sexta-feira, 23 de setembro de 2011

BRICs ESTÃO PREOCUPADOS COM A SITUAÇÃO EUROPEIA

Depois de muita expectativa sobre um suposto plano dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) para ajudar os países europeus em crise, os ministros de Finanças e presidentes de bancos centrais do grupo deixaram uma reunião em Washington nesta quinta-feira sem fornecer detalhes sobre o assunto.

Ministros das Finanças dos Brics. Reuters
Em um comunicado, os representantes dos cinco países disseram apenas que os Brics "estão abertos a considerar, se necessário, fornecer apoio por meio do FMI (Fundo Monetário Internacional) ou outras instituições financeiras internacionais para fazer frente aos atuais desafios à estabilidade financeira global, dependendo das circunstâncias em cada país".

Na semana passada, acreditava-se que uma das ideias a ser discutidas pelos Brics seria a compra de títulos da dívida de países europeus, para ajudar a fortalecer esses papeis, em um momento em que a crise de dívida e deficit em diversas economias da zona do euro vem se agravando.

Após a reunião em Washington, porém, os ministros não forneceram indícios de uma eventual ajuda financeira, mas manifestaram preocupação com os problemas na Europa e o agravamento da crise nos últimos meses.

"Temos que impedir que a crise atinja um nível mais grave", disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que representou o Brasil no encontro, ao lembrar que agora o "epicentro" dos problemas é a União Europeia.

"Os Brics e outros emergentes não foram afetados ainda nas suas funções vitais. Mas há o risco de a crise da dívida soberana de alguns países, que não está sendo solucionada, se transformar em uma nova crise financeira", afirmou.

Ação rápida

A crise de dívida e deficit em países como a Grécia já contagiou outras economias e vem provocando crescente desconfianças dos mercados sobre toda a zona do euro.

Segundo Mantega, ao contrário de 2008, quando os países do G20 (grupo que reúne as principais economias avançadas e emergentes, entre elas o Brasil) se uniram para combater a crise mundial rapidamente, agora a reação europeia está demorando demais.

O ministro alertou para o risco de que um agravamento da situação contagie os Brics e outras economias emergentes e afete o comércio mundial.

"Acreditamos que isso possa ser evitado, desde que haja uma ação rápida dos países para solucionar a questão, por exemplo, da dívida soberana dos países que estão em negociação, particularmente a Grécia", afirmou.

Os Brics recomendam o fortalecimento do G20 e do papel do FMI, inclusive dando "mais condições financeiras" para que o fundo possa enfrentar um aprofundamento da crise, e voltaram a criticar a demora na redistribuição de cotas na insttuição, que daria mais voz ao emergentes.

Os ministros também disseram que pretendem ampliar a integração entre os Brics, aumentando a atividade comercial e financeira entre os países.

"Nós estamos combinando que devemos intensificar o comércio entre nós", disse Mantega.

"Eliminar eventuais barreiras comerciais que possam existir, facilitar o comércio, o financiamento do comércio, e trocas em moedas locais, que já começaram a acontecer".

Fonte: BBC Brasil

PALESTINOS ESPERAM DISCURSO HISTÓRICO NA ONU

Ramallah, na Cisjordânia, já está preparada para acompanhar o discurso em que o presidente Mahmoud Abbas deverá pedir o reconhecimento do Estado Palestino, durante a Assembleia Geral da ONU, nesta sexta-feira.

A Autoridade Palestina já colocou telões no centro de Ramallah para que o público possa assistir, ao vivo, o discurso de Abbas (às 18:30 locais, 12h30 em Brasília).

Os palestinos pedem a delimitação de seu Estado a partir das fronteiras de 1967, que incluem a Cisjordânia, a Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental – territórios ocupados por Israel, que rechaça veementemente a decisão palestina.

Uma cadeira gigante foi montada, para simbolizar assento pedido por Abbas na ONU, para que o Estado Palestino se torne o membro número 194 da organização internacional.

A campanha "Palestina 194" foi iniciada há vários meses e deverá atingir seu auge nesta sexta-feira, com o discurso do presidente palestino.

A Autoridade Palestina espera a participação de centenas de milhares de pessoas em manifestações de apoio a Abbas, nas principais cidades da Cisjordânia, durante o discurso.

Para muitos palestinos esta sexta feira é um dia histórico, pois 44 anos após a guerra de 1967 e 63 anos após a fundação do Estado de Israel, um presidente palestino se dirigirá aos 193 países membros da ONU e pedirá o reconhecimento da Palestina.

Hamas

O Hamas, grupo que controla a Faixa de Gaza desde 2007, proibiu a manifestações em favor da iniciativa palestina no território.

O Hamas já declarou que é contra o pedido de reconhecimento pois, segundo o grupo, um Estado Palestino nas fronteiras pré-1967 significaria aceitar implicitamente o Estado de Israel na área estabelecida em 1948.

