quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

DIVÓRCIOS AUMENTARAM 109% EM SÃO PAULO EM 2010

Os cartórios de notas do estado de São Paulo realizaram, no ano passado, 9.317 divórcios, um aumento de 109% sobre 2009, quando ocorreram 4.459 separações. O levantamento foi feito pelo Colégio Notarial do Brasil - Seção São Paulo (CNB-SP), entidade que representa o setor no estado.

Por meio de nota, a entidade atribuiu esse crescimento expressivo à maior facilidade que os casais passaram a ter com a publicação, em julho do ano passado, da Emenda Constitucional 66, que extinguiu os prazos de oficialização. Antes, os casais só podiam romper o vínculo do casamento civil após um ano de separação formal ou dois vivendo em casas separadas.

Ainda segundo o comunicado, os divórcios em cartórios começaram em 2007 após a autorização obtida com a Lei 11.441. Naquele ano, ocorreram 4.080 formalizações sem a necessidade de ingresso no Poder Judiciário 'porque foram resolvidos consensualmente em cartório perante um tabelião de notas'. Esse número subiu para 4.394 no ano seguinte.

O CNB-SP esclarece que, com a lei, 'a população não precisa mais recorrer ao Poder Judiciário para realizar divórcios, separações e inventários consensuais, desde que não haja filhos menores ou incapazes envolvidos'. Em alguns casos de menor complexidade, a documentação pode sair no mesmo dia em que o interessado deu entrada nos papéis.

Para conseguir o divórcio em um cartório, no entanto, o casal tem de estar em comum acordo, não ter filhos ou menores sob a sua responsabilidade. Na escritura pública lavrada pelo tabelião, o casal deverá estipular as questões relativas à partilha dos bens (se houver), ao pagamento ou dispensa de pensão alimentícia e à definição quanto ao uso do nome se um dos cônjuges tiver adotado o sobrenome do outro.

Fonte: Estadão

GOVERNO EGÍPCIO AUMENTA A REPRESSÃO

No décimo dia de tumultos, o governo do Egito aumentou a repressão com a prisão de jornalistas e de ativistas, enquanto oferecia concessões à oposição em meio ao crescimento da frustração populacional com a crise econômica e as cenas de caos nas ruas.

No segundo dia consecutivo de choques com opositores do presidente egípcio, Hosni Mubarak, gangues, delinquentes e partidários do líder egípcio atacaram repórteres, estrangeiros e equipes de direitos humanos enquanto o Exército protegia a imprensa estrangeira. Nos EUA, o porta-voz do Departamento de Estado, P.J. Crowley, condenou o que classificou de "uma campanha orquestrada para intimidar jornalistas internacionais no Cairo".


As ações de violência dos governistas ocorreram enquanto o governo atuava para ganhar tempo, fazendo apelos por paciência e anunciando que aceitava demandas feitas durante os dez dias de protestos. Desde terça-feira, quando Mubarak anunciou que só deixará o poder após as eleições de setembro, aumentaram as pressões internacionais para que a transição de poder comece imediatamente.

Mas, ao mesmo tempo em que reafirmava sua suposta disposição para negociar com os partidos de oposição, o governo em entrevistas e declarações cada vez mais passou uma imagem de que os estrangeiros estavam instigando os tumultos e apoiando as dezenas de milhares na rua que demandam a imediata renúncia de Mubarak, ditador que governa o país há 30 anos.

As sugestões fazem parte de uma campanha da mídia estatal que retratou os manifestantes como arruaceiros e ignorou a abrangência de um levante que cativou o mundo árabe.

"Quando há manifestações desse tamanho, há estrangeiros que vêm para tirar proveito e têm uma agenda para aumentar a energia dos manifestantes", disse o vice-presidente egípcio, Omar Suleiman, em uma entrevista para a TV estatal.

Em meio aos tumultos das ruas, Mubarak disse à ABC News que estava "cheio" de ser presidente, mas que não poderia renunciar pelo risco de o caos aumentar.

