sexta-feira, 26 de agosto de 2011

MASSACRE NO MÉXICO MATA MAIS DE 50 PESSOAS

Uma nuvem de fumaça no céu de Monterrey marca o local do mais recente episódio de violência e um dos mais trágicos a atingir o México nos últimos tempos. O ataque contra o Casino Royale situado na cidade ao norte do país deixou ao menos 53 mortos e voltou a abalar o país.

Casino Royale, em Monterrey, no México
Em uma entrevista coletiva, o procurador de Justiça do Estado de Nuevo León, Adrián de la Garza, afirmou que cinco ou seis homens teriam entrado no cassino, exigiram aos gritos que todos saíssem do local e espalharam gasolina no estabelecimento para, em seguida, incendiá-lo.

A maior parte dos mortos teriam sofrido intoxicação provocada pela fumaça, após terem ficado presos dentro dos banheiros e salas do cassino para tentar se esconder dos autores do ataque.

Ainda que não estejam claras as circunstâncias do ataque, a mídia mexicana já associou o incidente à guerra do narcotráfico, travada há cinco anos pelo presidente Felipe Calderón, que já deixou ao menos 40 mil mortos, segundo a contagem da imprensa local.

O massacre de Monterrey é, desde já, um dos mais graves já ocorridos no país desde 2006. A matança é comparável ao assassinato de 72 imigrantes na cidade de San Fernando, no estado de Monterrey, em agosto de 2010, um dos mais graves já ocorridos no país desde 2006.

Mas o incidente de Monterrey poderá se equipar ou mesmo superar a tragédia do ano passado. ''É possível que ainda encontremos mais mortos dentro do edifício'', informou o procurador de Justiça do estado de Nuevo León, Adrián de la Garza.

Incêndio no cassino

O cassino atacado, inaugurado há três anos e meio, possui dois andares. No primeiro piso, há um bingo com capacidade para 250 pessoas, máquinas caça-níqueis e roletas. No segundo andar, há mesas de pôquer.

Desde o ano passado, o México é palco de uma batalha entre as gangues criminosas El Golfo e Los Zetas que lutam para controlar a região, uma importante rota de passagem para o tráfico de drogas com destino aos Estados Unidos.

Menos de 24 horas antes do que ocorreu em Monterrey, outro cassino foi atacado com uma granada na cidade de Saltillo, no estado de Coahuila.

O massacre acontece também menos de uma semana desde que um tiroteio do lado de fora do estádio de Torreón, também em Coahuila, provocou a suspensão de uma partida de futebol da primeira divisão - algo inédito na história do país.

As autoridades mexicanas, na ocasião, afirmaram que os tiros nas imediações do estádio e as imagens dos jogadores saindo correndo do campo foram ''um alerta para o governo''.

#Terrorismo no Twitter

Nesta sexta-feira, o mesmo governo definiu o ataque ao cassino como ''um ato de terror'' e ''uma noite de tristeza para o México''.

''Com profunda consternação, expresso a minha solidariedade com Nuevo León e com as vítimas deste abominável ato de terror e barbárie'', disse o presidente do México, Felipe Calderón em sua conta de Twitter.

A rede social também abrigou um debate sobre o que muitos mexicanos julgam ser a natureza do mais recente ataque: um ato de terrorismo.

O termo ''terrorismo'' se tornou um dos ''trending topics'' (um dos mais discutidos) no Twitter mexicano após os ataques, juntamente com #FuerzaMonterrey e #CasinoRoyale.

A mesma discussão via Twitter já ocorreu em outras ocasiões, como, por exemplo, quando uma granada matou 8 pessoas no estado de Michoacán, que celebravam o Grito da Independência na praça principal da cidade de Morelia. O mesmo ocorreu em janeiro de 2010, quando um grupo de estudantes adolescentes foi baleado quando celebrava uma festa em Villas de Salvácar. Dentro de seis meses, um carro-bomba explodiu no centro de Ciudad Juárez.

De acordo com pesquisas recentes, 56% dos mexicanos acredita que o crime organizado está vencendo a guerra contra o narcotráfico, ainda que o governo afirme que em cidades como Ciudad Juárez já se nota uma redução da violência graças à sua estratégia contra o crime.

Mas muitos acreditam que a sociedade mexicana está perdendo seus espaços públicos por conta da violência, como estádios de futebol, praças e agora cassinos.

