quinta-feira, 23 de junho de 2011

EM 10 ANOS AS MORTES NO CAMPO NO PARÁ CHEGARAM A 219

O procurador do Tribunal Regional Federal da 1º Região, José Marques Teixeira, disse nesta quarta-feira que houve no Pará, nos últimos dez anos, 219 homicídios no campo, mas apenas quatro condenações por esses crimes.

Teixeira fez a declaração durante uma audiência pública sobre a violência no campo na Comissão de Direitos Humanos e Participação Legislativa do Senado. Segundo a Agência Brasil, ele afirmou na audiência que 37 dos homicídios nem sequer foram investigados.

"A forma de apurar (os homicídios) só milita no sentido de que a impunidade seja sacramentada, ainda que pessoas acusadas de crimes sejam processadas", afirmou Teixeira.

Para o presidente da Comissão Nacional de Combate à Violência no Campo, Gercino da Silva Filho, as principais causas para os crimes no campo são a grilagem de terras públicas, a ocupação ilegal dessas áreas e extração ilegal de madeira.

Mutirões judiciais

Também segundo a Agência Brasil, Gercino da Silva Filho defendeu o uso de mutirões judiciais, como os que já estão em andamento em Rondônia e Mato Grosso, para julgar os crimes e pôr fim à sensação de impunidade.Segundo a Comissão Pastoral da Terra, órgão vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, a violência agrária recrudesceu no Brasil em 2010.

A comissão calcula em 34 os agricultores ou ambientalistas assassinados no ano passado, um número 30% maior que em 2009. Em 2008 foram 28 assassinatos.

A região Norte concentra a maior parte dos casos, com 21 ocorrências em 2010. Apenas no Pará houve 18 mortes, o dobro do registrado um ano antes.Em segundo lugar está a região Nordeste, com 12 homicídios no campo no ano passado.

Fonte: BBC Brasil

FRANÇA ANUNCIA A RETIRADA DO AFEGANISTÃO

O presidente da França, Nicolas Sarkozy, anunciou nesta quinta-feira uma retirada gradual dos quatro mil soldados do país servindo no Afeganistão.

Reuters
O anúncio foi feito horas após o presidente dos EUA, Barack Obama, ter anunciado um cronograma de retirada de soldados americanos do país.

O Palácio do Eliseu afirmou que Obama e Sarkozy conversaram na quarta-feira por telefone. A retirada dos cerca de quatro mil soldados franceses do Afeganistão será gradual e acontecerá de forma "proporcional e de maneira semelhante à retirada dos reforços americanos", afirmou nota do Palácio do Eliseu.

Segundo o governo francês, a retirada começará nos próximos meses.

Sarkozy ressaltou que a França concordava com a estratégia e os objetivos americanos, e "estava feliz com a decisão do presidente Obama".

Na noite de quarta-feira, Obama anunciou um cronograma que prevê a retirada das tropas americanas do Afeganistão, em um ritmo mais rápido do que o esperado por analistas. O anúncio foi feito em meio a um deficit recorde no orçamento e à crescente perda de apoio popular à guerra.

Obama afirmou que 10 mil soldados deixarão o país ainda este ano, com outros 23 mil em retirada até o fim de setembro de 2012.

Esse contingente faz parte dos 33 mil soldados extras enviados ao país por Obama no fim de 2009. Segundo o presidente, até setembro de 2012 todos esses soldados terão voltado para casa.

Os Estados Unidos têm atualmente cerca de 100 mil soldados no Afeganistão. Obama não deu detalhes, porém, sobre os planos para retirar os cerca de 68 mil restantes.

O presidente afegão, Hamid Karzai, deu as boas-vindas à medida, mas o grupo Talebã disse que a retirada era "simbólica", e ameaçou continuar seu combate até que todas as forças estrangeiras saiam do país.

Transição

Obama deseja transferir as ações de segurança para forças afegãs de maneira gradual até o fim de 2014.

O presidente disse que, após o retorno dos 33 mil soldados iniciais, as tropas americanas continuarão a voltar para casa em um ritmo estável, à medida que as forças de segurança afegãs assumam a liderança.

