terça-feira, 31 de agosto de 2010

MAIS BRASILEIROS QUEREM TER O PRÓPRIO NEGÓCIO, APONTA PESQUISA


Na década de 90, muitos pais ficavam chocados quando o filho recém-formado anunciava que iria abrir um negócio. Carteira assinada e carreira sólida em grandes empresas pareciam opções mais viáveis. Mas essa percepção mudou e agora até o mundo acadêmico resolveu ajudar futuros empreendedores a se livrarem da imagem de gênios incompreendidos.

Universidades têm apostado cada vez mais em núcleos de empreendedorismo e incubadoras. Para analistas, isso ainda não é o suficiente, mas já reforça a visão de que é preciso aprender na faculdade o caminho para se dar bem como empresário. Até porque uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade mostrou que em 2009 mais da metade dos 33 milhões de brasileiros que têm algum tipo de empreendimento 52,5% eram jovens de menos de 34 anos.

Pierre Mantovani, empresário que vendeu sua agência no auge: 'Não fiquei esperando. Escolhi para quem queríamos ser vendidos' Foto: Tiago Queiroz/AE

Foram alunos da ESPM com esse perfil que influenciaram a direção a criar o Núcleo de Empreendedorismo. Uma pesquisa recente mostrou que 80% dos estudantes querem abrir uma empresa há dez anos esse número era de apenas 20%. 'O foco na carreira do aluno agora deve contemplar também a criação de sua empresa', afirma o professor de Administração José Eduardo Amato Balian, que integra o núcleo.

Na FGV, a estratégia é semelhante. O coordenador-adjunto do Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da instituição, Marcelo Marinho Aidar, afirma que é clara a mudança de percepção sobre a importância de o País incentivar seus jovens empresários. 'Uns 25 anos atrás, como era visto um profissional que ia abrir um negócio e tinha um diploma? Era um cara fracassado, porque os pais esperavam que fizesse carreira em uma empresa.'

Impulso

Foi esse estímulo durante a faculdade que ajudou a empresa de Giovani Amianti, de 28 anos, a prosperar. Em 2004, quando estava no último ano de Engenharia Mecatrônica na USP, ele e dois colegas criaram uma empresa de robótica para fabricar aviões de monitoramento não-tripulados.

A ideia só saiu do papel graças ao incentivo de um professor e ao apoio do Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec). Considerado o maior centro incubador do País, o Cietec fica na Cidade Universitária, mas é financiado pelo Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae). Segundo seu diretor, José Carlos de Lucena, o centro é muito procurado tanto por estudantes como por empresas que usam os serviços da incubadora para montar um braço tecnológico.

Para Amianti, que já está no doutorado na Poli-USP, o papel do Cietec foi fundamental especialmente no início das atividades da XMobots, que acabou de fechar um contrato para fotografar a Amazônia durante um ano e meio, por R$ 400 mil. 'A gente agora entrega o projeto todo, não apenas o produto, porque é uma tecnologia cara. Um avião de monitoramento custa US$ 500 mil', conta.

Segundo o empresário e pesquisador Newton Campos, que acabou de defender doutorado na FGV sobre empreendedorismo, exemplos como o de Amianti estão deixando de ser exceção no Brasil, apesar dos entraves burocráticos e da falta de incentivo do governo. 'Hoje, tem muito mais gente com a cabeça empreendedora aqui.'

Campos acompanhou por cinco anos, no estudo O Contexto Social do Empreendedorismo no Brasil e na Espanha, a carreira dos finalistas do prêmio para empreendedores da Ernst & Young. Para ele, o brasileiro é mais passional que o anglo-saxão e não dá tanta importância à faculdade. 'Só dois empresários que eu entrevistei tinham doutorado. De longe, eram as empresas mais organizadas.'

Fonte: Estadão

NOVO SALÁRIO MÍNIMO SERÁ DE  R$ 538,15

Os ministros do Planejamento, Paulo Bernardo, e de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, entregaram nesta terça-feira, 31, ao presidente do Congresso, senador José Sarney (PMDB-AP), o projeto de Lei Orçamentária para 2011, que contempla os recursos que nortearão o primeiro ano de mandato do futuro presidente da República. O texto mantém a regra de reajuste do salário mínimo aplicada nos anos anteriores e fixa o valor da remuneração em R$ 538,15, segundo Bernardo.

A projeção do governo é de que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça 5,5% no próximo ano. Se a projeção do PIB for confirmada, ao final em 2011, ele resultará em um total de R$ 3,892 trilhões.

O reajuste do salário mínimo leva em conta o crescimento real do PIB de dois anos anteriores mais a inflação. Como o PIB de 2009 ficou negativo em 0,2%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), senador Tião Viana (PT-AC), queria propor a correção pela média de crescimento do PIB de 2008 e 2009, o que elevaria o valor para R$ 550. No entanto, o governo vetou a iniciativa.

Adiantando-se às críticas das centrais sindicais, que ainda vão pressionar o governo para elevar esse valor, Paulo Bernardo disse que o reajuste será compensado em 2012, porque o crescimento do PIB estimado para 2010 é de 7%.

Outra novidade é que a meta de superávit primário (economia para o pagamento dos juros da dívida pública) de todo o setor público será inferior aos 3,3% do PIB inicialmente previstos. Isso porque a LDO fixou a meta em valor nominal, equivalente a R$ 125,5 bilhões. Mas, diante do crescimento da economia, esse valor já corresponde a 3,22% do PIB.

Fonte: Estadão

O CERRADO ARDE EM CHAMAS


A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, divulgou nesta terça-feira, 31, dados que indicam que os incêndios no País estão concentrados no bioma Cerrado. Mais de 67% do total de focos localizados estão em áreas privadas e acontecem porque fazendeiros e índios usam o fogo como manejo e perdem o controle das queimadas provocadas. De acordo com o levantamento, 13% dos focos estão em áreas indígenas, 8% em assentamentos da reforma agrária e 7% em unidades de conservação. No Parque das Emas, 90% da cobertura vegetal já foi consumido pelo fogo que, segundo o ministério, começou em seu entorno. Os 10 km em volta do parque são ocupados pelo plantio da soja, de onde teria partido a frente de fogo. Entre os dias 13 e 14 de agosto, o vento espalhou as chamas pelo parque em menos de 48 horas e, de acordo com o governo, só agora a situação está sob controle. De acordo com a ministra, houve destruição de mais 90% dos 132 mil hectares da área protegida do Centro-Oeste.

O Ibama e o Instituto Chico Mendes fizeram, também, um levantamento das ações do governo no combate ao fogo. Foram consumidos R$ 30 milhões nas operações, que envolvem mais de cinco mil homens, oito aviões, sete helicópteros e pelo menos 90 viaturas, trabalhando em todos os turnos e em todas as 109 áreas críticas.

Foi anunciada, ainda, a liberação de mais R$ 20 milhões para dar continuidade às operações, que devem se estender até meados de setembro, quando as chuvas voltam à região.

Os quase 260 mil focos de calor registrados pelos satélites utilizados pelo Inpe para o monitoramento não correspondem ao número de incêndios, que pode ser bem menor, de acordo com nota do ministério.

Fonte: Agência Estado