domingo, 20 de fevereiro de 2011

BRITÂNICO DIZ TER DESENVOLVIDO A PIMENTA MAIS PICANTE DO MUNDO

Um empresário britânico diz ter desenvolvido a pimenta mais picante do mundo, com uma força cerca de 200 vezes superior à do molho Tabasco ou da pimenta mexicana jalapeño.

A pimenta "Infinity Chilli", cultivada em Grantham, no condado de Linconshire (nordeste da Inglaterra), teve sua força verificada em um teste feito pelo Centro de Cultivos da Universidade de Warwick e aguarda o reconhecimento do livro Guinness World Records.

Os testes indicaram que a Infinity Chilli tem um nível de ardência de 1.176.182 unidades na escala Scoville, criada em 1912 e usada para medir a ardência provocada pelas pimentas.

A pimenta jalapeño, reconhecida como uma das mais picantes, tem um nível entre 2.500 e 8.000 unidades na escala Scoville. A ardência do Tabasco varia entre 2.500 e 5.000 unidades.

O teste coloca a nova variedade à frente até mesmo que a pimenta Bhut Jolokia, que tem um nível de 800 mil na escala Scoville e estaria sendo usada pelo Exército indiano no desenvolvimento de granadas de mão com o objetivo de imobilizar adversários.

Molhos

O responsável pelo desenvolvimento do Infinity Chilli, Nick Woods, de 38 anos, conta que tudo começou há cinco anos.

O que era um hobby – cozinhar molhos picantes – deu lugar a empresa de molhos Fire Foods.

Com isso, ele também passou à pesquisa dos ingredientes para suas receitas, incluindo experiências com cruzamentos de diferentes tipos de pimentas.

"Há umas 4 mil variedades de pimentas, e elas são fáceis de cruzar", explica Woods, que disse ter chegado ao Infinity Chilli por acaso.

"Eu sabia (sobre o potencial da pimenta) assim que a vi. Ela se destacava, e quando a cortei podia ver pela casca e pelas sementes que era forte", diz.

Capsaicina

Tecnicamente, a pimenta não é um vegetal, mas uma fruta, do gênero Capsicum.

A ardência vem da substância capsaicina, encontrada em todas as pimentas. 

Sua ingestão, além de dar sabor aos alimentos, faz o corpo produzir endorfinas, hormônios que provocam sensação de bem-estar.

Apesar do óbvio desconforto imediato - para não dizer agonia total – após a ingestão das pimentas mais picantes do mundo, os médicos dizem não ter descoberto até hoje nenhum efeito colateral negativo do consumo.

Algumas pesquisas indicam que a capsaicina pode ser usada em tratamentos para a dor e há relatos de seu uso para ajudar a reduzir os efeitos colaterais da quimioterapia em pacientes de câncer.

Woods conta que na semana passada tentou provar um de seus Infinity Chillies.

"A pimenta havia sido congelada no ano passado, então pensei que não seria tão forte quanto a pimenta fresca e resolvi experimentar", diz.

"Foi um pouco amedrontador. A queimação na minha língua durou meia hora, e os efeitos não passavam. Em um certo ponto, eu estava me contorcendo de dor e pensando em ligar para o hospital", conta.

Fonte: BBC Brasil

PARA "THE ECONOMIST" DILMA COMEÇOU BEM, MAS DESAFIOS SÃO ENORMES


Nas primeiras seis semanas do novo governo, a presidente Dilma Rousseff “tranquilizou” quem achava que ela seria mais ideológica do que seu “pragmático” antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, e deu mostras de que dará mais atenção aos direitos humanos na política externa brasileira, diz a revista britânica The Economist.

Mas, segundo a reportagem, publicada na edição da revista que chegou às bancas nesta sexta-feira, apesar de tudo isso, Dilma será julgada por sua performance na condução da economia.

“Poderá ela sustentar o rápido crescimento sem sacrificar a estabilidade econômica? A tarefa não é fácil”, questiona a reportagem, alegando que Dilma herdou “uma economia superaquecida, com a inflação se acelerando e com empresários se queixando do real forte”.

A Economist elogiou o fato de o governo ter rapidamente se comprometido com a austeridade fiscal, mas advertiu que o plano de cortar R$ 50 bilhões do orçamento deve ser “insuficiente” e “difícil de implementar”.

