sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

OBAMA NO BRASIL EM MARÇO

O presidente dos EUA, Barack Obama, visitará Brasil, Chile e El Salvador entre 19 e 23 de março, informou nesta sexta-feira a Casa Branca, que confirmou as datas para uma viagem que o governante tinha anunciado pessoalmente no mês passado.

Em comunicado, o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, indicou que durante sua viagem Obama "se reunirá com os líderes e falará com os povos desses países para abordar uma ampla gama de assuntos".

Também serão abordadas, indicou Carney, questões de interesse regional e mundial.

A viagem, segundo a Casa Branca, representará "uma oportunidade para conversar com parceiros bilaterais importantes e ressaltar a implicação do presidente na região".

Além disso, permitirá "avançar em esforços por colaborar como parceiros em termos de igualdade, para diminuir os principais desafios afrontados pelos povos da América".

Durante sua viagem pela região, Obama visitará Brasília e Rio de Janeiro, Santiago do Chile e San Salvador, indica o comunicado, que não informou as datas exatas de cada etapa.

O presidente americano anunciou a viagem durante seu discurso sobre o Estado da União, em 25 de janeiro.

"Em março, viajarei ao Brasil, Chile e El Salvador para fazer novas alianças para o progresso na América", sustentou o governante americano na época.

Será sua primeira visita à América do Sul e sua terceira visita à América Latina depois que, em 2009, visitou duas vezes o México e participou da Cúpula das Américas, em Trinidad e Tobago.

Durante sua estadia no Brasil, Obama deve se reunir com a presidente Dilma Rousseff para abordar áreas de interesse mútuo e contribuir para desenvolver a relação entre as duas nações em áreas como energia limpa, crescimento global e assistência ao Haiti, como já tinha apontado a Casa Branca.

No Chile, Obama se reunirá pela primeira vez com o presidente Sebastián Piñera para abordar uma maior cooperação bilateral e regional.

O Chile, segundo a Casa Branca, "é um de nossos parceiros mais próximos na América Latina, foi um grande colaborador no Haiti e se transformou rapidamente em um líder regional em matéria de segurança nuclear, energia limpa e gestão de crise".

A terceira etapa, El Salvador, servirá para que Obama se reúna com o presidente Mauricio Funes, com quem já se encontrou em Washington em março de 2010 e a quem a Casa Branca descreve como "um líder que colabora para superar as tradicionais divisões ideológicas em seu país e fazer avançar o bem-estar de seu povo".

Fonte: EFE

CHINESES VENDEM LEITE ADULTERADO PARA A POPULAÇÃO

A China tentava, nesta sexta-feira, acalmar a população sobre um novo escândalo ligado à segurança do leite. O governo anunciou ter aumentado o rigor das inspeções depois de relatos indicando que toxinas estavam sendo adicionadas a alguns laticínios. A mídia estatal informou na quinta-feira que alguns fabricantes haviam acrescentado um pó de proteína de couro aos produtos derivados do leite para tentar enganar os testes de controle de índices de proteína. Ainda não houve registros de doentes, mas o escândalo foi um dos temas mais discutidos em alguns blogs e sites na Internet.

“Empresas que forem encontradas produzindo ilegalmente e processando ‘leite de couro’ devem ser tratadas com severidade”, afirmou a Administração Geral de Supervisão de Qualidade, Inspeção e Quarentena da China, em um comunicado em seu site.

O pó de proteína, geralmente usado na produção de couro, quando acrescentado aos produtos derivados do leite pode fazer com que aparentem ter um índice maior de proteína, explicou o comunicado.

“Informações sobre o incidente de ‘leite de couro’ irão, sem dúvida, causar pânico entre os cidadãos e provocar outra crise de confiança para a indústria de laticínios”, disse a agência estatal de notícias Xinhua.

O governo já prometeu repetidas vezes que tornará mais rígido os sistemas de regulamentação após escândalos envolvendo diversos itens como peixe, medicamentos, brinquedos, pasta de dente, pneus e alimentos para animais de estimação. Em 2008, ao menos seis crianças morreram e quase 300 mil ficaram doentes após consumir um leite em pó que continha melamina, um componente industrial que também aumenta o conteúdo de proteína e engana os testes de inspeção alimentícia.

