domingo, 20 de novembro de 2011

EM BUSCA DE VIDA, NASA ENVIARÁ JIPE-ROBÔ PARA MARTE


A Nasa pretende começar nesta semana uma nova fase nas missões para Marte. Na década passada, o principal objetivo era identificar água. Agora, os cientistas querem descobrir ambientes favoráveis à vida ou que poderiam ter sido habitados no passado. O lançamento do Laboratório Científico de Marte (MSL, na sigla em inglês) – nave responsável pela missão – está previsto para sexta-feira.
Ele deverá chegar a Marte em agosto do próximo ano, quando deixará o jipe-robô Curiosity sobre o solo marciano (mais informações nesta página). A nave pousará em uma região plana dentro da cratera Gale. Logo depois, o Curiosity iniciará sua jornada até uma região montanhosa nas redondezas.
O professor de ciências planetárias e atmosféricas da Universidade de Michigan, o brasileiro Nilton Rennó, explica que o local foi escolhido por reunir duas características que despertam o interesse dos cientistas. Em primeiro lugar, a presença de montanhas que sofreram processos de erosão causados, provavelmente, por água líquida. Além disso, há depósitos de sal na região, também um resultado de possíveis cursos d’água.
“Talvez, embaixo de finas camadas salinas, possam existir condições favoráveis para vida microbiana”, sugere Rennó, que já trabalhou na missão Phoenix – sonda enviada a Marte em 2007. Ele recorda as bactérias descobertas na água sob depósitos de sal do deserto de Atacama, no Chile, uma das regiões mais inóspitas da Terra.
Em 2008, Rennó foi o primeiro cientista a cogitar que pequenas esferas fotografadas na superfície da sonda Phoenix seriam, na realidade, gotículas de água líquida salgada.
No MSL, ele participou da especificação do Rover Environmental Monitoring System (Rems), uma espécie de estação meteorológica acoplada ao Curiosity que investigará o clima e as condições atmosféricas.
Quando o veículo estiver em Marte, Rennó participará de reuniões diárias, via internet, com cientistas e engenheiros da Nasa. Terá de se adaptar ao dia ligeiramente mais longo – de 24 horas e 39 minutos – do planeta vermelho, o que obrigará um atraso cotidiano de quase 40 minutos com relação aos horários cumpridos pela equipe no dia anterior.

Se tudo der certo, a rotina vai durar pelo menos dois anos, vida útil mínima para o dispositivo nuclear que fornecerá energia ao veículo-robô. “Mas esperamos que dure até dez anos”, aponta Rennó.

Decisão
O engenheiro brasileiro Alberto Elfes é um entusiasta de missões não tripuladas. Quando trabalhava na Nasa, ajudou a conceber uma proposta de missão para Titã, lua de Saturno.
Agora pesquisa sistemas robóticos na CSIRO, agência nacional de pesquisas da Austrália. Ele recorda que robôs como o Curiosity evitam que vidas sejam colocadas em risco.
Além disso, proporcionam uma imensa economia de recursos. O MSL custará US$ 2,5 bilhões – cerca de R$ 4,1 bilhões. Cálculos muito otimistas estimam um gasto 20 vezes maior para uma missão tripulada. “Além disso, um robô nunca se cansa ou fica entediado”, recorda o engenheiro. “Em condições semelhantes, um ser humano cometeria erros.”
Mas nem tudo são vantagens. Elfes recorda o problema do “osso de dinossauro”, como é conhecido informalmente pelos cientistas. Nem todas as imagens e informações obtidas pelo robô podem ser enviadas à Terra, pois o canal de comunicação é limitado. Sendo assim, o equipamento precisa “decidir” quais dados merecem ser comunicados.
“Os sistemas para tomar esse tipo de decisão ainda são pouco eficazes”, afirma Elfes. Dessa forma, o veículo-robô poderia fotografar algo tão insólito quanto um “osso de dinossauro” em Marte – daí o nome do problema – e descartar a foto como um registro sem importância. Um ser humano não cometeria o mesmo erro. Missões tripuladas, no entanto, não estão no horizonte próximo.
Expectativa
Outro brasileiro na Nasa tem os olhos no futuro. Ramon Perez de Paula, um dos principais executivos da agência americana, tenta viabilizar duas missões para Marte em cooperação com a Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês).
Conhecido como ExoMars, o programa prevê um orbitador que seria lançado em 2016 e um veículo-robô que deixaria a Terra em 2018. “O programa lançaria os fundamentos para uma terceira fase das missões para Marte: quando tentaremos trazer para a Terra amostras do solo e da atmosfera marcianos”, diz.
O ambiente político americano, no entanto, ameaça o programa. A Casa Branca não manifesta intenção de referendá-lo, aponta um artigo recente do jornal The Washington Post. “O governo afirma que não pode se comprometer com os planos para 2016 e 2018”, aponta Jim Green, diretor da divisão de ciência planetária da Nasa.
O Senado americano havia aprovado um orçamento de US$ 17,9 bilhões para a agência em 2012. O Congresso, liderado por republicanos, pretende diminuí-lo para US$ 16,8 bilhões.
Fonte: Estadão