Fonte: BBC Brasil

GRUPO EXTREMISTA ASSUME ATAQUE A PRÉDIO DA ONU NA NIGÉRIA

O grupo extremista islâmico nigeriano Boko Haram assumiu a autoria do atentado com um carro-bomba contra o prédio da Organização das Nações Unidas (ONU) na capital da Nigéria, Abuja, que deixou pelo menos 18 mortos e feriu dezenas de pessoas nesta sexta-feira, 26. Um porta-voz do grupo ligou para o escritório da BBC na Nigéria para assumir a autoria.


Um funcionário da ONU havia dito à BBC, sob condição de anonimato, que a entidade recebeu informações no mês passado de que poderia ser alvo do grupo islâmico Boko Haram. O funcionário disse ainda que a segurança foi reforçada em todas as instalações da entidade na Nigéria após o recebimento da informação. Em junho, o Boko Haram detonou um carro-bomba no quartel-general da polícia em Abuja. O grupo luta pela implementação da Sharia, a lei islâmica, na Nigéria.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, classificou o ocorrido como "um ataque contra os que devotam suas vidas a ajudar outros" e afirmou estar enviando dois auxiliares para a Nigéria.

O ataque

O ataque desta sexta-feira ocorreu por volta das 11h (horário local). Houve uma forte explosão, e era possível ver uma coluna de fumaça que saía do prédio. "Vi corpos espalhados", disse Michael Ofilaje, funcionário do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). "Muitas pessoas morreram". Ofilaje acrescentou que a explosão "ocorreu no porão e sacudiu o prédio".

O prédio atacado abriga 26 agências humanitárias e de desenvolvimento, além de ser local de trabalho para cerca de 400 empregados da ONU. Não está claro quantas pessoas estavam dentro de suas dependências no momento da explosão.

A área ao redor do prédio foi isolada. Serviços de emergência iniciaram a retirada dos corpos do prédio, enquanto um grande número de feridos era levado ao hospital.

Escavadoras também foram deslocadas para o local para retirar a grande quantidade de destroços.

A ministra nigeriana das Relações Exteriores, Viola Onwuliri, disse à BBC, após visitar o local atingido, que "não foi um ataque contra a Nigéria, mas contra a comunidade global".

No início do mês, o militar americano de mais alta patente em atuação na África, o general Carter Ham, disse que muitas fontes indicam que há cooperação entre o Boko Haram e a Al-Qaeda no norte da África. Se a informação for conformada, a união daria ao grupo nigeriano os meios para a realização de duros ataques, segundo o analista da BBC para a África Martin Plaut.

Fonte: BBC

ASTRÔNOMOS DESCOBREM PLANETA FEITO DE DIAMANTE

Astrônomos localizaram um exótico planeta que parece ser quase todo feito de diamante, girando em torno de uma pequena estrela nos confins da nossa galáxia.


O novo planeta é bem mais denso do que qualquer outro já visto, e consiste praticamente só de carbono. Por ser tão denso, os cientistas calculam que o carbono deve ser cristalino, ou seja, uma grande parte dele é mesmo de diamante.

"A história evolutiva e a incrível densidade desse planeta sugerem que ele é composto de carbono, ou seja, um enorme diamante orbitando uma estrela de nêutrons a cada duas horas, numa órbita tão compacta que caberia dentro do nosso Sol", disse Matthew Bailes, da Universidade de Tecnologia Swinburne, em Melbourne.

A 4.000 anos-luz da Terra, ou cerca de um oitavo da distância entre o nosso planeta e o centro da Via Láctea, o planeta é provavelmente remanescente de uma estrela que já foi gigantesca, mas que perdeu suas camadas externas para a estrela que orbita.

Os pulsares são estrelas de nêutrons, pequenas e mortas, com apenas cerca de 20 quilômetros de diâmetro, girando centenas de vezes por segundo e emitindo feixes de radiação.

No caso do pulsar J1719-1438, seus feixes varrem a Terra regularmente e já foram monitorados por telescópios da Austrália, Reino Unido e Havaí, o que permite aos astrônomos detectar modulações devido à atração gravitacional do seu companheiro planetário, que não é visto diretamente.

As medições sugerem que o planeta, com um "ano" de 130 minutos, tem uma massa ligeiramente superior à de Júpiter, mas é 20 vezes mais denso, segundo relato de Bailes e seus colegas na edição de quinta-feira da revista Science.

Além do carbono, o novo planeta também deve conter oxigênio, que pode ser mais abundante na superfície, tornando-se mais raro na direção do centro, onde há mais carbono.

