sábado, 4 de junho de 2011

KOTSCHO: PALOCCI ESCOLHEU A GUILHOTINA

A presidente Dilma Rousseff perdeu a paciência com o ministro Antonio Palocci na quinta-feira e deu um prazo para ele falar e se explicar sobre a espantosa evolução do seu patrimônio. Esse prazo termina hoje, sexta-feira, dia 3 de junho, à meia-noite.

O governo não poderia continuar sangrando por mais um fim de semana, depois de ficar 18 dias paralisado pela crise na Casa Civil.

A partir daí, começaram intermináveis reuniões de Palocci com a sua asssessoria direta, outra assessoria contratada da agência FSB, especializada em gerenciamento de crises, advogados criminalistas e com outros ministros do Palácio do Planalto.

O grande problema não era só decidir o que falar sobre os R$ 20 milhões que a consultoria do ministro faturou no ano eleitoral de 2010, mas como, onde e quando dar à sociedade brasileira as satisfações que a presidente cobrou dele.

Desde o começo, um ponto era inegociável para ele: Antonio Palocci não se exporia numa entrevista coletiva.

A outra opção era fazer um pronunciamento em rádio e televisão, sem direito a perguntas de jornalistas. Mas, como se trata de assunto particular, e não de governo, pegaria muito mal convocar as emissoras para a formação da rede. Restava-lhe escolher para qual veículo ou veículos daria entrevistas separadamente.

Às oito da noite de quinta-feira, recebi o retorno de uma ligação que fizera ao Palácio do Planalto, e imediatamente publiquei aqui no blog, com a informação de que o ministro Antonio Palocci falaria nesta sexta-feira por ordem da presidente Dilma.

O Balaio foi o primeiro a dar essa notícia, a seguir também veiculada no Jornal da Record e no Jornal da Record News, onde eu trabalho.

Naquele momento, ainda não haviam decidido de que forma isso aconteceria. Às dez da noite, outro ministro com gabinete no Palácio do Planalto me confirmou que Palocci falaria hoje e estava ainda estudando a forma de atender à ordem da presidente Dilma.

Entre as alternativas apresentadas pelos estrategistas de Palocci, estava conceder entrevistas para a Folha de S.Paulo, exatamente o jornal que o denunciou há quase três semanas, e a William Bonner e Fátima Bernardes, da TV Globo, na bancada do Jornal Nacional.

Parecia-me um suicídio, mas eles seguiram em frente: às quatro da tarde de hoje, foi confirmada a entrevista exclusiva ao JN, mas não mais ao vivo para Bonner e Fátima.

Palocci fala: anatomia de uma queda anunciada

A última informação do bunker palocciano dava conta de que o ministro daria uma entrevista gravada para Júlio Mosquera, repórter da Rede Globo em Brasília. Não se falou mais da entrevista à Folha.

Os leitores podem até não acreditar no que escrevi acima, como eu também duvidei que pudesse ser verdade. Depois de ser rifado pelo PT e enquadrado pela presidente Dilma, parece que o todo-poderoso Palocci perdeu o rumo e resolveu antecipar um desfecho para a novela da sua queda anunciada.

Qualquer coisa que ele diga agora à TV Globo não lhe devolverá o mais importante para exercer a função de ministro-chefe da Casa Civil: o respeito.

Na encruzilhada, podendo escolher entre vários caminhos, meu amigo e ex-colega de governo Lula escolheu o pior. Depois do longo silêncio, Palocci escolheu a guilhotina.

Fonte: Balaio do Kotscho

PARADEIRO DO PRESIDENTE DO IÊMEN, ALI ABDULLAH SALEH, AINDA É DESCONHECIDO

O presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, ferido em um ataque ao seu complexo, foi para a Arábia Saudita, segundo a emissora de televisão Al Arabiya, mas uma autoridade iemenita e uma fonte saudita negaram a fuga.

Uma eventual saída de Saleh do país tornaria muito difícil para ele a tarefa de retornar ao local, onde ele tenta superar quatro meses de protestos contra o seu governo, que levaram o empobrecido país da Península Arábica à beira de uma guerra civil.

A emissora de televisão estatal iemenita afirmou que seis autoridades, incluindo o primeiro-ministro e os presidentes de ambas as esferas do Parlamento seguiram para a Arábia Saudita para tratamento.

Potências mundiais e locais, incluindo a Arábia Saudita, pressionavam o presidente a assinar um acordo para deixar o poder. Sair do país, mesmo que para tratamento médico, poderia ser visto como o primeiro passo para transferir a liderança.

