial parece caminhar para um fim previsível e inexorável. O clima morno favorece o time que está ganhando e caso Serra e Marina não consigam descobrir como mudar o tom, os próximos debates servirão apenas para “cumprir tabela.

Fonte: R7
CRESCE 32,5% O CONSÓRCIO DE AUTOMÓVEIS

A venda de novas cotas de consórcio de automóveis e comerciais leves cresceu 32,5% no primeiro semestre do ano, em relação a igual período de 2009.

As novas cotas somaram 260,2 mil neste ano, contra 196,4 mil no ano passado, segundo dados da Abac (Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios).

No mesmo intervalo, o número de participantes dos consórcio dessa modalidade chegou a 1,02 milhão, contra 889,3 mil em junho de 2009, um crescimento de 14,7%.

Considerando todos os veículos e motos, a venda de novas cotas cresceu 10,8% no semestre, para 858,7 mil. Os participantes passaram de 3 milhões para 3,2 milhões, uma alta de 6,6%.

No caso dos imóveis, a venda de novas cotas de consórcio cresceu 12,2%, para 110,2 mil, de janeiro a junho. Os participantes nessa modalidade somaram 562 mil (alta de 8,7%).

"Diversos fatores contribuíram para esse crescimento como a inexistência de juros, as novas modalidades de utilização do FGTS no consórcio de imóveis, a maior presença das classes C e D, o planejamento do consumidor, seu questionamento sobre a necessidade imediata ou não da aquisição do bem", afirmou Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da Abac.

Somando todas as modalidades, a venda de novas cotas cresceu 10,1% e somou 1,02 milhão. O número de participantes chegou a 3,88 milhões em junho deste ano, uma alta de 6% em relação a igual período de 2009.

Fonte: Folha.com

Apae's (Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais) - repudiam declaração de Serra em debate

A FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE ASSOCIAÇÕES DE SÍNDROME DE DOWN PUBLICOU UMA NOTA NESTA SEGUNDA-FEIRA (9) REPUDIANDO AS DECLARAÇÕES FEITAS PELO CANDIDATO DO PSDB À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, JOSÉ SERRA, CRITICANDO A POLÍTICA DO GOVERNO FEDERAL PARA AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS NO DEBATE DA BAND, NO DIA 5 DE AGOSTO.

Ao questionar a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, no primeiro bloco do debate, Serra afirmou que o governo federal teria perseguido as associações civis que atendem pessoas portadoras de deficiência e que teria tentado impedir que as Apae's funcionassem como escolas.

"Manifestamos a nossa indignação e repudiamos as declarações do senhor José Serra, no debate realizado no dia 5 de agosto de 2010, por contrariar todos os avanços duramente conquistados por entidades, pessoas com deficiência e familiares, ao questionar e instigar contra o direito à educação inclusiva garantido por Lei", diz a nota da federação.

A entidade declara ainda que o governo "vem agindo em conformidade com as legislações e disponibilizando recursos para a equiparação de direitos e igualdade de condições" para educação especial.

Em sua fala no debate da Band, Serra chegou a dizer que a política do governo federal para o setor é uma "maldade". “Sugiro que você (DIlma) diga ao ministro Haddad (Educação) que ele fez uma maldade. Cortaram equipamentos, cortaram tudo para as entidades num governo de que a senhora faz parte”, disse Serra.

O comando da campanha de Serra esperava que a "denúncia" sobre as Apae's fosse gerar uma repercussão negativa para o governo Lula nos noticiários dos dias seguintes ao debate. Mas a estratégia parece ter tido efeito contrário. O noticiário predominante sobre o assunto até o momento é desfavorável ao próprio "acusador" José Serra, já que ficou demonstrado que o candidato tucano fez uma denúncia sem base nos fatos e distorcida.

Pai de menina especial repudia Serra

Em mensagem enviada ao blog do jornalista Luis Nassif, um leitor de nome Carlos França, que se identificou como pai de uma menina portadora da Síndrome de Down, também repudiou as declarações de Serra:

Sendo pai de uma menina especial, portadora da Síndrome de Down, senti asco e nojo do candidato Serra no debate. Esse candidato tentou explorar dúvidas de pais e amigos (quase toda a população) de pessoas especiais de como seria a melhor forma de educar esses cidadãos. A política de inclusão, do governo Lula, das pessoas especiais nas escolas públicas é correta: todos os brasileiros tem o direito à educação fornecida pelo estado. Às APAES não cabe a educação formal mas complementar.

Esse candidato, que espero que suma da vida pública, apenas lançou dúvidas, divulgou preconceitos e maledicências contra a inclusão de pessoas especiais na sociedade. Se antes eu apenas o desprezava, agora eu o combaterei. O meu mais veemente repúdio a esse candidato e à utilização eleitoreira, superficial, de um tema que merece um debate sério. (Por Carlos França)



Ministério da Educação prova que tucano mentiu


Na sexta-feira após o debate, o Ministério da Educação divulgou uma nota em seu site esclarecendo os repasses às associações civis e a política do governo para as pessoas portadoras de deficiência. Veja abaixo:

Governo Lula às entidades e instituições destinou R$ 293 milhões em 2010

O repasse de recursos destinados a melhorar as condições das instituições especializadas em alunos com deficiência aumentou nos últimos anos. O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) passou a contar em dobro as matrículas das pessoas com deficiência que estudam em dois turnos, sendo um na escola regular e outro em instituições de atendimento educacional especializado.