Sua grande densidade sugere que os elementos mais leves - hidrogênio e hélio - que compõem a maior parte de gigantes gasosos, como Júpiter, não estão presentes.

O aspecto desse bizarro mundo de diamante, no entanto, é um mistério.

"Em termos do seu aspecto, não sei nem se eu posso especular", disse Ben Stappers, da Universidade de Manchester. "Não imagino que uma imagem de um objeto muito brilhante seja o que estejamos vendo aqui".

Fonte: Estadão

FRAUDE NA PREFEITURA DE SÃO PAULO PODE CHEGAR A R$ 50 MILHÕES DE REAIS

Quatro pessoas acusadas de um esquema de fraude que pode ter causado um prejuízo de R$ 50 milhões à prefeitura foram presas nesta sexta-feira, em operação da Corregedoria Geral do Município, Polícia Civil e Ministério Público.

Segundo o corregedor Edilson Bonfim, eles fazem parte de um esquema criminoso que falsificava documentos, deixando de pagar à prefeitura taxa para autorização de construção.

As taxa em questão é a outorga onerosa, dispositivo que permite a construção de imóveis acima do limite previsto, mediante pagamento à prefeitura.

Bonfim afirmou ontem que construtoras da cidade estão envolvidas no esquema fraudulento --todas negam e alegam ser vítimas de intermediários.

Foram presos acusados da formação de quadrilha, estelionato e falsidade ideológica Natali Federzoni, dono de um escritório que fazia serviços de despachante às construtoras, o arquiteto Joel José Abraão da Cruz e os consultores Nivaldino Dionísio de Oliveira e Adriana Dionísio de Oliveira --pai e filha-- da Nobre Engenharia.

À Polícia, todos declararam inocência. Eles atuavam como intermediários das construtoras para o pagamento da outorga.

Fonte: Folha

PRESO HOMEM ACUSADO DE ABUSAR SEXUALMENTE DE 30 CRIANÇAS EM SANTA CATARINA

A Polícia Civil de Santa Catarina prendeu na quinta-feira (25) em Caçador (385 km a oeste de Florianópolis) um homem de 33 anos suspeito de abusar sexualmente de meninos. A corporação suspeita que nos últimos dez anos ele tenha abusado de até 30 garotos com idades entre 8 e 15 anos.

Segundo a delegada responsável pelo caso, Patrícia Cristina Fronza, o suspeito, identificado como o caminhoneiro Márcio Azeredo, escolhia as vítimas no próprio bairro onde morava. Ainda de acordo com a polícia, Azeredo negou as acusações e disse que elas são "armação de seus próprios parentes".

Segundo a polícia, a prisão preventiva foi decretada porque o suspeito, ao saber que uma investigação havia sido aberta, passou a ameaçar as vítimas. Azeredo também é suspeito de ter tentado matar uma delas, disse a polícia.

Um mandado de busca e apreensão foi cumprido na casa do suspeito. No local, foi encontrado um revólver calibre 38 carregado. A polícia suspeita que ele foi utilizado para ameaçar as vítimas no momento do estupro. Também foram apreendidos dois celulares, um laptop e vários CDs e DVDs. O material será periciado.

Até a prisão do suspeito, a polícia suspeitava que Azeredo havia abusado sexualmente de cinco meninos. Após a divulgação de sua prisão, outras pessoas entraram em contato com a Polícia Civil para denunciar supostos abusos cometidos por ele. Até o momento, cerca de 30 supostos casos de abusos foram denunciados

Após prestar depoimento, Azeredo foi levado para o Presídio Regional de Caçador. Ele deve responder por porte ilegal de arma de fogo e pedofilia. A polícia não informou se ele tem advogado.

Fonte: Folha

REBELDES LÍBIOS ACREDITAM ESTAR PRÓXIMOS DE CAPTURAR GADDAFI

Rebeldes líbios disseram nesta sexta-feira que estão próximos de capturar Muammar Gaddafi, depois de a Otan bombardear um dos últimos redutos do líder deposto, mas não há sinais de um final iminente para a guerra ou as divergências internacionais sobre como lidar com as riquezas da Líbia.

Líderes do Conselho Nacional de Transição (CNT), órgão dos rebeldes que goza de amplo apoio ocidental, pressionaram governos estrangeiros a liberarem patrimônio líbio congelado no exterior, e alertaram para a urgente necessidade de impor a ordem e restabelecer os serviços públicos para uma população traumatizada por seis meses de conflito e por 42 anos de um regime excêntrico e personalista.

