terça-feira, 16 de novembro de 2010

KASSAB E A CRÔNICA DE UMA FUGA ANUNCIADA


Liderança graúda do DEM, o prefeito paulistano Gilberto Kassab parece mesmo decidido a levar a oposição à xepa. Age no atacado e no varejo.

No atacado, Kassab tentou trocar o hardware oposicionista do DEM por circuitos que rodassem o programa governista do PMDB.

No varejo, Kassab fala mal de companheiros de partido e acomoda na banca que montou na feira partidária um 'Plano B'.

Há três dias, o prefeito teve um diálogo privado com o tucano Márcio Fortes (RJ), candidato derrotado a vice-governador do Rio, na chapa de Fernando Gabeira.

Kassab disse a Fortes que cogita trocar o DEM pelo protolulista PSB. Contou que trataria do tema com o padrinho José Serra, a quem deve o cargo de prefeito.

Até então, sabia-se que o prefeito considerava a hipótese de se mudar para o PMDB do vice-presidente eleito Michel Temer.

Explicou a novidade do PSB de maneira singela: a legenda presidida pelo governador pernambucano Eduardo Campos carece de lideranças no Sudeste e no Sul.

Ou seja: no PMDB, Kassab seria “mais um”. No PSB, ocuparia o posto de principal liderança no pedaço de baixo do mapa do Brasil.

Tomado pelo que diz nos subterrâneos, Kassab tornou-se um político capaz de tudo, menos de fazer oposição à gestão de Dilma Rousseff.

Tentou empinar a fusão do DEM com o PMDB. Encontrou resistências. Na quinta-feira (11) da semana passada, fustigou os opositores pelas costas.

Deu-se num almoço que o prefeito ofereceu, em sua casa, a expoentes do DEM. Presente, Jorge Bornhausen ponderou:

Se o DEM fosse à fusão como se encontra hoje, dividido e desorganizado, seria engolido pelo PMDB. E muitos tomariam outro rumo.

A certa altura, foi à mesa o nome de Rodrigo Maia, presidente do DEM. E Kassab: “Esse rapaz esteve comigo no sábado passado e disse que era a favor da fusão...”

“...Só não queria negociar com o Eduardo Paes [prefeito do Rio], mas com o [Sérgio] Cabral [governador do Rio]”.

Em privado, Rodrigo diz aos amigos que Kassab mente. Estiveram juntos no domingo anterior, não no sábado.

Rodrigo discorreu sobre as dificuldades que a fusão com o PMDB imporia ao DEM do Rio. Eduardo Paes é inimigo de seu pai, o ex-prefeito Cesar Maia.

Com Sérgio Cabral, o diálogo seria possível, mas para eventuais coligações futuras, não para a fusão.

No repasto de quinta, Kassab também mastigou ACM Neto (DEM-BA). Disse que o deputado também quer a fusão, só que com o PSDB.

Sob reserva, ACM Neto também desdiz Kassab. Não almeja a fusão. Apenas dissera que, havendo a fusão com o PMDB, não lhe restaria senão migrar para o PSDB.

Dois dias depois de morder os companheiros de partido na sala de refeições, Kassab abriu as portas de sua casa para Rodrigo Maia.

Em conversa que contou com a presença de Jorge Bornhausen, viu-se compelido a aceitar a ideia de divulgar uma nota negando a tese da fusão.

Na sequência, pôs-se a empinar a tese da renovação da direção partidária. Passou a impressão de que iria à presidência do DEM, desalojando Rodrigo da cadeira.

Simultaneamente, esboça o Plano B. Em meio ao flerte com o PMDB, levou ao baralho, na conversa com Márcio Fortes, a carta do PSB.

Qualquer ‘B’ lhe serve, desde que abra uma brecha até Dilma e o tonifique para a queda de braço que deseja travar com o tucano Geraldo Alckmin em 2014.