Isso significa que as instituições públicas ou privadas sem fins lucrativos - como as Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apaes) - que oferecem atendimento educacional especializado para alunos matriculados nas classes comuns do ensino regular também recebem recursos do Fundeb. O antigo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental (Fundef) não destinava verba para essas instituições.

Este ano, o valor total repassado por meio do Fundeb ao atendimento educacional especializado em instituições privadas será de R$ 293.241.435,86. Em 2009, foram encaminhados R$ 282.271.920,02. O número de matrículas atuais nessas unidades conveniadas é de 126.895.

Além disso, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) envia recursos às instituições filantrópicas para merenda, livro e aqueles originários do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE). Nos últimos três anos, foram repassados R$ 53.641.014,94, destinados a essas ações.

Hoje, a rede pública contempla 454.927 matrículas de estudantes com deficiência. Mais alunos da educação especial estão em classes comuns do ensino regular em relação a 2003, quando havia 145.141 matrículas. Dados do Censo Escolar da Educação Básica de 2009 já apontam 387.031 estudantes incluídos.

O crescimento na quantidade de estudantes com deficiência que estudam em classes regulares é resultado da política do Ministério da Educação a favor da inclusão. Apoio técnico e financeiro do MEC permite ações como a adequação de prédios escolares para a acessibilidade, a formação continuada de professores da educação especial e a implantação de salas de recursos multifuncionais. Estas salas foram implantadas em 24.301 escolas públicas, de
2005 a 2010, em 83% dos municípios e 41% das escolas com matrícula de alunos que são público alvo da educação especial.


Fonte: dilma13.blogspot.com/

DA SÉRIE OS MAIAS, SERRA E RODRIGO ENTRAM EM CRISE

Depois do embate em torno da escolha do candidato a vice-presidente na chapa de José Serra, PSDB e DEM protagonizam nova crise. Não existem mais pontes entre o presidente do DEM, Rodrigo Maia (RJ), e o candidato tucano. As poucas que um dia chegaram a existir foram todas "dinamitadas". Agora, integrantes do próprio partido tentam atuar como bombeiros. Ontem o presidente do PSDB, Sergio Guerra, se encontrou com Serra e hoje vai a Minas Gerais, onde conversará com o ex-governador Aécio Neves, com quem Maia tem boa relação.
A gota d'água numa relação que sempre foi tumultuada aconteceu na semana passada. Serra cobrou Maia sobre uma declaração que ele havia dado a respeito da candidatura de Fernando Gabeira (PV) no Rio de Janeiro. Diante da falta de empenho, Gabeira disse que, se eleito, se sentia no direito de "dar uma banana" aos aliados. Maia, em seguida, afirmou que a "banana" devia ser para Serra. O tucano ligou para o presidente do DEM e pediu que se retratasse.

Maia não fez retificação e os dois romperam. O presidente do DEM chegou a negar que tivesse feito a declaração. Ele se ressente de nunca ter tido boa entrada com Serra, que sempre o preteriu em favor do prefeito paulistano, Gilberto Kassab, e do ex-presidente da legenda Jorge Bornhausen.

Em defesa dos interesses partidários, Maia deixou expostas as feridas entre sua legenda e os tucanos. Para os moderados do DEM, essas desavenças não devem ser estimuladas e os problemas só deveriam ser debatidos internamente, sem vazamentos à imprensa.