“Nossa missão vai mudar de combate para apoio. Até 2014, esse processo de transição estará completo, e o povo afegão será responsável por sua própria segurança”, disse.

Obama ressaltou que está cumprindo a promessa feita quando anunciou o reforço das tropas no Afeganistão.

Divisões

No entanto, há grandes divisões dentro do governo americano sobre a rapidez com a qual os militares devem deixar o Afeganistão.

Os planos anunciados nesta quarta-feira envolvem uma retirada maior e mais rápida do que a recomendada por alguns comandantes, que defendem uma redução limitada das forças americanas no país asiático, como modo de evitar um possível retrocesso no combate ao Talebã.

O próprio secretário de Defesa, Robert Gates – que deverá deixar o cargo no fim do mês –, alertou recentemente que o progresso conquistado até agora pode estar ameaçado caso a retirada não ocorra de modo “organizado e coordenado”.

A opinião pública, porém, vem demonstrando crescente rejeição à presença no Afeganistão, sentimento que aumentou ainda mais após a morte do líder da Al-Qaeda, Osama Bin Laden – morto no início de maio em uma operação militar americana no Paquistão.

A pressão é agravada pela lenta recuperação econômica dos Estados Unidos, que enfrentam deficit recorde de US$ 1,4 trilhão (cerca de R$ 2,2 trilhões) no orçamento, o risco de ultrapassar o limite da dívida pública, que já atingiu o teto de US$ 14,3 trilhões (cerca de R$ 22,7 trilhões), e a necessidade de cortar gastos.

Fonte: BBC Brasil

JUSTIÇA DE SÃO PAULO NEGA PEDIDO DE HABEAS CORPUS A SUZANE RICHTHOFEN

A Justiça de São Paulo negou na terça-feira, 21, o pedido de habeas corpus formulado por Suzane von Richthofen contra a diretora geral da penitenciária onde ela se encontra. A decisão foi da juíza da 1ª Vara das Execuções Criminais e Anexo da Corregedoria dos Presídios de Taubaté.

No pedido, Suzane alega sofrer constrangimento ilegal porque a diretora da unidade prisional se negou a fornecer um parecer técnico a seu respeito. O documento seria utilizado para instruir recurso impetrado perante o Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Segundo a decisão, o parecer técnico já foi feito e, por esse motivo, não se justifica a elaboração de outro sem que haja requisição de órgão competente. "Não há como exigir que a Administração Penitenciária venha a atender toda e qualquer postulação de detentos, exclusivamente a critério e por interesse deles próprios", considerou a juíza.

Fonte: A Tarde

VEREADORES QUEREM DOBRAR O SALÁRIO DE KASSAB E DAR REAJUSTE DE 250% A SECRETÁRIOS

A Câmara Municipal quer quase dobrar o salário do prefeito Gilberto Kassab (sem partido) e elevar em 250% os vencimentos dos 27 secretários, além de pela primeira vez pagar 13.º salário - tema polêmico, motivo de decisão contrária até no Superior Tribunal de Justiça (STJ). O impacto nas contas públicas paulistanas será de R$ 4.802,377,46 anuais - só com os 12 salários.

O projeto com os novos vencimentos foi apresentado pela Mesa Diretora. Se aprovado, eleva o salário do prefeito de R$ 12.384 para R$ 24.117,62. Proposta semelhante foi barrada no fim de 2010 pela bancada do PSDB. Fixava subsídios do prefeito em 90,25% do teto constitucional do Supremo Tribunal Federal - o que elevaria o salário de Kassab para R$ 20 mil mensais.

Em janeiro, por lei federal e pelo teto do STF, Kassab poderia ter elevado os vencimentos para esse patamar, mas abriu mão do acréscimo. Na época, porém, ressaltou ser justo um projeto com aumento para os secretários, cujos vencimentos estariam defasados em relação ao mercado.

