terça-feira, 2 de agosto de 2011

UGANDA PODERÁ SER ATINGIDA POR UMA FORTE SUBNUTRIÇÃO

Uganda poderá ser o próximo país atingindo pelas taxas alarmantes de subnutrição por causa da seca na África, que já espalhou a fome pelo sul da Somália, Quênia, Etiópia e Djibuti, alertou a ONU nesta terça-feira.

fome
Bolsões onde predomina a insegurança alimentar foram identificados em áreas afetadas pela estiagem no norte de Uganda, terceira maior economia do leste da África, segundo a Organização da ONU para Agricultura e Alimentação (FAO).

– Uganda pode ser o próximo país atingido pelo mesmo tipo de subnutrição alarmante e situações de seca – disse Sandra Aviles, da FAO, em entrevista à imprensa.

Segundo Aviles, cerca de 600 mil pessoas no norte de Uganda, uma área propensa a secas, enfrentam atualmente insegurança alimentar moderada, correspondente à fase 2 numa escala da ONU na qual o nível 5 significafome.

– Situações de seca precisam ser monitoradas porque podem se espalhar como fogo – disse ela.

Duas regiões do sul da Somália foram declaradas áreas de fome, mas em breve poderão ser acrescidas outras seis partes do país, onde imperam conflitos e desordem, disse na segunda-feira o diretor do órgão de ajuda humanitária da ONU.

Estima-se que 12,4 milhões de pessoas no Quênia, Etiópia, Somália e Djibuti já estejam necessitando de ajuda urgente por causa da pior seca em 60 anos, disse a subsecretária-geral da ONU e coordenadora de ajuda emergencial, Valerie Amos, em Nova York.

A ONU fez um apelo na terça-feira para que aviões cargueiros concedam espaço gratuito ou com forte desconto para transporte de víveres destinados às crianças da região.

– Há mais de 2,3 milhões de crianças com subnutrição aguda no Chifre da África. Mais de meio milhão irá morrer se não receber ajuda nas próximas semanas – afirmou Marixie Mercado, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Dezenas de milhares de somalis já morreram de fomes e de doenças dela decorrentes, metade das quais crianças com menos de 5 anos, segundo a ONU.

A Unicef tem 5 mil toneladas de alimentos terapêuticos e suplementares estocados na França, Bélgica e Itália, suficientes para alimentar 300 mil crianças subnutridas por um mês. A agência precisa levar semanalmente 400 toneladas de suprimentos a seu centro regional em Nairóbi, capital do Quênia, numa operação custosa, até que possa estabelecer um corredor por mar no prazo de cerca de seis semanas.

De acordo com Mercado, com alimentos terapêuticos uma criança subnutrida pode se recuperar completamente em um período de 4 a 6 semanas.

A British Airways, Lufthansa, UPS e Virgin se ofereceram para transportar de 15 a 50 toneladas por semana, por um prazo limitado, disse ela. A maior transportadora de cargas da Europa, a Cargolux, propôs levar 107 toneladas de Luxemburgo a Nairóbi.

A crise se agravou por causa do conflito na Somália. Boa parte do território somali está sob controle de milícias islâmicas que impedem a distribuição de ajuda por parte de algumas entidades humanitárias.

Refugiados da fome e da violência na Somália continuam a seguir para o Quênia, que recebeu mais de 40 mil pessoas em julho nos acampamentos de Dadaab, onde agora se aglomeram mais de 420 mil pessoas, segundo a ONU.

Fonte: Correio do Brasil

EXÉRCITO DA SÍRIA MATA MAIS 24 PESSOAS

Pelo menos 24 pessoas morreram nas últimas 24 horas na ofensiva do Exército sírio contra os manifestantes em diferentes pontos do país, disse nesta terça-feira à Agência Efe o presidente do Observatório Sírio de Direitos Humanos, Rami Abdul Rahman.