Fonte: Blog do Josias

GOVERNO DE DILMA ROUSSEFF JÁ ESTUDA AUMENTO DO BOLSA FAMÍLIA ACIMA DA INFLAÇÃO

A equipe de transição da presidente eleita, Dilma Rousseff, avalia a concessão de um reajuste acima da inflação para os benefícios do Bolsa-Família. De acordo com análise feita no governo, a reposição de pouco mais de 9% da inflação acumulada pelo INPC desde o último reajuste não seria suficiente para começar a tirar do papel a promessa de erradicar a pobreza extrema no País, feita durante a campanha ao Planalto.

Em maio de 2009, quando ocorreu reajuste do Bolsa-Família, o benefício passou a variar de R$ 22 a R$ 200, dependendo do grau de pobreza e da quantidade de filhos da família. Neste ano, o valor ficou congelado, por causa da eleição. O projeto de lei do Orçamento da União enviado ao Congresso pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva tampouco prevê reajuste. A decisão ficará para a presidente eleita. Os gastos anuais do programa estão estimados em R$ 13,4 bilhões.

Hoje, o País tem 8,9 milhões de miseráveis, depois da queda de 12% para 4,8% do porcentual da pobreza extrema observada entre 2003 e 2008. Esses são dados usados pelo Ministério do Desenvolvimento Social, responsável pelo Bolsa- Família. O número de pobres varia porque não existe uma linha de pobreza única no Brasil.

Nordeste. Grande parte dos extremamente pobres já integra o Bolsa-Família. Eles correspondem a 85% da clientela do programa. Mas o benefício pago não é suficiente para fazer com que todas essas famílias superem a condição de pobreza mais aguda, com renda mensal de até R$ 70 por pessoa da família.

Levantamento do Ministério do Desenvolvimento Social mostra que a renda per capita média dos beneficiários do programa atingiu R$ 65,29 no Nordeste, depois do pagamento. O Nordeste concentra mais da metade dos beneficiários do programa de transferência de renda do governo (50,5%), que hoje atende a 12,7 milhões de famílias no País.

No Norte, a renda média dos beneficiários do programa também não alcança R$ 70, valor que serve de fronteira para os extremamente pobres, segundo os critérios usados atualmente pelo Bolsa-Família.

De acordo com análise do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) a pobreza extrema persiste no Brasil por dois motivos, combinados. Primeiro, o valor do benefício pago pelo Bolsa-Família é baixo para superação da pobreza, embora represente melhoria significativa na situação das famílias atendidas. Outro fator é que nem todos os pobres do País são atendidos pelo programa. 'Basicamente, há duas coisas a serem feitas: acabar com os problemas de cobertura do programa e aumentar o valor do benefício', resumiu Sergei Soares, pesquisador do Ipea.

Cenário. 'O que está em jogo não é apenas o impacto financeiro do reajuste, é preciso eliminar a pobreza extrema', disse ao Estado a ministra Márcia Lopes (Desenvolvimento Social), que trabalha 'cenários' para a concessão do próximo reajuste.

Segundo a ministra, a nova etapa do Bolsa-Família vai depender também dos resultados do censo, esperados para dezembro. Neles, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) fará um retrato mais fiel da pobreza do País.

Márcia Lopes disse que a presidente eleita já encomendou solução para famílias que estão fora do programa apesar da baixa renda. A ministra citou como exemplo 750 mil famílias com renda per capita entre R$ 70 e R$ 140 e que não recebem o benefício por não terem filhos em idade escolar.

O Bolsa-Família concede um benefício básico de R$ 68 para famílias com renda per capita até R$ 70 e um extra de R$ 22 por filho entre 6 e 15 anos, até um limite de três filhos, e mais R$ 33 por jovem entre 15 e 17 anos, até o limite de dois.

Fonte: Estadão


REPÓRTER PRECONCEITUOSO DA GLOBO DE SANTA CATARINA É CONTRA A ASCENSÃO SOCIAL DOS POBRES

SIMPLESMENTE INACREDITÁVEL! ELE CHAMA A NOVA CLASSE MÉDIA DE MISERÁVEL