A China executou duas pessoas em novembro de 2009 pelo escândalo da melamina, mas também tentou conter o descontentamento público sobre o caso, prendendo homens que organizaram um site na Internet para os parentes de crianças que ficaram doentes.

Fonte: Correio do Brasil

EGÍPCIOS COMEMORAM UMA SEMANA SEM MUBARAK

Milhões de pessoas foram às ruas para celebrar o novo Egito nesta sexta-feira, num lembrete aos governantes militares para que cumpram a promessa de organizar uma transição rápida para um governo civil depois que o poder popular derrubou o autocrata Hosni Mubarak em apenas 18 dias.

Em um dia emocionante que entrará para a história do Egito moderno e foi uma homenagem às 365 pessoas mortas durante a revolta popular, muitos disseram que cobrarão dos militares a promessa de realizar eleições dentro de seis meses.

"Esta é uma séria mensagem aos militares", disse Mohamed el-Said, de 28 anos, que viajou de Port Said para o Cairo e apontava para o mar colorido de pessoas de todos os tipos em volta dele que participavam das manifestações para comemorar a queda de Mubarak há uma semana.

"Depois de hoje, ficará mais do que óbvio para eles que, se não protegerem a revolução e não responderem às demandas do povo, na próxima vez que as pessoas forem à Tahrir não será para comemorar a vitória, mas elas trarão consigo seus cobertores como antes", disse ele à Reuters na Praça Tahrir (da Libertação).

O xeique Yousef al-Qaradawi, um influente pastor egípcio radicado no Catar, disse aos fieis da praça Tahrir que o medo desapareceu dos egípcios, que derrubaram um faraó moderno por meio da fé e triunfaram sobre o sectarismo.

O surgimento dele e a emergência da Irmandade Muçulmana demonstram uma nova aceitação no Egito atual dos movimentos islâmicos, que já foram proibidos no país. Apesar disso, os egípcios dizem que as vozes religiosas são apenas algumas das várias que agora são ouvidas.

A revolução no Egito, país aliado dos EUA que assinou o primeiro tratado de paz árabe com Israel, causou impacto na região. Ocorreram protestos na Líbia, no Iêmen, em Barein, no Irã e no Iraque, que seguiram o caminho de Egito e Tunísia, que derrubaram seus líderes.

"Peço que o Exército egípcio nos liberte do governo que Mubarak formou", disse Qaradawi durante as orações do meio-dia na Praça Tahrir, sendo aplaudido com entusiasmo pela multidão.

O gabinete atual é em boa parte o mesmo indicado por Mubarak, de 82 anos, pouco antes de sua renúncia. Uma reforma é esperada para os próximos dias.

MUDANÇA NO GOVERNO

Autoridades de segurança afirmaram que o primeiro-ministro Ahmed Shafiq anunciará o nome dos ministros que formarão o governo de emergência na semana que vem e esperam que a reforma no alto escalão ajude a acalmar os manifestantes e os trabalhadores em greve.

A vida no Egito ainda está longe do ritmo normal uma semana após a saída de Mubarak. Há tanques nas ruas, os bancos e as escolas seguem fechados, trabalhadores em greve e novos protestos antigoverno.

Havia tanques e veículos blindados nas entradas da praça, lotada com os manifestantes, que se curvavam simultaneamente nas orações ao lado de policiais militares e de outros soldados guardando a área.

Os soldados entregavam bandeiras do país, enquanto uma banda militar tocava "Egito, meu amor" e os manifestantes tiravam fotos em família sorrindo ao lado dos tanques e dos militares. Nas margens do Rio Nilo, que corta o Cairo, as pessoas dançavam e tocavam música.

Cerca de 5 mil pessoas se reuniram pacificamente em outra parte do Cairo, chamada Mohandisseen, cantando slogans de agradecimento a Mubarak e pedindo desculpas pela forma com a qual ele foi deposto, dizendo apoiar a revolução, mas se opor ao tratamento concedido a Mubarak.

"O povo quer homenagear o presidente", cantavam, vestidos de preto em sinal de pesar por Mubarak, que se encontra no resort de Sharm el-Sheikh, no Mar Vermelho. As faixas da manifestação diziam: "Sim à mudança, não à humilhação".

"PROTEGER A REVOLUÇÃO"

A Irmandade Muçulmana, que diz estar comprometida com a democracia, é considerado o único bloco verdadeiramente organizado no Egito e acredita que poderá obter até 30 por cento dos votos numa eleição. A Irmandade também advertiu sobre a necessidade de se proteger as conquistas.