WANDERLEI SILVA NOCAUTEIA NO UFC E SEGUE NA BRIGA

Wanderlei Silva segue vivo no UFC. Lutando sob forte pressão de demissão, o brasileiro foi muito bem na madrugada deste domingo e nocauteou o vietnamita Cung Le no segundo round. "É um momento fantástico para mim. Tive momentos duros na vida, mas nunca desisti. Provei que é possível vencer se você quiser. E eu posso. Quando Le me acertou com alguns chutes, muita coisa veio à minha cabeça. Mas, graças a Deus, consegui vencer. Ele é um adversário muito forte, que exigiu muito de mim. Obrigado a todos os fãs que acreditaram em mim", disse o brasileiro ainda no octógono.

O brasileiro vinha sob forte pressão. Após mais de 16 meses afastado por conta de lesõe e cirurgias, Wanderlei havia voltado ao UFC no começo de julho, mas acabou durando apenas 30 segundos em pé e foi nocauteado por Chris Leben. Na ocasião, o presidente do UFC, Dana White, chegou a cogitar a demissão do ‘Cachorro Louco’, mas voltou atrás e o deu mais uma chance.

Na luta desta madrugada, Wanderlei fez uma luta perfeita. O brasileiro esperou os golpes de Cung Le, especialista em kickboxing, e partiu sempre para o contra-ataque. O vietnamita apostava sempre em chutes e golpes rodados, mas Wand se defendeu bem e partiu para cima no final dos rounds. Com uma mão pesadíssima, o “Cachorro Louco” derrubou Le com um direto de direita e partiu para o nocaute abusando das joelhadas, como nos velhos tempos.

Wanderlei Silva é uma lenda viva do MMA. O brasileiro brilhou no extinto Pride, com 22 vitórias, quatro derrotas e um empate, com direito a título da categoria. No UFC, porém, o ‘Cachorro Louco’ não havia conseguido repetir a fama. A vitória desta madrugada foi a quarta em dez lutas no Ultimate. No total, o cartel do ‘Cachorro Louco’ é de 34 vitórias, 11 derrotas, um empate e uma luta sem resultado.

Do outro lado, Cung Le chegou a ser campeão do Strikeforce, mas sempre privilegiou mais a sua vida de ator que a de lutador. O vietnamita deixou o cinturão vago por falta de tempo para combates. Para se ter a noção exata, Le já estrelou mais filmes (dez) do que lutas de MMA (nove). Até por isso, ele só fez a sua estreia no UFC neste domingo, aos 39 anos.

Antes de começar a lutar MMA, o vietnamita fez boa carreira no kickboxing e com 16 vitórias em 16 lutas, além de seis títulos. O asiático estreou no Strikeforce em março de 2006 e havia perdido apenas uma vez.


A luta

Ao contrário de seu retorno ao UFC, Wanderlei começo o combate mais calmo, estudando e fugindo dos golpes do rival. Logo com 40 segundos de luta, o brasileiro conseguiu encaixar o primeiro bom golpe em um contra-ataque. Cung Le tentou um chute, mas acabou tomando um soco e se desequilibrou. Pouco depois, Wand conseguiu nova boa entrada no contra-golpe. Cung Le apostava sempre nos chutes, mas parava sempre na guarda. Com dois minutos de combate, o vietnamita teve seu primeiro grande momento, acertou um golpe rodado e conseguiu derrubar Wanderlei, mas o brasileiro conseguiu se levantar. Cung Le baseava seu jogo nos chutes e golpes rodados e conseguiu acertar outro bom soco no brasileiro. No fim do round, Wanderlei partiu para cima e desferiu bons golpes. Pela agressividade, Cung Le levou a melhor no bom primeiro assalto.

