terça-feira, 10 de maio de 2011

MÉDICOS COTISTAS DA UERJ SÃO UM SUCESSO

Os defensores falam em justiça social. Os críticos invocam a meritocracia. No acalorado debate sobre a política de cotas sociais e raciais nas universidades públicas sobram argumentos por todos os lados. Dois pontos permeiam inevitavelmente a discussão: a capacidade dos cotistas em acompanhar o ritmo das aulas e a possibilidade de queda na qualidade do ensino das universidades.


O Estado fez um levantamento no curso mais disputado (Medicina) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), a primeira a adotar as cotas no País. No vestibular de 2004, foram aprovados 94 jovens (43 cotistas). Apenas oito alunos - quatro cotistas - não se formaram em dezembro do ano passado, como previsto.

O Estado localizou 90% dos jovens que chegaram à festança black-tie de formatura: 35 eram cotistas; 44, não. O caminho natural, após seis anos de faculdade, é fazer residência, o estágio de dois ou três anos em que os médicos se especializam em hospitais universitários ou da rede pública. O desafio é grande. As provas são mais disputadas que o vestibular. Nelas não há sistema de cotas. Passa quem sabe mais. É a meritocracia em estado puro.

Fazer residência garante não só mais conhecimento da medicina como salários melhores no futuro. Dos 35 cotistas localizados, 25 passaram nas provas. Os outros 9 cotistas nem tentaram entrar para residência. Ou porque não sabiam que especialidade escolher ou porque tinham pressa em trabalhar em plantões e ganhar muito mais que os R$ 2,2 mil da bolsa residência. Médicos recém-formados, mesmo sem especialização e prática, chegam a ganhar R$ 12 mil por mês, um valor inimaginável para a família de qualquer cotista. Entre os 44 não cotistas, 37 estão na residência.

Na maioria dos casos, a forma de entrada na universidade não influencia na escolha da especialidade. Não há, entre os cotistas, uma opção majoritária pela medicina de família, por exemplo, que atende prioritariamente à população carente e é mais fácil de passar. Tampouco há entre os não cotistas uma preferência por especialidades que paguem mais e sejam mais difíceis de entrar. É o caso de dermatologia, garantia de bons salários e zero de estresse com emergências. Nessa turma, duas alunas passaram, uma delas cotista.

"Cotistas ou não cotistas, todos têm uma tendência de procurar especialidades que compensem mais financeiramente", diz o cardiologista Plínio José da Rocha, diretor da faculdade de Medicina. "A gente escolhe a especialidade pelo que gosta de fazer. Não é só uma questão financeira", rebate o paulistano Thiago Peixoto, de 28 anos, cotista e residente de clínica médica na Uerj. Prova disso é que pediatria, que anda em queda entre os jovens médicos, é a especialidade com o maior número de residentes da turma - são 11, sendo 6 cotistas.

A presença dos cotistas na universidade provocou debates acalorados entre os professores, mas o diretor afirma que o curso continua o mesmo. "No início houve receio, mas cobramos igual de todos." Difícil é avaliar se o nível das aulas foi alterado. "Eu não vejo diferença. Mas há todo tipo de opinião entre os professores", diz Rocha.

Não há como negar que a mudança no tipo de aluno mexeu com os professores. Antes de 2002, quando começou a política de cotas, passavam para a Medicina da Uerj apenas a nata da elite que frequenta os melhores colégios. Agora, 45% dos alunos são da rede pública de ensino. A diferença na relação candidato/vaga é cruel.

Entre os cotistas, é de 5,33. Entre os não cotistas, de 55,80. A discrepância influencia na nota mínima para entrar na universidade. Um cotista garante a vaga se fizer 41,50 pontos. O não cotista tem de chegar a 75,75.

A discussão sobre a queda na qualidade do ensino com a entrada de alunos que não acertam nem 50% das questões do vestibular chegou ao Conselho Universitário da Uerj. A questão é emblemática. "Somos uma grande universidade porque recebemos os melhores alunos ou uma grande universidade é aquela que pega qualquer tipo de aluno e o transforma num bom médico?", diz Rocha.

