sexta-feira, 29 de julho de 2011

EXPLOSÃO DE BOMBAS MATA 23 CIVIS NO AFEGANISTÃO

A explosão de bombas em beira de estradas matou 23 civis no sul do Afeganistão nesta sexta-feira quando um microônibus e um trator separadamente encostaram nos explosivos na província de Helmand, disseram autoridades.

bomba
O veículo viajava do distrito de Nahr-e-Saraj para a capital da província, Lashkar Gah, quando atingiu uma bomba e todas as 19 pessoas que estavam dentro foram mortas, informou Kamaludden, chefe da Diretoria Nacional de Segurança de Helmand.

Quando forças de segurança chegaram no local foram atacadas por insurgentes do Talebã, disse Hekmatullah Akmal, comandante policial da estrada. Ele afirmou que aparentemente ao menos 17 pessoas haviam morrido, mas a devastação causada pela explosão dificultou determinar quantas pessoas estavam no ônibus.

No distrito de Garmsir, sul de Lashkar Gah, um trator também atingiu uma bomba, matando quatro civis, disseram autoridades. A morte de civis entre janeiro e junho aumentou 15% em comparação ao primeiro semestre de 2010, devido às bombas colocadas em beiras de estradas e a explosão de homens-bomba, ao aumento dos combates por terra e a mais mortes por ataques aéreos.

Mais mortes

Um funcionário disse que pelo menos outras 17 pessoas morreram em combates em um complexo governamental no sul do Afeganistão, onde três atacantes suicidas explodiram veículos carregados com explosivos.

O Talebã assumiu a responsabilidade pelos ataques de quinta-feira na casa do governador, sede da polícia local e um terceiro escritório usado por um funcionário da empresa de segurança privada em Tarin Kot, capital da província de Uruzgan.

Dr. Khan Agha Miakhail, o diretor do hospital em Tarin Kot, disse que entre os mortos estão 10 crianças, um policial, duas mulheres e três homens. Ele diz que 37 outros foram feridos nos combates, que continuam no país.

Fonte: Correio do Brasil

NORUEGA COMEÇA A ENTERRAR SEUS MORTOS

A Noruega começa a sepultar, nesta sexta-feira, as primeiras das 76 vítimas do massacre da semana passada, em meio a sinais de um salto na popularidade do Partido Trabalhista, principal alvo do ataque. Em todo o país, bandeiras foram hasteadas a meio mastro para marcar a primeira semana depois do ataque perpetrado por Anders Behring Breivik, um fanático antiislâmico de ultradireita, que detonou uma bomba no centro de Oslo e promoveu uma chacina armada em uma ilha próxima à capital.

Noruega
Bano Rashid, 18 anos, que chegou em 1996 à Noruega, fugindo com a família do Iraque, será a primeira a vítima a ser enterrada, na igreja de Nesodden, perto de Oslo. A cerimônia combinará orações islâmicas e muçulmanas. Numa cerimônia mais discreta, Ismail Haji Ahmed, 19 anos, será enterrado perto de Hamar, ao norte de Oslo. Ahmed, que dançou este ano em um programa de calouros, era um dos três membros da sua família que estavam no acampamento trabalhista na ilha de Utoeya, segundo o parlamentar Thomas Breen.

– Perdemos uma das nossas mais lindas rosas – disse ele. Os dois outros familiares sobreviveram.

Breivik, que disse mover uma “cruzada” pela cultura europeia e acusou o Partido Trabalhista de ter feito concessões excessivas à cultura islâmica, foi na sexta-feira levado pela segunda vez da prisão para um interrogatório policial. Uma pesquisa de opinião publicada pelo jornal Sunnmoersposten indicou que o apoio ao Partido Trabalhista cresceu 10 pontos percentuais – de 28,1% para 38,7% – depois dos ataques, enquanto o Partido do Progresso, ao qual Breivik já foi filiado, teve uma forte queda. A comparação leva em conta entrevistas feitas para a pesquisa em duas etapas, quatro dias antes e quatro dias depois do massacre.

O Partido do Progresso se tornou o segundo maior do país depois da eleição parlamentar de 2009, em grande parte graças às suas propostas de combate à imigração. Sua direção afirma que Breivik nunca foi um membro ativo. Separadamente, o primeiro-ministro Jens Stoltenberg deve participar em Oslo de uma cerimônia promovida pelo Partido Trabalhista e por sua ala jovem.