Confrontado com a resistência do protesto opositor na praça Tahrir, o governo tentou atenuar a repressão com mais concessões. Em uma longa entrevista, o vice-presidente do país, Omar Suleiman, anunciou que o filho de Hosni Mubarak, Gamal, não concorrerá à presidência nas eleições de setembro - uma das principais exigências dos opositores. Mais tarde, Suleimanpediu diálogo com a Irmandade Muçulmana, o principal movimento oposicionista egípcio.

A estratégia do governo parece ter o objetivo de virar a opinião do país contra os manifestantes e de fazer eles próprias perderem o entusiasmo com o movimento. Nesta quinta-feira, muitos dos oposicionistas pareciam exaustos com os dois dias de confrontos consecutivos.

Ataques contra jornalistas

Durante o dia, multidões pró-governo bateram em jornalistas com paus nas ruas do lado de fora da praça Tahrir, que desde o início dos protestos, em 25 de janeiro, virou símbolo dos manifestantes antigoverno.

Houve relatos de que dezenas de jornalistas, incluindo alguns do Washington Post e New York Times, estavam sendo detidos por forças de segurança. Um jornalista grego de uma publicação impressa foi esfaqueado na perna, e um fotógrafo foi atingido no rosto por agressores que destruíram parte de seu equipamento. As redes de TV árabes Al-Arabiya pediram uma escolta do Exército para proteger seus escritórios e jornalistas, e a Al-Jazeera relatou que dois de seus correspondentes foram atacados.

Ativistas de direitos humanos também foram alvo. A polícia militar invadiu os escritórios de grupos de direitos egípcios enquanto os ativistas se reuniam e prenderam ao menos cinco, incluindo um da Anistia Internacional e outro da Human Rights Watch.

Dois tanques do Exército egípcio transportaram nesta quinta-feira 30 jornalistas estrangeiros que estavam hospedados no hotel Ramsés Hilton, muito perto da praça Tahrir, para o Marriott, na ilha de Zamalek, mais afastado dos conflitos. O hotel foi rodeado durante horas por partidários de Mubarak.

Fonte: IG

MINISTRO ANTONIO PATRIOTA FARÁ SUA PRIMEIRA VISITA OFICIAL A COLÔMBIA

O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, realizará na sexta-feira sua primeira visita oficial à Colômbia desde que assumiu o cargo para participar de uma reunião com a colega María Ángela Holguín.

Segundo uma nota oficial divulgada, Patriota e Holguín "analisarão a agenda de cooperação e de diálogo político bilateral, assim como abordarão assuntos de interesse regional, com ênfase nas iniciativas para fortalecer a União das Nações Sul-Americanas (Unasul)".

Além disso, estarão na agenda temas relacionados ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, no qual ambos países ocupam atualmente um lugar em qualidade de membros não-permanentes.

Outro assunto que será tratado pelos ministros se refere à troca comercial entre as duas nações, que em 2010 somou US$ 3,2 bilhões, com um aumento de 89,8% em relação a 2009.

Segundo dados citados no comunicado da Chancelaria, as exportações brasileiras para a Colômbia chegaram em 2010 a US$ 2,1 bilhões, enquanto as do país andino para o Brasil superaram pela primeira vez US$ 1 bilhão.

Fonte: Estadão

CIENTISTAS FABRICAM VEIAS EM LABORATÓRIO

Pesquisadores norte-americanos conseguiram "fabricar" veias em laboratório que estão disponíveis imediatamente para cirurgia e têm menor incidência de infecção, obstrução e coagulação. A pesquisa, descrita na edição desta quinta-feira, 3, da revista Science Translational Medicine, promete avanços para cirurgias como a Ponte de Safena e para o acesso vascular na hemodiálise.

Segundo os pesquisadores, a habilidade de gerar diversos vasos sanguíneos de uma só vez também vai diminuir os custos, além de aumentar a rapidez com que eles chegam aos pacientes, pois um número relativamente alto de veias será produzido em um banco de células.

A cirurgia de ponte de safena tem como procedimento padrão retirar uma veia do próprio paciente, normalmente da perna, para ser usada como uma "ponte" de desvio do sangue da aorta para as artérias coronárias.