Mas tradicionais aliados de Gaddafi na África, beneficiados durante anos pela generosidade dele e simpáticos ao seu discurso anticolonial, ofereceram um pouco de consolo ao líder foragido e irritaram os rebeldes ao se recusarem a reconhecer o CNT como governo legítimo, a exemplo do que já fizeram potências ocidentais e vários governos árabes.

Essa relutância da União Africana -- somando-se à posição de grandes potências como China, Rússia e Brasil, que relutam em ver as maiores riquezas petrolíferas da África sendo dominadas por europeus e norte-americanos -- pode retardar a liberação de fundos para os rebeldes.

Mahmoud Jibril, chefe do governo instalado pelos rebeldes, disse que há pressa. Em visita à Turquia, ele declarou: "Precisamos estabelecer um Exército, uma força policial sólida, para conseguir atender às necessidades do povo, e precisamos de capital e de bens".

Após combates com forças pró-Gaddafi, os rebeldes assumiram o controle do principal posto fronteiriço na estrada litorânea que leva à Tunísia, reabrindo assim um caminho para o envio de ajuda humanitária e de outros mantimentos a Trípoli.

Embora muitos Estados africanos tenham reconhecido o CNT, a União Africana disse que não tomará essa medida enquanto os combates persistirem, disse o presidente sul-africano, Jacob Zuma, após reunião da entidade em Adis Abeba. A posição oficial da UA é de defender que os envolvidos negociem a paz e trabalhem pela democracia.

Os rebeldes estão empenhados em demonstrar que estão no comando, mas há discrepâncias nas estimativas sobre quando o CNT irá se transferir formalmente de Benghazi para Trípoli.

GADDAFI "SOB CERCO"

Os líderes do CNT garantem que estão dispostos a colaborar com outros grupos rebeldes que surgiram posteriormente no oeste da Líbia, e também com pessoas que antes apoiavam Gaddafi. Mas os rebeldes insistem que a guerra só irá terminar quando o líder deposto for apanhado, "vivo ou morto".

Mohammed al-Alagi, advogado que atua como ministro da Justiça dos rebeldes, demonstrou confiança de que Gaddafi e seus filhos e assessores já estejam cercados e que serão capturados em breve.

"A área onde ele está agora está sob cerco", afirmou o rebelde à Reuters, sem especificar em que parte de Trípoli fica isso.

Já o coronel rebelde Hisham Bihagiar disse que forças especiais estão vasculhando vários bairros. "Estamos enviando forças especiais todos os dias para caçar Gaddafi. Temos uma unidade que faz a inteligência, e outras unidades que o caçam".

Paralelamente, uma força rebelde está voltando suas atenções para Sirte, cidade natal de Gaddafi, 450 quilômetros a leste da capital. Para ajudá-la, aviões britânicos bombardearam um bunker na cidade.

Há quem acredite que Gaddafi poderia tentar se refugiar nessa região, valendo-se das afinidades tribais. Além disso, partidários dele ainda dominam algumas posições nos confins do Saara.

"Sirte continua sendo uma base operacional a partir da qual tropas pró-Gaddafi projetam forças hostis contra Misrata e Trípoli", disse um funcionário da Otan, acrescentando que as forças da aliança também contiveram uma coluna de 29 veículos que seguia para oeste, na direção de Misrata, que está em poder dos rebeldes.

Fonte: Reuters

NOVA YORK SE PREPARA PARA RECEBER O FURAÇÃO IRENE

A prefeitura de Nova York determinou na sexta-feira a retirada de mais de 250 mil pessoas e se prepara para tirar todos os transportes públicos de circulação - duas medidas inéditas causadas pela aproximação do furacão Irene.

A tempestade, violenta e excepcionalmente grande, já causa efeitos na sexta-feira na Costa Leste dos EUA, ameaçando uma área onde vivem 55 milhões de pessoas - sendo 8 milhões só em Nova York. Há previsão de fortes ventos na noite de sábado ou na manhã de domingo.

O prefeito Michael Bloomberg determinou que pessoas que moram em áreas baixas - o que inclui a região financeira de Wall Street e seus arredores, em Manhattan - deixem suas casas até as 17h de sábado (18h em Brasília). A partir de sexta-feira, haverá 91 albergues abertos.

Os transportes públicos começarão a parar a partir das 12h de sábado (hora local), mas o processo pode levar oito horas pra ser concluído. As pontes que dão acesso a Manhattan também serão interditadas se os ventos superarem 96 quilômetros por hora.