Há crescentes preocupações de que o Iêmen, que já está praticamente arruinado financeiramente e abriga militantes da Al Qaeda, torne-se um Estado falido, virando uma ameaça à região que mais exporta petróleo no mundo e à segurança global.

Moradores de Sanaa enfrentam novos temores, após combates envolvendo uma poderosa federação tribal e as forças de Saleh terem se espalhado na sexta-feira por outras regiões de uma cidade já dividida, causando um novo êxodo de civis temerosos com uma guerra.

"Saleh ainda está em Sanaa," afirmou à Reuters uma autoridade iemenita. "Ele sofreu pequenos ferimentos na cabeça e acredito que também no rosto."

Quase 200 pessoas foram mortas nas últimas duas semanas em batalhas urbanas com metralhadoras, morteiros e lançadores de granadas, fazendo o aeroporto de Sanaa interromper brevemente os voos em duas oportunidades, além de ter causado o fechamento do comércio.

Explosões intermitentes e tiroteios esporádicos marcaram as primeiras horas do dia em Sanaa. Ao amanhecer, as estradas estavam abarrotadas de civis fugindo da violência que dominou grande parte da cidade.

"As balas estão por todos os lados, explosões nos amedrontam. Não dá mais para ficar," afirmou Ali Ahmed, um morador local.

Na sexta-feira, várias autoridades iemenitas ficaram feridas e sete morreram quando bombardeios atingiram uma mesquita no palácio presidencial, informou a imprensa estatal. As forças de Saleh retaliaram, atacando casas de líderes da federação tribal Hashed, que trava uma batalha urbana para derrubar o presidente.

Fonte: Reuters

SOCIAL-DEMOCRATAS DE PORTUGAL DEVEM VENCER A ELEIÇÃO DE DOMINGO

Social-democratas de Portugal são os favoritos para vencer a eleição no domingo, mas as celebrações podem ser curtas em meio à tarefa urgente de formar um governo de coalizão para aprovar um duro plano de resgate.

Pesquisas sugerem que os social-democratas (PSD), de centro-direita, vão ganhar a votação, mas não uma maioria absoluta. Eles terão de se unir ao direitista CDS-PP para formar uma coalizão e implementar as medidas com vias a obter um resgate de 78 bilhões de euros (112,5 bilhões de dólares) firmado com a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI) no mês passado.

O primeiro-ministro socialista José Sócrates, que está no poder desde 2005, parece estar indo para uma derrota humilhante após ter pedido demissão em março e subsequente pedido de resgate, ao qual havia resistido durante vários meses.

Político feroz, Sócrates culpou a oposição por desencadear o pedido de socorro por meio de um bloqueio ao pedido feito por sua base de apoio a um pacote de austeridade, mas os eleitores parecem ter se cansado de suas desculpas para o péssimo estado da economia e sua gestão da crise da dívida.

Com a ajuda de três anos, impondo cortes de gastos adicionais pesados, alta de impostos e cortes nos direitos dos trabalhadores, o líder do PSD Pedro Passos Coelho espera-se ter muito pouco tempo para resolver o problema no cargo de primeiro-ministro.

"Eu duvido que o próximo governo vai durar todo o mandato de quatro anos. Os trabalhadores estão passando por uma fase difícil, e o governo terá alguma margem de manobra, mas terá sempre de atuar dentro dos termos duros do acordo", disse Anibal Ribeiro, bancário.

O novo governo terá de combater o desemprego, que está em 12,4 por cento, o maior já registrado, e o crescente descontentamento social com a economia, que deve registrar uma contração de 2 por cento este ano e outro em 2012.

Fonte: Reuters

MORREM GÊMEOS FRANCISCANOS QUE PASSARAM A MAIOR PARTE DA VIDA JUNTOS

Dois gêmeos idênticos e frades franciscanos que passaram a maior parte de seus 92 anos juntos morreram no mesmo dia, de parada cardíaca, na Flórida (EUA).

Os frades em foto de 2003 (AP)
Julian e Adrian Riester cursaram a escola juntos, viajaram juntos pelos Estados Unidos e entraram juntos na mesma ordem franciscana.

Nascidos com apenas alguns segundos de diferença em 27 de março de 1919, eles morreram em um intervalo inferior a 12 horas na última quarta-feira, segundo parentes.