Desempenho

Ainda este ano, a Uerj terá uma pista mais conclusiva sobre a questão. A turma de 2010 fez o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) em novembro. É a primeira com cotistas que passa pela prova do Ministério da Educação (MEC) que avalia os cursos de nível superior. No último, em 2007, a Uerj foi a única do Rio a tirar 5, a nota máxima. A prestigiada UFRJ ficou com 4. Seja qual for o resultado, a Uerj mantém sua filosofia. "O espírito desta escola é a formação de bons médicos. Porque até nós temos medo de quem vai nos atender num hospital", diz o diretor.

Fonte: Estadão

BANCO DO BRASIL TERÁ JUROS DIFERENCIADOS DE ACORDO COM O PERFIL DO CLIENTE

Com o objetivo de ser líder no crédito à pessoa física, o Banco do Brasil está investindo na diferenciação dos clientes para aumentar a eficiência de seus serviços. Dentro dessa estratégia, o banco começará a oferecer taxas de juros diferentes para cada cliente, de acordo com seu histórico de relacionamento, em uma espécie de cadastro positivo interno.

"Será uma premiação para os bons clientes", afirmou Paulo Rogério Caffarelli, vice-presidente de Novos Negócios e Cartões do BB, em entrevista em São Paulo. A ideia do banco é fugir das taxas médias, com custos diferentes para cada grupo de clientes, segundo Ivan Monteiro, vice-presidente de Finanças.

Esse modelo já era praticado pelo banco nas operações do atacado.

De acordo com os executivos, o banco está implementando o sistema chamado de CRM (Customer Relationship Management, em inglês), que possibilita identificar o perfil dos clientes e oferecer a ele os produtos que mais lhe interessam. "Queremos atender o cliente certo, na hora certa, com o produto adequado", disse Caffarelli.

Hoje, o BB ocupa o segundo lugar no crédito ao consumo, perdendo para o Itaú Unibanco.

Os empréstimos para pessoas físicas do Banco do Brasil cresceram 22,5% no primeiro trimestre, na comparação com o mesmo período de 2010, e impulsionaram o lucro da instituição financeira, que terminou março com resultado de R$ 2,9 bilhões --recorde do banco para os três primeiros meses do ano.

Os destaques no período foram o crédito consignado, que cresceu 19,4% em 12 meses, o financiamento de veículos, com alta de 36%, e os empréstimos imobiliários, em elevação de 79%.

A inadimplência da carteira do BB chegou a 2,1% no primeiro trimestre, voltando aos patamares pré-crise --em setembro de 2008, o índice era de 2,2%.

EMPRESAS

A tendência é contrária à registrada nos concorrentes do BB, em que o crédito para empresas foi o destaque no período. Um dos motivos para que as pessoas jurídicas tenham ganho destaque foi a adoção pelo governo --ao final do ano passado-- das chamadas medidas macroprudenciais, que visam reduzir o ritmo de crescimento do crédito ao consumo no país, como forma de controlar a aceleração da inflação.

De acordo com Caffareli, o BB absorveu parte da demanda por crédito de clientes de bancos de menor porte, que reduziram suas metas para empréstimos após as ações do Banco Central.

Além disso, de acordo com Ivan Monteiro, o crescimento dos financiamentos à pessoa jurídica foi menor devido ao foco dado pelo BB no crédito para investimentos e comércio exterior. "Esses empréstimos estão ganhando importância na carteira do banco, mas demoram mais para ser concluídos", disse.

Números divulgados pelo BB nesta terça-feira apontam que os novos desembolsos ao comércio exterior pelas linhas ACC e ACE bateram recorde em abril, atingindo US$ 1,9 bilhão.

Fonte: Folha

LACRAIA MORRE AOS 34 ANOS

Morreu, às 5h desta terça-feira (10), Marco Aurélio Silva da Rosa, de 34 anos, mais conhecido como a personagem feminina Lacraia. O Hospital Universitário Gaffrée Guinle, na Tijuca, Zona Norte do Rio, onde ele estava internado para se tratar de uma doença crônica, não está autorizado pela família a divulgar a causa do falecimento.

