segunda-feira, 18 de abril de 2011

AÉCIO NEVES FOGE DO TESTE DO BAFÔMETRO

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) teve a carteira de habilitação apreendida por estar com o documento vencido e por se recusar a fazer o teste do bafômetro numa Operação Lei Seca na Avenida Bartolomeu Mitre, no Leblon, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Aécio foi parado na blitz na madrugada deste domingo (17). As informações são da Secretaria de Estado de Governo do Rio.

Aécio Neves se recusa a fazer teste do bafômetro
De acordo com a Secretaria de Governo, Aécio Neves foi multado. O senador não teve o carro apreendido, pois apresentou um condutor habilitado, e foi liberado.

A assessoria de imprensa de Aécio Neves informou que o senador não sabia que a carteira de habilitação estava vencida. De acordo com a assessoria, o tucano tinha saído da casa de amigos e voltava para sua residência, no Leblon, com a namorada.

Ainda segundo a assessoria, os policiais reconheceram o senador e solicitaram a documentação, que foi imediatamente apresentada. Quando os policiais alertaram que a habilitação estava vencida, Aécio Neves disse que não sabia que estava vencida. A assessoria informou que um taxista habilitado conduziu o carro para a casa do senador.

A recusa do teste de bafômetro é considerada uma infração gravíssima, representa 7 pontos na carteira e vale multa de R$ 957. Dirigir com a carteira de habilitação vencida também é uma infração gravíssima e representa 7 pontos. A multa de R$ 191,54.
Fonte: Viomundo

INDÚSTRIA DISCUTE PARTICIPAÇÃO NO TREM DE ALTA VELOCIDADE

Um seminário sobre o trem de alta velocidade (TAV) no Brasil foi realizado realizado nesta segunda-feira, pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) em parceria com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). O objetivo é debater o impacto da obra nas cidades e a transferência de tecnologia para o país.

Participam do encontro o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, o diretor do Departamento de Infraestrutura, Carlos Cavalcanti, e o diretor geral da ANTT, Bernardo Figueiredo. No último dia 7 de abril, a ANTT transferiu o leilão do trem de alta velocidade para o dia 29 de julho. A obra está estimada em R$ 33 bilhões pelo governo federal e deverá fazer a ligação entre as cidades de Campinas, de São Paulo e do Rio de Janeiro.

Matéria aprovada

Na semana passada, após cinco horas de votação, o Senado Federal aprovou por 44 votos a 17 o financiamento de R$ 20 bilhões para a construção do TAV. Os recursos para o consórcio vencedor do projeto, que ligará o Rio de Janeiro a Campinas (SP), serão liberados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A medida provisória – aprovada pelos deputados no último dia 6 –, foi enviada pelo Palácio do Planalto e prevê, além do financiamento, a criação de uma nova estatal, a Empresa de Transporte Ferroviário de Alta Velocidade S.A. (Etav). Uma das funções da empresa será integrar esse transporte com os demais, além de cuidar da desapropriação dos locais onde a linha passará.

Os senadores não fizeram nenhuma alteração no projeto aprovado pela Câmara dos Deputados na semana passada e o texto segue agora para sanção da presidente da República, Dilma Rousseff. Já os deputados incluíram apenas uma emenda, proposta pelo deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP), que determina que o governo envie para o Congresso, semestralmente, um relatório indicando o valor subsidiado e as razões que levaram à queda da receita bruta trem-bala.

O artigo alterado é o mesmo que permite à União reembolsar o consórcio em até R$ 5 bilhões, na forma de redução de juros, caso a receita bruta do trem seja inferior à prevista na proposta vencedora. Essa garantia em caso de prejuízo é chamada de subvenção econômica. Segundo o projeto – relatado no Senado por Marta Suplicy (PT-SP) -, a Etav deverá aportar R$ 3,4 bilhões até 2016, sendo a maior parte em desapropriações, e os investidores privados deverão entrar com aproximadamente R$ 10 bilhões. O primeiro desembolso do BNDES, de R$ 3,5 bilhões, será em 2012 e prosseguirá anualmente até 2016.

Críticas

Dentre as várias críticas que a oposição fez ao projeto de financiamento do trem-bala, destaca-se a garantia de R$ 5 bilhões que a União dará ao consórcio vencedor caso haja prejuízo. O líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (SP), anunciou que seu partido procurará outras legendas da oposição para ingressar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o projeto. Para ele, o governo não está tratando o dinheiro público com “lisura e responsabilidade”.