“É um fim quase poético para a sua notável história de vida”, disse à Associated Press Tom Missel, porta-voz da Universidade Bonaventure, em Nova York, onde os irmãos passaram grande parte de sua vida.

“É incrível ouvir (sobre a morte dos dois), mas não surpreende, considerando o fato de que eles faziam tudo juntos.”

Nascidos em Buffalo, Nova York, eles eram conhecidos na Bonaventure por suas habilidades manuais como jardineiros e carpinteiros, informou o jornal Buffalo News.

Segundo o jornal, o único período em que os frades ficaram em diferentes Estados dos EUA foi entre 1946 a 1951, quando se dedicaram a sacristias distintas – um morou em Boston; o outro, em Manhattan.

“Eles tinham uma conexão íntima, em que nenhum dos dois era egoísta”, disse seu primo, Micheal Riester, ao jornal local.

Eles se mudaram para a Flórida em 2008 e estavam hospitalizados. Serão enterrados juntos na cidade de St. Petersburg.

Fonte: BBC Brasil

GOVERNO AMERICANO MATA ALTO OFICIAL DA AL-QAEDA

Um dos mais antigos militantes islâmicos do Paquistão, Ilyas Kashmiri, foi morto em um ataque de "drones" (aeronaves dirigidas por controle remoto) no noroeste do país.

Ilyas Kashmiri
O ataque aconteceu na vila de Laman, no Waziristão do Sul, próximo da fronteira com o Afeganistão, na madrugada deste sábado.

Kashmiri era o líder do grupo "Brigada 313", que seria uma unidade da organização extremista paquistanesa Harkatul Jihan al-Islami. Ele também era tido como um alto comandante da Al-Qaeda.

Segundo testemunhas locais, Kashmiri estava entre as nove pessoas mortas durante o ataque. Moradores da vila disseram que ele havia chegado na região pouco antes do bombardeio com outros militantes.

Pouco depois da chegada dos homens, dois disparos de dois mísseis cada foram feitos, em questão de segundos.

Na manhã deste sábado, um oficial paquistanês que não quis ser nomeado confirmou que Kashmiri estava entre os mortos no ataque.

Um suposto porta-voz do grupo comandado por Kashmiri, que disse se chamar Abu Hanzallah, enviou uma mensagem por fax para dois canais de TV locais confirmando a morte do líder.

Kashmiri já havia sido equivocadamente declarado como morto por oficiais da inteligência paquistanesa em um ataque semelhante, na mesma região, em setembro de 2009.

É praticamente impossível realizar uma verificação independente do ataque, já que o acesso da mídia às áreas próximas à fronteira com o Afeganistão é controlado.

Possível sucessor

Segundo a correspondente da BBC em Islamabad, Orla Guerin, o militante paquistanês chegou a ser mencionado como um possível sucessor para Osama Bin Laden na Al-Qaeda.

Kashmiri foi acusado pelos Estados Unidos de coordenar ataques no Paquistão, no Afeganistão e na Índia e era suspeito de planejar ataques na Europa e nos Estados Unidos.

Acredita-se que ele também planejado o ataque à base militar da cidade de Karachi no último mês de maio, em que seis militantes mantiveram militares paquistaneses de reféns por cerca de 15 horas e mataram ao menos 11 soldados.

"A morte dele certamente será uma grande perda para a Al-Qaeda e muito bem vinda nos Estados Unidos", disse Orla Guerin.

O governo americano chegou a oferecer uma recompensa de US$ 5 milhões (cerca de R$ 8 milhões) por informações sobre seu paradeiro.

Fonte: BBC Brasil

PALOCCI FALA E NADA DIZ EM ENTREVISTA AO JORNAL NACIONAL

Sem revelar nomes de clientes e detalhar os valores recebidos como consultor, o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, admitiu nesta sexta-feira, 3, em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, que teve um grande faturamento nos últimos meses de 2010, quando já montava a equipe da presidente eleita, mas negou que tenha cometido tráfico de influência. "Minha empresa jamais atuou junto a órgãos públicos, ou diretamente prestando consultoria para órgãos públicos, ou representando empresas privadas nos órgãos públicos. Quando a empresa privada tinha negócios com o setor público, nunca prestei consultoria", disse, rompendo o silêncio após 20 dias de crise gerada a partir de suspeitas sobre sua evolução patrimonial.

O ministro informou que trabalhou para "20 ou 25 empresas" e enumerou os setores de algumas delas: "Trabalhei no setor de serviços financeiros, indústria, mercado de capitais, bancos e empresas, fundos de mercado de capitais. Fundos trabalham principalmente com investimentos em outras empresas privadas, e trabalhei em empresas de serviços em geral".