"Nós também exortamos ao nobre povo...que proteja a revolução e suas demandas legítimas, e não dê chance para que oportunistas se aproveitem dela e de suas conquistas que, com a permissão de Deus, começaram a dar frutos," disse o líder da Irmandade Mohamed Badie, diante da marcha.

"Este é um Egito que não pode ser decepcionado," disse Badie em sua mensagem de sexta-feira aos seguidores do site da Irmandade.

A agências de notícias estatal do Egito, que antes da queda de Mubarak praticamente ignorava os protestos, informou que na sexta-feira mais de 2 milhões de pessoas estavam na Praça Tahrir.

A manifestação popular desta sexta só é comparável àquela ocorrida após a morte do presidente Gamal Abdel Nasser, em 1970, quando a população saiu às ruas do Cairo e de outras cidades egípcias.

Fonte: Reuters

PLANTAS SÃO CLONADAS COMO SEMENTES

Pela primeira vez, plantas foram clonadas como sementes. A pesquisa, publicada na Science, é o maior passo para criar plantas de culturas híbridas, que podem reter características favoráveis de geração em geração.

A maior parte das variedades de culturas bem sucedidas é híbrida, segundo Simon Chan, professor assistente de biologia vegetal na Universidade da Califórnia e um dos autores do estudo. No entanto, quando os híbridos passam pelo período de reprodução, as suas características, como tamanho do fruto ou resistência, acabam se transformando e podem ser perdidos.

Chan afirma que a tentativa é criar um híbrido que seja geneticamente idêntico àquele que gerou os clones. Algumas plantas, especialmente árvores frutíferas, podem ser clonadas a partir de mudas, mas o procedimento é impraticável para a maioria das culturas. Outras plantas, sobretudo ervas daninhas, podem produzir sementes de verdade que são clone de si mesmas, mesmo sem a reprodução sexual - um processo ainda pouco compreendido e chamado de apomixia.

A nova descoberta segue um caminho parecido com a apomixia, embora existam algumas diferenças. Normalmente, óvulos e espermatozoides são haploides - eles têm metade do número de cromossomos do pai. Já o óvulo fertilizado e a planta adulta são diploides - ou seja, um conjunto completo de cromossomos.

Os pesquisadores descrevem o resultado como um passo para a 'apoximia artificial'. A expectativa é conseguir produzir plantas, como o alface e tomate, por exemplo, que possam fecundar a si mesmas e produzir sementes clonadas.

Pedidos de patentes provisórias sobre o trabalho já foram solicitadas.

Fonte: Estadão

BRASIL LANÇARÁ FOGUETE EM 2012

O Brasil prepara, para 2012, um feito inédito em seu programa espacial: pela primeira vez, irá colocar no espaço, a partir do seu próprio solo, um foguete com um satélite a bordo. Trata-se do Cyclone-4, foguete de fabricação ucraniana que deve ser lançado no ano que vem da base de Alcântara (MA), em uma parceria que começou a ser orquestrada em 2003. Pelo acordo, o Brasil entra com a base, e a Ucrânia, com a tecnologia do foguete.

Um lançamento bem-sucedido pode elevar o status dos dois países no cenário espacial global. No entanto, um dos dilemas do programa é quanto ao uso que o Brasil poderá dar ao Cyclone-4. Alguns especialistas ouvidos pela BBC Brasil consideram "altamente questionável" sua viabilidade comercial.

Uma questão-chave é a capacidade limitada de carga do Cyclone-4: para a chamada órbita geoestacionária, em que o satélite fica a 36 mil km de altitude e parado em relação a um ponto na superfície da Terra, o foguete só consegue levar carga de 1,6 mil quilos, o que é considerado insuficiente para muitos satélites de comunicação.

"O programa foi inicialmente proposto como uma empreitada de cunho comercial, e que deveria se sustentar com a venda dos serviços de lançamentos de satélites. Mas sua evolução não corrobora essa hipótese", disse José Nivaldo Hinckel, coordenador do departamento de mecânica espacial do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

Fontes ligadas à ACS, empresa binacional criada pela parceria Brasil-Ucrânia, admitem que será necessário encontrar um "nicho de mercado" para o Cyclone-4, já que muitos satélites públicos e privados não cabem no foguete. Mas a empresa diz que já está participando de concorrências internacionais e que negocia qual satélite participará do lançamento inicial do foguete.