"Nunca fizemos uma evacuação obrigatória antes, e não a faríamos agora se não achássemos que esta tempestade tem o potencial para ser seriíssima", disse Bloomberg a jornalistas.

O governador de Nova York, Andrew Cuomo, mobilizou 900 agentes da Guarda Nacional. Empresas aéreas retiraram seus aviões da zona de risco e cancelaram pelo menos mil voos. Os quatro zoológicos da cidade estocaram ração para os animais.

A polícia preparou uma frota de lanchas para resgatar moradores da orla que fiquem ilhados pela ressaca, que pode ser agravada ao coincidir com a maré alta.

As zonas de retirada ficam principalmente na orla marítima e fluvial de Nova York - cidade construída sobre ilhas e penínsulas, cercadas por rios, estuários e mar aberto.

No bairro de Rockaways, no Queens, que fica à beira-mar, Destiny Crespo, de 19 anos, se dispunha a desafiar as ordens de retirada. "Não importa o que aconteça, vamos colocar tábuas nessas janelas, vamos continuar aqui... Vou encarar isso feito surfista", disse.

Mas sua mãe, Genevieve Crespo, de 42 anos, estava mais preocupada. "Sou deficiente. Como vou pegar o trem com os meus netos? Não temos ideia de aonde ir ou o que fazer", queixou-se.

A rigor, quem desafiar a ordem de retirada pode levar multa de até 500 dólares, ou passar 90 dias na cadeia. Mas Bloomberg disse que o objetivo é proteger as pessoas, e não puni-las. "Ninguém vai ser multado, ninguém vai ser preso. Mas, se vocês não seguirem isso, pessoas podem morrer", alertou.

Em busca de informações e orientações, a população acabou causando um excesso de tráfego que tirou do ar o site da prefeitura (www.nyc.gov/html/home_alt.html).

NOÉ EM WALL STREET

A Bolsa de Nova York está preparando geradores de emergência e estocando combustíveis e alimentos para evitar problemas quando os negócios forem retomados, na segunda-feira. A poucos metros dali, o escritório do Fed (Banco Central) tinha planos para preservar o funcionamento normal dos mercados depois do fim de semana, segundo um porta-voz.

Benedict Willis, diretor de operações do banco de investimentos Sunrise Securities, disse que a Bolsa de Nova York tem a obrigação de abrir na segunda-feira, depois do furacão, porque milhões de investidores dependem das suas cotações. "Mas, se a água subir até aqui", disse ele na sexta-feira, apontando para o movimentado salão do pregão, "aí teremos um problema maior do que eu sou capaz de lidar. Meu nome não é Noé."

Desde 1851, quando começaram os registros, apenas cinco furacões passaram a menos de 120 quilômetros de Nova York, sendo o mais recente em 1985, segundo o site weather.com.

O Irene se aproxima da metrópole apenas três dias depois de um raro terremoto ser sentido em Nova York.

"Somos nova-iorquinos, e somos duros. Gostamos de pensar que somos duros", disse Cuomo. "Mas também somos inteligentes, e é inteligente se preparar. É inteligente desocupar (...), e é inteligente desocupar agora."

Idosos e doentes começaram a ser retirados por um esquema especial já na sexta-feira. No Hospital Coney Island, ambulâncias transferiam 250 pacientes para outras unidades, numa operação que deve terminar às 20h.

Uma montanha-russa ironicamente chamada de Cyclone - que está na rota direta da tempestade, segundo algumas previsões - continuava deixando usuários de cabelo em pé na sexta-feira, mas vai fechar no domingo, quando estão previstas as chuvas mais fortes.

"Achei que queria vir andar nessa montanha-russa, e estou feliz por ter vindo, porque (depois da tempestade) ela pode não estar mais aqui", disse o turista Jon Muller, de 29 anos, da Pensilvânia, que foi a Nova York comemorar o aniversário de casamento.

DILEMA RELIGIOSO

Alguns judeus praticantes de Nova York, geralmente avessos a usarem a eletricidade aos sábados, começaram a deixar a cidade já na sexta-feira, para evitar violar as regras religiosas caso precisem de serviços emergenciais ou informações no "sabbath".

"Alguns rabinos estão dando permissão para deixar o rádio ligado no 'sabbath'. Os rabinos estão recebendo muitas ligações hoje", disse Dov Hikind, judeu ortodoxo que é deputado estadual pelo Brooklyn.