Atualmente em R$ 5.504,35, o salário dos secretários pode, pela proposta, chegar a R$ 19.294,10 - valor máximo alcançado atualmente pelos titulares de pasta que acumulam os salários à participação em até três conselhos municipais, pelos quais recebem jetons. Se aprovado em duas votações com o apoio de 28 dos 55 parlamentares, o texto veta a participação dos secretários nesses conselhos. Os jetons representam R$ 3,5 milhões anuais.

"O projeto cria um dispositivo que proíbe os jetons dos secretários nos conselhos", argumentou ao Estado o presidente do Legislativo, José Police Neto (sem partido), aliado do prefeito e prestes a aderir à sigla que Kassab tenta fundar, o PSD. O projeto, porém, não indica se as vagas dos secretários nos conselhos - remuneradas - serão extintas.

Police diz que a diferença entre o projeto anterior e o atual é que a sociedade terá o segundo semestre todo para debater o aumento. "É algo para entrar em vigor só em 2012", acrescentou.

Bastidores

Pelo artigo 14 da Lei Orgânica, é a Câmara quem define o salário do prefeito e dos secretários. No ano passado, porém, a Mesa Diretora era menos amistosa ao prefeito, uma vez que seu presidente, Antonio Carlos Rodrigues (PR), fazia oposição e chegou até - como um de seus últimos atos - a tirar o projeto de reajuste dos secretários da pauta.

Agora, com os sete vereadores da Mesa Diretora como aliados, o caminho do prefeito deve ser mais fácil. Até a bancada do PT defende reajuste para secretários, embora inferior. "Nossa proposta é elevar para algo em torno de R$ 12 mil", afirmou Antonio Donato, presidente do diretório municipal.

Fonte: Estadão

SANTOS É CAMPEÃO DA LIBERTADORES

Agora quem dá bola é o Santos, o novo campeão. Depois de quarenta e oito anos do bicampeonato da Copa Libertadores, a geração de Neymar e Paulo Henrique Ganso levou o time alvinegro ao seu terceiro título continental. A conquista veio com uma vitória por 2 a 1 sobre o Peñarol, no Pacaembu, na noite desta quarta-feira. Neymar e Danilo marcaram para os donos da casa. Durval, contra, fez o único gol dos uruguaios.

Neymar festeja gol nos 2 a 1 sobre o Peñarol
A festa, porém, foi manchada pelos uruguaios, que deram início a uma pancadaria no gramado do Pacaembu ao final do jogo, deixando Elano machucado no meio do campo. Nem a chegada da polícia impediu que a briga continuasse na saída para os vestiários.

A taça da Libertadores é a terceira levantada pela geração de Neymar e Paulo Henrique Ganso. No ano passado, os dois, que dividiam os holofotes com André e Robinho, já conquistado os títulos do Campeonato Paulista e da Copa do Brasil. Pode também ter sido a última conquista deles juntos no Santos, uma vez que a dupla desperta o interesse dos principais times do futebol europeu.

Com o título conquistado nesta quarta-feira, o Santos se iguala ao São Paulo como o brasileiro que mais vezes foi campeão da Libertadores. Diferente do rival, que perdeu outras três finais, a equipe santista faturou suas taças precisando apenas de quatro decisões.


O Santos agora tem uma semana para comemorar o título. Como pediu para que o jogo contra o América-MG, pelo Brasileirão, fosse adiado, o time só volta a campo na quarta-feira que vem, frente o Figueirense. Já não terá Ganso, Neymar e Elano, que vão disputar a Copa América. A partir da rodada seguinte, também terá os desfalques de Danilo, Alex Sandro, Alan Patrick e Felipe Anderson, que vão servir à seleção sub-20.

O jogo desta quarta-feira marcou a despedida de Zé Eduardo e Maikon Leite, que vão para o Genoa e para o Palmeiras, respectivamente. Alan Patrick, muito perto do Shakhtar Donetsk, também não deve mais defender as cores do Santos. 

Ataque x defesa. O primeiro tempo foi exatamente como já era previsto desde o fim da partida de ida, no Uruguai. O Santos, mandante, atacava praticamente o tempo todo e tocava bola no campo de ataque. O Peñarol, segurando o empate, apostava apenas nos contra-ataques e se fechava atrás.