Ele também pretendia participar de um ato público à tarde, no centro de Oslo, marcando o momento exato em que a bomba caseira, feita com fertilizantes e deixada em um carro, devastou o gabinete dele e outros ministérios. Além disso, o premiê pretendia visitar uma mesquita, para enfatizar a unidade nacional.

Fonte: Correio do Brasil

DILMA RECEBE CRISTINA KIRCHNER

A presidenta Dilma Rousseff recebeu, nesta capital, a mandatária argentina, Cristina Kirchner, como parte das reuniões bilaterais semestrais acordadas por ambas durante uma viagem da brasileira à Argentina em janeiro deste ano. As chefes de Estado, segundo previsto na agenda, discutiriam temas como as questões bilaterais, que no último mês foi marcada por uma crise comercial, e questões políticas, como o andamento da integração regional.

Dilma
Durante a visita oficial de Cristina, também será criado o Conselho Empresarial Brasil-Argentina, planejado pelas presidentes quando Dilma esteve em Buenos Aires, no começo deste ano.

“O Conselho tem o propósito de aproximar as comunidades de negócios dos dois países para discutir questões de interesse mútuo, como competitividade, desenvolvimento científico e tecnológico e estratégias comuns de inserção nos mercados internacionais”, explicou o Ministério de Relações Exteriores (MRE) brasileiro por meio de nota oficial.

Está previsto que as duas se reúnam durante o período da manhã no Palácio do Planalto. Na parte da tarde, Cristina vai participar, junto ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da cerimônia de inauguração de uma embaixada argentina na capital.

Dilma e Cristina firmaram 14 acordos de integração nas áreas econômica, científica, nuclear e geopolítica durante a primeira visita da mandatária brasileira à Argentina.

Segundo dados do MRE, o Brasil é o principal parceiro comercial da Argentina, sendo que no ano passado, o intercâmbio entre os países chegou a cerca de US$ 33 bilhões. Calcula-se que no primeiro semestre de 2011, o volume do comércio tenha crescido 27% se comparado ao mesmo período de 2010.

Fonte: Correio do Brasil

DATENA DEIXA RECORD 60 DIAS APÓS TER SAÍDO DA BAND

José Luiz Datena, 53, encerrou seu programa desta sexta-feira (29) sem dar certeza sobre seu futuro profissional.

"Até um dia", se despediu o apresentador no final do "Cidade Alerta", da Record.

A emissora ainda não recebeu oficialmente seu pedido de demissão, mas foi noticiado nesta tarde que ele decidiu romper contrato e voltar para a Band.

Ela havia feito o caminho inverso, ou seja, saído da Band e voltado para a Record, há 60 dias.

A Record deverá exigir o pagamento de R$ 15 milhões referente à primeira rescisão dele com a Record, em 2002, e entrar com novo processo para o pagamento de indenização por esta nova rescisão. No total, os dois processos podem chegar a 25 milhões.

Datena e Record, segundo fontes próximas ao apresentador, assinaram o perdão da primeira dívida dias atrás, e o documento, garantem, não prevê a revalidação da dívida caso o jornalista deixe a TV cujo principal acionista é Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino de Deus.

Datena passou os últimos dias ameaçando a Record com a rescisão, caso a emissora continuasse a proibi-lo de dar entrevistas. Ele teria sido censurado pela direção da casa, por críticas à estrutura do "Cidade Alerta", e às condições com que foi recebido --como um camarim "adaptado", e não personalizado.

Para voltar à Band, ele também terá perdoada sua dívida por ter rescindido contrato com a TV 60 dias atrás. A Band também deverá ajudá-lo a pagar outro processo por rescisão, dessa vez contra a RedeTV!, estimado em R$ 5 milhões.

Fonte: Estadão

DEPUTADOS REPUBLICANOS APROVAM O AUMENTO DO TETO DA DÍVIDA AMERICANA

Os deputados republicanos conseguiram superar parte das discordâncias internas e aprovaram o projeto de lei apresentado por seu companheiro de partido John Boehner, presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, para reduzir o déficit orçamentário e aumentar o teto da dívida norte-americana. O plano recebeu 218 votos a favor e 210 contra. Nenhum democrata foi favorável à legislação e 22 republicanos rejeitaram a proposta.

