sexta-feira, 28 de outubro de 2011

JOVEM AFIRMA TER MATADO IRMÃO POR PIEDADE

Um rapaz tetraplégico de 28 anos foi morto com dois tiros pelo irmão, de 22, que simulou um assalto à própria casa, em Rio Claro (173 km de São Paulo), no sábado (22).

O tapeceiro Roberto Rodrigues de Oliveira confessou o crime, segundo a polícia. O crime foi planejado pelos dois a pedido da vítima, Geraldo Rodrigues de Oliveira. Ele culpava o irmão por um acidente que o deixou tetraplégico, em 2009.

De acordo com o delegado Marcos Fuentes, Roberto desafiou o irmão a disputar um racha entre moto e carro.

Geraldo acabou capotando o automóvel que dirigia. "Ele culpava o irmão e dizia que era obrigação dele matá-lo", afirmou Fuentes. Segundo ele, a vítima vivia dizendo "nem me matar eu consigo".

Os irmãos cogitaram forjar um suicídio com um veneno, mas desistiram, porque Geraldo não teria como fazer isso sozinho. Eles, então, decidiram fazer com que o assassinato se parecesse com um roubo seguido de morte.

No sábado, o sobrinho de Oliveira, de 15 anos, acionou os PMs e avisou os familiares de que um ladrão roubou R$ 800 e matou Geraldo.

O caso levantou suspeitas da polícia porque a vítima não teria como reagir, justamente por ser tetraplégica. Além disso, diz a polícia, causou estranheza o fato de o sobrinho não ter sofrido agressão.

Segundo Roberta Wingand, uma das advogadas do acusado, ele não tem antecedentes criminais e sempre cuidou de Geraldo. Ela diz que a conduta foi causada "pelo enorme sofrimento do irmão, que clamava pela morte, que foi uma forma de libertação".

Fonte: Folha

BRITÂNICOS MUDAM A LEI DE SUCESSÃO AO TRONO E IGUALA GÊNEROS

Líderes dos países pertencentes à Comunidade Britânica decidiram mudar nesta sexta-feira as leis de sucessão do Reino Unido e, a partir de agora, filhos e filhas de qualquer futuro monarca britânico terão direitos iguais de assumir o trono.


Anunciada pelo primeiro-ministro britânico, David Cameron, a decisão remove a discriminação de gênero na ordem da sucessão do trono. Segundo ele, as regras centenárias não estavam de acordo com "os países modernos" que os membros da comunidade se tornaram.

As autoridades da chamada Commonwealth, nos quais a rainha Elizabeth 2ª é considerada chefe de Estado, aprovaram unanimemente a mudança durante uma reunião ocorrida na cidade de Perth, na Austrália.

Com a decisão, se o casal formado pelo duque e pela duquesa de Cambridge tiver uma menina como primogênita, ela terá preferência na linha de sucessão do trono em relação aos irmãos mais novos.

Também foi decidido retirar o banimento de monarcas que se casarem com pessoas católicas romanas.

De acordo com as leis de sucessão antigas, datadas, segundo a emissora britânica BBC, de mais de 300 anos, o sucessor do trono deveria ser o primeiro filho do monarca. Somente quando não há meninos, o trono poderia ser passado para a filha mais velha.

Fonte: Folha

DILMA ESTÁ ENTRE OS MAIS ADMIRADOS LÍDERES LATINO-AMERICANOS

A aprovação dos brasileiros em relação ao governo caiu entre 2010 e 2011, embora a presidente Dilma Rousseff apareça em segundo lugar entre os líderes mais admirados pelos latino-americanos, segundo pesquisa de opinião da ONG Latinobarómetro.

O levantamento, divulgado nesta sexta-feira (28), perguntou aos brasileiros se aprovam a forma como a presidente está liderando o país. A aprovação caiu de 86% em 2010 para 67% em 2011, segundo a ONG, com sede em Santiago, no Chile.

A Latinobarómetro encomendou a pesquisa em 19 países da América Latina. No Brasil, o levantamento foi realizado pelo Ibope.

A queda na aprovação do governo brasileiro, de 19 pontos percentuais, é a segunda maior registrada entre os países pesquisados, perdendo apenas para o Chile, onde a popularidade teve uma redução de 27 pontos.

Questionados se o Brasil "governa para o bem do povo", 52% dos entrevistados deram uma resposta positiva em 2011, contra 68% no ano passado.