O segundo round começou muito parecido com o primeiro. Logo no início, Wanderlei se desequilibrou e acabou caindo sozinho. A luta foi mais para a trocação a partir do primeiro minuto. Cung Le partia para cima principalmente com chutes. Na metade do assalto, Wand acertou com golpe de direita, mas a luta seguia bastante estudada, com o brasileiro esperando para entrar no contra-golpe. De novo no fim, o ‘Cachorro Louco’ foi para cima, acertou um chute, um belo direto de direita e uma sequência com joelhadas e socos até o juiz interromper a luta.

Fonte: ESPN

MORTE EM ACIDENTES DE MOTO VIRAM EPIDEMIA NO BRASIL


O aumento da frota de motos em circulação no Brasil se tornou responsável por uma das piores epidemias que o País já enfrentou. Foram 65 mil mortes em acidentes com motocicleta nos últimos dez anos - número equivalente ao total de americanos mortos na Guerra do Vietnã.
Efrém Ribeiro/Meio Norte
E não é nas grandes metrópoles litorâneas ou do Sudeste que as mortes têm maior peso nas estatísticas. São as pequenas cidades do interior, especialmente do Nordeste, Norte e Centro-Oeste do País, que concentram as maiores taxas de mortalidade por quantidade de motos ou motonetas em circulação - em municípios como São Gonçalo do Piauí (PI), Ribeirãozinho (MT) e Aurora do Tocantins (TO).

Em números absolutos, as mortes em cada uma dessas cidades podem não impressionar. São duas, três, dez por ano. Por isso, não provocam tanto barulho. Mas, quando somadas, configuram uma epidemia só comparável à provocada pelos assassinatos. E as vítimas têm o mesmo perfil: jovens de 20 a 29 anos, do sexo masculino e de baixa renda. Nessa faixa etária, nem câncer nem enfarte nem nenhuma outra doença mata mais do que as motos. Só as armas de fogo.

Entre as capitais, São Paulo ocupa apenas o 13.º lugar no ranking da mortalidade envolvendo motociclistas. O Rio fica em 15.º. A campeã, com uma taxa três vezes maior, é Boa Vista (RR), seguida de perto por Palmas (TO).

O Ministério da Saúde se diz preocupado com o crescimento das mortes, mas há poucos programas de abrangência nacional em curso para combater a epidemia.

O aumento das mortes está diretamente ligado ao avanço da frota sobre duas rodas que, de 2000 a 2010, cresceu quatro vezes de tamanho. É exatamente a mesma taxa de crescimento do número de mortes. 

Fonte: O Estado de S. Paulo

EGITO ENFRENTA O SEGUNDO DIA DE VIOLÊNCIA


Confrontos no Cairo neste domingo (Reuters)

Manifestantes egípcios voltaram a ocupar a praça Tahrir, no centro do Cairo, após violentos confrontos com a polícia em diversas partes do país.
Centenas de pessoas passaram a noite na praça e continuam no local, apesar das tentativas das autoridades de reprimir o protesto com gás lacrimogêneo.

Alguns jornais egípcios estão descrevendo a onda de manifestações como "a segunda revolução".

A uma semana das primeiras eleições parlamentares desde a queda do presidente Hosni Mubarak, os manifestantes protestam contra um rascunho de constituição que, que segundo eles, permitiria que os militares mantivessem muito poder após a eleição de um governo civil.

Eles exigem que o líder do governo militar do Egito, marechal Hussein Tantawi, renuncie e seja substituído por um conselho civil.

Morte

A violência no Cairo começou no sábado, quando a polícia tentou retirar manifestantes da praça após protestos na sexta-feira.

Dois manifestantes foram mortos: um atingido por um tiro no Cairo e outro, por uma bala de borracha em Alexandria.