Rahman explicou por telefone desde Londres que dez pessoas perderam a vida quando participavam de manifestações organizadas na noite de ontem depois da oração de "Tarawih", típica do mês do Ramadã nas mesquitas.

Outros dez morreram ontem em Hama (centro), enquanto duas pessoas faleceram na localidade de Albu Kamal, na província oriental de Deir ez-Zor, e outras duas em Homs (leste).

Rahman assegurou que até o momento não foram registradas novas mortes nesta terça-feira.

"Ontem houve manifestações em todas as zonas e disparos até dentro das mesquitas, detenções maciças e uma campanha para aterrorizar os cidadãos", denunciou o ativista.

"É possível que os feridos se transformem em mártires", advertiu, com relação à gravidade do quadro de muitos dos feridos, e acrescentou que as cidades de Homs e Latakia foram cenário na noite de ontem de grandes manifestações depois do "Tarawih".

Enquanto prossegue a repressão, a imprensa oficial do regime de Bashar al Assad continua com sua visão particular dos fatos.

Segundo informou nesta terça-feira a agência oficial "Sana", "grupos armados" lançaram um intenso ataque ontem com munição e coquetéis molotov contra edifícios oficiais e delegacias em Hama.

Uma fonte oficial anônima assegurou à "Sana" que homens com metralhadoras patrulham a cidade em motos e que alguns deles se postaram em telhados, desde onde abriram fogo e lançaram os coquetéis molotov contra os edifícios governamentais.

Além disso, a televisão estatal recolheu testemunhos de soldados em hospitais supostamente feridos por "grupos terroristas armados".

Devido ao estrito bloqueio imposto à imprensa pelas autoridades sírias, nem estas versões nem os números de vítimas oferecidos pelos ativistas opositores puderam ser verificados de forma independente.

Desde meados de março, o regime de Bashar al Assad acusa grupos armados e terroristas de estarem por trás dos protestos e enfrentamentos que causaram a morte de mais de 1.618 civis e 374 efetivos das forças de segurança, segundo Rahman.

Fonte: Estadão

IBOVESPA CAI 2,09%. MENOR ÍNDICE EM QUASE 2 ANOS

Os temores com o ritmo de crescimento da economia norte-americana tomaram conta dos mercados financeiros nesta terça-feira e fizeram a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) fechar no menor nível em quase dois anos. Assim como na véspera, fracos indicadores divulgados no país derrubaram as Bolsas ao redor do mundo.

O Ibovespa, o termômetro dos negócios da Bolsa paulista, caiu 2,09%, atingindo os 57.310 pontos --o menor nível desde setembro de 2009. O giro financeiro foi de R$ 6,28 bilhões. Nos EUA, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, desvalorizou 2,19%.

O dólar comercial foi negociado por R$ 1,567, em um acréscimo de 0,25% no dia.

Nem mesmo a aprovação pelo Senado dos EUA do plano para elevar o teto da dívida norte-americana foi suficiente para mudar o humor dos investidores no mercado de ações nesta terça-feira.

O projeto, assinado pelo presidente Barack Obama, prevê cortes nos gastos do governo, o que também ajudaria a arrefecer o ritmo de crescimento da economia norte-americana --que já está abaixo do esperado.

"Mesmo tendo as aprovações nos EUA, isso ainda não foi muito bem aceito pelo mercado. Existe muita insegurança de como isso vai acontecer, como esse pacote será equalizado nos Estados Unidos", afirma o economista Clodoir Vieira, da Corretora Souza Barros.

Após a decisão, a queda nos mercados dos EUA apenas se aprofundou.

O Departamento de Comércio dos EUA anunciou que o corte de gastos dos consumidores em junho foi o maior em quase dois anos. Os analistas do mercado previam um leve aumento no consumo das famílias. Os salários ainda tiveram a menor alta desde setembro, refletindo o fraco mercado de trabalho do país.