Isso porque a maior parte do orçamento consiste de coisas difíceis de ser cortadas, como pagamento do funcionalismo, saúde, educação, além dos programas sociais que Dilma prometeu manter intocados.

“Dilma pode ter que aumentar impostos, mas alguns analistas acham que ela vai recorrer a investidores privados para financiar melhorias nos transportes (de olho na Copa do Mundo e nas Olimpíadas). Isso pareceria uma virada radical: durante a campanha presidencial, ela criticou seu adversário, José Serra, pelas supostas tendências privatizantes dele.”

A questão, segundo a revista, é se a presidente conseguirá promover a competitividade das empresas brasileiras, trazer investimentos privados ao crucial setor aeroportuário e conseguir que o Congresso aprove reformas que dinamizem o país.

"Maturidade"

Ao mesmo tempo, outra reportagem da Economist diz que o Brasil se tornou um mercado extremamente atraente para fundos de private equity e fundos hedge.

Entre os motivos estão “a maturidade do mercado de capital”, a variedade de opções para o investidor e a redução das taxas de juros (com relação ao patamar de 2003, de 26,5%). “Em vez de só aparecer para visitar, (os fundos) agora querem montar escritórios (no Brasil) e contratar negociadores locais.”

A reportagem conclui que mercados emergentes como o brasileiro ainda oferecem riscos – a inflação é um deles –, mas as turbulências do passado deixaram o país mais preparado. Nas palavras de um investidor externo, é como se “eles (os brasileiros) tivessem feito muita quimioterapia e sobrevivido”.

Fonte: BBC Brasil

MORTES NA LÍBIA JÁ PASSAM DE 100 AFIRMA ONG

Já passam de 100 os mortos em quatro dias de violência na cidade líbia de Benghazi, disse a organização Human Rights Watch no domingo, depois de testemunhas declararem que as forças de segurança dispararam contra dezenas de outros manifestantes antigoverno.

A pior turbulência nas quatro décadas em que o líder líbio Muammar Gaddafi está no poder começou como uma série de protestos inspirados por revoltas populares nos vizinhos Egito e Tunísia, mas chocou-se contra uma repressão acirrada das forças de segurança.

Testemunhas na cidade de Benhazi, no leste do país, disseram que as forças de segurança se retiraram para um complexo fortificado no centro da cidade, desde o qual estavam disparando contra pessoas que retornavam de sepultar manifestantes mortos nos dias anteriores.

"Dezenas de pessoas foram mortas. Estamos no meio de um massacre aqui," disse uma testemunha à Reuters.

O homem disse que tinha ajudado a levar vítimas ao hospital de Benghazi.

A organização Human Rights Watch, sediada em Nova York, disse que elevou sua contagem de mortos de 84 para 104, depois de pelo menos mais 20 pessoas terem sido mortas em Benghazi no sábado.

Segundo a entidade, a contagem de mortos, compilada a partir de entrevistas com testemunhas e funcionários de hospitais, é "conservadora". O governo líbio não divulgou cifras relativas a mortos e feridos, nem deu qualquer declaração oficial sobre a violência.

Um médico de um hospital de Benghazi disse que as vítimas sofreram ferimentos graves de fuzis de alta velocidade.

A repressão levou 50 líderes religiosos muçulmanos líbios a divulgar um apelo, enviado também à Reuters, para que as forças de segurança, na condição de muçulmanos, parem com a matança.

"Este é um apelo urgente de estudiosos religiosos (faqihs e xeques sufistas), intelectuais e anciãos de clãs de Trípoli, Bani Walid, Zintan, Jadu, Msalata, Misrata, Zawiah e outras cidades e povoados da região ocidental," diz o apelo.

"Apelamos para cada muçulmano que faça parte do regime ou o assista de qualquer maneira reconheça que a morte de seres humanos inocentes é proibida por nosso Criador e por seu amado Profeta da Compaixão (que a paz esteja com ele). NÃO matem seus irmãos e irmãs. PAREM com o massacre AGORA!"

Alguns analistas dizem que é possível que haja negociações entre Gaddafi e líderes tribais orientais, e um SMS enviado na noite de sábado a assinantes de telefonia celular líbios deixou no ar a possibilidade de uma abordagem mais conciliatória.