Lacraia é homenageada pelo apresentador Rodrigo Faro em "O Melhor do Brasil"

A informação foi dada pelo promoter David Brasil, que escreveu em seu Twitter: "Ô meu pai celestial, acabei de receber uma notícia tão triste... A animadíssima Lacraia faleceu. Que Deus a tenha! Ela estava dodói, cheguei a visitá-la na sexta-feira. Hoje cedo sua irmã me ligou dizendo", escreveu no Twitter.

Lacraia ficou conhecida em 2002 ao formar uma dupla de funk com o MC Serginho e dançar hits como "Vai, Lacraia!" e "Eguinha Pocotó". Assista a uma participação da dupla no "Domingo Legal", programa na época apresentado por Gugu Liberato no SBT:

JAPÃO ANUNCIA REVISÃO DO SEU PROGRAMA NUCLEAR

O primeiro-ministro do Japão, Naoto Kan, afirmou nesta terça-feira que a política de energia nuclear do Japão será revisada "do zero", depois do vazamento de material radioativo ocorrido na usina de Fukushima, no leste do país.

Getty Images
O acidente na usina de Fukushima foi causado pelo terremoto de magnitude 9 ocorrido em 11 de março, seguido de um tsunami. Desde o início da crise nuclear, cerca de 80 mil pessoas foram obrigadas a deixar suas casas em um raio de 20 km da usina.

Antes do ocorrido, o plano do governo era tornar a geração nuclear responsável por 50% do fornecimento de energia no país até 2030, limitando em 20% o uso das tecnologias renováveis. Atualmente, 30% da energia consumida no Japão é de origem nuclear.

Agora, o premiê afirma que o Japão buscará dar ênfase às fontes renováveis, com o uso de painéis solares e energia eólica. Além disso, Kan disse que o país tentará buscar maneiras de tornar a geração nuclear de energia mais segura.

O primeiro-ministro afirmou ainda que um maior foco deverá ser dado em maneiras de se conservar energia, transformando o Japão em uma "sociedade poupadora de energia".

Anteriormente, Kan anunciou que vai abrir mão de seu salário como premiê até o fim da crise nuclear no país, apesar de ele continuar a receber seu salário de parlamentar.

Usina de Fukushima foi danificada por terremoto e tsunami

Ressarcimentos

O correspondente da BBC em Tóquio Roland Buerk afirma que, segundo estimativas de analistas, mais de US$ 100 bilhões (aproximadamente R$ 161 bilhões) deverão ser gastos na recuperação da área atingida pelo vazamento de Fukushima e no ressarcimentos dos que foram retirados da região.

Diversas fábricas, fazendas e criações de peixes fecharam devido à radioatividade.

Alguns moradores do vilarejo de Kawauchi, um dos locais esvaziados devido à radioatividade, ganharam permissão para visitar a zona de exclusão por períodos de até duas horas.

Um morador disse à BBC estar preocupado com o fato de não ter informações sobre os índices de radiação dentro de Kawauchi. "Teria sido bom se as autoridades nos tivessem dado informações, mas até agora, não deram", afirmou.

Tepco

A empresa Tepco, que administra Fukushima, disse que enfrenta “uma situação extremamente severa” em relação à captação de fundos e vai precisar de ajuda do governo para poder pagar imediatamente as compensações “justas”.

O ministro das Finanças, Yoshihiko Noda, deu a entender que o governo dará alguma forma de suporte à Tepco.

“Basicamente, a Tepco é responsável pela compensação, mas o governo vai garantir que aqueles que foram afetados sejam compensados”, disse Noda.

Ele acrescentou que há várias formas de o governo ajudar a Tepco, mas não disse quais seriam elas.

A companhia energética é a maior do Japão e atende uma área que reponde por 33% da economia local.