Vantagem geográfica. Para Carlos Ganem, presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), o programa com a Ucrânia "inaugura um tempo novo" para o Brasil e permitirá que o país usufrua de sua vantagem geográfica. Como Alcântara fica próxima à Linha do Equador, lançamentos feitos ali permitem o uso eficiente do movimento de rotação da Terra, gastando 30% a menos de combustível no envio de foguetes ao espaço.

Além de serem considerados importantes pelo uso em telecomunicações, os satélites são muito usados para coletar informações sobre clima, navegação, ocupação de solo e monitoramento da região amazônica. "São essenciais para que o Brasil exerça sua autonomia", opinou Ganem, dizendo que o país ambiciona ter satélites feitos em parceria com Argentina e África do Sul que possam ser lançados em Alcântara.

Para Hinckel, do Inpe, porém, "é difícil justificar um programa espacial autônomo (como o do Cyclone) sem que o segmento de comunicações geoestacionárias seja contemplado". Fernando Catalano, professor de engenharia aeronáutica da USP de São Carlos, disse achar importante o desenvolvimento proporcionado à base de Alcântara, mas considera improvável que o lançador traga lucros de curto prazo para o Brasil ou que elimine a dependência do país para lançamentos de satélites.

Preparativos 

Do lado brasileiro, a ACS diz que está preparando a parte estrutural de Alcântara para o lançamento do Cyclone-4.

Já do lado da Ucrânia, 16 empresas estão contribuindo para a construção do foguete, na cidade de Dnipropetrovsk (centro-leste do país). Segundo os projetistas, essa versão do Cyclone terá alta precisão e um aumento de 30% na capacidade de carregar combustível. O artefato terá vida útil estimada de entre 15 e 20 anos.

Para Catalano, é um foguete não muito grande nem muito caro, e a família Cyclone, existente desde 1969, tem um histórico bem-sucedido (em 226 testes de lançamento, houve apenas seis falhas).

Segundo a ACS, outro ponto importante é que não haverá contato humano com o foguete na base. Isso impediria a repetição do ocorrido em 2003, quando uma explosão no VLS (Veículo Lançador de Satélites) resultou na morte de 21 técnicos em Alcântara.

No entanto, Hinckel cita preocupações com o combustível propelente "altamente tóxico" que será usado no lançamento. A ACS alega que não haverá manuseio do combustível - que virá da China, via navio -, apenas de seu recipiente.

Tecnologia

Em aparente mostra da preocupação com a viabilidade comercial do projeto, telegramas diplomáticos divulgados pelo site WikiLeaks apontaram recentemente que a Ucrânia sugeriu aos Estados Unidos que lançassem seus satélites a partir de Alcântara.

Os documentos indicam que os americanos condicionaram seu interesse pela base à não transferência de tecnologia ucraniana de foguetes ao Brasil.

O embaixador ucraniano em Brasília, Ihor Hrushko, disse à BBC Brasil (em entrevista prévia ao vazamento do WikiLeaks) que formalmente não há acordo para a transferência de tecnologia no Cyclone-4, mas sim expectativa de que a parceria bilateral continue "para que trabalhemos em conjunto em outros processos". Ele disse que transferir tecnologia não é algo de um dia para o outro, "é um processo duradouro, de anos".

Mas ele afirmou que o Brasil é o "sócio mais importante" da Ucrânia no continente - tanto que, em 10 de janeiro, o presidente do país, Viktor Yanukovich, telefonou à presidente Dilma Rousseff para falar sobre a expectativa de criar uma "parceria estratégica" com o Brasil a partir do foguete. Os dois presidentes esperam estar presentes no lançamento do artefato.

A ACS, por sua vez, afirmou que a expectativa de transferência de tecnologia existe, mas ressaltou que não é esse o objetivo do tratado binacional. Ainda que o intercâmbio tecnológico seja considerado importante para os especialistas consultados pela BBC Brasil, alguns destacam que a não transferência acabou estimulando o desenvolvimento de tecnologias brasileiras.

É o caso do satélite CBERS-3, que será lançado na China em outubro, com o objetivo de monitoramento ambiental e controle da Amazônia: suas câmeras foram produzidas em São Carlos (SP), com tecnologia nacional da empresa Opto.