"Todos os cidadãos e jovens de Benghazi, os que morreram entre os civis e a polícia, são todos filhos de nosso país. Basta com o que aconteceu, basta com o derramamento de sangue."

Milhares de partidários de Gaddafi se reuniram na praça Verde da cidade até a madrugada do domingo, disse um repórter da Reuters.

Eles gritavam "Deus, Líbia e Muammar!" e "Muammar é o pioneiro do nacionalismo árabe."

A agência estatal de notícias disse que houve atos de vandalismo e incêndios criminosos em algumas cidades do país e que esses atos foram obra de "uma rede estrangeira treinada para criar conflitos e caos de modo a desestabilizar a Líbia."

Fonte: Reuters

UM MURO E DUAS REALIDADES ENTRE TIJUANA E SAN DIEGO

Em um trecho de 96,5 quilômetros do extremo oeste da fronteira dos Estados Unidos com o México, uma disputa incessante e cordial se dá entre patrulheiros americanos e os autodenominados "anjos". Os alvos são os mexicanos e outros latino-americanos que tentam saltar um muro de 2,7 metros de altura, formado por placas de aço trazidas do front americano na Guerra do Vietnã.

Força de segurança subordinada ao governo federal, a Patrulha da Fronteira emprega 2.600 homens na caça aos imigrantes ilegais nesse trecho da divisa. Dependente do trabalho de dois mil voluntários e de doações, os Anjos da Fronteira tratam de facilitar a passagem e evitar mortes, espalhando água e comida pelo deserto.

Esse trecho divide fisicamente uma mesma metrópole, cujas origens estão na colonização espanhola do final do século 18. De um lado, San Diego, cidade com os melhores indicadores de qualidade de vida dos Estados Unidos. De outro, Tijuana, uma das campeãs em violência do México.

Tijuana provê drogas e mão de obra barata a San Diego, que a compensa com capital, armas contrabandeadas e menor pressão social. Nesse trecho, patrulheiros e anjos se cumprimentam, trocam informações respeitosamente. Mas cada um ciente de sua tarefa.

Lados opostos

"Essas pessoas são reais. Elas vêm aos EUA em busca de oportunidade de trabalho, para unir-se à família que já imigrou ou para fugir da violência. Não podem ser tratadas como criminosas", afirma Enrique Morones, presidente dos Anjos da Fronteira, ONG fundada em 1986 para ajudar a travessia e a assimilação dos imigrados.

"Não sou o vilão dessa história. Estou aqui para proteger a nossa comunidade", diz Jerry Conlin, agente da Patrulha da Fronteira descendente de irlandeses e alemães.

Entre 1.º outubro e o dia 25, a patrulha prendeu 11.056 mexicanos logo depois de terem cruzado a faixa de fronteira que separa o México dos Estados Unidos. Outros 254 "não mexicanos" - latino-americanos, asiáticos, árabes, etc - foram pegos. Três morreram na travessia por terra.

Os números são bem modestos, comparado às duas mil pessoas presas por dia, em média, em 1994, e aos 32 mortos de frio ou calor, fome, sede, fadiga.

A crise econômica americana desestimulou a imigração nos últimos dois anos, e o aparato de segurança para impedir o acesso ilegal de estrangeiros aos EUA expandiu-se. Ainda assim, a questão da imigração está no centro de ferozes debates políticos em Washington e tornou-se séria omissão na agenda do presidente americano, Barack Obama.

Em boa parte dessa linha de 96,5 quilômetros, em paralelo ao muro de aço há um segundo obstáculo para os imigrantes: uma cerca de tela de aço de 2,5 metros de altura, câmeras instaladas em torres a cada 200 metros, postes de luz e portões automáticos.

Entre as duas barreiras, uma estrada de terra é constantemente retocada para a circulação da patrulha. Viaturas são estacionadas em pontos altos do terreno montanhoso.

Patrulheiros em carros utilitários, bicicletas, quadriciclos ou a cavalo caçam os imigrantes e atuam no combate ao contrabando e narcotráfico. De outubro ao dia 25, 57 quilos de cocaína e 22,4 toneladas de maconha foram apreendidos nessa faixa.