Quando questionados sobre "o que falta na democracia", 48% dos entrevistados de todos os países responderam "reduzir a corrupção". No Brasil, este item aparece como a principal preocupação diante da pergunta sobre democracia.

DILMA X OBAMA

Os entrevistados de todos os países também avaliaram os líderes da região e de outras partes do mundo, a partir de uma lista apresentada pelos pesquisadores, em uma escala de zero a dez, sendo zero "muito ruim" e dez, "muito boa".

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, recebeu a avaliação mais alta (6,3), com Dilma em segundo (6,0).

As menores avaliações ficaram com o ex-presidente de Cuba Fidel Castro (4,1) e com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez (4,4).

No levantamento, o Brasil foi apontado pelos entrevistados como o país de maior liderança na região, deixando os EUA em segundo lugar e a Venezuela em terceiro.

No Uruguai e na Argentina, segundo o estudo da Latinobarómetro, mais da metade dos habitantes acham que o Brasil é o principal líder da América Latina.

Os países da América Central são os que menos sinalizam o Brasil como líder regional. O Brasil também é definido, na pesquisa, como o "país mais amigo da América Latina".

Quando a questão é sobre qual "país modelo" deve ser seguido, o Brasil aparece em terceiro lugar. Neste quesito, os Estados Unidos aparecem em primeiro e a Espanha, em segundo. A China ficou em quarto lugar, com a França em quinto e a Venezuela em sexto.

Fonte: Folha

CASO JUAN: CORPO EXUMADO É MESMO DO GAROTO


O menino foi morto no dia 20 de junho, em uma operação policial na favela do Danon, em Nova Iguaçu / Reprodução/ Futura Press

Os novos exames de DNA realizados confirmaram que o corpo exumado no dia 17 de agosto é mesmo do menino Juan de Moraes, que morreu aos 11 anos.

O menino foi morto no dia 20 de junho, em uma operação policial na favela do Danon, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

Caso Juan

O menino voltava para casa com o irmão de 14 anos quando policiais do Batalhão de Mesquita entraram em confronto com um suposto traficante. Na ocasião, os agentes afirmam que viram somente o irmão mais velho, de 14 anos, que foi ferido por duas balas perdidas no ombro e na perna. Mas, o adolescente contou aos pais que viu o irmão ferido e foi procurá-los. Quando o pai foi até o local, Juan não estava mais lá.

No dia 30 de junho, a polícia encontrou o corpo de uma criança à beira de um rio em Belford Roxo. No mesmo dia, a perícia negou que o corpo fosse de Juan e disse que era de uma menina. Entretanto, no dia 7 de julho, a chefe de Polícia Civil, Martha Rocha, confirmou que a ossada encontrada era mesmo de Juan.

Fonte: Band

CUSTO DA LIGAÇÃO FIXO-CELULAR VAI CAIR EM 2012

A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) aprovou ontem, em decisão inédita, a redução da tarifa de interconexão das chamadas de telefone fixo para celular a partir de fevereiro de 2012. O valor dessa tarifa, tecnicamente conhecida como VU-M, cairá de R$ 0,54por minuto para R$ 0,42 de forma escalonada até 2014.

Hoje, esta taxa é a mais alta do mundo, o que faz com que as tarifas celulares no Brasil sejam também as mais caras do mundo. Na França a tarifa de interconexão é de apenas 0,02 de euro, o que representaria cerca de R$ 0,05.

Atualmente, dos R$ 0,54 da taxa, R$ 0,12 vão para as prestadoras fixas, e R$ 0,42 para as móveis. A redução recairá sobre a fatia das operadoras móveis. A queda será de 10% a cada ano, começando em janeiro de 2012, até janeiro de 2014.

O governo espera que a queda de receita das empresas, estimada em R$ 4 bilhões em dois anos e dois meses, seja compensada pelo aumento da demanda desses serviços pelos consumidores.

Fonte: Band.com

BRASIL PODERÁ LIDERAR DEMANDA MUNDIAL POR BIODIESEL



O Brasil poderá liderar demanda mundial por biodiesel, com o consumo de 2,5 bilhões de litros do biocombustível até o fim deste ano, afirmou o diretor de Biodiesel da Petrobras Biocombustível, Alberto Fontes.