Como essa técnica de bioengenharia serve tanto para vasos de pequeno quanto de grande diâmetro, ele oferece esperança de sobrevida para os pacientes que precisam passar por essa cirurgia, mas não têm veias ou artérias adequadas e também não são candidatos às veias sintéticas devido ao tamanho necessário para o enxerte.

Além disso, retirar uma veia da perna do paciente pode levar a complicações futuras, afirmam os pesquisadores. Portanto aperfeiçoar a técnica pode eliminar a necessidade de utilizar o vaso sanguíneo do próprio paciente - procedimento padrão atual.
No caso da hemodiálise, mais da metade dos pacientes não têm as veias saudáveis necessárias para passar pelo tratamento intravenoso e precisam usar catéteres. A possibilidade de substituição das veias de acesso comprometidas diminuiriam a propensão a complicações como infecções e tromboses.

Essa semana pesquisadores da Universidade de Pittsburgh também anunciaram avanços no cultivo de artérias mais elásticas em laboratório. Os testes, realizados com veias de babuínos, conseguiram artérias mais ricas em proteínas responsáveis pela elasticidade dos tecidos. A pesquisa foi descrita na Proceedings of the National Academy of Sciences.

Fonte: Estadão

RATO VIRA PRAGA NO PERU

Um roedor comedor de peixes que vinha sendo tido como um dos mamíferos mais raros do mundo passou a se multiplicar por causa da profusão de fazendas criadoras de peixes no interior do Peru, e passou a se tornar uma praga, segundo um estudo.

O roedor Ichthyomys stolzmanni conhecido como "ratazana pescadora" ou "comedor de peixes de Stolzmann" já esteve à beira da extinção. No entanto, o estudo, publicado naMammalian Biology, revela que a população do animal cresceu e passou a se tornar um problema para moradores da região que habita. A súbita abundância de peixes teria facilitado a alimentação destes animais, que agora já são considerados como pragas pelos funcionários de fazendas de trutas, ao lado de papagaios, pombos e outros roedores.

Raro 

O I. stolzmanni, que mede cerca de 20 centímetros da cabeça até a cauda, foi descoberto em 1893, a mais de 900 metros de altitude em Chanchamayo, floresta tropical na região central do Peru. Sete deles foram avistados na ocasião.

Mais tarde, em 1920, outros seis espécimes foram registrados no Equador, em uma região de altitude semelhante. Depois disso, só houve registro de avistamento do animal quando os biólogos peruanos Victor Pacheco e Joaquin Ugarte Nuñez, do Museu de História Natural de Lima, deram início ao estudo.

Eles conseguiram capturar quatro roedores na região de Ayacucho, no Peru, mais de 300 quilômetros ao sul de onde eles haviam sido originalmente descobertos, e em uma altitude mais alta - cerca de 3 mil metros.

Reclamações da população local, de donos de terras e de homens que trabalham nas fazendas criadoras de peixes do rio Vinchos, em Ayacucho, também indicaram que o roedor está mais presente do que o que se pensava. "É uma surpresa descobrir que o que você achava que era uma espécie rara já não é mais", disse Victor Pacheco à BBC.

Transtorno 

O aumento do número de I. stolzmanni no Peru surpreendeu os cientistas. Na pesquisa, eles chegam a dizer que o animal se tornou um "transtorno".

A população do local disse a Pacheco e Ugarte Nuñez que frequentemente veem os roedores correndo pela cidade de Vinchos, e que as aparições aumentaram desde os anos 1970, quando cresceu o número de fazendas de truta na região. Eles disseram ainda que o roedor pescador geralmente come filhotes de truta nas fazendas e reduzem a produtividade dos criadores.

Os trabalhadores tentam capturar os animais com redes de pesca ou golpeá-los com bastões, geralmente sem sucesso. Muito rápidos, eles fogem nadando. O estudo diz que a população local realizou queimadas nos gramados próximos ao rio Vinchos, na tentativa de destruir o habitat dos animais.