Reincidentes

Além do aparato oficial, os imigrantes estão sujeitos aos "coiotes", que cobram de US$ 1.500 a US$ 3 mil por pessoa para conduzir a travessia até pontos seguros, como o cassino Las Viejas. Há ainda as gangues de assaltantes, que muitas vezes chegam a levar até as roupas do corpo de suas vítimas, e a rede do narcotráfico. Em setembro, 72 pessoas foram massacradas pelo cartel Los Zetas em Tamaulipas, no norte do México, por terem se negado a ingressar em suas fileiras. Entre os mortos, quatro brasileiros.

Ser pego pela Patrulha da Fronteira é o menor dos males. Custará alguns dias de reclusão, uma entrevista - para colher informações sobre o funcionamento do contrabando de pessoas - e a deportação, se a ficha criminal estiver limpa nos EUA. Todos esses obstáculos reduzem, mas não eliminam o fluxo de imigração ilegal. Conlin, o agente da Patrulha da Fronteira, prendeu mexicanos com histórico que já haviam sido pegos mais de 15 vezes tentado atravessar.

Ao detalhar o aparato de segurança, Conlin mostra também o protesto silencioso dos mexicanos de Colonia Libertad, bairro de Tijuana tradicionalmente dedicado a toda sorte de contrabando. O lixo é jogado do lado americano. O patrulheiro ainda aponta os inúmeros remendos feitos na cerca. "É fácil cortar. É preciso apenas alguns segundos", afirmou. "Ter a cerca só não basta. É preciso combiná-la aos recursos pessoais e à tecnologia."

Na medida em que as cercas foram instaladas - a primeira, em 1986, e a mais alta a partir de 2006 - os imigrantes buscaram as alternativas mais difíceis: montanhas íngremes, oceano e deserto.

No ano passado, 860 pessoas foram pegas tentando passar para o lado americano nadando e surfando, em botes e jet ski. Para David Shirk, cientista político da Universidade de San Diego e diretor do Instituto Trans-Fronteira, o aparato de segurança é inútil e reflete um cálculo cínico da política de imigração americana. "O sinal de sucesso é medido pelo número de pessoas pegas na travessia." 

Fonte: Folha

EM SÃO PAULO, POLICIAL É REVISTADA A FORÇA E TEM AS SUAS ROUPAS RETIRADAS NA PRESENÇA DE HOMENS

O Ministério Público vai investigar a conduta de policiais de São Paulo que tiraram à força a roupa de uma colega, em busca de provas que supostamente a incriminariam. O fato aconteceu no 25° Distrito Policial em Parelheiros, zona sul de São Paulo e foi mostrado pelo Jornal da Band, na sexta-feira (18/2). O órgão também cobrou explicações da corregedoria e do Secretário Estadual da Segurança Pública, Antônio Ferreira Pinto.


Segundo o jornal, a investigação - que apura a denúncia de que a policial teria recebido R$ 200 para ajudar um acusado a se livrar de um inquérito - transcorria normalmente até que o delegado Eduardo Henrique de Carvalho Filho decide que é preciso revistar a acusada. Ela não se recusa, mas pede a presença de policiais femininas. A policial é algemada a força e depois despida. No vídeo, é possível identificar a presença de pelo menos seis homens e duas mulheres, todos agentes públicos. Ninguém sofreu nenhuma punição pelo caso. 

Em nenhum momento fica claro no vídeo que o dinheiro tenha sido retirado das vestes da policial. O que fica evidente neste caso é o registro de como a policia de São Paulo trata os seus próprios policiais. No entanto, não temos os registros de como o cidadão comum é tratado por esta polícia "educada e cumpridora da Lei'.

RIVERA: O NOVO DESTINO DOS BRASILEIROS PARA PRODUTOS BARATOS

Cores, perfumes e a empolgação de estar em outro país. Esses são alguns dos atrativos de Rivera, terceira maior cidade uruguaia, que fica a um passo dos gaúchos. Mas o que realmente tem feito crescer o número de visitantes brasileiros no local são os cerca de 50 free shops espalhados pelas ruas.

Em um fim de semana comum, o município atrai em média 10 mil turistas ávidos por levar de volta na mala eletrodomésticos, eletrônicos, bebidas e perfumes. Em feriados prolongados, o número de brasileiros chega a 30 mil. Na chamada "Noite Mágica", em que as lojas prometem descontos de até 50% no mês de dezembro, estiveram na cidade 45 mil pessoas.

