segunda-feira, 22 de agosto de 2011

SERASA E SPC QUEREM TROCAR INFORMAÇÕES SOBRE INADIMPLENTES

O Big Brother da cobrança, que aponta o dedo para o consumidor com contas atrasadas, ganhará mais força a partir de agora. A Serasa Experian e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) firmaram um acordo de troca de informações a respeito do tomador de crédito que já faz parte do cadastro de uma das empresas, ampliando o cerco aos inadimplentes. Os executivos das companhias garantem que não se trata de um negócio propriamente dito, como fusão ou aquisição, mas, sim, acesso livre entre as partes do banco de dados da Serasa, que é mais voltado a pessoas jurídicas, e do SPC, focado na pessoa física. Em uma análise inicial, o governo torceu o nariz para a operação.

Basicamente, o que estará disponível para as duas entidades é o perfil do consumidor, com a preciosa informação sobre se ele tem o hábito ou não de pagar suas contas em dia. O que era uma ferramenta importante, principalmente para o pequeno lojista, ganha ainda mais relevância com o aumento das vendas e, consequentemente, da oferta de crédito, que é fruto da estabilidade econômica dos últimos anos. "As classes C, D e E estão em franco crescimento no País e podemos dar agora uma informação mais precisa sobre esse consumidor", avaliou o presidente do Conselho de Administração do SPC Brasil, Roberto Alfeu.

Na avaliação do presidente, um raio x mais fidedigno do consumidor é positivo para o setor produtivo, já que, com informações de mais qualidade, a concessão de crédito aumenta, o comércio vende mais e puxa a indústria para oferecer mais produtos. "Vamos melhorar em meio a esse movimento de possível alta da inadimplência", acrescentou o superintendente do SPC Brasil, Nival Martins.

Os dados mais recentes do SPC Brasil revelam que o volume de consultas ao sistema, que serve como uma espécie de termômetro das vendas, cresceu 5,22% este ano até o mês passado na comparação com o mesmo período de 2010. De janeiro a julho deste ano, a inadimplência avançou 4,91% - a sexta elevação consecutiva e, portanto, a taxa média mais alta de 2011 até o momento. Vale ressaltar que o SPC é operado pelas Câmaras de Dirigentes Lojistas, uma rede com presença em 1.380 municípios de todo o Brasil.

Governo

Resta saber o que os órgãos de defesa da concorrência dirão a respeito dessa união. De acordo com os executivos do SPC Brasil, os advogados das empresas entrarão com a documentação sobre a parceria nos próximos 15 dias - prazo máximo concedido para oficialização. Assim, enviarão as informações ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e as secretarias de Direito Econômico (SDE), do Ministério da Justiça, e de Acompanhamento Econômico (Seae), do Ministério da Fazenda.

Os órgãos do SBDC foram informados sobre a união pela Agência Estado, mas não quiseram se manifestar sobre o tema porque ainda não tiveram conhecimento da operação. Para os executivos, a parceria não encontrará resistência e a informação será dada ao governo de forma protocolar, até porque a Experian, empresa do Reino Unido que comprou a Serasa, possui capital aberto no exterior.

Ainda que não se trate de uma operação tradicional, é preciso aguardar a avaliação que o Cade dará sobre o caso. Isso porque a troca de informações entre as empresas é justamente o core business das empresas e, portanto, uma arma importante da rivalidade do setor, que passa, em primeira análise, a ficar concentrada.

Fontes do governo avaliaram que, ainda que não envolva dinheiro ou troca de ativos físicos, a operação tem "toda pinta de um ato de concentração" justamente porque o principal ativo dessas empresas é a informação e o acesso aos consumidores. Em processos de outros setores, como a própria fusão entre Sadia e Perdigão, a alegação é a de que a união gera eficiências. "O difícil é comprovar que essas eficiências serão repassadas para os clientes", disse uma das fontes. Outra salientou que este é mais um ponto de preocupação em relação à falta de uma legislação que proteja o trânsito das informações pessoais dos consumidores. "Há ainda uma lacuna jurídica no País sobre isso."

Fonte: Estadão

JUÍZA PODE TER SIDO MORTA POR POLICIAIS

O comandante-geral da Polícia Militar do Rio, coronel Mário Sérgio Duarte, reconheceu que houve a participação de PMs na execução da juíza da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, Patrícia Acioli, morta com 21 tiros na porta de casa, no último dia 12.