– A expectativa é que até o final de 2011 sejam consumidos mais de 2,5 bilhões de litros somente no Brasil, colocando o país como líder mundial no consumo do biodiesel –, afirmou o executivo.

Fontes ressaltou que o país possui hoje 60 unidades que produzem aproximadamente 2,35 bilhões de litros de biodiesel por ano.

No segmento de etanol, o país conta com 423 usinas e uma produção de cerca de 27 bilhões de litros por ano.

– O Brasil tem uma grande vocação para a produção de biocombustíveis e energias renováveis como um todo em razão das suas condições ambientais privilegiadas –, comentou.

O executivo disse ainda que uma tendência nesta área são os investimentos para o desenvolvimento de tecnologias que buscam a consolidação de rotas de segunda geração com foco na produção de biocombustíveis a partir de resíduos como o bagaço de cana.

A previsão é de investimentos da ordem de US$ 2,5 bilhões na produção de biodiesel e etanol entre 2011 e 2015 dentro no Plano de Negócios da Petrobras, que também prevê US$ 300 milhões para a pesquisa e desenvolvimento no setor.

Fonte: Correio do Brasil

ALUNOS DA USP VOLTAM A INVADIR PRÉDIOS NA USP



Alunos da Universidade de São Paulo (USP) ocupam nesta sexta, 28, o prédio da diretoria e administração da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). Eles colocaram blocos de concreto na rua em frente para impedir o fluxo de carros. Faixas de pano e cartazes dizem “Fora Rodas, Fora PM,” “Datena bandido”, “PMídia” e “Os policias não são trabalhadores, são os braços armados dos exploradores”.

Na noite desta última quinta, 27, dezenas de estudantes invadiram o mesmo edifício localizado na zona oeste da capital; segundo eles, era uma demonstração de repúdio à ação da Polícia Militar que, horas antes, abordou três universitários que portavam maconha, gerando um confronto entre as duas partes.

Alguns dos cerca de 100 alunos que tomaram o prédio afirmaram que a invasão também foi motivada pelo descontentamento em relação à gestão de João Grandino Rodas, atual reitor da Universidade de São Paulo. A invasão, segundo os estudantes, foi decidida em uma a assembleia logo após o confronto entre os cerca de 300 universitários e a Polícia Militar. Como esta sexta-feira, 28, é Dia do Funcionário Público e a próxima quarta-feira, 2, Feriado de Finados e muitos alunos acabam emendando os dias para viajar para cidades do interior onde moram , vários estudantes votaram contra a invasão por considerá-la de pouca repercussão neste momento, afinal muitos deles teriam de deixar o local para saírem da cidade.

Diversos alunos que ocupam o prédio da FFLCH foram vistos pela reportagem do estadão.com.br segurando latinhas de cerveja. Uma viatura da Guarda Universitária às 2h30 estava estacionada em frente ao prédio ocupado. Barricadas, feitas de blocos de cimento, bloqueiam as duas principais entradas do prédio. A abordagem feita por PMs a três estudantes de História da USP, que estavam com maconha no estacionamento da FFLCH, provocou quebra-quebra e protestos na noite desta quinta-feira no câmpus do Butantã, na zona oeste de São Paulo. O auge da confusão foi às 22h, quando os alunos estavam sendo levados ao distrito policial. A viatura em que eles estavam foi rodeada por universitários e teve vidros quebrados a socos e pedras. Alunos chegaram a subir em cima do veículo. Para dispersar a aglomeração, a polícia lançou bombas de gás lacrimogêneo. Estudantes revidaram com pedras. Policiais então deixaram o câmpus em alta velocidade. Pelo menos cinco viaturas foram depredadas.


O flagrante havia sido feito cinco horas antes. Segundo o tenente Luiz Salles, do 16.º Batalhão, a intenção inicial era fazer um termo circunstanciado na própria universidade, o que evitaria a ida ao DP. Mas PMs ficaram com os documentos dos três estudantes e a situação esquentou com a chegada de integrantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e do Sindicato dos Funcionários da USP, que iniciaram o bate-boca. Mais alunos foram se aglomerando e a tentativa de professores e PMs de contornar a situação foi interrompida. Por volta das 20h, já havia cerca de 300 alunos protestando contra a presença da PM na universidade e gritando palavras de ordem, do tipo: “Maconha é natural, coxinha é que faz mal”, “Fora PM do mundo” e “Ditadura, assassinatos e tortura. Não esquecemos”.