Adaptação

O número de roedores aumentou na região de Ayacucho, no Peru. No entanto, os cientistas não acreditam que a explosão no número de roedores pescadores foi repentina.

"É por causa do aumento das fazendas de truta que eles estão mais presentes, mas eu não acho que (os números) estão aumentando rapidamente", afirmou Pacheco. "Mas me surpreende a facilidade com a qual eles estão se adaptando às mudanças feitas pelo homem no meio ambiente."

Ele diz que poucos espécimes dos roedores foram encontrados antes porque eles são difíceis de capturar ou porque os pesquisadores anteriores estavam procurando nos lugares errados.

Mas os pesquisadores alertam para o fato de que, mesmo com o aumento da população I. stolzmanni, é preciso que novos estudos determinem se espécie continua a correr riscos.

Eles dizem que pouco se sabe ainda sobre estes roedores e, assim como outras espécies aquáticas, os animais pode ser ameaçados pelo desmatamento e pela contaminação dos rios em que vivem.

Fonte: BBC Brasil

PRESIDINDO O SENADO MARTA CORTA O MICROFONE DE SUPLICY

Eleita primeira vice-presidente do Senado, Marta Suplicy (PT-SP) fez sua estreia nesta quinta-feira no comando de uma sessão plenária da Casa.

A petista adotou postura rigorosa para controlar o tempo destinado a cada senador durante seus discursos, incluindo do ex-marido Eduardo Suplicy (PT-SP).

Enquanto Suplicy discursava, Marta o alertou por três vezes sobre a necessidade de encerrar o pronunciamento.

Em uma delas, o microfone do petista acabou cortado, mas a senadora permitiu que ele concluísse o discurso.

"O último minuto, senador, porque já foi prorrogado várias vezes. Agora, vamos para mais 1 minuto e encerramos", disse a petista.

Marta também endureceu o jogo para outros parlamentares, como José Agripino (DEM-RN). "Só mais um minuto, senador, para encerrar", disse.

Como Marta acabou concedendo tempo extra para Suplicy e para senador Inácio Arruda (PC do B-CE), Demóstenes Torres (DEM-GO) protestou contra a postura da petista.

"Quando se abre exceção para um senador, creio que seja de bom alvitre dar o mesmo tempo para os demais", disse.

O presidente José Sarney (PMDB-AP) começou a presidir a sessão, mas se retirou do plenário para permitir que Marta ficasse pela primeira vez no comando da Casa depois de eleita.

"Tenho a honra de transmitir a presidência desta sessão e da Casa para a senadora Marta Suplicy, senhora primeira vice-presidente", disse o peemedebista.

Sem experiência na função, Marta recorreu inúmeras vezes aos assessores da Mesa Diretora para tomar decisões durante a sessão --que durou mais de duas horas.

Pacientemente, a senadora ouviu seguidos discursos dos colegas, que se revezaram na tribuna para falar de diversos temas do cenário nacional.

Fonte: Folha

BRASIL-CHINA E UMA RELAÇÃO DESIGUAL

Pelo menos uma vez por semana desde sua posse, a presidente Dilma Rousseff recebe assessores para tentar lidar com um problema aparentemente intratável: a China.

Poucos meses atrás, Brasil e China pareciam fadados a formar uma das alianças definidoras deste início de século - duas economias emergentes com rápido crescimento, posicionando-se lado a lado em questões globais como negociações comerciais, e buscando sempre novas oportunidades de negócios conjuntos.

Mas não é assim que tem funcionado.

A reunião semanal comandada por Dilma é apenas um sinal de como ela está colocando o Brasil em uma posição de maior confronto frente a Pequim, na tentativa de resolver uma relação que ela considera cada vez mais desequilibrada e divergente.

Oficialmente, o tema dessas reuniões é a busca por uma maior "competitividade" do Brasil no comércio global, mas elas inevitavelmente se transformam em debates estratégicos sobre como conter a enxurrada de importações de produtos chineses, que quintuplicaram desde 2005, com resultados desastrosos para a indústria brasileira.

"É basicamente uma reunião sobre a China", disse um funcionário de alto escalão que costuma participar delas. "As relações entre os dois países não são hostis, mas vamos tomar medidas para nos proteger... e promover uma relação mais igualitária."