"Eles (a Tepco) não podem ser levados a decretar falência", disse à BBC o analista Penn Bowers, da empresa CLSA, de Tóquio. "Acho que todos compreendem que não se pode permitir que eles fracassem."

Fonte: BBC Brasil

PRIMEIRA USINA NUCLEAR IRANIANA ENTRA EM OPERAÇÃO

O reator da usina nuclear de Bushehr, a primeira do Irã, começou a operar no "nível mínimo controlável de energia", informou nesta terça-feira a companhia russa que construiu a instalação.

Um porta-voz da empresa Atomstroyexport, que pertence à agência estatal nuclear russa Rosatom, afirmou que, neste domingo, a unidade geradora de energia do reator de Bushehr atingiu um dos últimos estágios no seu "lançamento físico".

Alguns países - incluindo Israel - expressaram temores de que a usina possa levar o Irã a desenvolver armas nucleares.

Em fevereiro, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), ligada à ONU, afirmou que tinha novas informações sobre as "possíveis dimensões militares" do programa nuclear iraniano.

Teerã afirma que seus objetivos em obter energia atômica são puramente pacíficos.

Nessa segunda-feira, um integrante da comissão parlamentar iraniana que monitora Bushehr afirmou que "testes finais" estavam sendo conduzidos na usina.

Nesta terça, a Atomstroyexport afirmou que obteve uma "reação em cadeia autossustentável" na "zona ativa" do primeiro reator da usina, o que significa o início da reação nuclear no local.

A agência de notícias iraniana Fars disse que a usina começará a fornecer energia dentro de dois meses.

Adiamentos

O projeto de Bushehr foi iniciado nos anos 1970, mas foi marcado por adiamentos. A construção foi abandonada depois da revolução islâmica que derrubou o xá em 1979, sendo retomada nos anos 1990, quando Moscou e Teerã firmaram um acordo bilionário para completar a obra.

Em fevereiro passado, o Irã removeu combustível nuclear do reator por "motivos técnicos", em meio a especulações de que um vírus de computador teria sido responsável pela remoção.

Os Estados Unidos e outros países ocidentais pediram à Rússia que abandonasse o projeto, alertando que ele poderia ajudar o Irã a obter a bomba atômica.

No entanto, um acordo obrigando Teerã a repatriar combustível nuclear usado para a Rússia aliviou as preocupações.

Em fevereiro, um relatório da AIEA obtido pela BBC e tornado público pelo Instituto para Ciência e Segurança Internacional (Isis, sigla em inglês) afirmava que os iranianos não estavam cumprindo com várias de suas obrigações.

Isto incluía "esclarecer os assuntos importantes restantes que levantaram preocupações sobre possíveis dimensões militares para o seu programa nuclear".

Resposta iraniana

O representante iraniano nas negociações sobre o programa nuclear, Saeed Jalili, afirmou que os próximos diálogos com as potências ocidentais devem ser "justos" e "evitando recorrer a instrumentos de pressão", segundo informa a agência Reuters.

A declaração ocorreu em resposta a uma carta enviada três meses atrás pela chanceler da União Europeia, Catherine Ashton.

Analistas citados pela Reuters afirmam que, com isto, Teerã indica que não aceitará discutir o enriquecimento de urânio. Negociações mantidas em Istambul (Turquia) em janeiro fracassaram depois que o Irã se negou a suspender o enriquecimento.

Seis potências estão negociando com o Irã sobre seu programa nuclear. O país já sofreu sanções do Conselho de Segurança da ONU devido à sua recusa em parar de enriquecer urânio - o que pode ser usado para fins pacíficos ou para fabricar armas.

Fonte: BBC Brasil

INTELECTUAIS DA ONU DEFENDEM MUDANÇAS NA AJUDA A PAÍSES SUBDESENVOLVIDOS

Um grupo de personalidades designadas pelo secretário-geral da ONU se pronunciou nesta terça-feira em prol do fornecimento de recursos orçamentários para os países subdesenvolvidos, no lugar do financiamento direto de projetos.