Fonte: Agência Estado
PARA CELSO AMORIM BRASIL ESTÁ MAIOR
Há sete anos, quando se falava na necessidade de mudanças na geografia econômica mundial ou se dizia que o Brasil e outros países já deveriam desempenhar papel mais relevante na OMC ou integrar de modo permanente o Conselho de Segurança da ONU, muitos reagiam com ceticismo.
O mundo e o Brasil têm mudado a uma velocidade acelerada, e algumas supostas “verdades” do passado vão se rendendo à evidências dos fatos. O diferencial de crescimento econômico em relação ao mundo desenvolvido tornou os países em desenvolvimento atores centrais na economia mundial. A maior capacidade de articulação Sul-Sul – na OMC, no FMI, na ONU e em novas coalizões, como o BRIC – eleva a voz de países antes relegados a uma posição secundária. Quanto mais os países em desenvolvimento falam e cooperam entre si, mais são ouvidos pelos ricos.
A recente crise financeira tornou ainda mais patente o fato de que o mundo não pode mais ser governado por um condomínio de poucos. O Brasil tem procurado, de forma desassombrada, desempenhar seu papel neste novo quadro. Completados sete anos e meio do governo do Presidente Lula, a visão que se tem do País no exterior é outra. Já não precisamos ouvir os líderes mundiais e a imprensa internacional para sabermos que o Brasil tem um peso cada vez maior na discussão dos principais temas da agenda internacional, de mudança do clima a comércio, de finanças a paz e segurança. Países como Brasil, China, Índia, África do Sul, Turquia e tantos outros trazem uma maneira nova de olhar os problemas do mundo e contribuem para um novo equilíbrio internacional.
No caso do Brasil, essa mudança de percepção deveu-se, em primeiro lugar, à transformação da realidade econômica, social e política do País. Avanços nos mais variados domínios – do equilíbrio macroeconômico ao resgate da dívida social – tornaram o Brasil mais estável e menos injusto. As qualidades pessoais e o envolvimento direto do presidente Lula com temas internacionais ajudaram a alçar o Brasil à condição de interlocutor indispensável nos principais debates da agenda internacional.
Foi nesse contexto que o Brasil desenvolveu uma política externa abrangente e pró-ativa. Construímos coalizões que foram além das alianças e relações tradicionais, as quais tratamos de manter e aprofundar, como no estabelecimento da Parceria Estratégica com a União Europeia ou do Diálogo de Parceria Global com os Estados Unidos. O crescimento expressivo de nossas exportações para os países em desenvolvimento e a criação de mecanismos de diálogo e concertação, como a Unasul, o G-20 na OMC, o Fórum IBAS (Índia-Brasil-África do Sul) e o grupo BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) refletiram essa orientação de uma política externa universalista e livre de visões acanhadas sobre o que pode e deve ser a atuação externa do Brasil.
A base dessa nova política externa foi o aprofundamento da integração sul-americana. Um dos grandes ativos de que o Brasil dispõe no cenário internacional é a convivência harmoniosa com sua vizinhança. O governo do presidente Lula empenhou-se, desde o primeiro dia, em integrar o continente sul-americano por meio do comércio, da infraestrutura e do diálogo político.
O Acordo Mercosul-Comunidade Andina criou, na prática, uma zona de livre comércio abrangendo toda a América do Sul. A integração física do continente avançou de forma notável, inclusive com a ligação entre o Atlântico e o Pacífico. Nossos esforços para a criação de uma comunidade sul-americana (CASA) resultaram na fundação de uma nova entidade – a União das Nações Sul-Americanas (Unasul). Sobre as bases de uma América do Sul mais integrada, o Brasil ajudou a estabelecer mecanismos de diálogo e cooperação com países de outras regiões, fundados na percepção de que a realidade internacional já não comporta a marginalização do mundo em desenvolvimento.
A formação do G-20 da OMC, na Reunião Ministerial de Cancún, em 2003, marcou a maioridade dos países do Sul, mudando de forma definitiva o padrão decisório nas negociações comerciais. O IBAS respondeu aos anseios de concertação entre três grandes democracias multi-étnicas e multiculturais, que têm muito a dizer ao mundo em termos de afirmação da tolerância e de conciliação entre desenvolvimento e democracia.
Além da concertação política e da cooperação entre os três países, o IBAS tornou-se um modelo em projetos em favor dos países mais pobres, demonstrando, na prática, que a solidariedade não é um apanágio dos ricos. Também lançamos as cúpulas dos países sul-americanos com os países africanos (ASA) e com os países árabes (ASPA). Construímos pontes e políticas entre regiões que vivem distantes umas das outras, em que pesem as complementaridades naturais. Essa aproximação política resultou em notáveis avanços nas relações econômicas. O comércio do Brasil com países árabes quadruplicou em sete anos. Com a África, foi multiplicado por cinco e chegou a mais de US$ 26 bilhões, cifra superior à do intercâmbio com parceiros tradicionais como a Alemanha e o Japão.
Essas novas coalizões estão ajudando a mudar o mundo. No campo econômico, a substituição do G-7 pelo G-20 como principal instância de deliberação sobre os rumos da produção e das finanças internacionais é o reconhecimento de que as decisões sobre a economia mundial careciam de legitimidade e eficácia sem a participação dos países emergentes. Também no campo da segurança internacional, quando o Brasil e a Turquia convenceram o Irã a assumir os compromissos previstos na Declaração de Teerã demonstraram que novas visões e formas de agir são necessárias para lidar com temas antes tratados exclusivamente pelos atuais membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU.
Apesar dos ciúmes e resistências iniciais a uma iniciativa que nasceu fora do clube fechado das potências nucleares, estamos seguros de que a direção do diálogo ali apontada servirá de base para as negociações futuras e para a eventual solução da questão. Uma boa política externa exige prudência. Mas exige também ousadia. Não pode fundar-se na timidez ou no complexo de inferioridade. É comum ouvirmos que os países devem atuar de acordo com seus meios, o que é quase uma obviedade. Mas o maior erro é subestimá-los.
Ao longo desses quase oito anos, o Brasil atuou com desassombro e mudou seu lugar no mundo. O Brasil é visto hoje, mesmo pelos críticos eventuais, como um país ao qual cabem responsabilidades crescentes e um papel cada vez mais central nas decisões que afetam os destinos do planeta.
Fonte:O Estado