O coronel anunciou que vai abrir uma investigação interna por conta da informação de que os projéteis de calibre .40 que atingiram a magistrada pertenciam a um lote comprado pela corporação e eram utilizados por batalhões do interior do Estado, entre eles o 7º BPM (São Gonçalo).

Exames periciais apontaram que as balas seriam de cartuchos comprados da Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC). Segundo a empresa, o lote em questão teriam sido destinado ao batalhão da cidade onde Patrícia atuava.

Patrícia chegava em casa, em Niterói, quando foi surpreendida por motociclistas e morta. A juíza vinha recebendo ameaças, inclusive de policiais com suspeita de envolvimento em milícias. De acordo com a família, as autoridades sabiam do risco que a magistrada corria. Apesar disso, a segurança policial de Patrícia foi suspensa.

Fonte: Estadão

ZICO FECHA ACORDO PARA TREINAR SELEÇÃO DO IRAQUE

O ex-jogador Zico disse nesta segunda-feira que acertou com a federação iraquiana de futebol para ser o novo técnico da seleção do Iraque e que agora falta apenas assinar o contrato. "Está tudo certo. Eu e meus advogados enviamos a minuta do contrato para lá. Da minha parte está tudo ok. Só falta assinar o contrato", afirmou Zico à Reuters, por telefone, nesta segunda-feira.

As negociações começaram na semana passada e se intensificaram no último final de semana. Segundo Zico, a minuta encaminhada à federação iraquiana prevê duas possibilidades: uma delas é que ele dirija a seleção do Iraque nas eliminatórias da Copa do Mundo e na Copa da Ásia e a outra é que o contrato se estenda até o Mundial de 2014 disputado no Brasil.

"Eles estão pensando num projeto mais longo e acho que a tendência é que seja até 2014", disse Zico, que comandou a seleção japonesa na Copa do Mundo de 2006. Representantes do futebol iraquiano disseram este mês estar determinados a contratar Zico para comandar a seleção nas eliminatórias do Mundial. O Iraque está no Grupo A, com Jordânia, China e Cingapura.

O ex-jogador da seleção brasileira afirmou que está motivado com a nova oportunidade e não demonstrou receio com a violência no país, alvo constante de atentados. A previsão é que os jogos da seleção aconteçam longe das áreas de conflito, segundo ele.

"É o grande desafio da minha carreira. Quero superar tudo (violência) com muito trabalho e motivação", declarou. Zico disse que inicialmente a comissão técnica será formada por seu irmão, Edu, e o preparador físico Moraci Sant'anna. "Por enquanto somos nós três. Mas chegando lá é que eu vou poder conhecer o material humano e ver se há necessidade de levar mais gente", afirmou ele, que não revelou as bases financeiras do acordo.

"Vou ser o responsável também pelas categorias de base e outros profissionais, que podem ser brasileiros, podem dirigir essas seleções."

De acordo com Zico, o visto para entrar no Iraque já está sendo agilizado e sua expectativa é viajar para aquele país na quinta-feira. Ele já treinou o time turco Fenerbahçe, o russo CSKA Moscou e o grego Olympiakos, e deixou no ano passado o cargo de diretor de futebol do Flamengo depois de apenas quatro meses alegando ter sofrido pressões dentro do clube. O ídolo flamenguista nunca treinou um clube brasileiro. 

Fonte: Estadão

CIGARRO SOFRERÁ AUMENTO DE 20% AINDA EM 2011, DIZ RECEITA FEDERAL

O preço do cigarro deve ter um aumento de 20% a partir de dezembro deste ano. O aumento será resultado do repasse ao consumidor das novas alíquotas de IPI (Imposto sobre Produto Industrializado) para as empresas fabricantes, que começam a entrar em vigor no fim de 2011.

Essa elevação será feita de forma escalonada e o maior aumento será em janeiro de 2015, quando o valor do cigarro subirá 55%. A informação foi dada nesta segunda-feira (22) pela Receita Federal.

No inicio do mês, a Receita divulgou a criação de duas novas formas de tributação para os fabricantes de cigarro: o regime geral ou o regime especial. Os fabricantes terão de optar por um dos dois sistemas.