– Não há como o governo explicar o repasse de bilhões para uma obra que não se sabe quando estará pronta. [...] Transferiram o leilão e não se sabe se interessados apareceram porque o projeto é megalomaníaco.

A senadora Marta Suplicy (PT-SP), em seu relatório, afirma que os R$ 5 bilhões de subsídio não serão desembolsados diretamente, mas sim através da redução de juros, com “impacto bastante baixo em termos orçamentários”. Para a parlamentar, “dificilmente haverá frustração de receitas”.

O senador Demóstenes Torres disse que fica “estarrecido” com a criatividade do governo para “tentar burlar as decisões do Supremo”. Ele lembrou que, desde 2007, o STF julga como inconstitucionais MPs que concedem créditos suplementares ou especiais “travestidos de crédito extraordinário”.

A tucana Lúcia Vânia (GO) reclamou do curto prazo que o Senado teve para analisar o projeto. Dos 120 dias de tramitação da medida provisória, 110 foram gastos pela Câmara. A matéria sobre o TAV perderia a validade no domingo.

Fonte: Correio do Brasil

FIDEL PEDE A JOVENS QUE SUPEREM O CAPITALISMO

Ex-presidente cubano,Fidel Castro pediu nesta segunda-feira que a nova geração que participa do VI Congresso do Partido Comunista de Cuba (PCC), “retifique” o socialismo e “supere” o capitalismo. Fidelescreveu, em um artigo publicado na edião desta segunda-feira do diário comunista Granma, que escutou no último domingo os debates dos delegados do Congresso, e que eram tantas comissões que ele não pode acompanhar “a todos que falavam”, mas que se espantou com o “elevado nível cultural” da nova geração.

O ex-mandatário convocou esses novos participantes a “retificar e mudar, sem vacilações, tudo o que deve ser retificado e transformado, além de continuar demonstrando que o socialismo é também a arte do impossível”. Essa tarefa, “é, no entanto, mais difícil que a assumida por nossa geração quando foi proclamado o socialismo em Cuba”, em 1959, escreveu Fidel. Ele ainda reconheceu que superar o sistema capitalista, “que fomenta e promove os instintos egoístas do ser humano”, é “um difícil desafio, na época bárbara das sociedades de consumo”.

Fidel, que é ainda o primeiro-secretário do PCC, colocou que a direção do partido deve ser “uma soma dos melhores talentos políticos” de sua população, capaz de enfrentar a política “do império” norte-americano, que “põe em risco a espécie humana”. Ele acusou os Estados Unidos de terem gerado “mafiosos como os da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan)”, que foram “capazes de lançar mais de quatro mil mísseis” sobre a Líbia no período de 29 dias, escreveu.

O VI Congresso do PCC, o primeiro desde 1997, que teve início neste sábado, aprovará as medidas econômicas que “atualizarão” o socialismo, como anunciado pelo presidente cubano e irmão de Fidel, Raúl Castro.

Fonte: Correio do Brasil

UNIÃO EUROPEIA E FMI VÃO A PORTUGAL DISCUTIR PACOTE DE AJUDA ECONÔMICA

Altas autoridades do Fundo Monetário Internacional (FMI), da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu (BCE) vão nesta segunda-feira a Portugal para negociar os termos de um pacote de resgate ao país, que vive uma grave crise econômica.

A delegação é formada por dois alemães - Juergen Kroeger, da Comissão Europeia, e Rasmus Rueffer, do BCE - e um dinamarquês - Poul Thomsen, do FMI. Eles se reunirão em Lisboa com o ministro de Finanças português, Fernando Teixeira dos Santos.

Como contrapartida ao pacote de ajuda, estimado em 80 bilhões de euros (R$ 180 bilhões), Portugal deverá adotar medidas de austeridade, como privatizações, cortes de gastos e ações para dar apoio aos bancos e para aumentar a competitividade.

Segundo a correspondente da BBC em Lisboa Alison Roberts, economistas veem os representantes europeus como mais "linha-dura" do que o FMI em termos de duração do empréstimo e de taxas de juros, devido à pressão de eleitores nos países que arcarão com o pacote.