Fonte: BBC Brasil

JAPÃO SUSPENDE A CAÇA ÀS BALEIAS

A intervenção de um grupo ativista contrário à caça de baleias obrigou o Japão a encerrar antecipadamente sua temporada de caça na Antártida, disse o ministro da Pesca nesta sexta-feira.


É a primeira vez que uma frota está retornando para casa mais cedo por causa de confrontos com ativistas.

Tentativas repetidas da organização Sea Shepherd Conservation Society para bloquear a caça irritaram o Japão, um dos três países -- além de Noruega e Islândia -- que ainda caçam baleias hoje. O governo afirma que a caça é uma importante tradição cultural.

"Tem se tornado difícil garantir a segurança da frota, disse o ministro da Pesca, Michihiko Kano, em coletiva de imprensa. "Não temos escolha senão encerrar nossa pesquisa mais cedo."

O Sea Shepherd considerou a decisão uma vitória para as baleias e disse que o movimento estava se tornando cada vez mais eficiente em intervir nas operações da frota japonesa.

"Não fizemos muito diferente, mas chegamos lá mais cedo e interceptamos e atrapalhamos eles muito antes de eles poderem começar", disse por telefone Jeff Hansen, diretor australiano do Sea Shepherd.

"A cada ano estamos custando para eles mais e mais dinheiro. É uma caça altamente subsidiada e estão gastando e perdendo milhões. Então estamos, de fato, atingindo seus bolsos."

A frota japonesa, composta de 180 pessoas e 4 navios, está retornando de sua caça anual um mês antes do previsto após caçar 170 baleias mink, cerca de um quinto da meta, disse Shigeki Takaya, autoridade do Ministério da Pesca.

O Japão interrompeu a caça na semana passada depois que o Sea Shepherd começou a provocar o navio principal da frota.

Fonte: Reuters

SOLDADOS FEREM AO MENOS 50 NO BAHREIN

Soldados abriram fogo contra milhares de manifestantes que desafiaram a proibição do governo e se aglomeraram na praça Pérola, no centro de Manama, nesta sexta-feira, ferindo ao menos 50 pessoas. De acordo com funcionários do hospital Salmaniya, vários dos pacientes atendidos apresentavam ferimentos de armas de fogo.

"Isto é uma guerra", disse o médico Bassem Deif, cirurgião que examinou várias vítimas que chegaram ao local.

O novo incidente acontece um dia depois de a polícia ter retirado à força um acampamento de protesto na capital. Anteriormente, a rede de TV americana havia informado que ao menos quatro pessoas teriam morrido no centro de Manama quando manifestantes entraram em confronto com membros das forças de segurança. Com isso, o número de mortos subiria para ao menos oito.

Manifestantes descreveram as cenas no local como "caóticas", com nuvens de gás lacrimogêneo e balas vindo de várias direções, e pessoas feridas deitadas no chão sobre poças de sangue. Alguns disseram que os tiros partiram de helicópteros ou de franco-atiradores.

"As pessoas começaram a correr em todas as direções, enquanto balas voavam", disse Ali al Haji, 27, que estava presente no local. "Vi pessoas sendo atingidas nas pernas, peito, e um homem com a cabeça sangrando".

"Meus olhos foram atingidos por gás, havia tiros e muito pânico", descreveu Mohammed Abdullah, 37, que também fazia parte dos protestos.


"Nós achamos que foi o Exército", disse o parlamentar Sayed Hadi, do Wefaq, o principal partido xiita, que renunciou ao Parlamento ontem. Outro integrante do Wefaq, Jalal Firooz, disse que os manifestantes estavam nas ruas em protesto contra a morte de um deles nas ruas ontem, quando a polícia lançou gás lacrimogêneo.

Depois, os manifestantes rumaram para a praça Pérola, que estava tomada por tropas do Exército após a operação policial. Os soldados dispararam, segundo ele.

"Há muitas vítimas, algumas em estado crítico", acrescentou Firooz.

A polícia ainda não comentou o caso.

Mais tarde, soldados em tanques e veículos blindados tomaram controle da praça, a qual os manifestantes xiitas esperavam usar como uma base similar à praça Tahrir, no Cairo, que foi o epicentro dos protestos que derrubaram o ditador do Egito Hosni Mubarak em 11 de fevereiro.