Na época, foi anunciado que, no primeiro caso, cada maço de cigarro terá recolhimento de 45% de IPI sobre seu preço. Com isso, a carga tributária sobre o produto poderá subir dos atuais 60% para 81%.

Já no regime especial, o IPI terá um aumento que variável entre 6% e 9% até 2015, somado a um recolhimento que irá de R$ 0,90 a R$ 1,30 por maço e de R$ 1,20 a R$ 1,30 por carteira. Nesse sistema, o aumento médio da carga tributária será de 72%.

Segundo Marcelo Fisch Menezes, auditor da Receita Federal, a empresa que não optar pelo regime especial irá entrar automaticamente no regime geral, sistema que tem uma carga tributária mais elevada.

O governo instituiu ainda preços mínimos para a comercialização de cigarro no varejo. Essa elevação vai variar de R$ 3 a R$ 4,50 e será feita ano a ano até 2015.

POLÍTICA INDUSTRIAL

A decisão de elevar o tributo sobre o cigarro foi tomada para compensar parte da perda de receita provocada pelos novos benefícios concedidos à indústria. O impacto final nas contas públicas com as desonerações será de R$ 24,5 bilhões em 2011 e 2012 com a nova política industrial.

Segundo a Receita Federal, essa elevação no IPI irá fazer com que a arrecadação desse tributo sobre cigarro passe dos R$ 3,6 bilhões para R$ 7,7 bilhões em 2015, um aumento de 105%.

No ano passado, o cigarro gerou uma arrecadação de R$ 6 bilhões para a Receita Federal.

Fonte: Folha

PROMOTORIA DE NOVA YORK PEDE QUE JUSTIÇA ARQUIVE CASO STRAUSS-KAHN

Os promotores que atuam no caso contra o francês Dominique Strauss-Kahn, ex-diretor-geral do FMI (Fundo Monetário Internacional), pediram há pouco que a Justiça americana arquive todas as acusações. Uma audiência está marcada para terça-feira (23), quando espera-se que o juiz encarregado do caso anuncie oficialmente o fim do processo criminal contra o francês.

De acordo com a emissora americana CNN a Justiça deve aceitar a recomendação dos promotores, embora ainda não tenha havido resposta oficial.

Ex-diretor do FMI, Dominique Strauss-Kahn, ao lado da mulher em 6 de junho; promotoria pede que Justiça arquive caso

Pouco após o anúncio de que a solicitação de arquivamento do caso havia sido entregue à Suprema Corte de Manhattan, no Estado americano de Nova York, o advogado da camareira Nafissatou Diallo concedeu uma entrevista coletiva após um encontro com a promotoria.

Kenneth Thompson criticou a Justiça de NY. "O promotor distrital de Manhattan, Cyrus Vance Jr., negou o direito de uma mulher obter justiça num caso de estupro. Ele não só deu as costas a essa vítima mas também ignorou evidências forenses, médicas e físicas neste caso. Se o promotor distrital de Manhattan, que é eleito para proteger nossas mães, filhas, irmãs, mulheres e nossos entes queridos, não vai defendê-las quando forem estupradas ou vítimas de abuso sexual, quem irá?", disse ao "Times".

ARQUIVAMENTO

No domingo (21), o jornal americano "New York Post" já havia adiantado que os promotes deveriam solicitar o arquivamento no início desta semana.

Citando fontes ligadas ao promotor Cyrus Vance, encarregado do caso, o periódico já publicara no fim de semana que os promotores apresentariam uma proposta de recomendação de arquivamento.

Em geral, segundo o "Post", a Justiça costuma aceitar imediatamente tais pedidos. Se este for o caso, Dominique Strauss-Kahn ficará livre para voltar à França de forma imediata.

Na sexta-feira (19), os advogados da camareira Nafissatou Diallo, que acusa Dominique Strauss-Kahn de estupro, negaram ter buscado um acordo financeiro com em troca da retirada do processo civil.

"Essa história é falsa. É uma notícia que ataca sem fundamentos Diallo e seus advogados para que as pessoas se esqueçam que Strauss-Kahn atacou e agrediu sexualmente uma mulher inocente dentro do Sofitel", disse à agência de notícias France Presse um dos advogados, Douglas Wigdor, consultado por telefone.