Neste domingo, nas eleições gerais da Finlândia, o partido “eurocético” Verdadeiros Finlandeses aumentou em quatro vezes a sua bancada de parlamentares. Isto pode dificultar a aprovação do pacote de ajuda a Portugal, já que o Parlamento finlandês tem o poder de aprovar ou rejeitar a participação do país em medidas da União Europeia.

Roberts afirma que, embora a oposição portuguesa esteja apoiando a proposta de ajuda financeira, muitos cidadãos do país se mostram frontalmente contrários ao pacote, principalmente devido às medidas de austeridade que deverão ser adotadas.

Baixo crescimento

Os problemas de Portugal são diferentes dos de Grécia e Irlanda, dois outros países que receberam ajuda financeira. Os fracos índices de crescimento e a baixa produtividade mostram que Portugal tem encontrado dificuldades para aumentar a arrecadação para financiar os gastos públicos.

Na semana passada, uma previsão do FMI apontou que o Produto Interno Bruto (PIB) português deverá encolher em 2011 e 2012.

Quando estourou a crise dos bancos, Portugal se viu enfrentando os mesmos altos custos da dívida encarados por outros países, e finalmente admitiu que não conseguiria obter o dinheiro que necessitava junto ao setor financeiro.

Por outro lado, a Irlanda teve uma crise muito mais grave no setor bancário, em grande parte devido ao estouro de uma "bolha" imobiliária. Já a Grécia entrou em um ciclo de gastos descontrolados, sem encontrar maneiras para o setor público financiá-los.

Fonte: BBC Brasil

STANDARD & POOR'S CLASSIFICA NEGATIVAMENTE O RISCO DOS ESTADOS UNIDOS

A agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P’s) rebaixou sua perspectiva da dívida dos Estados Unidos de "estável" para "negativa", lançando assim um alerta de que poderá mudar a classificação de crédito do país nos próximos dois anos.

Atualmente, os Estados Unidos têm classificação de crédito 'AAA', a mais alta, que significa que o país tem grande capacidade para cumprir seus compromissos financeiros.

O rebaixamento da perspectiva, anunciado nesta segunda-feira, reflete a preocupação com as dificuldades enfrentadas por democratas e republicanos em chegar a um acordo sobre um plano para reduzir o deficit do país, que já é de US$ 1,4 trilhão (cerca de R$ 2,2 trilhões).

"Nós acreditamos que há um risco material de que os congressistas americanos não cheguem a um acordo sobre como lidar com os desafios orçamentários de médio e longo prazo até 2013", diz um comunicado emitido pela agência.

"Se até lá um acordo não tiver sido alcançado e a implementação significativa (de medidas) não tiver começado, isso tornará, na nossa visão, o perfil fiscal dos Estados Unidos significativamente mais fraco que o de outros (países) soberanos (com classificação) 'AAA'."

Orçamento

A Casa Branca e a oposição republicana travam há meses uma batalha sobre o volume dos cortes necessários no orçamento para reduzir o deficit.

Na semana passada, após um acordo de última hora, o Congresso aprovou um plano de orçamento para o atual ano fiscal, até 30 de setembro, que prevê cortes de US$ 38,5 bilhões (cerca de R$ 61,5 bilhões) em gastos públicos.

No entanto, ainda não há perspectiva de acordo sobre o orçamento para o próximo ano fiscal, que começa em 1º de outubro.

Os republicanos, que controlam a Câmara dos Representantes (deputados federais), querem cortar US$ 6,2 trilhões (cerca de R$ 9,9 trilhões) em gastos do governo na próxima década.

Esse plano, porém, enfrenta oposição dos democratas, que comandam o Senado e defendem cortes menores.

Reação

A preocupação com o tamanho da dívida e do deficit dos Estados Unidos já havia sido manifestada na semana passada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

No relatório Fiscal Monitor, o FMI alerta que os Estados Unidos precisam "acelerar a adoção de medidas para reduzir seus coeficientes de endividamento".

"A maioria das economias avançadas está reduzindo seus deficits fiscais neste ano, mas os Estados Unidos deixaram em suspenso o reajuste”, diz o relatório.

Segundo o FMI, o tamanho do deficit americano gera instabilidade nos mercados financeiros globais.

Nesta segunda-feira, após o anúncio da S&P’s, as bolsas de valores registraram queda e o dólar se desvalorizou em relação ao euro.

Em resposta à decisão da S&P's, o Departamento do Tesouro americano disse que a agência subestimou a capacidade do governo de combater a dívida.