"Para ser mais eficiente, a ajuda deve favorecer o desenvolvimento das capacidades locais, aumentar o controle nacional e contribuir para a melhora da governança e para o desenvolvimento de um Estado capaz", escreveu o comitê, formado por nove intelectuais, em um relatório publicado em Istambul, palco de uma cúpula da ONU que discute questões como a pobreza e a segurança alimentar nos 48 países subdesenvolvidos.

"O apoio orçamentário é mais eficiente para atingir objetivos do que a ajuda direta para realizar um projeto ou programa", afirma o documento, que deverá servir de base para os trabalhos da IV Conferência da ONU para os Países Subdesenvolvidos, que se extende até sexta-feira.

Segundo Louis Michel, deputado europeu e ex-comissário europeu do Desenvolvimento, que viajou à Istambul para defender o relatório, as ajudas indiscriminadas não precisam gerar desfalques.

"Criticam a ajuda arçamentária porque, supostamente, é impossível controlá-la corretamente. É óbvio que não é assim, já que o Tribunal de Contas europeu tem controle total e verifica todos os gastos", declarou à imprensa.

O deputado europeu destacou que o tribunal é incapaz de controlar detalhadamente os 7 ou 8 mil projetos que a União Européia financia anualmente.

"Os países doadores usam desculpas para não cumprir seus compromissos financeiros", afirmou à AFP.

"Quando os projetos são financiados, podem inventar desculpas todos os dias para não pagar, ao passo que quando se trata de um apoio orçamentário, se o país cumpre os critérios, é obrigado a pagar" os fundos prometidos, de acordo com Michel.

Os países subdesenvolvidos, em caso de ajuda orçamentária, recebem de 85% a 90%, e em apoios à projetos, 60% do prometido, segundo as estimativas do estudo.

Fonte: AFP

DESASTRES CLIMÁTICOS AUMENTAM PREJUÍZOS ECONÔMICOS

O risco de morte em um desastre relacionado com o clima está diminuindo no mundo inteiro, mas os prejuízos econômicos gerados pelas catástrofes estão aumentando em todas as regiões devido à falta de investimentos, alertou a ONU nesta terça-feira.

Danos à infraestrutura -- escolas, centros de saúde, estradas, pontes -- estão crescendo exponencialmente em vários países de baixa ou média renda, apesar das melhorias nos sistemas de alertas, afirmou a Organização das Nações Unidas em seu relatório global de redução dos riscos em desastres.

Países ricos também estão mais expostos, com danos em alta depois das inundações na Austrália e os terremotos no Japão e na Nova Zelândia neste ano.

"O progresso é ambivalente", disse o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, no relatório apresentado em Genebra.

"Os atuais acontecimentos no Japão apontam para riscos novos e catastróficos que precisam ser antecipados", acrescentou, referindo-se ao terremoto e o tsunami que atingiram o nordeste do Japão em março e culminaram na pior crise nuclear do mundo nos últimos 25 anos.

Desastres já causaram mais de 300 bilhões de dólares em prejuízos neste ano, praticamente o mesmo valor de todo o ano de 2010, disse um porta-voz da ONU, citando estatísticas do Centro de Pesquisa de Epidemiologia de Desastres.

As mortes em desastres relacionados com o clima, como inundações ou ciclones tropicais, estão concentradas na Ásia e o risco de fatalidades nestes eventos está caindo, segundo o relatório, que analisou dados enviados por 130 países.

"Todas as evidências que temos mostram que a mortalidade ainda cresce no caso de terremotos", disse Andrew Maskrey, principal autor do relatório, em apresentação para a imprensa.

Muitas mortes e ferimentos estão concentradas em catástrofes extremamente raras, como os 200 mil mortos no terremoto do Haiti em janeiro de 2010, disse.

Ainda que exista um bom progresso na criação de sistemas de alertas para retirar a população em caso de desastres, muitos países ainda não investem corretamente no combate às construções em áreas de risco, acrescentou o relatório.

"Uma das razões que explica o motivo dos países ainda não investirem em gestão de riscos para desastres está, para colocar de maneira simples, na natureza humana", disse Maskrey.