Strauss-Kahn se declarou inocente em 6 de junho de sete acusações, incluindo tentativa de estupro, relações sexuais ilícitas (sexo oral forçado) e sequestro.

Fonte: Folha

AEROPORTO DE NATAL É O PRIMEIRO A SER CONCEDIDO À INICIATIVA PRIVADA

O consórcio Inframérica, representado pela corretora BES Securities do Brasil, foi o vencedor do leilão do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante, em Natal (RN), realizado nesta segunda-feira na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&F Bovespa). Após 87 lances, o consórcio ganhou o leilão com a proposta de R$ 170 milhões, ágio de 228,82%. O mínimo estipulado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) era de R$ 51,7 milhões.

O aeroporto de São Gonçalo do Amarante é o primeiro do Brasil a ser concedido à iniciativa privada, dentro do plano do governo de ampliar os investimentos no setor antes da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016 no país.

Segundo a Anac, o prazo para a exploração da concessão é de 25 anos, e o contrato poderá ser renovado por, no máximo, mais cinco anos, quando o aeroporto retornará ao Poder Público.

O modelo jurídico dessa concessão deverá ser usado nos leilões dos aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília.

Fonte: Correio do Brasil

SOJA É O PRODUTO MAIS EXPORTADO DO PIAUÍ, APÓS CRESCIMENTO DE 31%

Depois do crescimento de 31,8% na safra piauiense 2010/2011, com a produção de 1,144 milhão de toneladas, a soja agora é o principal produto exportado pelo Estado, representando 50,2% de toda a exportação de janeiro a julho deste ano, de acordo com dados do Ministério do Comércio Exterior. Até o mês de junho, as ceras vegetais ocupavam a primeira colocação.

soja

No acumulado de 2011, o Piauí exportou US$ 39.098.407,00 do grão, o equivalente a mais de R$ 60 milhões. Foram quase 88 mil toneladas vendidas para outros países. Esses números representam uma variação positiva de cerca de 55% na exportação da soja piauiense de 2010 para 2011.

As ceras vegetais passaram a ocupar o segundo lugar na lista dos principais produtos exportados pelo Estado, com 32,4% de participação. O mel natural continua em terceiro lugar, com 10%.

Ao todo, foram US$ 77.821.386,00 em volume de exportações do Piauí, mais de R$ 124 milhões. Somente no mês de julho, o Piauí faturou US$ 28,3 milhões, ou R$ 45 milhões. O principal país de destino continua sendo a China, com 37,5% das compras. Os Estados Unidos vêm logo atrás, com participação de 16%.

Alguns países europeus vêm surpreendendo em relação ao volume de negócios com o Estado, como é o caso da Holanda, o terceiro país de destino na lista dos principais exportadores, responsável por 9,3% do total. Logo em seguida vem a Bélgica, com 8,5% de participação.

Fonte: Correio do Brasil

BOVESPA TEM O PIOR VOLUME DO MÊS, COM ÍNDICE ESTÁVEL

O principal índice das ações brasileiras fechou praticamente estável nesta segunda-feira, anulando a alta de mais de 2 por cento do começo do dia em uma sessão com o volume mais baixo do mês.

O Ibovespa fechou com variação negativa de 0,01 por cento, a 52.440 pontos, perto da mínima do dia. O giro do pregão foi de 4,66 bilhões de reais, o mais baixo do mês de agosto. A média diária de volume no mês, até dia 17, é de 9,3 bilhões de reais.

O comportamento da bolsa brasileira foi parecido com o dos índices norte-americanos. O Standard & Poor's 500 subiu apenas 0,03 por cento, após alta de quase dois por cento pela manhã. O Dow Jones avançou 0,34 por cento.

De acordo com o operador da Icap Corretora Rodrigo Falcão, o mercado trabalhou no aguardo de mais notícias sobre o cenário internacional, como a possibilidade de mais estímulos monetários nos Estados Unidos tendo em vista a desaceleração econômica.

O chairman do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano), Ben Bernanke, discursa na sexta-feira na conferência anual de bancos centrais, em Jackson Hole, e pode dar sinais nesse sentido.