Segundo Palocci, alguns clientes o contrataram para obter análises sobre o comportamento do câmbio. "Não me considero rico, mas bem remunerado pelos serviços que prestei", disse. Em novembro passado o ministro comprou um apartamento de 500 metros quadrados em São Paulo avaliado em R$ 6,6 milhões. No ano anterior, adquiriu um escritório por R$ 882 mil.

Palocci, que foi forçado pela presidente Dilma Rousseff a se explicar diante do prolongamento da crise, insistiu em dizer que não ocultou dados: "Se tratava de uma empresa privada, que prestava atividades privadas, que foi registrada em meu nome e de meu sócio na Junta Comercial de São Paulo. Portanto eu não tive uma atividade reservada, tive uma atividade pública". Sobre os clientes, disse que não vai expor "contratos com empresas privadas num ambiente de conflito político".

Quanto aos números relativos à empresa, disse que gostaria de mantê-los reservados. O ministro foi indagado sobre o faturamento de R$ 10 milhões, que teria sido obtido somente nos meses de novembro e dezembro de 2010. De novo, não confirmou valores. Questionado se antes de 2010 os ganhos de sua empresa tinham sido de 30%, 10%,Palocci respondeu: "Algo nesse sentido", disse, sem precisar. Ele afirmou ainda que os lucros de sua empresa correspondem aos de outras de consultorias que atuam no mercado.

Palocci em alguns momentos pareceu nervoso. Mexia-se de um lado para o outro, embora estivesse sentado, de costas para a parede de vidro de seu gabinete, no quarto andar do Planalto.

Eleição

O ministro negou com veemência qualquer correlação entre os rendimentos de sua empresa e doações de campanha. Ele foi o coordenador da campanha de Dilma Rousseff em 2010. "Não existe nenhum centavo que se refira a política ou campanha eleitoral, nenhum centavo."

Apesar da visível crise política que a revelação a respeito do crescimento de seu patrimônio provocou, insistiu em afirmar que não há crise no País, não há crise no governo. O que há, disse, é uma questão dirigida à sua pessoa. "O governo está tocando sua vida. Enfrento uma questão agora. Vou fazê-lo pessoalmente, trazer para a minha responsabilidade, informando os órgãos de controle e dialogando francamente sobre isso."

Disse que não conversou com Dilma sobre as suspeitas que pesam sobre ele e que seu cargo, como o de outros ministros, a ela pertence: "Não chegamos a conversar sobre esse assunto, mas não é isso que me prende ao governo. Estou aqui para colaborar com a presidente."

Palocci procurou seguidamente dizer que encerrou as atividades de sua empresa no fim de 2010, porque era incompatível mantê-la sendo nomeado ministro da Casa Civil. Disse que a Receita Federal não encontrou nenhum indício de irregularidade a respeito de sua empresa.

A crise envolvendo Palocci começou no dia 15 de maio quando o jornal Folha de S. Paulo revelou que o patrimônio do ministro aumentou 20 vezes em quatro anos. Questionado sobre o patrimônio milionário, ele alegou que o dinheiro era oriundo de consultorias realizadas entre no período em que foi deputado, entre 2007 e 2010. A empresa teria faturado pelo menos R$ 20 milhões em 2010, sendo metade entre novembro e dezembro.

Fonte: Estadão

Comentário

A estratégia do novo governo em resgatar politicamente a Antonio Palocci, confirma-se, não foi a melhor. O atual ministro da Casa Civil tem contribuído para um grave e desnecessário desgaste. Com a sua sede de poder, Palocci tenta de todas as maneiras manter-se no cargo, que ao que parece, começa a escapar-lhe das mãos. Que saia Palocci! Será bom para o Governo e ótimo para o Brasil.

POLÍCIA FEDERAL DESARTICULA "CONDOMÍNIO" DE MADEIREIROS EM RONDÔNIA

A Polícia Federal desarticulou um "condomínio" de madeireiros que funcionava em terras da União em Rondônia, onde o líder sem-terra Adelino Ramos foi morto na semana passada.

Conforme as investigações, oito madeireiros dividiram entre si uma área de cerca de 170 mil hectares --maior que a da cidade de São Paulo--, para explorar madeira ilegalmente.