O movimento, porém é diferente do que ocorre em direção ao Paraguai. Nas lojas francas das cidades uruguaias, o fluxo não é de excursões de sacoleiros, mas de famílias que percorrem até 800 quilômetros em seus próprios automóveis em busca de preços baixos.

Fronteira da Paz é o nome dado às cidades-irmãs Rivera e a brasileira Santana do Livramento. Num lugar onde o limite geopolítico consiste em um Parque Internacional e uma rua, a vida é muito diferente do que se pode imaginar. Boa parte da população é "doble-chapa", ou seja, tem as duas nacionalidades. São famílias inteiras formadas pela união entre riverenses e santanenses.

Para chegar a Rivera, turistas de diversas partes pegam a estrada ou o avião, a partir de Porto Alegre. A cada fim de semana, o posto da Polícia Rodoviária Federal na BR-158, entrada na cidade, vê passar carros com placas que vão desde as vizinhas Bagé e Santa Maria, da capital do Estado, das cidades serranas e até mesmo de municípios catarinenses.

Rivera, entretanto, não é o único destino de compras nas proximidades.

Ao longo da fronteira Brasil-Uruguai, há free shops em Rio Branco, Chuy, Aceguá, Artigas e Bella Unión. O dólar em conta, aliado à renda da população em alta, tem sido o principal responsável por engrossar o fluxo rumo às cidades fronteiriças.

O movimento, que antes afetava negativamente apenas os municípios brasileiros localizados na borda do País, já está impactando no varejo de cidades de médio porte e até Porto Alegre, aponta o economista Alfredo Meneghetti, da Fundação de Economia e Estatística (FEE), órgão vinculado ao governo gaúcho.

"O deslocamento é muito forte, partindo especialmente de municípios médios e da capital, onde há grande concentração de famílias de classe média e média alta, que são justamente aquelas que podem pegar a estrada rumo à Rio Branco, Chuy ou Rivera", afirma.

Metade do preço

Os protagonistas das compras em Rivera são os aparelhos de ar condicionado, mas as opções são vastas e chegam a custar a metade do preço praticado no Brasil. Além desses equipamentos, os cobiçados iPads, iPhones e videogames como Wii e XBox chamam a atenção dos turistas. A diferença de preço, no entanto, não ocorre na mesma escala dos Splits.

No ramo das TVs, o objeto de desejo é o modelo de LED, cujo item de 32 polegadas sai por US$ 999 - aproximadamente R$ 1,8 mil, quase o preço encontrado em ofertas na web. Já câmeras fotográficas Sony de 12 megapixels podem ser compradas por US$ 160. Celulares LG, Samsung e Sony Ericsson - quadriband, desbloqueado, com câmera, Wi Fi e televisão - partem de US$ 80. Por US$ 49, é possível adquirir um rádio para carro com entrada USB.

Bebidas

As bebidas também são populares. Os uísques chegam a custar metade do preço. O Chivas Regal 12 anos, por exemplo, é vendido no Brasil a R$ 95. Em Rivera, a promoção com quatro garrafas sai por US$ 109 dólares, perto de R$ 190. Há também edições especiais - como o Johnny Walker King George V, vendido em média a R$ 1,4 mil no Brasil, sai pela "bagatela" de US$ 400 em Rivera.

A vantagem se estende aos vinhos importados, licores, energéticos e bebidas exóticas. Os vinhos chilenos podem ser comprados a partir de US$ 3, enquanto os espumantes franceses partem de US$ 5. O legítimo champanhe sai por US$ 57 a garrafa.

Os preços baixos, garantidos pela isenção de impostos, porém, não são o único chamariz dos free shops. Outra facilidade tem sido as condições de pagamento: 60% estão comprando com o cartão de crédito e com parcelamento. 

Fonte: Estadão

PRESOS SÃO UTILIZADOS NA CONSTRUÇÃO DO ESTÁDIO PARA A COPA DE 2014, NO MATO GROSSO

Dois operários foram condenados por tráfico de drogas. O terceiro foi sentenciado três vezes por assaltos. Já o quarto cumpriu sete anos de prisão por ter estuprado a própria filha. Os quatro fazem parte da primeira turma que deixou os presídios de Cuiabá (MT) para trabalhar nas obras da Copa de 2014.

Desde agosto, oito detentos, que cumprem pena em regime semiaberto ou em prisão domiciliar, ajudam a erguer a Arena Pantanal. O governo local já prepara um novo grupo para entrar na obra no final deste semestre.