"A tendência é de baixa, mas a grande pergunta é se (o Ibovespa) vai testar novamente abaixo dos 50 mil pontos ou não. Depende do desenrolar dos problemas nos Estados Unidos e na Europa", afirmou o operador.

Em conversa com jornalistas, o economista-chefe do Santander, Mauricio Molan, e o estrategista-chefe do banco, Marcelo Audi, demonstraram otimismo com o desempenho das ações brasileiras no resto do ano, esperando um "relief rally" (alta de alívio) para um patamar entre 65 mil e 70 mil pontos.

Na opinião deles, a atual volatilidade não é uma repetição da crise de 2008 porque não deve haver uma recessão nos Estados Unidos e porque não há uma crise bancária à vista no exterior, especialmente por causa da disponibilidade de linhas de crédito de emergência para as instituições.

Setores domésticos como bancos e varejo, com expectativa de alta do lucro por ação de 20 por cento em 2012, chamam mais a atenção do banco do que empresas mais dependentes do exterior, como as produtoras de commodities.

Entre as ações de maior liquidez, o papel preferencial da Vale subiu 0,54 por cento neste pregão, a 37,51 reais, e a ação equivalente da Petrobras caiu 0,25 por cento, a 19,65 reais.

O destaque de alta foi a siderúrgica Usiminas, com ganho de 4,75 por cento das ações ordinárias, a 23,15 reais, e de 3,59 por cento dos papéis preferenciais, a 12,70 reais, após a CSN anunciar que aumentou sua participação no capital da Usiminas e que continua avaliando alternativas estratégicas em relação ao investimento na companhia.

Fonte: Reuters

GOVERNO BRASILEIRO ESTUDA ROYALTY FLEXÍVEL PARA MINERADORAS

O governo estuda a criação de um royalty flexível sobre a mineração por meio do qual as companhias poderão ter alíquotas reduzidas em momentos de crise na demanda e taxas maiores em época de bonança e elevada lucratividade, conforme apurou a Reuters.

A ideia de adotar royalties que variem de acordo com os momentos da economia é uma das que estão em discussão para o novo marco regulatório da mineração. Quando o preço de determinada matéria-prima estiver elevado, com o mercado muito aquecido, a taxa poderia subir. Em uma crise como a de 2008, quando a demanda por metais despencou, levando mineradoras e cortar investimentos e pessoal, o governo reduziria alíquotas.

"Pode-se estabelecer, num primeiro momento, que o royalty do minério de ferro passe de 2 por cento da receita líquida para 4 por cento do faturamento bruto, mas, depois de um ano, podemos chegar à conclusão que os 4 por cento serão 6 por cento, ou 3 por cento, dependendo da conjuntura econômica", disse à Reuters uma fonte do governo que participa ativamente das discussões sobre o novo marco regulatório.

"Agora, por exemplo, a demanda está fortíssima pelo ouro, então valeria à pena mudar a alíquota do ouro?", citou.

Outras fontes consultadas pela Reuters no governo afirmaram que alguns minerais poderão, assim, ficar sujeitos a bandas de royalties. Cada mineral pode ter uma banda diferente e a variação dependerá do preço no mercado internacional e doméstico.

As alíquotas que serão apresentadas na nova regulamentação do setor poderão variar de 0,5 por cento a um teto que poderá ficar entre 8 e 10 por cento - percentual ainda em discussão.

A proposta é definir e redefinir as alíquotas em reuniões do Conselho Nacional de Política Mineral, uma nova entidade que seria criada no novo marco. Ela funcionaria nos moldes do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), onde são discutidas periodicamente regras e planejamento para os setores elétrico e de petróleo e gás.

"Pensamos ter procedimentos modernos e ágeis mas que não acarretem problemas para a competitividade das nossas empresas", afirmou outra fonte consultada pela Reuters.

Em meio ao estabelecimento das bandas de royalties, porém, a Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM), como é chamado o royalty da mineração, deverá passar por uma calibragem.

O minério de ferro, por exemplo, poderá passar dos atuais 2 por cento pagos sobre a receita líquida para 4 por cento do faturamento bruto, conforme já indicou o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. Metais como ouro, níquel, cobre, que nos últimos anos se valorizaram bastante no mercado internacional, também deverão ter um royalty maior.