Por volta das 21h30, o comandante do 16.º Batalhão e um delegado chegaram ao câmpus para levar os alunos detidos para o DP. Estudantes os escoltaram em uma corrente humana até a viatura. O carro partiu, mas um grupo impediu a passagem, enquanto outros corriam atrás do veículo, incentivados por um carro de som que pedia que estudantes bloqueassem o caminho. Foi quando a confusão se armou e até jornalistas e fotógrafos foram agredidos. O repórter fotográfico do Estado Tiago Queiroz, por exemplo, foi empurrado e impedido de fotografar. Alunos também tentaram arrancar sua câmera. O tumulto só diminuiu após a PM usar gás lacrimogêneo e sair com os três alunos.

Patrulha

A presença de PMs na Cidade Universitária foi intensificada, por meio de convênio da universidade, após o assassinato do aluno Felipe Ramos de Paiva, de 24 anos, durante uma tentativa de assalto, em maio. Estudantes que estavam no protesto reclamam que a abordagem policial aos alunos no dia a dia tem sido violenta. “Esse é um dos motivos para a revolta dos estudantes”, disse um aluno que não quis se identificar.

Fonte: Estadão

EUA E COREIA DO SUL AUMENTAM DEFESA CONTRA A COREIA DO NORTE

Os Estados Unidos e a Coreia do Sul estudam a adoção de medidas adicionais para deter futuras provocações norte-coreanas, disseram os chefes de Defesa dos dois países aliados nesta sexta-feira.

As tensões na península coreana atingiram o ponto mais alto em décadas no ano passado, quando um navio da Marinha sul-coreana foi afundado com um torpedo disparado, segundo alega Seul, por Pyongyang. O Norte nega envolvimento no incidente que matou 46 marinheiros. Depois a Coreia do Norte bombardeou uma ilha sul-coreana, matando quatro pessoas e levando o Sul a revidar.

A resposta de Seul, criticada pelos sul-coreanos por ser muito fraca e tardia, desencadeou uma revisão das diretrizes operacionais de defesa para permitir uma retaliação mais dura em eventos semelhantes no futuro.

"O ministro (coreano) e o secretário (dos EUA) reafirmaram a necessidade de aprimorar as capacidades de dissuasão militar da Aliança de uma forma mais prática e concreta e também melhorar a prontidão de resposta no caso de uma provocação da Coreia do Norte", afirmou uma declaração conjunta dos chefes de Defesa.

"Eles também decidiram avançar nas suas capacidades combinadas de prontidão nas Ilhas do Noroeste e nas áreas próximas à Linha Limítrofe do Norte", acrescentou o comunicado.

As águas perto da fronteira marítima disputada são um ponto de tensão e têm sido palco de vários confrontos entre as duas Coreias desde 1999, incluindo os dois ataques do ano passado.

O ministro de Defesa da Coreia do Sul, Kim Kwan-jin, disse que Washington reafirmou seu compromisso de fornecer "um aumento avassalador de forças em circunstâncias extraordinárias".

Kim e o secretário de Defesa dos EUA, Leon Panetta, repetiram o alerta de que a Coreia do Norte representa uma séria ameaça à paz regional e global.

Kim disse que a próxima agressão de Pyongyang -- que ele acredita que pode acontecer no próximo ano -- será seguido por uma resposta inicial por parte das forças sul-coreanas.

"E, em seguida, uma resposta conjunta Coreia do Sul-EUA, se chegar o momento disso, vai incluir todos os ativos disponíveis", afirmou Kim em entrevista coletiva.

O porta-voz do Pentágono, George Little, alertou que um envolvimento militar dos EUA não significa necessariamente o uso de força letal. No ano passado os militares dos EUA e da Coreia do Sul realizaram exercícios conjuntos em resposta aos ataques da Coreia do Norte.

Little acrescentou que a possibilidade de envolvimento dos EUA também não era algo novo, dado o "espectro" de respostas possíveis disponíveis.

Ainda assim, os comentários de Kim enfatizaram a pressão sobre Seul para responder com mais força ao Norte se sua atual abertura diplomática der lugar a agressão renovada.