Os dados se somam ao relatório que indicou fraco desempenho da indústria em julho, divulgado ontem, e ao crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) abaixo do esperado no segundo trimestre --anunciado na sexta-feira-- e elevaram as preocupações com a economia.

ITAÚ

A queda da Bolsa doméstica ainda foi ajudada pela desvalorização das ações do Itaú Unibanco, após a instituição financeira reportar lucro abaixo do esperado e aumento de perdas com a inadimplência na carteira de crédito. As ações preferenciais do banco tiveram baixa de 5,74%.

O Itaú anunciou nesta terça lucro líquido de R$ 3,603 bilhões no segundo trimestre, abaixo dos R$ 3,731 bilhões previstos por analistas consultados pela Reuters. Ainda assim, o número representa alta de 13,8% sobre o mesmo período de 2010. No semestre, o lucro foi de R$ 7,133 bilhões.

Fonte: Folha

PAI DE ANA FLÁVIA NÃO ACREDITA EM SUICÍDIO

Os pais de Flávia Anair de Lima, de 16 anos, não acreditam que a jovem pulou da sacada do 15° andar do prédio onde morava com o jogador da Portuguesa Rafael Silva, 20 anos. “Eu não acredito que minha filha se suicidou”, diz o pai Francisco Carlos Lima, de 42 anos. Segundo vizinhos, a queda foi depois de uma briga do casal.

Flávia de Lima, 16 anos, caiu do 15º andar do prédio onde morava com o jogador Rafael Silva

Durante entrevista coletiva na tarde desta terça-feira, os pais de Flávia explicaram que ela conheceu Rafael com 13 anos e, em 2010, os dois resolveram morar juntos. “Simplesmente, ele a veio buscar. Ela nem me deu tchau”, conta mãe Luara Adriana de Lima, de 38 anos.

Segundo eles, depois de já estar namorando com o jogador, a filha passou a chegar em casa com muitos hematomas. “Ela sempre aparecia em casa com uma mancha roxa. Eu perguntava 'Flávia o que está acontecendo' e ela sempre dizia que tinha caído ou escorregado”, diz o pai.

Além disso, segundo relatos que a filha passava para a mãe, o jogador tinha o hábito de beber e ficar agressivo. No último dia 16, o casal foi parar na delegacia. “A Flávia me ligou dizendo: ‘Mãe, ele está bêbado. Está descontrolado. Vem logo porque ele está me batendo’.” Os três foram até o 10º Distrito Policial, mas a jovem não quis fazer exame de corpo de delito.

Depois desta briga, a garota voltou para casa dos pais, ficou lá por uns dias, mas resolveu voltar a morar com o namorado. “Ontem, eu enterrei a minha filha e hoje quem está morta sou eu”, diz a mãe. “A única coisa que espero é saber a verdade.”

Questionado sobre a possibilidade de Flávia ter se encantado com a vida ao lado de um jogador de futebol, Francisco nega. “Ela se apaixonou demais. Dinheiro o cara não tem”. A mãe acrescenta: “Ela sempre reclamava que ele não tinha dinheiro para comprar pão e roupas, mas para beber sim.”

Flávia trabalhava como manicure e, com o dinheiro, ajudava nas despesas da casa. Francisco conta que sempre que o jogador não estava em concentração ia para algum bar. “Na hora que tinha uma folguinha, era barzinho, noite.”

O advogado da família, Ademar Gomes, diz que pediu a reconstituição do crime, que, segundo ele, não está mais registrado como suicídio e sim como morte suspeita.

Depoimento

O jogador Rafael Silva prestou depoimento no 10° Distrito Policial na segunda-feira e afirmou que a namorada se jogou do apartamento onde os dois moravam havia seis meses. De acordo com o jogador, a briga começou em um bar, onde ele estava na madrugada. E teria continuado no apartamento, segundo o delegado José Raimundo da Silva. Ela chegou ao local e, com ciúme, começou a agredi-lo com um sapato. Em seguida, quebrou os espelhos retrovisores do carro dele.