Apesar de pedidos por parte do Fatah, partido de Abbas, o Hamas não permite que a parte da população da Faixa de Gaza que apoia a iniciativa se manifeste nas ruas.

De acordo com a pesquisa de opinião realizada pelo instituto Halil Shkaki, 83% dos palestinos apóiam o pedido de reconhecimento na ONU, o que significa que entre os habitantes da Faixa de Gaza grande parte é a favor de um Estado Palestino nas fronteiras de 1967, apesar da oposição do Hamas.

Israel

As autoridades israelenses decretaram estado de alerta no país inteiro e nos territórios ocupados, principalmente na área de Jerusalém e nos pontos de checagem militares nas passagens entre Israel e a Cisjordânia.

O Exército israelense se prepara para manifestações de palestinos junto aos pontos de checagem e providenciou diversos tipos de armamentos não letais para dispersar os manifestantes.

No arsenal estão novas invenções da indústria bélica israelense denominadas "gambá" e "o grito".

O "gambá" consiste em uma substância química com forte cheiro de cadáveres em estado adiantado de putrefação. A substância é misturada com água e lançada contra manifestantes por meio de canhões d'água.

A pele e as roupas das pessoas atingidas ficam impregnadas com o cheiro, que demora vários dias para se dissipar.

Outra nova arma não letal é "o grito" - um aparelho que emite ondas sonoras que produzem sons insuportáveis para os ouvidos humanos e faz com que as pessoas queiram se distanciar rapidamente da fonte do barulho.

O "grito" já foi utilizado contra manifestantes na última quarta feira, quando jovens palestinos protestaram junto ao ponto de checagem de Kalândia, na entrada de Ramallah.

De acordo com porta-vozes militares o armamento "produziu bons resultados", pois os manifestantes se dispersaram rapidamente.

Alem das novas armas, o Exército israelense também costuma utilizar meios "mais tradicionais" para dispersar manifestações, como balas de metal revestidas de borracha, gas lacrimogêneo e bombas de efeito moral.

O governo de Israel autorizou a entrega de grandes quantidades desses armamentos para a policia palestina.

De acordo com o jornal Haaretz, a polícia da Autoridade Palestina teria se comprometido a impedir que os manifestantes entrem em atrito com tropas ou colonos israelenses.


Fonte: BBC Brasil

SATÉLITE DEVE CAIR NESTA SEXTA-FEIRA

Um satélite da Agência Espacial americana, a Nasa, do tamanho de um ônibus deve cair na Terra nesta sexta-feira.

A agência afirma que pelo menos 26 pedaços grandes devem cair em um espaço de cerca de 800 quilômetros em qualquer lugar do planeta, exceto na América do Norte.

O satélite UARS, da Nasa (AFP)
Ainda não se sabe a hora ou o local exato da queda dos destroços e especialistas afirmam que terão dados mais precisos apenas nas 12 horas antes de o satélite reentrar na atmosfera.

A Nasa calcula que há cerca de uma chance em 3,2 mil de um destroço atingir uma pessoa e acrescenta que, desde o início da era espacial, no final dos anos 50, não há ferimentos confirmados causados por queda de objetos vindos do espaço.

Incerteza

O especialista em satélites da Nasa, Stuart Eves, destacou a grande incerteza em relação à queda de satélites na Terra.

Usando os últimos dados da órbita do Satélite de Pesquisa de Alta Atmosfera (UARS, na sigla em inglês), da manhã desta sexta-feira, Eves e os outros especialista fizeram projeções a respeito da provável área de queda do satélite. E o especialista explicou que a vida útil de um satélite pode ser estimada com apenas 10% de precisão.

Isto significa que há um intervalo de apenas seis horas para mais ou para menos para o momento esperado da queda do satélite.

Por exemplo, na tarde de quinta-feira os dados sugeriam que os destroços do satélite cairiam em algum lugar dos mares do sul. Mas esta estimativa deve mudar com os dados coletados nesta sexta-feira.

Cerca de 70% da superfície da Terra é coberta por água, portanto, existe uma grande chance de os destroços caírem no mar. No entanto, ainda existe uma possibilidade também de que alguns pedaços caiam em terra.

Os pedaços do UARS podem cair em qualquer lugar entre os paralelos 57 norte e 57 sul do equador, uma área densamente povoada.

O UARS foi enviado ao espaço em 1991 com o Discovery em uma missão para estudar a atmosfera terrestre, principalmente a camada de ozônio.

Devido aos 10% de precisão e ao fato de que o satélite leva uma hora e meia para completar uma órbita em volta da Terra, o UARS pode cair durante uma das quatro trajetórias possíveis de sua órbita na noite de sexta-feira ou na manhã de sábado.

A queda de satélites também pode ser afetada por outros fatores, como a sua forma ou o aquecimento da atmosfera terrestre pela radiação vinda do Sol. Este aquecimento pode até acelerar a queda dos destroços.

Fonte: BBC Brasil