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO

Por outro lado, o governo tende a reduzir a CFEM sobre matérias-primas usadas na construção civil, como a areia, hoje paga alíquota de 2 por cento. "Vamos corrigir algumas distorções. Hoje a CFEM da areia, que custa cerca de 40 reais a tonelada, é igual à do cobre, que vale uns 8,7 mil dólares a tonelada", disse uma técnica que participou da elaboração do projeto de lei que trata da CFEM, pedindo anonimato.

Três projetos de lei serão encaminhados ao Congresso pela presidente Dilma Rousseff para definir o marco regulatório da mineração. Um deles, que cria o Conselho Nacional de Política Mineral e atualiza normas sobre concessões de áreas, está praticamente pronto e pode vir a público em breve.

O texto está na Casa Civil pela segunda vez (depois de ter voltado para o Ministério de Minas e Energia para retoques sugeridos por outros ministérios). Um outro projeto de lei cria uma agência reguladora para o setor e o terceiro --mais polêmico --trata da CFEM.

As mudanças na cobrança de CFEM devem começar na sua base de incidência. Hoje as empresas pagam o royalty sobre a receita líquida. Com o novo código, a base deverá ser o faturamento bruto das empresas.

"Com essa mudança evitamos discussões e brechas sobre o que deve ser descontado ou não no cálculo da CFEM", acrescentou a técnica. O critério atual, considerado mal definido por especialistas, levou o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) a travar disputas judiciais com mineradoras que descontavam, por exemplo, despesas com transporte da base de cálculo da CFEM.

DESCONTO PARA VALOR AGREGADO

Outra medida em estudo é a possibilidade de desconto da CFEM para minerais que passarem por algum beneficiamento, agregando valor antes da exportação. No caso da cadeia de minério de ferro, a pelota poderia ter uma CFEM menor que o minério de ferro, por exemplo.

"A empresa que hoje resolve agregar mais valor a seu produto acaba sendo penalizada porque paga mais CFEM. Na cadeia do ferro é assim; a pelota atualmente não tem distinção do ferro, pagando a mesma CFEM. E, como vale mais, obriga a empresa a pagar mais CFEM", explica a técnica.

"A estrutura tributária atual realmente não estimula a agregação de valor aos minerais", concorda o diretor de Assuntos Minerários do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Marcelo Tunes.

Se por um lado apoia a diferenciação da CFEM para estimular produtos de maior valor agregado, por outro o setor privado demonstra cautela com relação à ideia do royalty flexível, que poderá mudar conforme o preço da commodity.

"Transformar royalty em instrumento de política econômica pode ser perigoso. Pode ser bom para as empresas em momentos de crise, mas ruim quando ocorrer o contrário. Esta é uma indústria cíclica", avaliou um executivo do setor que pede para não ser identificado.

O novo marco também deverá adotar leilões para áreas exploratórias, como já ocorre com o petróleo.

Ele estabeleceria prazos exploratórios, para evitar que empresas mantenham concessões sem investir nas áreas que possuem. A aplicação de penalidades deverá ser mais rigorosa, com multas maiores e mais chances de as empresas perderem a outorga.

"Procuramos colocar regras bem definidas para as sanções aplicadas pela agência de maneira a viabilizar a permanência, no setor, das empresas que estejam investindo em pesquisa, desenvolvimento e lavra", acrescentou a primeira fonte.

O Ministério de Minas e Energia informou que não comentaria as informações desta reportagem.

Fonte: Reuters

INDÍGENAS BOLIVIANOS ENDURECEM PROTESTO CONTRA RODOVIA

Indígenas bolivianos que participam de uma marcha contra uma rodovia a ser financiada principalmente pelo Brasil endureceram seu protesto na segunda-feira, quando fizeram novas exigências, como a suspensão de importantes projetos petrolíferos e um diálogo direto com o presidente Evo Morales.

A rodovia causa polêmica porque atravessará uma reserva natural e área indígena na Amazônia boliviana.

Na nova lista de exigências - 16 no total - os manifestantes exigem também a suspensão de projetos hidrocarboníferos no departamento de Tarija (sul), sob a alegação de que eles afetam o meio ambiente e terão impacto direto sobre comunidades rurais próximas. Os campos de Tarija geram cerca de 90 por cento do gás boliviano.