Silva chegou à delegacia com um ferimento na cabeça e alegou que a namorada teria jogado uma caixa de som nele. Segundo o delegado, o jogador afirmou que Flávia se jogou da sacada. O próximo passo é aguardar a perícia. Em 30 dias, espera-se que o caso seja definido.

Pela Portuguesa, o clube informou que não irá se pronunciar oficialmente enquanto as investigações não forem concluídas. A assessoria continuou, dizendo que a Lusa dará todo o apoio jurídico e psicológico ao atleta, que está afastado por uma lesão no olho.

Fonte: IG

AVIÃO DA FAB COM 8 PESSOAS A BORDO CAE EM SANTA CATARINA

Uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) caiu por volta das 13h30 desta terça-feira (2) na cidade de Bom Jardim da Serra, na serra de Santa Catarina, a 135 quilômetros de Florianópolis. Segundo o Corpo de Bombeiros, cinco corpos foram resgatados. Os outros três ainda não foram localizados.

Foto: Agência São Joaquim Online

Acidente com avião da FAB em Santa Catarina

As equipes de resgate do Corpo de Bombeiros catarinense chegaram ao local pouco após o acidente, ocorrido e continuam em busca das outras três pessoas que estavam a bordo da aeronave, que tinha decolado às 11h15. A região sofre com mau tempo há alguns dias. Em Urupema, foi registrada neve nesta manhã.

A FAB informou que o avião sumiu dos radares repentinamente e ainda não se sabe as causas do acidente. Além dos bombeiros, um helicóptero Blackhawk da Aeronáutica decolou de Santa Maria (RS) em direção ao local do acidente também com uma equipe de resgate, informou a FAB em comunicado.

A aeronave acidentada era um C-98A Grand Caravan do 5º Esquadrão de Transporte da Força Aérea.

Aviões se chocam no ar

No último dia 6 de julho, quatro tripulantes morreram depois de duas aeronaves modelo T-25 Universal da Força Aérea Brasileira se chocarem no ar. O acidente aconteceu durante uma missão de treinamento na área de instrução da Academia da Força Aérea (AFA), em Pirassununga, São Paulo.

Os quatro tripulantes que morreram foram os capitães-aviadores Tibério César Corvello Vitola e Alex Araújo Affonso Rego e os tenentes-aviadores André Luiz Franchi Grigoletto e Jamil Nazif Rasul Neto. Em nota, a FAB informou que iniciou as investigações para apurar o que levou ao acidente.

Fonte: IG

ITAÚ TEM RESULTADO DECEPCIONANTE NO 2° TRIMESTRE

As ações do Itaú Unibanco caíam forte nesta terça-feira, após o banco ter reportado frustrantes números do segundo trimestre, com piora nas margens, aumento da inadimplência e despesas maiores com provisões para perdas.

A maior instituição financeira privada do Brasil anunciou pela manhã que teve lucro líquido de 3,603 bilhões de reais entre abril e junho. Apesar do alta de 13,8 por cento ante igual intervalo de 2010, o número ficou abaixo dos 3,731 bilhões de reais da previsão média de oito analistas consultados pela Reuters.

"O resultado do Itaú Unibanco na última linha foi uma decepção considerável", escreveu em relatório o analista Carlos Firetti, do Bradesco BBI.

Em termos recorrentes, a diferença foi ainda maior, com o lucro de 3,317 bilhões de reais (0,58 por cento maior na comparação anual), contra os 3,715 bilhões de reais esperados pela média do mercado, nessa base.

A reação do mercado foi incisiva. Às 13h42, a ação do Itaú despencava 5,38 por cento, a 29,71 reais. Era o pior desempenho dentre as integrantes do Ibovespa, que recuava 1,16 por cento.