Em curto prazo, segundo fontes de alto escalão do governo, isso significa mais tarifas dirigidas para produtos industrializados procedentes da China, uma fiscalização mais rígida nas alfândegas, e também mais processos antidumping.

Também é possível que sejam adotadas novas regras para mineradoras estrangeiras, dizem as autoridades, refletindo os temores de que a China desejaria consolidar seu controle sobre as riquezas minerais brasileiras, sem oferecer em contrapartida acesso suficiente ao seu próprio mercado. 

Rompendo com a posição de seu antecessor Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma deve aderir ao coro global pela valorização do iuan quando visitar o país asiático em abril. Ela também deve pleitear maior acesso ao mercado chinês para empresas como a Embraer, segundo autoridades.

Embora Brasil e China devam preservar relações amistosas e continuar ampliando o comércio bilateral, a guinada no governo Dilma pode afetar diversos aspectos, como o vínculo com os EUA e o futuro das chamadas relações "sul-sul", entre países emergentes.

"É surpreendente que a relação esteja mudando tão rapidamente", disse Maurício Cárdenas, diretor do programa latino-americano da entidade Brookings Institution, de Washington.

"O Brasil está claramente buscando grandes mudanças... Isso pode ter consequências para toda a América Latina, já que muitos outros países, experimentando os mesmos problemas (com a China), seguem o exemplo do Brasil", afirmou.

SUPERÁVIT RELATIVIZADO

Redefinir a relação com a China é algo mais fácil na retórica do que na prática. Assim como os EUA sofreram para se equilibrar entre a pressão por um iuan mais valorizado e o desejo de importar produtos baratos e receber financiamento da China, o Brasil também precisa rever o emaranhado de dependência que se criou rapidamente na última década.

O comércio bilateral disparou de pouco mais de 2 bilhões de dólares em 2000 para 56,2 bilhões de dólares em 2010. A China superou os EUA como maior parceiro comercial do Brasil, e no ano passado foi também a principal origem individual de investimentos estrangeiros diretos, com cerca de 17 bilhões de dólares.

O robusto crescimento comercial ajudou a economia brasileira a alcançar no ano passado o seu crescimento mais expressivo em duas décadas. E significa também que eventuais esforços do governo Dilma para aprovar medidas protecionistas podem ser infrutíferas, segundo Qiu Xiaoqi, embaixador da China em Brasília.

"O comércio entre China e Brasil cresceu tão rapidamente por causa de uma necessidade recíproca. Quando essa necessidade existe, ninguém pode entrar no caminho", disse Qiu à Reuters, numa rara entrevista. 

Qiu, que se orgulha do seu conhecimento sobre a cultura brasileira e insistiu em conceder a entrevista em português, atribuiu as queixas contra a China a "uma minoria" dentro do governo Dilma. Ele também citou o fato de que o Brasil teve um grande superávit comercial com a China no ano passado - cerca de 5 bilhões de dólares.

Mas um exame mais atento revela que o Brasil teria déficit se não fosse por um extraordinário aumento no preço do minério de ferro, que responde por 40 por cento das exportações do país para a China.

No geral, as exportações do Brasil para a China em termos de peso - o que elimina distorções causadas pelo aumento nos preços das commodities - caíram 3 por cento em 2010, enquanto as importações de produtos chineses cresceram 89 por cento.

"O Brasil tem sido ingênuo na sua gestão da relação com a China nos últimos anos", disse o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). "Ela é bem mais desnivelada do que a maioria das pessoas pensa."

APROXIMAÇÃO COM OS EUA

O resultado disso é que muitas indústrias brasileiras ficaram de fora do "boom" econômico do ano passado, e disso decorre grande parte do sentimento antichinês.

A produção industrial está estável ou em queda desde abril. O dano em áreas como produtos têxteis e calçados foi tamanho que a Confederação Nacional da Indústria (CNI) alertou para o risco de "desindustrialização".