"Todos nós, seja como indivíduos ou como governos, tendemos a desacreditar enormemente em acontecimentos futuros de baixa possibilidade. Mas está claro pela evidência econômica que prevenir é sempre melhor", acrescentou.

Fonte: Reuters

MICROSOFT COMPRA SKYPE POR R$ 14 BILHÕES

A Microsoft confirmou hoje as negociações para compra da Skype Technologies por US$ 8,5 bilhões (R$ 13,7 bilhões) em dinheiro. Este é o mais agressivo investimento da Microsoft na convergente indústria de comunicação, informação e entretenimento.

Ao adquirir a Skype, que conecta milhões de pessoas no mundo por meio de telefonia e vídeo baseada na internet, a Microsoft deve ampliar o espaço de seu já conhecido nome na internet, em um momento em que encontra dificuldades para acelerar seus negócios no mercado de consumo.

"Skype é um serviço fenomenal, amado por milhões de pessoas no mundo", disse o executivo chefe da Microsoft, Steve Ballmer. "Juntos criaremos o futuro da comunicação em tempo real, de modo que as pessoas possam facilmente se conectar com suas famílias, amigos, clientes e colegas em qualquer parte do mundo."

A Skype será uma nova divisão de negócios da Microsoft e o CEO da Skype, Tony Bates, assumirá o cargo de presidente da divisão Microsoft Skype, reportando-se diretamente a Ballmer.

A Microsoft tem investido pesadamente em marketing e em tecnologia de seu site de busca Bing. Embora tenha obtido algum avanço em relação ao ano passado, o mercado de busca na internet segue dominado pelo Google, que agrega mais de 65% do mercado de buscas nos Estados Unidos.

O negócio com a Skype está próximo da maior aquisição já feita nos 36 anos de história da Microsoft, companhia que tem estado longe de grandes aquisições. Em 2007, a Microsoft pagou cerca de US$ 6 bilhões para adquirir a empresa de publicidade online aQuantive.

Muitos dos atuais e ex-executivos da Microsoft acreditam que a companhia pagou um preço exorbitante no negócio. Mas observam que a empresa abandonou uma proposta para a compra do Yahoo! por US$ 48 bilhões e que, atualmente, a empresa está avaliada por um valor que corresponde a metade dessa oferta.

Valorização

O valor da aquisição da Skype mostra a valorização da empresa desde seu lançamento, em 2003, por Niklas Zennstrom por Janus Friis, dois dos criadores da tecnologia de partilha de arquivos conhecido por Kazaa e que acabou ficando associada à pirataria.

Inicialmente popular somente entre os tecnólogos, o Skype caiu no gosto popular ao oferecer chamadas telefônicas baratas ou sem custo, atraindo especialmente os usuários de chamadas internacionais.

A experiência não foi bem sucedida e, em 2009, a eBay vendeu 70% da Skype para um grupo de investidores de tecnologia, incluindo a empresa Silver Lake Partners, as empresas de venture capital Index Ventures e Andreessen Horowitz e um plano previdenciário do Canadá, que obterá um bom retorno com a transação fechada agora com a Microsoft.Quando a eBay adquiriu a empresa em 2005, por US$ 2,6 bilhões em dinheiro e ações, a Skype era considerada um experimento, pelo qual os clientes do eBay poderiam utilizar o serviço para se comunicar sobre potenciais negócios de compra e venda de produtos oferecidos pelo site.

A história financeira da Skype tem sido inconstante. Nos oito anos desde que foi fundada, produziu baixo lucro. No ano passado, obteve receita de US$ 860 milhões e US$ 264 milhões em lucro operacional. Ainda assim, terminou com um prejuízo líquido de US$ 7 milhões. Até 31 de dezembro de 2010, a companhia tinha uma dívida de longo prazo de US$ 686 milhões.

Em agosto do ano passado, a empresa entrou com documentação para abrir seu capital e ter ações na bolsa, mas os planos foram congelados com a chegada do executivo Tony Bates ao comando da empresa

Fonte: Dow Jones