A vitória do Partido Republicano na Câmara, no entanto, deve ter vida curta, pois o projeto de lei dificilmente será aprovado no Senado, onde a maioria é democrata. Os senadores devem votar sobre o plano ainda hoje.

A proposta de Boehner prevê uma elevação de US$ 900 bilhões no limite de endividamento dos EUA, mas em contrapartida adota medidas para cortar o déficit orçamentário do país em US$ 917 bilhões ao longo dos próximos 10 anos. O aumento no teto da dívida seria suficiente para satisfazer as necessidades de financiamento do governo até fevereiro ou março do ano que vem. A partir deste período, porém, tanto a Câmara quanto o Senado precisarão chegar a um acordo sobre o orçamento para que o limite de endividamento fosse elevado novamente.

O líder da maioria democrata no Senado, Harry Reid, está defendendo um projeto de lei alternativo, que eleva o teto da dívida norte-americana e US$ 2,4 trilhões, ou o suficiente para suprir as demandas por financiamento até março de 2013.

A Casa Branca e os democratas são contrários ao plano republicano porque temem que um aumento no limite de endividamento por seis meses possa injetar mais incertezas durante um dos momentos mais importantes economicamente para o país - o Natal.

O projeto não deve passar no Senado, onde o líder da maioria, senador Harry Reid (democrata/Nevada), já apresentou seu próprio plano de elevação do limite da dívida.

O plano de Reid prevê o aumento do teto da dívida dos EUA e a redução do déficit do país em um único movimento, em vez de forçar o Congresso a retomar o debate antes das eleições de 2012.

O projeto foi defendido durante esta semana pela líder da minoria da Câmara dos EUA, a democrata Nancy Pelosi, que classificou como um "bom plano" a proposta de Reid para cortar US$ 2,7 trilhões do déficit na próxima década e elevar o teto da dívida, enfatizando que isso não levaria a mais um tenso debate no próximo ano.

Fonte: Estadão

DÓLAR FECHA A R$ 1,55 E DIMINUI O RITMO DE QUEDA DA SEMANA

A cotação da moeda americana devolveu parte das fortes altas vistas nos último dois dias.

O dólar comercial foi negociado por R$ 1,554, em queda de 0,76% no dia, mas ficou praticamente estável no acumulado deste semana (leve alta de 0,06%). Neste ano, a taxa de câmbio já desvalorizou 6,7%.

A Bolsa de Valores subiu apenas 0,20%, acumulando uma queda de 2,4% na semana. Neste mês, o termômetro do mercado acionário brasileiro sofreu perdas de 5,7%, chegando a 15,1% em 2011.

Até alguns dias, muitos analistas já trabalhavam com um "piso" de R$ 1,50 para o dólar, principalmente depois que as cotações caíram por seis dias consecutivos. Até ontem, algumas projeções já apontam para a possibilidade das taxas voltarem a oscilar na faixa de R$ 1,58 a R$ 1,60.

O mercado tomou um "susto" com as medidas drásticas anunciadas pelo governo para conter a queda livre das taxas. E a semana se encerra ainda em meio às incertezas a respeito de como as autoridades econômicas devem implementar as novas regras, que aumentam a taxação sobre instrumentos financeiros bastante sofisticados, os derivativos.

O governo que já avisou que somente a partir de outubro pretende fazer as cobranças do novo imposto. E o ministro Guido Mantega já "ameaçou" com novos aumentos da alíquota do IOF (imposto sobre operações financeiras) caso os preços da moeda americana não parem de cair.

Nesta sexta, no entanto, prevaleceu entre os agentes financeiros o desânimo com a economia americana. O PIB cresceu menos do que o previsto para o segundo trimestre, enquanto o crescimento dos primeiros três meses foi revisto para baixo.

O euro, que atingiu os preços de US$ 1,43 nesta semana, encerrou a sexta-feira negociado na casa de US$ 1,44.

Analistas também lembraram a influência habitual do final de mês na formação do preços. A taxa de câmbio do último dia útil sempre é objeto de disputa entre grandes agentes financeiros, por conta de suas "apostas" feitas no mercado futuro de moeda (BM&F).