A rede de TV libanesa Al Manar citou um médico do hospital Salmaniya, em Manama, dizendo que 25 feridos haviam dado entrada, dois deles com ferimentos graves. Testemunhas afirmaram que cerca de 20 carros da polícia foram para a praça, e que o tiroteio ainda estava acontecendo.

"Este é um protesto pacífico", disse o médico, Mahmoud Abbas, à rede Al Manar. "Como é possível que os manifestantes sejam confrontados com balas? O que ocorre é um desastre humanitário. Não podemos aceitar isso".

FUNERAL

Milhares de pessoas que foram às ruas do Bahrein para o funeral dos mortos durante uma operação de forças de segurança contra a praça que manifestantes pró-reformas estavam acampados pediram, pela primeira vez desde o início da onda de protestos no país, o fim da dinastia sunita que governa o país há mais de 40 anos.


Segundo o jornal britânico "Guardian", a reação contra o rei Hamad bin Issa al Khalifa e seu círculo mais próximo reflete a escalada nas reivindicações iniciais feitas pelos manifestantes, para que a monarquia sunita que comanda o país afrouxe o controle, incluindo não indicar mais pessoas para os cargos governamentais mais altos e abrir mais oportunidades para a população xiita, que é maioria no país e há muito reclama de ser excluída do processo de tomada de decisões.

Os xiitas foram 70% da população do Bahrein, mas o país é governado pela dinastia sunita Khalifa.

Em uma pequena demonstração pró-regime em Manama, dezenas de carros que levavam a bandeira vermelha e branca do Bahrein foram em carreata até a mesquita Fateh, a maior da capital.

Uma das bandeiras levava o nome do rei bareinita. Diversos carros da polícia estavam estacionados do lado de fora da mesquita.

EUA

Nesta quinta-feira, quarto dia de protestos, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu que o governo do Bahrein não utilize a violência para conter as manifestações e reiterou que Washington se opõe à repressão violenta por parte das forças de segurança.

Obama "considera que devemos nos opor ao uso da violência pelo governo do Bahrein", afirmou o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, e completou que o presidente americano rejeita qualquer tipo de repressão contra manifestações pacíficas na região.

Mais cedo a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, ligou para o ministro de Relações Exteriores do Bahrein para registrar a "profunda preocupação" com os últimos acontecimentos no país.

Segundo o Departamento de Estado americano, Hillary frisou ainda ao ministro bareinita Sheij Jaled bin Ahmad al Jalifa sobre a importância dos "esforços com vistas para reformas políticas e econômicas, para dar uma resposta aos cidadãos do país".

O Pentágono também fez um apelo por calma no país. "O Bahrein é um parceiro importante e o departamento está acompanhando de perto os acontecimentos", disse o porta-voz do Pentágono, Dave Lapan. "Pedimos que todas as partes tenham moderação e evitem a violência", acrescentou.

A quinta frota naval americana, que projeta o poderio militar dos EUA pelo Oriente Médio e Ásia central --incluindo Iraque e Afeganistão--, fica baseada pelo de Manama.

Fonte: Folha

ANVISA AUTORIZA NOVOS GENÉRICOS PARA AIDS, CÂNCER E MAL DE PARKINSON

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a entrada de cinco novos medicamentos genéricos no mercado. Os genéricos aprovados foram a dacarbazina, usada contra o câncer; a entacapona, utilizada no tratamento do mal de Parkinson; a rosuvastina cálcica, para diminuir o colesterol; a quetiapina, prescrita em casos de esquizofrenia; e o tenofovir, contra aids e hepatite B.

Com a liberação da agência reguladora, o Ministério da Saúde anunciou a produção de 9 milhões de comprimidos do genérico do tenofovir, fabricados pela Fundação Ezequiel Dias (Funed). O primeiro lote deve ser produzido a partir do próximo mês. Cerca de 64 mil pessoas com aids usam o medicamento no país. O ministério prevê ainda uma economia de R$ 80 milhões por ano.

Os genéricos são mais baratos que os remédios de marca em pelos menos 35%. Eles possuem o mesmo princípio ativo do medicamento de referência, inclusive dose e fórmula farmacêutica.

A Anvisa informou que a autorização atende à política de priorizar o registro de medicamentos que ainda não têm genérico ou apontados como prioridade pelo Ministério da Saúde. Nos últimos nove anos, a agência reguladora autorizou, em média, 300 registros de genéricos por ano.

Fonte: IG