Criado pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça), o programa "Começar de Novo" pretende colocar cerca de mil presos trabalhando nos próximos três anos nas 12 cidades do Mundial brasileiro.

"Espero engrenar na vida agora", diz o paraense Cleber Leonel Leite, 31, fazendo anotações numa prancheta debaixo de um sol de quase 40º C, na quarta de manhã, enquanto uma imensa perfuradora trabalhava no solo encharcado do futuro estádio.

Leite foi preso em 2009 nos arredores de Cuiabá com 80 kg de maconha. Levaria, de ônibus, a droga da Bolívia para Porto Velho (RO). Salvador, Belo Horizonte e Brasília também já preparam as primeiras turmas de detentos --no DF, os três primeiros presos começam os trabalhos daqui a três dias.

Assim como as obras da Copa estão demorando a deslanchar na maioria das sedes, o programa do CNJ ainda está em ritmo lento. Na quinta-feira, o conselho fará uma reunião com representantes dos tribunais de Justiça dos 12 Estados para cobrar que o projeto decole. São Paulo e Rio nem começaram a capacitar os presos.

"Estou gostando muito. Quero crescer aqui e mudar de setor em breve. Além disso, o trabalho ajuda a diminuir a minha pena", disse Adeilton Santos Silva, 28, enquanto trabalhava na construção de um muro que vai cercar a Arena Pantanal.

Os condenados têm direito a um dia de redução da pena para cada três dias de trabalho. Também recebem salário mínimo, auxílio-transporte e vale-alimentação. Silva foi detido pela última vez em 2004, ao roubar uma caminhonete na divisa com a Bolívia. Ele já tinha sido preso duas vezes por assaltos. A pena a ser cumprida pelos três crimes é de 14 anos.

Pelo programa do CNJ, 5% dos operários envolvidos nas obras da Copa virão de presídios. Até agora, 200 operários trabalham na arena de Mato Grosso. No segundo semestre, quase mil trabalhadores entrarão no canteiro -50 deles serão apenados.

Na obra, eles evitam falar sobre o passado, mas todos sabem das condenações dos oito colegas de trabalho. Mais velho do grupo, Adilson Silva, 58, é o único que tenta esconder o crime que o levou ao presídio. Ele diz que foi preso após matar um homem com uma faca durante uma briga dentro de um bar há cerca de seis anos. Na realidade, foi condenado a dez anos de prisão por ter estuprado a própria filha.

"Naquela época, eu vivia bêbado e fiz muitas loucuras com a ajuda do álcool. Aprendi na cadeia que não podemos permanecer no erro. Eu sou um homem de bem novamente e quero voltar a conviver junto com a sociedade", afirmou o detento.

Um dos responsáveis por autorizar os presos a trabalharem na obra da arena, o juiz Adilson Polegato de Freitas defendeu o programa.

"Temos que dar chance às pessoas. Alguns podem criticar dizendo que um estuprador está trabalhando na obra da Copa do Mundo. É fácil falar de fora, mas esse homem já ficou sete anos preso e merece uma oportunidade".

Fonte: Folha

NO RIO DE JANEIRO CASAL GAY ESPERA POR BARRIGA DE ALUGUEL

O Rio já tem o primeiro casal de homens à espera para concretizar o sonho da paternidade por meio da reprodução assistida. O processo corre, em sigilo, no Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) e será analisado na próxima terça-feira. Um mês após a resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) que regulamenta a prática, clínicas de fertilização registraram aumento de homossexuais procurando o serviço. 

Na Pró-Nascer, na Barra da Tijuca, um casal gay já marcou consulta para se submeter ao método e, segundo o dono, João Ricardo Auler, cerca de 20 entram em contato mensalmente. Este ano, a Bebê de Proveta já recebeu e-mail de dois casais interessados. Em 2010, a clínica não fez nenhum registro. 

Norma do CFM, publicada em 6 de janeiro no Diário Oficial da União, autoriza casal de homens a recorrer à ‘barriga de aluguel’ após aprovação do Conselho Regional de Medicina (CRM) — que avalia qualidade da clínica, estabilidade do relacionamento e legalidade do procedimento. O processo de validação dura, em média, uma semana e, se for negado, o casal pode recorrer ao CFM.