O grupo se autodenominava "Associação Ruralista do Ramal de Jequitibá" e, segundo a PF, chegou a instalar um pedágio para caminhões que transportavam toras.

Os oito madeireiros foram presos. Entre eles, segundo a PF, está José Genário Macedo, patrão do principal suspeito de matar Ramos, líder do MCC (Movimento Camponês Corumbiara), que denunciava a extração ilegal de madeira.

Ozias Vicente, 30, conhecido como "Machado", se entregou na segunda-feira e negou ter matado Ramos, segundo a Polícia Civil.

Fonte: Folha

PM INVADE QUARTEL DOS BOMBEIROS

Por volta das 6h da manhã deste sábado (4), o Batalhão de Choque da Polícia Militar (PM) e também policiais do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) invadiram o Quartel Central do Corpo de Bombeiros, no Centro do Rio de Janeiro que foi ocupado por bombeiros na noite de ontem (3).


Por ordem do Governador Sérgio Cabral, os manifestantes foram presos e, cerca de 600 deles, levados para o pátio da sede do Batalhão de Choque da PM. 

Para entrar no local, os agentes utilizaram bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo. Na ação crianças e mulheres ficaram levemente feridas. Todos receberam atendimento no posto no interior do quartel. 

De acordo com Secretaria estadual de Saúde e Defesa Civil, os manifestantes foram presos por "invadir órgão público, agredir um coronel e desrespeitar o regulamento de conduta dos militares". 

Nesta manhã, o governador Sérgio Cabral se reúne com a equipe do governo para discutir a conduta dos manifestantes. 

Bombeiros e familiares invadem quartel-general

Um grupo que, segundo os bombeiros, chegou a 2 mil pessoas, invadiu, no início da noite desta sexta-feira (3), o Quartel do Comando-Geral do Corpo de Bombeiros, na Praça da República, no Centro do Rio. Eles reivindicam reajuste salarial e melhoria nas condições de trabalho. Entre os manifestantes há mulheres e até crianças, muitas delas filhos dos própriosr militares, além de um grupo de bombeiros mirins. A tropa de choque da polícia militar cercava o local e ameaçava invadir, apesar da resistência dos manifestantes. Havia cerca de 100 policiais ao redor do prédio.




As mulheres que participam da manifestação chegaram a fazer um escudo humano na porta do quartel, para impedir a entrada da cavalaria da PM. Um carro que estava no pátio foi manobrado para bloquear a entrada.

Os bombeiros rebelados reivindicavam a presença do governador do estado, Sérgio Cabral, do vice-governador, Luiz Fernando Pezão, ou do comandante-geral da corporação, coronel Pedro Machado, e dizem que não irão deixar o local até a chegada de uma das autoridades.

"Estamos aqui e só sairemos quando chegar uma autiridade para negociar. Diziam que éramos uma minoria, que éramos meia-dúzia de insatisfeitos. Agora, estamos mostrando quantos somos. Somos milhares", desabafou um dos manifestantes ao JB.

Reivindicações

Entre as principais reivindicações da categoria está o aumento do piso salarial para R$ 2 mil líquidos e o formecimento de vale transporte. Segundo informaçõs de um dos bombeiros que invadiram o quartel, o piso atual da categoria no estado do Rio é "o mais baixo do Brasil", de R$ 1.030 brutos - R$ 950 líquidos - sem direito a vale transporte.




Dentro do quartel, os bombeiros rebelados espalharam faixas de ordem nos carros da corporação. A maioria das mensagens pede "socorro".

O relações públicas da corporação, coronel Evandro Bezerra, afirmou que depende da Secretaria de Estado de Saúde e Defesa Civil a decisão sobre o que pode ser feito.

"Apenas a Secretaria de Saúde pode negociar ou decidir o que vai ser feito", afirmou.

Já a Ssecretaria de Segurança afirmou que todos os que invadiram o quartel serão presos.

Alerj

A manifestação dos bombeiros nesta sexta-feira começou às 14h, na escadaria da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Mais de 4 mil pessoas participaram do protesto, que seguiu pela Rua Primeiro de Março e a Avenida Presidente Vargas. Sempre acompanhado pela PM, o protesto foi pacífico. Segundo os bombeiros, mais de 5 mil pessoas participaram da passeata. A PM estima que foram 3 mil.