Fonte: Reuters

ENCHENTES NA TAILÂNDIA AFETAM A PRODUÇÃO DE CARROS E DE ELETRÔNICOS



As manufatureiras de autopeças e discos rígidos eram prejudicadas na Tailândia e enfrentam uma desanimada temporada de vendas de fim de ano devido a fortes enchentes, que paralisaram a produção.

As montadoras de veículos do Japão, que acabaram de começar a se recuperar do terremoto e do tsunami de março, enfrentam agora escassez de peças essenciais fabricadas na Tailândia, país que é uma importante base manufatureira no Sudeste Asiático.

Companhias como a Toyota e a Honda já reduziram a produção até na América do Norte, porque seus fornecedores tailandeses estão debaixo d'água.

Fabricantes de computadores como a Lenovo, segunda maior do mundo em PCs, também foram afetadas. A Lenovo disse nesta semana que espera algumas restrições ao fornecimento de discos rígidos no primeiro trimestre do ano que vem por causa das enchentes.

A Samsung, maior fabricante de chips de memória para computadores do mundo, disse nesta sexta-feira que prevê que as enchentes prejudicarão as vendas de computadores pessoais e baixarão os preços de chips DRAM usados em PCs.

"Nós estimamos que as vendas de PC serão mais baixas que o esperado. Como resultado, nós esperamos fraqueza nos preços de chips DRAM", afirmou um executivo da Samsung em teleconferência.

A taiwanesa Acer disse que já começou a elevar preços em demanda futura para lidar com os custos mais altos.

A Tailândia é a segunda maior fabricante de discos rígidos depois da China e produz cerca de metade da produção global. Isso significa que os danos causados pelas enchentes podem manter as fábricas fechadas ou prejudicadas por meses, de acordo com analistas e executivos.

Fonte: Reuters

ACORDO DÁ NOVO FÔLEGO À GRÉCIA



A redução pela metade da dívida grega em poder dos bancos, como prevê o acordo firmado por líderes europeus, dará novo fôlego à Grécia, mas não irá resolver a situação econômica do país, avaliam especialistas ouvidos pela BBC Brasil.

Protesto na Grécia. GettyPara os analistas, as medidas de austeridade fiscal adotadas pelo governo grego – como reduções de salários, demissões de funcionários públicos e aumento de impostos – impedem a retomada do crescimento econômico do país, tornando mais difícil a saída efetiva da crise.

A dívida total da Grécia é de 350 bilhões de euros. Desse montante, a parte detida por bancos e fundos de investimento privados é de 200 bilhões de euros.

Segundo o acordo obtido por líderes europeus na madrugada desta quinta-feira, esses credores privados aceitaram cortar em 50% o montante da dívida em seu poder, o que representa 100 bilhões de euros.

"O corte alivia em parte a situação da Grécia porque diminui os encargos com os juros da dívida", disse à BBC Brasil o economista Elie Cohen, diretor do Centro Nacional de Pesquisas Científicas da França.

"Não digo que isso não adianta nada, mas o corte não vai resolver os problemas da Grécia, que enfrenta uma forte recessão e adotou medidas que deprimem ainda mais a atividade econômica", afirma Cohen.

Segundo ele, a Grécia é "insolvente" e a situação atual não permite relançar a economia do país.

"A redução da atividade provocada pelos planos de rigor torna mais difícil sair da crise", diz ele.

Limite da dívida

O acordo firmado por líderes europeus prevê que a dívida grega passe dos atuais 160% do PIB para 120% do PIB em 2020.

"Mesmo se o governo grego cumprir suas promessas, realizar as reformas e privatizações e conseguir aumentar a arrecadação de impostos, o país ainda terá uma dívida de 120% do PIB em 2020. Isso é insustentável", afirma Cohen.

Ele lembra que esse percentual corresponde também à dívida atual da Itália em relação ao PIB, que é de 120%.

Já o presidente francês, Nicolas Sarkozy, declarou em um discurso na TV, na noite desta quinta-feira, que o fato de a dívida grega atingir 120% do PIB em 2020 é algo "aceitável".

"Os europeus deram um pequeno balão de oxigênio para a Grécia, mas o país ainda vai ficar em apneia alguns anos", diz Eric Heyer, diretor do departamento de análises do Observatório Francês de Conjunturas Econômicas.

"Para sair dessa espiral, a Grécia vai precisar adotar pacotes de austeridade alucinantes. Não é possível imaginar que um país como a Grécia possa absorver seus déficits no momento em que há uma grave recessão", afirma.