O banco até conseguiu ter um desempenho positivo em sua principal atividade, a de concessão de crédito. No final de junho, a carteira de financiamentos do grupo havia avançado 21,1 por cento em 12 meses, para 316,96 bilhões de reais.

No varejo, a carteira cresceu 21,3 por cento, para 135,9 bilhões de reais, com destaques para as operações de crédito pessoal e imobiliário. Já a carteira de pessoa jurídica evoluiu 22,9 por cento, puxada pelo segmento de pequenas e médias empresas.

PIORA NA QUALIDADE

O problema foi a piora na qualidade dos ativos. O segmento de pequenas e médias empresas, aliás, foi o maior responsável por essa deterioração. O nível de inadimplência da carteira total, medido pelo saldo de operações vencidas com prazo superior a 90 dias, chegou a 4,5 por cento, subindo 0,3 ponto percentual, após três trimestres seguidos de estabilidade.

Diante disso, as despesas com provisões para perdas esperadas com calotes somou 5,1 bilhões de reais no trimestre, 16,6 por cento a mais do que no primeiro quarto do ano e 29,1 por cento a mais do que em igual etapa de 2010. Além disso, as perdas com crédito deram um salto de 15,2 por cento sobre março, para 4,1 bilhões de reais.

"Os resultados foram decepcionantes", comentou o analista Saul Martinez, do JPMorgan, em relatório no qual também revisou para baixo as estimativas de lucro do banco em 2011.

Essa piora manchou a rentabilidade sobre patrimônio líquido do grupo no trimestre, que caiu de 23,4 para 22,2 por cento na comparação anual. Também o índice de eficiência --que quanto menor, melhor-- subiu 0,5 ponto sobre o trimestre anterior, para 48,3 por cento.

A margem teve queda de 245 milhões de reais sobre o primeiro trimestre deste ano, abatida principalmente pelos fracos resultados da tesouraria.

Por fim, as despesas não decorrentes de juros no segundo trimestre subiram 11,7 por cento sobre igual etapa de 2010, para 7,97 bilhões de reais, infladas pelo aumento das despesas administrativas.

O que desanimou ainda mais o mercado foi a diferença de desempenho do banco no período em relação ao de seu principal concorrente privado, o Bradesco, que divulgou resultados trimestrais na semana passada. Com isso, a histórica vantagem da ação do Itaú sobre Bradesco caía por terra.

"A diferença de rentabilidade (das ações) não só reduziu, mas tornou-se positiva em favor do Bradesco", disse o analista Marcelo Telles, do Credit Suisse, em nota a clientes.

No final de junho, os ativos totais do Itaú Unibanco somavam 792,5 bilhões de reais, um avanço de 22,4 por cento sobre um ano antes.

Fonte: Reuters

PARLAMENTO CUBANO APROVA REFORMAS ECONÔMICAS

O Parlamento de Cuba deu luz verde nesta segunda-feira a um plano de reformas econômicas que deve trazer mudanças importantes ao modelo comunista vigente no país. Entre as medidas está a comercialização de moradias, o que significa a volta da propriedade privada à ilha.

Presidente Raúl Castro. AP
A reforma foi aprovada pela Assembleia Nacional do Poder Popular, cuja sessão foi aberta pelo presidente Raúl Castro.

Castro vem defendendo reformas que possibilitem a criação de um mercado livre limitado desde que recebeu o poder das mãos do irmão, Fidel, em 2008.

Com a aprovação do plano, os cubanos vão poder, pela primeira vez em 50 anos, comprar propriedades. A escassez de habitações é um dos grandes problemas da ilha, já que apenas a troca de casas é permitida (sem uso de dinheiro), o que provocou a criação de um mercado negro para a aquisição de moradias.

A compra de mais de um automóvel também será permitida.

Ainda é prevista a eliminação de um milhão de empregos no setor público. Viagens ao exterior também serão facilitadas, assim como será autorizada a abertura de pequenos negócios.