Fonte: Jornal do Brasil

Comentário

Tal manifestação reforça aquilo que toda a sociedade brasileira já sabe. Não há nenhum interesse dos governantes em pagar bem aos que contribuem para a ordem social, a saúde e a educação no país. Acreditar que um bombeiro, pessoa que se arrisca em salvar o patrimônio e a vida das pessoas, ganhe líquido somente R$ 950,00 é algo inconcebível. Na outra ponta ficam os gastos desnecessários ou os que são imprescindíveis e que somam bilhões (em sua maioria superfaturados) e que somente servem para o enriquecimento de poucos. Enquanto isso os filhos e esposas destes aguerridos profissionais têm que viver situações vexatórias ao não poderem ter um vida digna. Fica claro o descaso destes governos inoperantes, insensíveis, oportunistas e principalmente descompromissados em melhorar a qualidade de vida dentro dos seus próprios quadros. Imaginar que tais governantes prometem resolver os problemas da sociedade e não são capazes e nem demonstram interesse em resolver os próprios. Tal tratamento configura o descaso destes "políticos executivos " para com a sociedade. 



MAYARA PENTEADO, JOVEM QUE OFENDEU OS NORDESTINOS, AGORA É ALVO DE AÇÃO E VIVE RECLUSA

Em outubro de 2010, Mayara Penteado Petruso, de 21 anos, era estudante de Direito de uma faculdade particular na capital paulista e era sustentada pelo pai, proprietário de uma rede de supermercados. Hoje, sete meses depois, a jovem deixou a universidade, os amigos de São Paulo, vive reclusa em Bragança Paulista, no interior do Estado, e responde a um processo erroneamente cadastrado na Justiça como "pornografia infantil". O paradeiro da ex-estudante é desconhecido até mesmo por pessoas próximas à família. No condomínio onde ela estaria morando, nem mesmo o porteiro demonstrou ter conhecimento sobre a polêmica na qual a jovem se envolveu.

O divisor de águas na vida de Mayara foram os posts que publicou na internet após o resultado da corrida eleitoral do ano passado, em que Dilma Rousseff foi eleita presidenta. Em suas páginas no Twitter e no Facebook, a jovem atribuía a vitória de Dilma ao Nordeste e defendia o assassinato de nordestinos por afogamento. "Nordestino não é gente", publicou. As declarações lhe renderam um processo criminal aberto na última quarta-feira pela Justiça Federal a pedido do Ministério Público Federal.


Ninguém da família foi encontrado pela reportagem do iG para comentar o processo aberto contra Mayara. Também não consta no extrato de movimentação processual que a jovem tenha contratado até o momento um advogado que pudesse responder às solicitações em seu nome. Na ação, a jovem não responde por racismo, como era a intenção do MPF, mas sim por “pornografia infantil via internet”.

A 9ª Vara, onde tramita o processo, alegou que pode ter havido um erro na distribuição da ação penal contra a ex-estudante de Direito. O suposto erro, contudo, não foi detectado por nenhuma das partes envolvidas e permanece nos registros da Justiça Federal. Segundo a secretaria da 9ª Vara, a correção se dará quando a ré for intimada. Se ela não tiver condições financeiras de contratar um advogado, poderá utilizar os serviços públicos.

Mayara é filha do empresário Antonino Petruso, proprietário da rede de supermercados Mercado do Papai e de um terreno de 27 mil m² para eventos em Bragança. A jovem é fruto de um relacionamento de Petruso fora do casamento. Embora o pai tenha financiado os estudos de Mayara, que cursava Direito nas Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) na capital paulista, o relacionamento entre os dois é praticamente nulo. À época das declarações polêmicas, ele afirmou em entrevista ao iG estar “surpreso, decepcionado e envergonhado” com atitude da filha.

Reclusão e medo

Um amigo da família contou ao iG que Mayara não mantêm contato com o pai ou com as três filhas que ele tem com sua esposa, duas mais velhas e uma mais nova. Desde que fez as declarações ofensivas a nordestinos, Mayara foi demitida do estágio, interrompeu os estudos, afastou-se dos amigos e voltou para Bragança. No final de 2010, conta o amigo, toda a família sofreu ameaças depois que diversos blogs na internet exibiram os nomes, locais de trabalho e endereços residenciais de parentes da jovem.

Nenhum parente próximo à jovem concordou em conceder entrevista sobre a ação criminal. Na rede de supermercados da família, secretárias informaram que Antonino Petruso enfrenta “um sério problema de saúde” e teve de licenciar-se de suas atividades profissionais. Uma das irmãs da jovem também preferiu não se pronunciar. Procurada, Mayara não retornou às solicitações da reportagem.

Fonte: IG