sábado, 28 de maio de 2011

ZELAYA É RECEBIDO POR MILHARES DE PESSOAS EM HONDURAS

Milhares de seguidores recepcionaram neste sábado o ex-presidente de Honduras, Manuel Zelaya, que retornou ao seu país quase dois anos após ter sido deposto, vindo da Manágua (Nicarágua).

O retorno de Zelaya é o resultado de pacto selado com o atual presidente, Porfirio Lobo. O trato inclui a anistia do ex-mandatário e apoiadores, abre as portas para que a FNRP se torne um partido e inclui a possibilidade de uma consulta nacional a respeito da convocação de uma Constituinte. O acordo foi mediado por Venezuela e Colômbia e deve ser o passaporte para que o país seja reintegrado à Organização dos Estados Americanos na quarta.

Milhares de seguidores aguardaram o retorno de Manuel Zelaya no aeroporto de Toncontín, em Tegucigalpa

O presidente deposto foi recebido na base aérea da capital Tegucigalpa, aonde beijou o solo e foi agradeceu à "comunidade internacional" e aos presidentes Hugo Chávez (Venezuela), Juan Manuel Santos (Colômbia) e Honduras (Porfírio Lobo) "por seu esforço em chegar a esse momento".

Nas proximidades do aeroporto Toncontín, na capital, perto da base aérea, os seguidores do ex-presidente celebravam o aterrissagem das aeronaves que trouxeram Zelaya, parte de sua família, amigos e os colaboradores mais próximos.

"Estamos emocionados pelo regresso do ex-presidente. Estivemos aqui para despedir dele quando os golpistas o expulsaram do poder e estamos aqui hoje para recebê-lo", disse Nataniel Robles, de Guasistagua, de Comayagua (parte central do país).

Zelaya foi deposto em 28 de junho de 2009, dia em que seria realizada uma "consulta popular" (declarada ilegal por diferentes órgãos do Estado) para convocar uma Assembleia Constituinte que, segundo seus opositores, o manteria no poder.

Muitos dos participantes portavam bandeiras vermelhas e negras do FNRP (Frente Nacional de Resistência Popular), que agrega os apoiadores de Zelaya, bandeiras de outras agremiações políticos, imagens do guerrilheiro argentino Che Guevara, e cartazes com o nome "Mel", como é conhecido o ex-presidente entre os hondurenhos. Alguns carregavam gorros, sombreiros e camisetas com a imagem do líder deposto.

A segurança foi reforçada na cabeceira da pista de Tocontín por dezenas de policiais armados com bastões, bombas de gás lacrimogêneo e escudos. Parte do tráfego nas proximidades foi desviada para facilitar o acesso dos seguidores de Zelaya. Enquanto esperavam a chegada do ex-presidente, pelo menos 25 desmaiaram por causa do calor sufocante e da falta de água.

Em uma entrevista à rede CNN em espanhol, concedida antes de sua chegada, o ex-presidente afirmou que não tinha planos imediatos de concorrer à presidência. Mas declarou que gostaria de atrair mais investidores para Honduras e fazer uma campanha por uma "assembleia nacional constituinte", para fazer uma constituição e um "novo pacto social".

Fonte: Folha

ATAQUE SUICIDA NO AFEGANISTÃO MATA CHEFE DA POLÍCIA DO NORTE

O chefe da polícia do norte do Afeganistão foi morto neste sábado em um ataque suicida na sede do governo da província de Takhar.

AP
O general Mohammad Daub Daub é uma das sete pessoas mortas no ataque assumido pelo Talebã.

O homem-bomba, vestido de policial, detonou seus explosivos durante reunião do comando afegão com oficiais da Otan.

O porta-voz do governo local disse que três soldados alemães foram mortos na explosão, mas a informação não foi confirmada pela Otan.

Importância

Daub é o mais alto integrantes do governo afegão morto pelo Talebã este ano.

Ele foi um comandante militar da Aliança do Norte, grupo de forças afegãs que combateu o Talebã em 2001. Na década de 1980, ele lutou contra a ocupação soviética do Afeganistão.

O ataque aconteceu em uma área considerada relativamente segura, o norte do país.

O correspondente da BBC Paul Wood na capital afegã, Cabul, disse que o ataque do sábado é uma vitória em termos de propaganda para o Talebã e um duro golpe para o governo.

Fonte: BBC Brasil

EGITO PERMITE A SAÍDA DE PALESTINOS DA FAIXA DE GAZA

O Egito aliviou neste sábado as restrições a viagens para os moradores de Gaza, acabando com um bloqueio ao território palestino imposto por Israel para isolar os governantes do Hamas na região.

O Egito, que acertou a paz com Israel em 1979 mas cujos governantes militares interinos desejam melhorar as relações com os palestinos, permitiu que cerca de 300 moradores de Gaza entrassem em seu território no posto fronteiriço de Rafah, logo na primeira hora após a sua abertura.