Na loja de atacado Costco, no Brooklyn, havia fila em frente à gôndola de água mineral, e alguns carrinhos saíam abarrotados com esse produto.

"Nunca se sabe se a gente não vai precisar. É bom também ter um extra para as crianças", disse Carmen Viera, 63 anos, que levava três caixas de água mineral.

Shows e eventos esportivos já estão sendo vitimados pelos alertas da tempestade. O clássico nova-iorquino de sábado entre Giants e Jets, pela Liga Nacional de Futebol Americano, foi antecipado em várias horas. O time de baseball New York Mets cancelou partidas marcadas para sábado e domingo.

Por outro lado, alguns bares e restaurantes se preparam para um movimento intenso, já que muita gente planeja enfrentar a tempestade comendo e bebendo. O gerente do restaurante Merchants River House, que fica junto à passarela do rio Hudson e dá vista para a Estátua da Liberdade, disse que o estabelecimento continuará aberto durante todo o fim de semana, mas que tomará a precaução de amarrar seus móveis no deque.

"Estamos totalmente abastecidos para o fim de semana", disse o gerente Christian Qualey, "então podemos ser um lugar seguro para as pessoas."

Fonte: Reuters

MORTE DE ESTUDANTE DE 16 ANOS PROVOCA COMOÇÃO NO CHILE

A morte de um estudante de 16 anos durante os protestos da noite de quinta-feira despertou comoção no Chile.
Manifestação em Santiago (AFP)
Manuel Gutiérrez Reinoso morreu no final de duas jornadas de manifestações organizadas pela CUT (Central Única dos Trabalhadores) e com o apoio do movimento estudantil do Chile.

Segundo seus familiares, ele foi atingido por um tiro no peito quando caminhava entre as localidades de Macul e Peñalolén, na região metropolitana de Santiago, ao lado de seu irmão, Gerson, de 22 anos. Manuel morreu no hospital.

"Escutamos três disparos que partiam dos furgões dos militares. Mas nós sequer participávamos das manifestações", disse à imprensa chilena Giusseppe Ramírez Atan, de 19 anos, amigo do jovem.

O subsecretário chileno de Interior, Rodrigo Ubilla, disse que só após uma investigação sobre o caso será possível determinar quem foram os responsáveis pela morte do estudante.

Ubilla disse ainda que 1.394 pessoas foram presas durante os protestos no Chile, que deixaram também 53 civis e 153 militares feridos em vários pontos do país.

"Estamos profundamente tristes porque esses episódios mostram que aqui no Chile não podemos avançar de forma pacífica e organizada para resolver nossos problemas", afirmou o político.

O porta-voz da Presidência, Andrés Chadwick, disse que o governo do presidente Sebastián Piñera "espera que o caso (Manuel) seja esclarecido o quanto antes" e que os militares já estão contribuindo com a investigação.

Já o general da força militar chilena, Sergio Gajardo, disse que os militares não participaram das ações nas quais o estudante foi morto.

"Descarto a participação dos militares. Por isso, no momento, descartamos a possibilidade de uma investigação interna para apurar essa especulação", afirmou Gajardo, agregando que falou com os comandantes da região e que todos "descartaram (terem usado) armas de fogo".

'Destruídos'

A irmã da vítima, Jacqueline, disse ao canal 13, do Chile, que a família está "destruída". "Meu irmão era religioso e um bom rapaz. Ele queria ser o primeiro formado (na universidade) da nossa família. Não temos ódio, mas queremos justiça."

Os protestos dos estudantes chilenos começaram há mais de três meses e deverão continuar nos próximos dias, segundo os organizadores do movimento estudantil, que conta com apoio de professores e pais de alunos.

Na quinta-feira, o ministro da Saúde, Jaime Mañalich, provocou polêmica ao dizer que somente uma estudante, Gloria Negrete, tinha feito greve de fome nos últimos 37 dias.

"Os outros estudantes (mais de 30) engordaram nos últimos dias. Então, não fizeram greve de fome", disse.

Negrete perdeu 11 quilos nesse período. Os pais dos estudantes reagiram dizendo diante das câmeras de televisão que seus filhos também "emagreceram" no último mês.

A greve de fome também fez parte dos protestos por melhorias na qualidade da educação e o acesso gratuito às universidades públicas do país.

Insatisfação

"Os protestos pela educação são apenas um sintoma da insatisfação popular", disse à rádio Cooperativa o cientista político Jorge Navarro, ligado ao partido opositor Democracia Cristiana (DC).