A nova postura do governo Dilma reflete sua ênfase em estimular a indústria local, enquanto a política comercial de Lula era ditada em parte por seu sonho de uma aliança grandiosa entre nações em desenvolvimento.

Ainda assim, alguns executivos que fazem negócios nos dois países temem que a China esteja sendo usada como bode expiatório para problemas do próprio Brasil. 

"A falta de competitividade do Brasil não tem nada a ver com os chineses", disse Charles Tang, presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China, no Rio.

Ele atribuiu os problemas brasileiros à carga tributária elevada, aos custos trabalhistas e aos gargalos de infraestrutura que, junto com a supervalorização do real, encarecem os produtos brasileiros.

Tang afirmou também que as empresas brasileiras, após passarem décadas focando prioritariamente no grande mercado interno, perderam várias oportunidades de fazerem mais negócios com a China.

Soraya Rosar, especialista em comércio da CNI, concorda com essa tese, mas diz que Dilma precisa pressionar por um maior acesso ao mercado chinês.

A frustração com as políticas chinesas, especialmente com a lenta valorização do iuan, tem convencido a equipe de Dilma de que o Brasil precisa fortalecer suas relações com os Estados Unidos, caso deseje manter qualquer tipo de negociação em pé de igualdade com Pequim.

"O Brasil sozinho conseguirá pouca coisa", disse uma autoridade próxima a Dilma. "Com os Estados Unidos ao nosso lado, talvez eles nos ouçam."

A relação Brasil-EUA, que passou por momentos de estremecimento na época de Lula, mudou rapidamente desde a posse de Dilma. O presidente Barack Obama virá ao Brasil em março, e a China será "um assunto maduro para discussão" quando o secretário do Tesouro Timothy Geithner fizer uma visita ao país, na semana que vem, segundo uma fonte familiarizada com esse processo.

Na opinião de Fernando Henrique, Dilma parece estar reordenando a política externa para que a China seja tratada tanto como aliada quanto como ameaça.

"A China durante muitos anos tentou de forma inteligente enquadrar a relação como "sul-sul"..., (mostrando) que seu interesse era igual ao interesse do Brasil. Mas a China não é o sul. A China é a China, com seu próprio conjunto de interesses."

Cárdenas, da Brookings Institution, diz que a alteração na postura brasileira pode ter profundas implicações se outros países seguirem esse exemplo.

"Os chineses estavam confiantes de que poderiam contar com o apoio da relação sul-sul, mas agora estão vendo que essas vozes críticas não estão vindo só dos EUA", disse ele. "Quando os seus amigos começam a se voltar contra você, talvez seja hora de reexaminar as coisas."

Fonte: Reuters

BARRACO GLOBAL: ATOR DA GLOBO ACUSA EX-MULHER, TAMBÉM DA EMISSORA, POR AGRESSÃO


O ator da Globo Thiago Rodrigues moveu ação de lesão corporal leve contra a ex, Cristiane Dias, apresentadora do Esporte Espetacular, de quem está separado desde dezembro e com que tem um filho, Gabriel, de 1 ano. Thiago contou, em depoimento à polícia, que terminou o relacionamento porque ela sempre teve temperamento explosivo e é bastante ciumenta.
No dia 14 de novembro, eles teriam discutido por ciúmes dela. Enquanto o ator segurava o filho no colo, a jornalista teria jogado refrigerante, molhando pai e filho, e uma lata de leite em pó, que não os acertou. Aos gritos, ela teria dado socos no rosto, arranhões nas costas e no pescoço de Thiago. De acordo com o depoimento de Thiago à polícia, essa não foi a primeira vez que aconteceram as agressões.
Ele afirma que só não registrou queixa antes porque acreditou que Cristiane fosse mudar. Os dois estarão frente a frente, dia 28, no 4º Juizado Especial Criminal, no Leblon.
Em entrevista à coluna Olá! do jornal Agora São Paulo, o ator negou o processo. "Não tenho nada para falar. Nos separamos amigavelmente. Temos uma relação maravilhosa por causa do Gabriel". A assessoria de Cristiane não respondeu ao jornal.
Fonte: Terra