Mas no começo da tarde uma autoridade palestina na fronteira disse que cerca de 450 pessoas já tinham passado pelo lado palestino da fronteira, o equivalente ao número total de pessoas que fizeram a travessia em um dia e meio na semana passada.

A passagem deve ser fechada às 17 horas (horário local, 11 horas no horário de Brasília).

Sob as novas regras que o Egito, anunciadas na quarta-feira, os posto fronteiriço de Rafah, única abertura de Gaza para o mundo exterior, ficará em operação durante seis dias por semana, em vez de cinco, e o período de trabalho será estendido em duas horas por dia.

"Eu acredito que esta é uma medida única e um importante progresso," afirmou Ghazi Hamad, vice-ministro das Relações Exteriores do Hamas.

Israel mantém um rígido bloqueio à Faixa de Gaza porque o Hamas se recusa a reconhecer o Estado judaico e pede a sua destruição. Autoridades israelenses se negaram a comentar a única saída do território de Gaza para o mundo exterior.

Israel permite que alguns bens sejam importados para a Faixa de Gaza, por meio de passagens fronteiriças por terra, e deixa alguns poucos moradores deixarem a região, principalmente para tratamento médico.

Sob as novas regras egípcias, mulheres, menores e homens acima de 40 anos não precisam mais de visto para entrar no país, o que permite que centenas de pessoas a mais poderão cruzar a fronteira todos os dias.

Anteriormente, o local não podia lidar com mais de 300 pessoas cruzando a fronteira por dia, e Hamad disse que, com uma coordenação aperfeiçoada, espera que o número diário triplique.

"Vamos cooperar com os irmãos egípcios para assegurar que os novos acordos sejam implementados calmamente e de forma precisa... Esperamos que até mil pessoas possam cruzar a fronteira todos os dias," afirmou à Reuters Hamad, que supervisiona o trabalho no posto.

Palestinos dizem que a medida egípcia marca uma nova era nas relações entre os povos, depois da queda, em fevereiro, do presidente Hosni Mubarak, que ajudou a preservar o bloqueio e se aliou ao presidente palestino Mahmoud Abbas, rival do Hamas.

Fonte: Reuters

SERRA SOFRE DERROTA NO PARTIDO

O grupo do ex-governador mineiro, o senador Aécio Neves, prevaleceu sobre as intenções do candidato derrotado à Presidência da República nas últimas eleições José Serra de dirigir o Partido da Social Democracia Brasileiro (PSDB) e manteve a indicação do ex-senador cearense Tasso Jereissati, também derrotado nas urnas em outubro passado, para a para a Presidência do Instituto Teotônio Vilela (ITV), a instância diretiva da agremiação. O impasse chegou a ameaçar a convenção realizada, nesta sábado, e durou por mais de três horas, até que Serra aceitasse presidir o recém-criado Conselho Político do PSDB.

PSDB
A convenção estava marcada para às 9 horas, mas a cúpula tucana somente chegou ao plenário após mais três horas, tempo suficiente para que Serra, Aécio, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o governador Geraldo Alckmin (SP) e o deputado Sérgio Guerra (PSDB-PE) discutissem, a portas fechadas, o acordo anunciado aos partidários que aguardavam no salão de um hotel desta capital. Nas entrevistas, posteriores à queda de braço entre os grupos que dividem a principal legenda da direita brasileira, todos os integrantes da elite tucana negaram as divergências internas.

– Temos que afastar a arma do adversário que é a mentira ao nosso respeito, que é a intriga. A intriga nos enfraquece e fortalece os adversários – afirmou Serra.

Ao final do seu discurso na convenção nacional do PSDB, Serra insistiu que “antes de ser um oficial na política”, é um “soldado”.

– Contem com esse soldado em qualquer momento – afirmou.

Aécio também desconversou e garantiu não haver “divisão” do PSDB, que o partido sai fortalecido do episódio, mas preferiu não comentar os desentendimentos entre Serra e Jereissati, durante a campanha eleitoral.

– Instigaram rupturas, que o PSDB colocaria projetos pessoais à frente do partido. Os brasileiros vão acordar amanhã sabendo que, mais do que nunca, o PSDB está unido e pronto – garantiu.

Serra, ao final das negociações, presidirá um conselho integrado por Alckmin, Aécio, FHC, o governador de Goiás, Marconi Perillo e Guerra.

Bombeiros tucanos

Coube ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, o uniforme de bombeiros na crise que incendeia o ninho tucano. Eles foram investidos por Aécio e Guerra da missão de convencer José Serra que o espaço que lhe restava no comando do PSDB era mesmo um cargo no novo Conselho Político da legenda. Diante da resistência do grupo do senador Aécio Neves (PSDB-MG) a ceder a Serra a presidência do ITV – cargo para o qual a bancada do Senado convidou o ex-senador Tasso Jereissati (CE) –, FHC e Alckmin comunicaram a Serra que somente restava a Presidência do Conselho Político, o que irritou o ex-governador paulista.