Crescimento

Para Heyer, se houvesse crescimento no restante da zona do euro, poderia haver uma saída mais rápida da crise grega.

"Mas todos os países europeus, com exceção da Alemanha, da Áustria e da Holanda, terão de lançar novos planos de rigor. Não haverá crescimento na Europa, mas sim uma recessão quase generalizada", afirma Heyer.

Segundo Cohen, a única saída para a situação na Europa seria que a Alemanha aceitasse arcar com os custos da crise, o que o país não aceita.

O cientista político Eric Toussaint, diretor do Comitê para a Anulação da Dívida do Terceiro Mundo, afirma que a Grécia é "incapaz" de enfrentar a crise da dívida e também diz que a recessão, que diminui as receitas fiscais, vai continuar devido às medidas de austeridade.

Toussaint diz que no caso da moratória argentina, em 2001, o país fez o contrário: aumentou os salários e criou programas sociais de renda para estimular o crescimento econômico, o que permitiu uma saída mais rápida da crise, afirma.

Fonte: BBC Brasil

FALTA DE ÁGUA É UM GRANDE ENTRAVE PARA A PRODUÇÃO MUNDIAL DE ALIMENTOS



A necessidade de aumentar a produção agrícola para alimentar a crescente população mundial pressionará os recursos naturais, principalmente a água, segundo José Graziano, que em 2012 assumirá a direção geral da FAO (agência da ONU para agricultura e segurança alimentar).

José Graziano. AP"A água se tornou o maior entrave à expansão da produção (de comida), especialmente em algumas áreas como a região andina, na América do Sul, e os países da África Subsaariana", diz à BBC Brasil Graziano, atualmente diretor da FAO para a América Latina e ex-ministro de Segurança Alimentar e Combate à Fome no governo Luiz Inácio Lula da Silva, quando foi o responsável pela implementação do Programa Fome Zero.

Segundo previsão da FAO, até 2050, a produção mundial de alimentos terá de crescer 70% para dar conta do aumento populacional.

Graziano diz que, apesar da pressão sobre os recursos naturais, é possível pôr fim à fome no mundo por meio de quatro ações principais: a aplicação de tecnologias modernas na lavoura (muitas já disponíveis), a criação de uma rede de proteção social para populações mais vulneráveis, a recuperação de produtos locais e mudanças nos padrões de consumo em países ricos.

"Se pudéssemos mudar o padrão de consumo em países desenvolvidos, haveria comida para todos", diz ele. "Nós desperdiçamos muita comida hoje, não só na produção, mas também no transporte e no consumo".

Segundo Graziano, enquanto a comida é mal aproveitada em nações ricas, cerca de 1 bilhão de pessoas passam fome em países emergentes.

"Precisamos assegurar que esse bilhão de pessoas sejam alimentados, que tenham bons empregos, bons salários e, se não pudermos dar-lhes empregos, encontrar uma forma de proteção social para eles".

Bolsa Família

Graziano afirma que programas de transferência de renda, como o Bolsa Família no Brasil, hoje atendem cerca de 120 milhões de pessoas na América Latina, ajudando a combater os índices de fome na região. Ele defende ampliar essas ações para outros países afetados pela falta de alimentos, especialmente na África.

Outra ação que Graziano advoga é recuperar produtos agrícolas típicos de cada região. Segundo ele, por não serem commodities, esses produtos não são afetados por variações bruscas de preços, o que favorece consumidores e produtores. Além disso, geram um ciclo de produção e consumo local, barateando a comida.

"O que é caro nos alimentos é o transporte, a produção de alimentos é muito barata. Se conseguirmos diversificar, fazer uma regionalização e melhor distribuição de alimentos e consumo, os preços serão muito mais baixos."

Graziano diz ainda que o estímulo à produção de produtos tradicionais ajudaria a diversificar a fonte de alimentos.

"Hoje caminhamos para ter poucos produtos responsáveis pela alimentação de quase 7 bilhões de pessoas. Precisamos diversificar essa fonte, criar maior variabilidade".

Ele afirma que a prioridade dada a alimentos cotados em mercados internacionais tem feito com que a América Latina, por exemplo, venha perdendo a capacidade de produzir feijão – um alimento tradicional altamente nutritivo, produzido a um custo baixo.