Profissionais do setor financeiro já destacavam que para uma grande parcela desses agentes interessava a queda das cotações, o que pode ter contribuído para a desvalorização vista hoje.

Fonte: Folha

NA BAHIA, CORPO DE ENGENHEIRA PODE TER SIDO LOCALIZADO

O corpo da engenheira ambiental Marleide de Oliveira Junqueira, de 36 anos, pode ter sido encontrado por volta das 13h desta sexta-feira, 29, na Ilha de Itaparica. Ela está desaparecida desde o dia 21 de agosto do ano passado.

Marleide Junqueira está desaparecida desde agosto de 2010
O delegado Adailton Adan, da 11ª Delegacia Territorial (Tancredo Neves), afirmou que há 80% de chance da ossada encontrada de se tratar de restos mortais da engenheira.

Por meio de investigações, a polícia chegou a uma testemunha que teria sido coagida com uma arma para ajudar o assassino da engenheira a levar caixas de papelão com o corpo esquartejado até um matagal, na marginal da BA-001.

A testemunha foi localizada pela polícia "através de tecnologia avançada", disse o delegado, sem dar mais detalhes.

O Departamento de Polícia Técnica do Estado (DPT-BA) está no local e o corpo passará por exames de DNA para verificar se há compatibilidade com a família de Marleide.

Fonte: A Tarde

SERIADO SOBRE OS ANOS SOMBRIOS DE PINOCHET CAUSA POLÊMICA NO CHILE

Uma série de TV baseada em fatos reais, passados durante o regime do general Augusto Pinochet (1973-1990), no Chile, está gerando forte polêmica no país.

O seriado Os Arquivos do Cardeal, que estreou na semana passada na emissora pública TVN, lidera a audiência no Chile. A série, de 12 capítulos (1 por semana), é estrelada por atores famosos do grande público.

O produtor executivo, Rony Goldschmied, e o diretor do seriado, Nicolas Acuña, disseram que a pesquisa sobre fatos ocorridos sob o regime durou três anos. Para eles, a polêmica surgiu porque "as feridas da ditadura ainda estão abertas" no Chile.

"Muitos corpos continuam desaparecidos e o Chile jamais debateu de verdade o que aconteceu durante a ditadura. E é a primeira vez que o assunto é abordado num grande meio, como a TVN, e num horário nobre", disse Acuña.

O primeiro capítulo mostra o encontro de ossadas que seriam de quinze camponeses sequestrados e mortos em 1973, cujos restos foram encontrados em 1978.

O seriado mostra também o drama das famílias que não sabiam do paradeiro de parentes, sequestrados e mortos. O chamado Informe Retting, da Comissão Nacional de Verdade e de Reconciliação concluiu que mais de duas mil pessoas foram presas e desaparecidas ou mortas naquele período.

Telefones grampeados dos opositores e a rede de solidariedade formada por padres e jovens advogados também aparecem.

Segundo ativistas, mais de duas mil pessoas foram 
presas, desapareceram ou morreram no regime

Críticas

O senador do partido conservador Renovação Nacional (RN), Carlos Larrín, disse ao jornal El Mercúrio que não concordava com o seriado porque não mostraria toda a realidade.

"Se querem refrescar a memória nacional devem fazer um balanço completo (do que ocorreu). Aí sim seria um trabalho integrador. Esta série parece que vai carregar nas tintas e não vai servir para o que deve ser uma televisão estatal", disse Larraín.

O deputado e ex-subsecretário do Interior entre 1984 e 1988, Alberto Cardemil, da mesma legenda RN, também criticou o seriado. Num artigo no jornal La Segunda, ele disse que "o contexto e intenção da série, com um jovem terrorista puro (...) é um abuso do dinheiro público".

Para o reitor da Faculdade de Direito Finis Terrae, Miguel Schweitzer, o seriado "não ajudará na pendente reconciliação nacional".

Para o diretor, "nunca houve reconhecimento da direita sobre o que ocorreu na ditadura de Pinochet".

Segundo Acuña, a polêmica "só está começando", porque os próximos capítulos vão mostrar "cenas de tortura" que devem "incrementar o debate" sobre o que o Chile viveu durante o regime de Pinochet e sobre o que "ainda não foi investigado".