Segundo Valdemar Amaral, presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana e um dos médicos que elaborou a norma, óvulo desconhecido e útero familiar são práticas para evitar que a mulher exija a guarda da criança. Para ele, a medida é um avanço inédito que vai nortear o trabalho de médicos. “Muitos não sabiam o que fazer e negavam os pedidos dos gays. A sociedade mudou em relação a casos homoafetivos e não podemos negar esse direito”, disse, acrescentando que, se não há parente mulher, o casal pode pedir recurso e tentar usar o útero de uma amiga ou conhecida.

Vivendo com o companheiro há 19 anos, o advogado Carlos Alexandre Lima, 48, quer um herdeiro. Há cinco anos, o casal tentou a fertilização artificial com uma amiga homossexual, mas, por um problema de saúde dela, o método não foi adiante. O sonho da paternidade, porém, permanece. Carlos considera a nova norma um avanço, mas questiona a necessidade de envolver um parente. Ele defende que há casais que não têm parente mulher ou sofrem preconceito em casa.

“Acho a adoção um processo lindo que deve ser estimulado, mas quero uma continuidade de mim, alguém com minha carga genética. A família fica completa com um filho”, declara. Carlos será o doador do sêmen, e o casal ainda procura uma mulher que possa gerar a criança. Mas já começa a planejar e se preocupar com a educação do futuro filho. Apesar de não ter preferência pelo sexo do bebê, ele acredita que uma menina sofreria menos preconceito da sociedade. “Teria medo no dia em que meu filho ou filha ficasse doente. Sempre que fiquei doente era uma figura feminina que cuidava de mim”, confessa.

Método para ter filho ainda gera polêmica

No Natal do ano passado, o cantor Elton John e o companheiro, David Furnish, tornaram-se pais de um bebê gerado com a ajuda de uma barriga de aluguel. A criança do sexo masculino nasceu com 3,6 quilos e foi batizado com o nome de Zachary Jackson Sevon Furnish-John. Elton John e David Furnish não sabem qual dos dois é pai biológico do pequeno, pois ambos forneceram sêmen.

Na fila para adotar dois irmãos órfãos de pai e mãe, Bruno Chateaubriand, unido há 12 anos a André Ramos, é contrário à barriga de aluguel. Ele classifica a prática como ‘brincar de Deus’ e acha injusto privar a criança do contato materno. “Não condeno quem quer fazer, mas acho que há muitas crianças para serem adotadas no Brasil”, argumenta. Bruno e André pediram duas crianças com menos de 3 anos e irmãos entre si. “Quero órfão para meus filhos não ficarem na busca de quem são os pais genéticos e ficarem com esse vazio se não encontrarem”, justifica.

Na vida real carioca ou na ficção hollywoodiana, a nova família chegou

A nova família, com pais homossexuais, ganhou as telas de cinema e os tapetes vermelhos de Hollywood. O filme ‘Minhas Mães e Meu Pai’, da diretora Lisa Cholodenko, conta a história do casal Jules (Julianne Moore) e Nic (Annette Bening) que recorreu à inseminação artificial de doador anônimo para ter os filhos Joni (Mia Wasikowaska) e Laser (Josh Hutcherson). A produção concorre a quatro estatuetas: melhor filme, melhor atriz (Annette Bening), melhor ator coadjuvante (Mark Ruffalo) e melhor roteiro original. 

Na ficção, a pedido do irmão, a irmã mais velha decide procurar o doador do sêmen que gerou os dois. A descoberta de quem foi o doador muda o rumo de todos. Na vida real, no Rio, uma advogada de 37 e uma psiquiatra de 35, que pediram para não serem identificadas, também têm dois filhos concebidos por inseminação artificial.

Após processo judicial, elas conseguiram o direito de registrar as crianças, de 8 e 2 anos, com o nome das duas. A psiquiatra conta que escolheu o ‘perfil’ dos doadores do sêmen ( é proibido conhecer a identidade). Um deles era químico e o outro, empresário. Uma das exigências era não ter doenças renais. “As pessoas pensam que por ser homossexual, os sonhos precisam ser abandonados. Foi tudo natural com a gente”, diz a psiquiatra.

Além da inseminação artificial com doador anônimo, lésbicas podem doar o óvulo e recorrer à barriga de aluguel com parentes até segundo grau.

Fonte: O Dia