O governo diz que os protestos têm motivação política, num ano em que o presidente esquerdista Evo Morales já enfrentou campanhas da oposição contra uma inédita eleição direta de juízes e um reajuste nos preços dos combustíveis, que acabou sendo cancelado.

A marcha de 600 quilômetros, entre o departamento de Beni (nordeste, fronteira com Rondônia) e La Paz, começou há uma semana, com a participação de centenas de indígenas que são contra a construção de uma estrada de 310 quilômetros ligando Beni a Cochabamba. A obra, de 420 milhões de dólares, foi encomendada à construtora brasileira OAS.

"A marcha está saindo porque um ministro disse que as portas do palácio do governo estão abertas e pediu que vá só uma comissão, mas os participantes da marcha disseram: 'Se as portas estão abertas iremos todos, e não só uma comissão'", disse o dirigente indígena Lázaro Tacó, falando de San Ignacio, aldeia a 90 quilômetros de Trinidad, capital de Beni.

No domingo, Morales se queixou da ampliação da pauta de reivindicações do grupo. "Inicialmente, se opunham só à construção do trecho 2 da estrada entre Villa Tunari e San Ignacio de Moxos, na sexta-feira passada disseram que são 13 as suas exigências, e um dia depois as ampliaram para 16", afirmou.

O governo disse, no entanto, que mantinha a disposição em negociar.

Morales defende a construção da estrada por considerar que ela propiciará desenvolvimento e integração ao país, um dos mais pobres da América Latina. A economia boliviana se baseia principalmente na exportação de gás natural para Brasil e Argentina, o que no primeiro semestre totalizou 1,65 bilhão de dólares.

Fonte: Reuters

FERRARI RARA É LEILOADA POR US$ 16,4 MILHÕES

Um raro carro de corrida Ferrari 250 Testa Rossa, de 1957, foi vendido por US$ 16,4 milhões (R$ 26 milhões) em um leilão. É o valor mais alto já pago por um carro em um evento do tipo.

Foto: Pawel Litwinski / Cortesia da Gooding & Company
O leilão foi feito pela empresa americana Gooding & Company, da Califórnia, que recebeu 10% do valor da venda.

O nome do comprador não foi revelado pela empresa. O vendedor do carro foi descrito como "um colecionador proeminente com uma paixão por automóveis italianos".

Raridade

O recorde anterior para a venda de um carro em um leilão foi de outra Ferrari Testa Rossa, arrematada por US$ 12,4 milhões (R$ 19 milhões) em Maranello, na Itália, em 2009.

No entanto, a Ferrari leiloada nos Estados Unidos é mais rara, porque foi a primeira deste modelo a ser construída e serviu como protótipo para todas as outras.

O modelo tem 300 cavalos de potência e foi utilizado em corridas na Europa e nos Estados Unidos.

Segundo a Gooding & Company, o carro foi completamente restaurado e teve somente dois donos em 40 anos.

Fonte: BBC Brasil

REBELDES CAÇAM KHADAFI E ENFRENTAM RESISTÊNCIAS

Rebeldes líbios que tentam tomar o controle da capital Trípoli ainda enfrentam bolsões de resistência por parte de tropas leais ao líder Muamar Khadafi, que é perseguido pelos insurgentes.

Fumaça originária de conflitos em Trípoli nesta segunda (AFP)
Os rebeldes disseram que, até noite desta segunda (horário local), haviam ocupado cerca de 80% da capital da Líbia, incluindo a sede da TV estatal. Mas um correspondente da BBC que acompanha um dos comboios rebeldes ressalta que as forças de Khadafi reconquistaram parte do território desde então.

O movimento pela tomada de Trípoli foi iniciado na madrugada de domingo pelos insurgentes, que estabeleceram postos de checagem na cidade.

Centenas de moradores saíram às ruas para celebrar. Ao mesmo tempo, violentos confrontos explodiram nos arredores do quartel-general de Khadafi e em outras partes da cidade.

Tropas pró-Khadafi continuavam no controle das ruas ao redor de um importante hotel de Trípoli, o Rixos, onde se hospedam diversos jornalistas ocidentais.

"Estamos nos preparando para mais uma noite de intensos combates", disse à BBC um morador da capital. "Acho que as forças de Khadafi vão recorrer a técnicas de guerrilha porque sabem que não têm o apoio da população."