A princípio, o Conselho seria presidido por FHC – mas o ex-presidente preferiu abrir mão da indicação para tentar resolver o impasse. FHC propôs também que os paulistas fiquem, além do comando do conselho, com duas vice-presidências da executiva nacional – um indicado por José Serra e outro por Alckmin. O nome levado às conversas pelos serristas e aceito pelos demais foi o do ex-governador Alberto Goldman, enquanto o indicado de Alckmin é o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Regional do Estado de São Paulo, Emanuel Fernandes, deputado federal e ex-prefeito de São José dos Campos.

As ameaças dos tucanos paulistas de boicotar a convenção caso Serra fosse preterido na indicação para o ITV não surtiram o efeito esperado. A fundação do partido é responsável pela realização de seminários, pesquisas e estudos de conjuntura. Segundo sondagens internas, a indicação de Serra para o ITV não tinha apoio de maioria dos convencionais do partido.

Candidato à reeleição, o presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), trabalha para evitar uma disputa aberta entre os dois principais diretórios do partido, o de Minas e o de São Paulo. Segundo ele, o partido não pode ficar preso apenas à briga porque tem representações fortes em muitos outros Estados como Paraná, Pará e Goiás.

– Claro que não há solução sem São Paulo, mas não estamos emparedados por isso, não. O partido não é só São Paulo e Minas. Não podemos ficar reduzidos a essa discussão bipolar, caso contrário, não chegaremos a lugar algum – afirmou Guerra, antes da reunião desta manhã.

Os delegados tucanos elegeram o Diretório Nacional com 213 votos, a totalidade do colégio eleitoral, posto haver apenas uma chapa na disputa. A falta de acordo entre os grupos mineiro e paulista ameaçava levar a definição da executiva para um confronto.

Apesar da pressão paulista, até quinta-feira era descartada pelos aecistas a possibilidade de recuo na indicação de Tasso para a presidência do ITV. Essa solução foi tentada por Alckmin, interessado em evitar conflitos com Serra. Mas Tasso foi convidado publicamente pela bancada no Senado, aceitou, e virou fato consumado.

Para os tucanos que defendem a candidatura de Aécio a presidente, Serra transformaria o ITV num espaço para fazer campanha pessoal. Além disso, temiam que, num cargo com essa projeção, Serra estabelecesse um duplo comando do PSDB, disputando com Sérgio Guerra que, por sinal, é um dos mais preocupados com o confronto entre Aécio e Serra. Ele é visto como aliado do mineiro, mas está interessado em manter o partido unido.

Com a disputa pela formação da executiva, o PSDB conseguiu, na prática, antecipar para 2011 o confronto previsto para 2014 entre Serra e Aécio, pela vaga de candidato do partido à sucessão presidencial. Serra já foi derrotado duas vezes (2002 e 2010), mas ainda alimenta expectativa de disputar uma última vez. A avaliação majoritária no partido, no entanto, é que a vez é de Aécio, por vários motivos, como a maior capacidade de agregar politicamente e os erros atribuídos a Serra na campanha de 2010. Mesmo assim, é consenso que o peso político de Serra não pode ser descartado pelo partido e que é prematuro definir agora uma candidatura. O perfil ideal dependerá de vários fatores, entre eles do desempenho do governo Dilma Rousseff e da coesão – ou não – de sua base aliada.

Mesmo adversários de Serra defendem um acordo, para evitar que ele saia humilhado e o partido, definitivamente rachado. O receio é que Serra seja transformado no “Kassab do PSDB”, numa referência à saída do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, do Democratas, levando um grande número de filiados para o novo partido, o PSD.

– Todo mundo estava procurando uma forma de Serra não ser vencido – definiu um lider tucano envolvido nas conversas.

Aécio, no entanto, tem vencido todos os rounds. Primeiro, com uma mobilização de apoio à reeleição de Guerra na Presidência do partido, barrando uma articulação de aliados de Serra para conduzi-lo ao cargo. Depois, conseguindo apoio à permanência do deputado Rodrigo de Castro (MG), seu aliado, na secretaria geral do partido. Os paulistas queriam substituí-lo.

Por fim, o senador mineiro antecipou a formalização do convite a Tasso, desafeto declarado de Serra, para assumir o ITV, rebatendo a articulação de Alckmin para levar Serra ao comando do órgão. Tucanos de São Paulo disseram que se tentava destruir e humilhar o ex-governador. Os dirigentes discutem a redefinição de alguns papéis de cargos da executiva, entre eles o da vice-presidência, ocupada pelo ex-ministro Eduardo Jorge Caldas Pereira, aliado de Serra, cujo cargo absorveu boa parte do poder da secretaria-geral do partido. Não está afastada, no entanto, a possibilidade de Serra deixar a legenda.

Fonte: Correio do Brasil