Nesta madrugada, estudantes ocuparam mais um colégio na cidade de Concepción, impedindo assim a realização das aulas.

Ao mesmo tempo, a Justiça determinou que a líder estudantil Camila Vallejo, de 23 anos, continue com escolta policial, depois de ela ter sido ameaçada, no inicio do mês, pelo Twitter.

Segundo ela, os protestos vão continuar até que o governo atenda às exigências dos estudantes.

"Alguém disse que os trabalhadores (da CUT) pegaram carona no nosso movimento. Não é verdade. Nós sempre estivemos e estaremos juntos", afirmou.

Fonte: BBC Brasil

BOLÍVIA CONDENA GRUPOS DE MENONITAS POR ESTUPRO

Um tribunal da Bolívia condenou sete integrantes de um grupo cristão conservador e isolado a 25 anos de prisão pelo estupro de mais de cem mulheres.

Três acusados, em foto de 2009. Foto: AP
Os homens, membros de um grupo menonita, foram condenados por sedar secretamente as suas vítimas antes dos ataques sexuais.

O advogado das vítimas diz que a comunidade de mais de 2 mil menonitas onde ocorreram os estupros aprovou a sentença.

O grupo segue um código moral restrito e rejeita invenções modernas, como automóveis e eletricidade.

Um oitavo homem foi condenado a 12 anos e meio de prisão por fornecer os sedativos usados para drogar as mulheres. A decisão do júri foi unânime.

Os estupros ocorreram entre 2005 e 2009 na comunidade menonita de Manitoba, a 150 km a nordeste da cidade boliviana de Santa Cruz de la Sierra, no centro do país.

Sedativo borrifado

Os réus foram acusados de borrifar, dentro dos quartos de suas vítimas, uma substância derivada da planta beladona, normalmente usada para anestesiar vacas.

Ao aplicar o sedativo, através das janelas e à noite, os acusados acabavam sedando famílias inteiras.

Depois, segundo a acusação, os homens estupravam mulheres e meninas. A vítima mais jovem tinha nove anos de idade.

O número exato de mulheres estupradas não é claro. Algumas mulheres não se lembram de ser violentadas, enquanto outras temem ser hostilizadas em sua comunidade, segundo o advogado Oswaldo Rivera.

Rivera afirma que quase 150 mulheres participaram do processo judicial, mas ele acredita que outras 150 podem ter sido estupradas e, depois, ficado muito constrangidas para fornecer provas.

O promotor Freddy Perez diz que os anciãos da colônia menonita suspeitavam que algo estava errado quando se perguntaram por que um integrante da comunidade estava acordando muito tarde pela manhã. Com isso, eles decidiram segui-lo.

O suspeito foi então encontrado pulando para dentro da casa de uma das vítimas por meio de uma janela.

O correspondente da BBC em Santa Cruz de la Sierra, Mattia Cabitza, disse que encontrar provas dos estupros foi difícil devido ao isolamento e à estrutura patriarcal dos menonitas.

Os condenados também foram acusados de ameaçar os pais de algumas das vítimas, caso os denunciassem.

'Danos irreversíveis'

Muitas das vítimas falam apenas baixo alemão, a língua que falavam os primeiros menonitas, e nunca aprenderam espanhol.

As igrejas menonitas descendem de comunidades protestantes da Europa. Acredita-se que elas tenham 1,5 milhão de seguidores em todo o mundo.

Os menonitas seguem os ensinamentos de Menno Simons, um líder religioso do século 16, originário do que hoje é a Holanda.

Existem entre 30 e 40 mil menonitas no Paraguai e na Bolívia.

Embora muitos deles sejam impossíveis de distinguir de seus vizinhos, e tenham crenças religiosas muito semelhantes à maioria dos grupos evangélicos e protestantes, outros rejeitam a vida moderna e vivem em comunidades isoladas.

Segundo o correspondente da BBC, a colônia de Manitoba, onde ocorreram os estupros, é uma comunidade ultraconservadora, sem ruas pavimentadas ou eletricidade.

Seus integrantes se vestem com roupas tradicionais menonitas, e usam carroças puxadas por cavalos para se transportar.

Rivera aprovou as sentenças, mas disse temer que algumas das vítimas tenham sofrido danos irreversíveis.