Obesidade

A diversificação da produção agrícola, segundo Graziano, também ajudaria a combater outro problema global relacionado à alimentação: os crescentes índices de obesidade, inclusive em países emergentes.

Ele afirma que o número de pessoas com problemas de má alimentação ou obesidade já alcança 2 bilhões, duas vezes mais que o total de pessoas afetadas pela fome.

Ele atribui o índice à "comodidade da vida moderna", que amplia o acesso a produtos industrializados, com alta concentração de açúcares, ao mesmo tempo em que desestimula atividades físicas.

Para Graziano, o combate desse mal também deve incluir ações educativas.

"Achamos que nossas mães sabem o que devemos comer. Isso valia para nossas avós, que colhiam produtos na horta, mas hoje nossas mães buscam comidas prontas, fast food, já que elas também trabalham e têm longas jornadas fora de casa".

Graziano também cobra que as grandes empresas de fast food se sensibilizem quanto ao problema e ampliem a oferta de comidas frescas em seus cardápios.

Biocombustíveis

Na entrevista à BBC Brasil, Graziano também aborda outros dois temas que têm permeado discussões recentes sobre a produção de alimentos: a suposta competição entre a produção de comida e a de bicombustíveis e os riscos que o aumento da produção agrícola impõem à preservação ambiental.

Ele afirma que, em duas das três maiores regiões produtoras de biocombustíveis do globo (Estados Unidos e Europa), houve incremento em alguns preços de alimentos por causa da competição com biocombustíveis.

No Brasil, porém, ele afirma que a produção de etanol a partir da cana de açúcar não teve qualquer impacto nos alimentos, já que a produção cresceu principalmente em terras improdutivas e por meio da modernização de técnicas agrícolas.

Graziano também diz não ver conflitos em conciliar a preservação ambiental à necessidade de ampliar a produção agrícola.

"A intensificação da produção com modernas tecnologias, menor uso de fertilizantes e defensivos pode beneficiar muito o meio ambiente", diz.

"O avanço da tecnologia nessa direção permitiria terminar com essa falsa dicotonomia entre ecologistas e agricultores".

Fonte: BBC Brasil

WIKILEAKS APONTA WILLIAM WAACK COMO INFORMANTE DO GOVERNO AMERICANO



O repórter William Waack, da Rede Globo de Televisão, foi apontado como informante do governo americano, segundo post do blog Brasil que Vai - citando documentos sigilosos trazidos a público pelo site Wikileaks há pouco menos de dois meses.

De acordo com o texto, Waack foi indicado por membros do governo dos EUA para “sustentar posições na mídia brasileira afinadas com as grandes linhas da política externa americana”.

Waack

- Por essa razão é que se sentiu à vontade de protagonizar insólitos episódios na programação que conduz, nos quais não faltaram sequer palavrões dirigidos a autoridades do governo brasileiro.

O post informa que a política externa brasileira tem “novas orientações” que “não mais se coadunam nem com os interesses americanos, que se preocupam com o cosmopolitismo nacional, nem com os do Estado de Israel, influente no ‘stablishment’ norte- americano”. Por isso, o Departamento de Estado dos EUA “buscou fincar estacas nos meios de comunicação especializados em política internacional do Brasil” - no que seria um caso de “infiltração da CIA [a agência norte-americana de inteligência] nas instituições do país”.

O post do blog afirma ainda que os documentos divulgados pelo Wikileaks de encontros regulares de Waack com o embaixador do EUA no Brasil e com autoridades do Departamento de Estado e da Embaixada de Israel “mostram que sua atuação atende a outro comando que não aquele instalado no Jardim Botânico do Rio de Janeiro”.

Wikileaks suspende operações

O site WikiLeaks anunciou nesta segunda-feira (24) a suspensão temporária da difusão de documentos confidenciais e sigilosos para concentrar-se na arrecadação de fundos que permitam garantir a futura sobrevivência.

A página criada por Julian Assange afirma em um comunicado que se vê forçada a “suspender temporariamente as operações de publicação e a arrecadar fundos agressivamente para contra-atacar”, após o bloqueio de seus recursos pelas operadoras de cartões de crédito e outras empresas.

Companhias americanas suspenderam transações com o site após a publicação de 250 mil documentos do Departamento de Estado americano, o que causaria restrições a essas empresas.

Fonte: R7