"A perspectiva negativa da S&P's subestima a capacidade dos líderes americanos de se unirem para lidar com os difíceis desafios fiscais enfrentados pela nação", disse o Tesouro.

Fonte: BBC Brasil

SOBE PARA 43 OS MORTOS POR TORNADOS NOS ESTADOS UNIDOS

Três dias de tempestades violentas e tornados no sul dos Estados Unidos mataram pelo menos 43 pessoas, arruinaram centenas de edifícios e derrubaram linhas de energia no fim de semana, informaram autoridades.

A Carolina do Norte concentrou os casos mais graves e os maiores prejuízos a propriedades, com 22 mortos e mais de 80 feridos, após uma série de tornados que devastou o Estado na noite de sábado.

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Casas foram destruídas, carros e caminhões revirados como fósforos e aviões varridos da pista de um aeroporto local. Árvores eram arrancadas pelas raízes, postes e destroços abateram linhas de energia e cortaram a eletricidade de mais de 200 mil pessoas na Carolina do Norte.

A gerente de uma loja de materiais para reforma na cidade de Sanford salvou clientes e funcionários ao levá-los para os fundos da loja pouco antes de um tornado arrancar o telhado, segundo relatos da mídia norte-americana.

"Vi muitos danos na Carolina do Norte ao longo dos anos, mas este é o mais catastrófico que já vi. A destruição é imensa", afirmou a governadora Beverly Perdue ao programa de TV CBS News após visitar as áreas mais atingidas.

"Temos 23 condados seriamente afetados, muitas propriedades tremendamente danificadas, escolas perdidas, danos na infraestrutura", disse Perdue. Segundo a governadora, o presidente Barack Obama prometeu "o que for necessário pra reconstruir a Carolina do Norte".

Os tornados percorreram outros 13 Estados, incluindo a Virgínia, onde as autoridades confirmaram quatro mortes e relatos não confirmados de outras três. Os órgãos de emergência da Virgínia disseram que 177 estruturas foram danificadas.

A Dominion Virginia Power afirmou que dois reatores nucleares em sua estação de Surry, no sudeste do Estado, desligaram automaticamente no sábado, quando um aparente tornado cortou uma fonte elétrica da estação.

Os geradores de emergência operaram normalmente e as duas unidades "estão em condição segura e estável", declarou a empresa em comunicado.

Roger Hannah, porta-voz da Comissão Regulatória Nuclear dos EUA, disse no domingo que nenhuma radiação foi liberada durante a tempestade e o desligamento. "Tudo funcionou como deveria", disse ele.

Andy Mussoline, meteorologista da AccuWeather.com, afirmou que as tempestades parecem ser as mais violentas nos EUA desde fevereiro de 2008, quando 57 pessoas morreram em dois dias após os tornados no sul e em Ohio Valley.

As tempestades começaram em Oklahoma na quinta-feira, se moveram pelo sul e atingiram a costa leste no sábado. Mais de 240 tornados foram relatados e 50 foram confirmados. O saldo de mortes incluiu sete pessoas no Alabama, sete no Arkansas, duas em Oklahoma e uma no Mississippi.

Fonte: Reuters

VIAGEM À CHINA FOI UM GRANDE SALTO, AFIRMA DILMA

De volta de uma viagem de quase uma semana à China, a presidente Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira que a visita foi um "salto de qualidade" na relação entre os dois países.

Dilma disse estar confiante na cooperação entre as duas nações e "muito satisfeita" com a viagem, na qual foram fechados diversos acordos com o país asiático.

"Acho que foi um salto de qualidade nas nossas relações. Mas ainda queremos mais", afirmou no programa de rádio Café com a Presidenta, destacando que pretende ampliar a venda de produtos mais elaborados à China, e não apenas matérias-primas.

Uma das maiores demandas do setor industrial brasileiro é a diversificação do comércio com a China para evitar a inundação do mercado no Brasil de manufaturados chineses.

Dilma participou, na última semana, de uma série de encontros no país asiático, que se comprometeu, em comunicado conjunto, a incentivar a importação de produtos brasileiros com mais valor agregado. Os dois países também fecharam acordos na área de ciência e tecnologia, petróleo e na área comercial.

Durante a viagem da presidente, a estatal chinesa da área de comunicação ZTE informou que pretende abrir uma fábrica no interior de São Paulo, um investimento de mais de 350 milhões de reais, segundo Dilma.