Fonte: BBC Brasil

HOSPITAIS DE TRÍPOLI ACUMULAM CORPOS

A batalha pelo controle de Trípoli deixou os hospitais da capital líbia em situação caótica. Enquanto profissionais da saúde deixam a cidade, corpos em decomposição se acumulam nos centros médicos.

O repórter da BBC Wyre Davies diz ter visto cerca de 200 corpos amontoados apenas no hospital de Abu Salim, dentro e fora do edifício.

A maioria dos mortos são jovens que aparentemente estavam na frente de guerra. Há também corpos de mulheres e crianças.

Um morador do distrito de Abu Salim, um dos mais atingidos pelos tiroteios, disse que os corpos estão no hospital há cinco dias.

"Estes corpos estão aqui há cinco dias. Ninguém cuidou de levá-los para o necrotério, identificá-los, enterrá-los," disse Osama Pilil, um morador local.

Davies afirma que o mau cheiro no hospital é terrível. As pessoas tentam limpar o local e trazê-lo de volta à normalidade - uma tarefa quase impossível, segundo o correspondente, devido ao grande número de corpos.

Já o repórter da BBC Rupert Wingfield-Hayes visitou o hospital do distrito de Mitiga, testemunhando uma cena parecida. Ele contou 17 corpos, todos de militantes rebeldes.

Segundo os médicos, os rebeldes haviam sido feito prisioneiros pelas forças de Khadafi em uma escola. Os corpos apresentam marcas de tortura e de muitos disparos. Há relatos de pelo menos uma execução sumária.

Kirsty Campbell, da ONG International Medical Corps, disse à BBC que um navio com medicamentos e médicos está seguindo para Trípoli.

"Conseguimos um barco em Misrata com remédios há dois dias. Acabamos de atracar e temos alguns médicos que vieram de Malta", disse.

Massacre

O chefe do escritório da BBC no Oriente Médio, Paul Danahar, relata ter visto na quinta-feira corpos de dois soldados leais a Khadafi também com sinais de execução.

Os correspondentes verificaram sinais de massacre nos dois lados envolvidos no conflito.

A ONU disse que irá investigar relatos de execução sumária e tortura por meio de uma comissão de inquérito. Um porta-voz da ONU pediu o fim da violência.

"Exortamos todos em posições de autoridade na Líbia, incluindo comandantes militares, a tomar medidas para evitar que nenhum crime, ou ato de vingança, seja cometido", disse Rupert Colville, porta-voz de direitos humanos da ONU.

A Anistia Internacional também denunciou execuções sumárias de prisioneiros nos dois lados do conflito.

Um porta-voz da Cruz Vermelha disse à BBC que os dois lados mantêm centenas de prisioneiros. Robin Waudo pediu às partes envolvidas que respeitem os direitos dos prisioneiros de guerra, dispostos em convenções internacionais.

Sirte

Três dias após a ocupação do quartel-general de Khadafi, cujo paradeiro ainda é desconhecido, ainda há bolsões de resistência em Trípoli.

Segundo um comandante rebelde, cerca de 95% da capital líbia está sob controle das forças opositoras.

Após a tomada de Trípoli, a cidade natal de Khadafi, Sirte, passou a ser o maior foco de resistência do antigo regime líbio.

Nesta sexta-feira, a Otan (aliança militar do Ocidente) uniu-se aos rebeldes na operação para a tomada de Sirte, que fica no sul do país.

Nas últimas horas, forças rebeldes cercaram a cidade. Militantes rebeldes estão negociando uma rendição com os anciãos de Sirte, a fim de evitar um ataque maciço.

Apesar da resistência mais dura que a esperada, o repórter da BBC Paul Wood, que acompanha a operação, diz que o clima entre os rebeldes é de euforia.

A Otan afirma que seus aviões atingiram 29 veículos leais ao regime que estavam carregados com bombas nos arredores de Sirte. Um complexo de defesa antimísseis também foi bombardeado próximo à Trípoli.

Bunker

Jatos britânicos, integrantes da missão conjunta, bombardearam um bunker do líder líbio no local.

O Ministério da Defesa da Grã-Bretanha confirmou o ataque ao bunker, embora não haja indicações de que Khadafi e familiares estivessem no local.

"Não é questão de encontrar Khadafi, mas de assegurar que seu regime não tenha capacidade de continuar atacando seu próprio povo", disse à BBC o secretário da Defesa britânico, Liam Fox.

Segundo Fox, o ataque teve caráter preventivo, para evitar que líderes do regime eventualmente deixem Trípoli para se estabelecer no local.

Fonte: BBC Brasil