Cubanos poderão vender suas casas, que hoje só
podem ser trocadas, sem transação de dinheiro
O pacote com 313 medidas foi desenhado em abril deste ano, durante o Congresso do Partido Comunista.

Comunismo

Durante a sessão no Parlamento, o deputado José Luiz Toledo Santander, presidente da Comissão de Assuntos Constitucionais, ressaltou que, apesar da reforma, a Constituição de Cuba reconhece que o Partido Comunista “é a força dirigente superior da sociedade e do Estado”, segundo o jornal Juventud Rebelde.

As mudanças ficam a cargo da Comissão de Implementação, que segundo o jornal irá definir, de maneira concreta, “o conceito de elementos teóricos do modelo cubano que se atualiza e propor normas jurídicas”.

A comissão tem ainda a missão de implementar um novo modelo de gestão nas empresas estatais de Cuba.

Fonte: BBC Brasil

GOVERNO DILMA LANÇA NOVA POLÍTICA INDUSTRIAL PARA O PAÍS

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira, durante o lançamento do Brasil Maior, a nova política industrial do governo, que o programa visa dar "fôlego à indústria nacional para competir com a avalanche de manufaturados que chegam e chegarão ao Brasil por causa da crise nos países ricos".

Dilma afirmou que, para se desenvolver, o Brasil não pode abrir mão da indústria e se dedicar prioritariamente ao setor de serviços.

"Se não concebemos nosso desenvolvimento sem inclusão social, não concebemos desenvolvimento sem indústria, sem uma indústria forte, inovadora e competiviva".

O Brasil Maior prevê a desoneração da folha de pagamentos para os setores de confecções, calçados e artefatos, móveis e softwares, uma reivindicação antiga dos empresários. Para o setor automotivo, está previsto um pacote de incentivo tributário às empresas que invistam, agreguem valor aos produtos e aumentem o número de empregos.

Os setores de bens de capital, materiais de construção, caminhões e veículos comerciais leves serão beneficiados pela prorrogação, por um ano, da redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).

O projeto prevê ainda a aceleração da devolução de PIS (Programa de Integração Social) e Cofins (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social) a exportadores de bens industrializados e a criação de um fundo de financiamento à exportação, inovação e investimento.

Quanto às micro e pequenas empresas, terão mais acesso a capital de giro, por meio do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), com novas condições e prazos - os investimentos devem passar dos atuais R$ 3,4 bilhões para R$ 10,4 bilhões, com taxas de juros de 10% a 13% ao ano; o prazo de financiamento passará de 24 para 36 meses.

Cenário adverso

Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a crise econômica global tem prejudicado o setor manufatureiro mundo afora, provocando um cenário de "concorrência predatória".

"O mercado brasileiro deve ser usufruído pelas indústrias brasileiras, e não pelos aventureiros que vêm de fora", afirmou o ministro, durante o lançamento do programa.

Ele afirmou, porém, que o programa não violará as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), às quais o Brasil está sujeito.

O programa também abarca o setor de compras públicas, ao permitir que o Estado pague até mais 25% para adquirir um produto brasileiro, caso entenda que ele gere benefícios ao país em termos de inovação tecnológica.

Estas medidas, de acordo com o ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, afetarão principalmente os setores de medicamentos e de defesa. Num próximo passo, diz o ministro, as medidas deverão ser estendidas ao setor de softwares e computadores.

Qualificação

O programa ainda prevê qualificação da mão de obra. Ao custo de R$ 3,5 bilhões, será criado o Programa BNDES de Qualificação, que apoiará a expansão da capacidade de instituições privadas de ensino técnico e profissionalizante registradas no MEC (Ministério da Educação e Cultura).

Outras medidas contempladas pelo plano são a intensificação de ações de defesa comercial, como a extensão de direitos antidumping ou de medidas compensatórias a importações cujo objetivo seja reduzir a eficácia de medidas de defesa comercial em vigor no Brasil.