Mas outro morador criticou os rebeldes, dizendo que estes estavam “invadindo as casas das pessoas e roubando tudo”.

O porta-voz do regime de Khadafi, Moussa Ibrahim, disse que 1,3 mil pessoas foram mortas na cidade entre domingo e segunda-feira. O número não pode ser confirmado de forma independente.

A TV líbia controlada por rebeldes diz que forças pró-Khadafi estão “bombardeando indiscriminadamente” áreas vizinhas ao quartel general de Khadafi, em Bab al-Azizia.

Paradeiro de Khadafi

Mustafa Abdel Jalil, líder do Conselho Nacional de Transição, órgão político criado pelos rebeldes, disse que os insurgentes só declararão vitória quando Khadafi for encontrado. Seu paradeiro era desconhecido até a noite desta segunda.

“Não sabemos se ele ainda está (em seu complexo, em Trípoli), nem se está dentro ou fora da Líbia”, afirmou Jalil.

Repórter da BBC entra em emboscada em Trípoli
Rupert Wingfield-Hayes estava acompanhando comboio de rebeldes quando entrou no meio de um tiroteio.

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Jalil confirmou que Saif al-Islam, filho do líder líbio e seu possível sucessor no poder, foi capturado pelos rebeldes. O Tribunal Penal Internacional disse estar negociando a transferência dele a Haia, para que seja julgado por crimes de guerra.

Os rebeldes dizem que outros dois filhos de Khadafi, Muhammad e Saadi, também estão em seu poder.

Ao mesmo tempo, cresce a pressão internacional para que Khadafi renuncie. A China disse que respeitará o desejo da população líbia e a Rússia se declarou neutra em relação ao avanço rebelde em Trípoli. O Egito se tornou o mais recente de uma série de países a reconhecer o Conselho de Transição como o governo legítimo da Líbia.

O presidente dos EUA, Barack Obama, disse nesta segunda que “o regime de Khadafi (em vigor há 42 anos) está chegando ao fim e que o futuro da Líbia está nas mãos do povo”, mas instou os rebeldes a evitar a violência.

A correspondente da BBC Rana Jawad, que está em Trípoli, disse que há na cidade a sensação de que o fim dos combates pode estar próximo e que os rebeldes tendem a sair vitoriosos.

Na Praça Verde, que recentemente fora palco de protestos pró-Khadafi, apoiadores dos rebeldes arrancaram, entre domingo e segunda-feira, as bandeiras verdes identificadas com o regime do líder líbio.

Fonte: BBC Brasil

NOS EUA ACROBATA MORRE AO PERDER O EQUILÍBRIO E CAIR DE 60 METROS


Um acrobata aéreo morreu após cair de uma altura de 60 metros durante uma performance na cidade de Harrison, em Michigan, nos Estados Unidos.
No último domingo, Todd Green fazia um show na base aérea local, em que deveria caminhar sobre a asa de um pequeno avião biplano e passar para um helicóptero que voava acima do avião. Durante a manobra, Green perdeu o equilíbrio e caiu.
Foto: AP
Público observa queda de Todd Green (centro da imagem) durante apresentação em Harrison, Michigan (21/08)
Ele trabalhava como acrobata aéreo há mais de 20 anos. Green foi levado para o hospital local, mas morreu em consequência dos ferimentos causados pela queda.
Segundo o jornal Macomb Daily, o apresentador do evento já havia dito aos espectadores que os ventos poderiam ser mais um fator de perigo para a performance.
Choque
Cerca de 75 mil espectadores estavam no local. O jornal diz que muitos pensaram que a queda do acrobata era parte do show, até serem avisados de que um acidente havia acontecido. Muitos choraram e rezaram pela recuperação de Todd Green, que era filho do também acrobata aéreo Eddie Green.
A congressista republicana Candice Miller, que estava no local, disse ao Macomb Daily que assistir à queda foi "surreal". "Leva algum tempo até entender o que realmente aconteceu. Ele era uma parte importante do show, muitas pessoas vinham aqui só para vê-lo", disse.
Também no domingo, o piloto acrobata americano Bryan Jensen foi morto quando seu avião biplano caiu durante uma performance em Kansas City, nos Estados Unidos.
Fonte: Estadão