Mas nenhum dos dois times conseguiu pôr em prática o seu plano no primeiro tempo. O Santos conseguiu somente duas boas defesas de Sosa, em chutes de Elano, ambos de fora da área. Já o Peñarol não levou perigo nenhuma vez a Rafael, que só fez duas defesas, ambas fáceis, nos 45 minutos iniciais.

A primeira chance santista veio logo com 3 minutos. Elano bateu falta na área, na cabeça de Durval, que subiu no segundo pau, mas cabeceou para fora. Cinco minutos depois, o volante voltou a aparecer bem, com um chute de fora da área, que Sosa pegou no canto esquerdo, à meia altura.

Faltava Ganso e Neymar aparecerem. Do meia, só se esperava uma única assistência, que decidisse o jogo. Ela veio aos 30, exatamente para Neymar, mas o atacante foi segurado por González na entrada da área. Falta que Elano cobrou no contrapé do goleiro. Sosa pulou de mão trocada e fez ótima defesa. Léo e Zé Eduardo ainda tiveram chances na primeira etapa, mas ambos chutaram para fora, cada um aparecendo em um lado da área.

Estrelas. Se apareceram pouco no primeiro tempo, Ganso, Arouca e Neymar começaram a decidir o jogo já no primeiro minuto da etapa final. O volante, que pouco foi à frente no primeiro tempo, recebeu um passe de chaleira de Ganso, carregou bem a bola na intermediária e tocou para Neymar na esquerda. O atacante bateu de primeira, sem muita força, mas Sosa pulou tarde, não alcançou, e ajudou o Santos a abrir o placar.

O Peñarol tentou se lançar ao ataque e, já no primeiro contra-ataque, o Santos ficou perto do segundo tempo. Zé Eduardo teve todo o campo de ataque para avançar com a bola, mas demorou a tocar para Danilo, livre ao seu lado, e acabou recebendo o bote do único zagueiro que o acompanhava, já na entrada da área.

Com os uruguaios atacando sem organização, o Santos não era tão ameaçado, tinha o contra-ataque e controlava o jogo. Marcou o segundo aos 23 minutos, com Danilo, que apareceu bem na área pela direita, limpou a marcação e bateu no canto oposto, com muita categoria.

Depois do segundo gol, o jogo parecia decidido. Mas, aos 34 minutos, Estoyanoff recebeu pela direita e cruzou rasteiro. Durval tentou o corte, mas pegou torto na bola e mandou contra o próprio gol.

O Peñarol, porém, não soube aproveitar a chance de empatar. Continuou deixando o Santos mandar no jogo. O time brasileiro só não fez o terceiro porque, aos 37, quando Ganso finalizou errado um passe de Neymar, Zé Eduardo cabeceou a menos de um metro do gol, sem ninguém à sua frente, e mandou para fora a chance de marcar em sua despedida. Já aos 44, Neymar mandou uma bola na trave e Zé Eduardo voltou a perder na cara do gol.

SANTOS - 2 - Rafael; Danilo, Edu Dracena, Durval e Léo (Alex Sandro); Adriano, Arouca, Elano e Paulo Henrique Ganso (Pará); Neymar e Zé Eduardo. Técnico: Muricy Ramalho.

PEÑAROL - 1 - Sosa; González (Albín, depois Estoyanoff), Valdez, Guilhermo Rodríguez e Darío Rodríguez; Freitas, Luis Aguiar, Matias Mier (Urretaviscaya) e Corujo; Martinuccio e Olivera. Técnico: Diego Aguirre.

Gols - Neymar, a 1, Danilo, aos 23, e Durval (contra), aos 34 minutos do segundo tempo;Cartões amarelos - Zé Eduardo, Neymar, Freitas, Corujo e González; Árbitro - Sergio Pezzotta (Fifa-ARG); Renda - R$ 4.266.670,00; Público - 37.984 pagantes (40.157 presentes); Local - Estádio do Pacaembu, em São Paulo (SP). 

Fonte: Estadão