Direitos humanos

A diretora do Instituto Nacional de Direitos Humanos, Lorena Fries Monleon, disse que o seriado é uma forma de mostrar aos chilenos “informações que circulam de forma fragmentada (sobre aquele período)”.

Para os conservadores, a série é parcial. Para ativistas, 
ferida do regime está aberta

Ouvido pela BBC Brasil, o professor chileno Claudio Fuentes, diretor da Faculdade de Ciências Sociais e História da Universidade Diego Portales (UDP), de Santiago, disse que o seriado gera polêmicas porque a sociedade chilena continua "dividida".

Uma pesquisa do instituto UDP, no ano passado, mostrou que a maioria dos chilenos (70,5%) rejeita, "sob qualquer circunstância", qualquer violação de direitos humanos, "incluindo 1973".

Mas 47,9%, recordou Fuentes, acham que os casos da ditadura devem ser "fechados e o país deve olhar para frente". Outros 55,9% acham que os crimes daquele período "devem continuar sendo investigados".

Fonte: BBC Brasil

RELATÓRIO DECEPCIONA FAMÍLIAS DAS VÍTIMAS DO VOO AF 447 DA AIR FRANCE

Os familiares das vítimas do voo AF 447 da Air France, que caiu no Atlântico em 2009, se dizem decepcionados com o rumo das investigações e criticam o relatório das autoridades francesas, divulgado nesta sexta-feira, por dar destaque aos erros dos pilotos na catástrofe que matou 228 pessoas.

"Estamos decepcionados e chocados pela falta de informação sobre as falhas nas sondas de velocidade do avião, que é o ponto de partida do acidente", disse o diretor da associação francesa Ajuda Mútua e Solidariedade AF 447, Robert Soulas, que esteve presente na apresentação do relatório.

"Não tivemos elementos novos nesse novo documento. Nós não compreendemos como depois das primeiras análises dos dados é possível acusar os pilotos tão rapidamente. Isso mostra o peso político do caso", diz Soulas.

Para os familiares das vítimas, o fato de o Estado francês ter participação na Air France e na Airbus poderia limitar a transparência das investigações.

Neste terceiro relatório intermediário sobre o acidente, os investigadores do Escritório de Investigações e Análises da França (BEA, sigla em francês) explicaram as circunstâncias exatas dos últimos minutos do voo e apontaram erros cometidos pelos pilotos.

Segundo o BEA, a situação poderia ter sido revertida após o congelamento das sondas de velocidade (conhecidas como tubos pitot), que levaram ao desligamento do piloto automático.

"O acidente poderia ter sido evitado se os pilotos tivessem tomado as medidas adequadas. O mais difícil será entender as ações dos pilotos", diz Jean-Paul Troadec, diretor do BEA.

'Desconfiança'

A associação alemã de familiares das vítimas HIOP expressou "desconfiança sobre os objetivos das investigações na elucidação da catástrofe".

"Percebemos que a opinião pública vem sendo preparada para aceitar que as falhas dos pilotos causaram o acidente", diz Barbara Crolow, da HIOP.

Segundo Crolow, os investigadores não estariam interessados nas causas reais do acidente. “O BEA não torna os dados públicos por razões econômicas, que interessam a Airbus”, diz.

"Até o dia de hoje, foram negadas aos parentes das vítimas informações consistentes já disponíveis de meados de maio (quando as caixas-pretas foram trazidas à França)", diz a representante das famílias alemãs.

"No segundo relatório (divulgado em dezembro de 2009), os aspectos técnicos do acidente estavam mais presentes. Agora os investigadores estão desviando a questão do problema técnico para um problema humano", disse à BBC Brasil Danielle Lévy, da associação francesa.

Ela se diz "chocada" com o fato de que a Airbus estaria "descarregando sobre os pilotos a responsabilidade do problema dos sensores de velocidade do avião".

O BEA informou nesta sexta-feira que irá criar um grupo de especialistas que irão analisar as ações dos pilotos para tentar descobrir as razões dos procedimentos de voo adotados.

O AF 447, que partiu do Rio de Janeiro com destino a Paris, caiu no Oceano Atlântico no dia 31 de maio de 2009, matando todas as 228 pessoas a bordo.

Fonte: BBC Brasil