"A viagem foi bastante proveitosa. Eu diria que foi muito bem sucedida, porque nós alcançamos os nossos principais objetivos: o de abrir as portas para que mais produtos brasileiros, produtos mais elaborados, entrassem na China."

A presidente também afirmou, no programa, que o Brasil deve lançar em parceira com a China mais dois satélites para monitorar a agricultura e a Amazônia.

Dilma participou de mais dois encontros, o dos BRICs e do fórum econômico na cidade chinesa de Boao, que reuniu empresários e líderes de países asiáticos.

De acordo com a presidente, os cinco países dos Brics discutiram o controle da especulação financeira e mais equilíbrio no comércio internacional, além do combate à pobreza.

Fonte: Reuters

FINLÂNDIA AMEAÇA VETAR AJUDA A PORTUGAL

Uma fase crucial das negociações do resgate financeiro de Portugal começou mal nesta segunda-feira, quando um partido anti-euro da Finlândia que prometeu barrar a operação obteve grandes vitórias em uma eleição.

Os bônus da dívida portuguesa atingiram um novo recorde no início das transações, também influenciados pela conversa sobre uma reestruturação da dívida grega, que Atenas novamente negou.

Representantes da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu e do Fundo Monetário Internacional estão em Lisboa para estabelecer os termos do que seria o terceiro resgate financeiro na zona do euro em um ano após os acordos multibilionários com a Grécia e a Irlanda.

Eles examinaram as contas públicas de Portugal na semana passada e nesta segunda-feira iniciaram as discussões de políticas com o governo interino. A delegação do FMI é encabeçada pelo dinamarquês Poul Thomsen, que supervisionou as conversas do resgate financeiro na Grécia.

As autoridades não fizeram comentários ao chegar ao Ministério das Finanças na Praça do Comércio de Lisboa - reminiscência da grandeza imperial portuguesa de outrora.

O resgate deve chegar a um total de 80 bilhões de euros.

O objetivo é delinear um plano de reforma econômica radical -- incluindo privatizações, reformas no mercado de trabalho e medidas para blindar bancos frágeis -- até meados de maio, poucas semanas antes de o governo enfrentar uma profunda quebra de fundos e a eleição decisiva do dia 5 de junho.

Independentemente de como as conversas caminharem, o país está diante de uma nova ameaça de um companheiro da zona do euro situado a cerca de 3 mil quilômetros ao norte.

Em uma eleição realizada no domingo, o partido eurocético Verdadeiros Finlandeses obteve grandes vitórias e um disputado terceiro lugar, podendo agora se ver em condição de bloquear ou pelo menos complicar o resgate financeiro de Portugal se fizer uma coalizão com o próximo governo em Helsinque.

"O pacote que está lá -- não acredito que permanecerá", disse Timo Soini, líder do Verdadeiros Finlandeses.

Niels From, analista-chefe da Nordea, disse que "há um apoio crescente aos partidos eurocéticos, e isto pode tornar os líderes da UE um pouco mais cautelosos para seguir adiante nas tentativas de negociação para solucionar a crise da dívida".

"Isto está enfraquecendo o poder de fogo do sistema do euro", acrescentou.

Pode levar semanas até que se saiba se o partido Verdadeiros Finlandeses pode concretizar sua ameaça, mas seu sucesso na eleição apresenta um risco potencial enorme para Lisboa, que declarou que em junho ficará sem fundos para manter o país funcionando.

Qualquer atraso na aprovação do resgate financeiro para depois de meados de maio pode obrigar os líderes europeus a buscar às pressas outros meios para bancar Portugal, país de 10,5 milhões de habitantes que vinha sendo alvo de investidores durante a crise da zona do euro por conta de seus altos níveis de endividamento e uma economia pouco competitiva.

Mesmo antes do pleito na Finlândia, Portugal enfrentava obstáculos políticos significativos para selar um acordo com a UE e o FMI.

O primeiro-ministro José Sócrates está atuando em caráter interino desde que renunciou no mês passado após a rejeição de seu mais recente plano de austeridade fiscal por parte de partidos de oposição no parlamento.

Com a eleição marcada para 5 de junho, o acordo de resgate precisa ser aprovado não somente por seu governo, mas pelo principal partido opositor, os Sociais Democratas (PSD), que lideram as pesquisas para o pleito.

Fonte: Reuters