O governo vai indeferir a licença de importação no caso de falsa declaração de origem, após investigação. O objetivo é impedir que países hoje afetados por medidas antidumping do Brasil recorram a terceiros países para acessar o mercado brasileiro.

Fonte: BBC Brasil

SENADO AMERICANO APROVA A ELEVAÇÃO DO TETO DA DÍVIDA

O Senado americano conseguiu evitar a declaração de moratória dos EUA nesta terça-feira, ao aprovar um acordo bipartidário que eleva o teto da dívida pública do país e corta gastos orçamentários.

O acordo, apesar de desagradar às alas de ambos os partidos, foi aprovado pela Câmara dos Representantes (deputados federais, de maioria republicana) na véspera. No Senado, de maioria democrata, foi aprovado por 74 votos a 26.

O presidente Barack Obama sancionou a lei também nesta terça, poucas horas antes de vencer o prazo para os EUA elevarem o teto de seu endividamento – caso contrário, não teriam como honrar compromissos financeiros e teriam de dar o calote no pagamento de alguns títulos, o que poderia desencadear distúrbios nos mercados globais.

O acordo se segue a meses de impasse entre republicanos e democratas, que discordam tanto do limite de endividamento quanto do escopo dos cortes orçamentários.

A medida aprovada prevê cortes estimados em cerca de US$ 2 trilhões ao longo de dez anos - quantia equivalente ao PIB brasileiro -, além de uma elevação no teto do endividamento em montante semelhante (a ser somado ao teto atual, de US$ 14,3 trilhões), de forma escalonada e sob a tutela do Congresso. Um comitê bipartidário vai ficar encarregado de determinar áreas que deverão sofrer cortes de gastos.

Calcula-se que o aumento no limite de endividamento dará ao Tesouro dos EUA poder para obter empréstimos até o final de 2012 – evitando que Obama tenha de repetir o desgastante debate da dívida com o Congresso ao longo da campanha eleitoral do ano que vem, quando concorrerá à reeleição.

Presidente disse que aprovação é 'fundamental' para saúde da economia americana
Ainda assim, o presidente e seu partido tiveram de fazer grandes concessões para obter a aprovação do acordo por parte dos republicanos. Uma delas é a manutenção de isenção de impostos à parcela mais rica dos americanos, que o presidente pretendia eliminar.

A aprovação do plano da dívida fez com que a agência de classificação de risco Fitch mantivesse a nota americana em AAA – a mais alta – e apontasse que o risco de moratória do país é “baixo”.

‘Saúde’

Logo após a aprovação do acordo no Senado, o presidente Barack Obama disse que a medida é fundamental “para a saúde de nossa economia no longo prazo”.

Em um pronunciamento na Casa Branca, Obama disse que os cortes definidos no acordo não devem atingir programas sociais, como o plano de saúde do governo Medicare, caro aos democratas. Segundo o presidente, não se pode “equilibrar o orçamento” às custas dos mais pobres.

"Ambos os partidos compartilham poder em Washington. Ambos os partidos precisam assumir responsabilidades na recuperação da economia"


Barack Obama

Para Obama, a demora na recuperação econômica dos Estados Unidos também é consequência de fatores externos.

“Nos últimos meses, nossa economia teve de absorver o terremoto no Japão, a crise na Europa, a Primavera Árabe, o aumento nos preços do petróleo. Tudo isso são coisas que não podemos controlar”, disse.

Obama ainda ressaltou a necessidade de implementar obras de infraestrutura no país, a fim de criar empregos, sobretudo no setor de construção civil, um dos mais afetados pela crise financeira que teve início no setor imobiliário.

Após semanas de disputas políticas para a aprovação do acordo para elevação da dívida, Obama pediu "responsabilidade" à classe política americana.

“Ambos os partidos compartilham poder em Washington. Ambos os partidos precisam assumir responsabilidades na recuperação da economia”, disse.

Fonte: BBC Brasil