Cerca de 750 pessoas ficaram feridas, 40 delas das forças de segurança, segundo a TV estatal egípcia.

Manifestantes na capital incendiaram um prédio do governo e um carro da polícia e lançaram bombas caseiras e pedras contra os policiais.

Na praça Tahrir, a violência continuou até a noite, quando os policiais se retiraram para ruas nos arredores.

Os confrontos recomeçaram neste domingo, quando as forças de segurança tentaram conter manifestantes que se dirigiam para o prédio do Ministério do Interior, nas imediações da praça.
Acampamento

Um acampamento improvisado foi montado na praça, exatamente como o que apareceu em fevereiro, durante os protestos que tiraram Mubarak do poder.

Um hospital temporário foi montado para cuidar dos feridos. Um médico voluntário disse à BBC que várias pessoas têm ferimentos com balas de borracha, principalmente nos olhos.

Uma declaração do gabinete do primeiro-ministro Essam Sharaf pediu que os manifestantes deixem a praça.

"O que está ocorrendo em Tahrir é muito perigoso e ameaça o curso da nação e da revolução."

No início de novembro, os militares divulgaram um documento com as bases da nova constituição.

Segundo o projeto, os militares e seu orçamento ficaram não ficariam sujeitos a uma supervisão civil.

Isso irritou os manifestantes, em sua maioria islamistas e jovens ativistas, que temem que as conquistas feitas durante o levante popular sejam apagadas com os militares mantendo poder.

Fonte: BBC Brasil

A ESPANHA VAI ÀS URNAS


Mariano Rajoy em evento de campanha

Eleitores espanhóis vão às urnas neste domingo para eleições gerais que devem substituir o atual governo socialista pelo conservador Partido Popular (PP), segundo apontam pesquisas de opinião.

A crise econômica, com índices recordes de desemprego, é apontada como principal fator para a prevista derrota dos socialistas que estão desde 2004 no poder.

O Partido Popular, liderado por Mariano Rajoy, conquistou apoio ao prometer romper com a política econômica e reduzir a taxa de mais de 21% de desemprego.

As pesquisas de opinião sugerem que o PP deve obter maioria absoluta no Parlamento.

A última pesquisa do estatal Centro de Investigações Sociológicas (CIS) prevê que os conservadores elejam 195 dos 350 deputados do Parlamento. Os socialistas (do PSOE), chegariam a 121, seu pior resultado desde 1977.

A estimativa do instituto de pesquisas Metroscopia para o jornal El País dá 44,8% ao PP e 30% ao PSOE.

Apesar da ampla margem de intenção de votos, o candidato conservador não provoca muito entusiasmo entre a população. Segundo a pesquisa do CIS, Rajoy inspira "pouca" ou "nenhuma" confiança em 71,3% dos entrevistados. Quase alcançando o primeiro-ministro Zapatero, que supera os 80%.

Críticas

Rajoy, de 55 anos de idade, não deu muitos detalhes sobre seu plano de austeridade, mas analistas acreditam que medidas devem ser adotadas rapidamente, para tranquilizar os mercados de que o país pode honrar suas dívidas.

O líder do PP, que evitou as entrevistas coletivas durante a campanha e participou de um único debate com o candidato socialista Alfredo Pérez Rubalcaba, disse que a solução para sair da crise é "fazer as coisas bem, e o PP fará as coisas bem".

Rajoy indicou que pretende introduzir reformas trabalhistas, controlar o déficit público e apoiar pequenos empresários.

Mas a falta de uma proposta ampla e clara gerou críticas dentro e fora da Espanha. A revista britânica The Economist o chamou em uma legenda de foto de "o homem que não tem nada a dizer".
'Resultado desastroso'

Os socialistas tentam evitar uma derrota por uma diferença muito grande. Na prévia de maio, nas eleições para os governos regionais, o PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol), partido que dirige a Espanha há quase oito anos, teve o pior resultado de sua história.

O PP, dos conservadores, passou a governar em 11 das 17 comunidades autônomas (equivalentes aos Estados brasileiros).

A estratégia de campanha do PSOE foi isolar o primeiro-ministro, José Luis Rodriguez Zapatero, que avisou que abandonará a política depois das eleições e preferia receber todas as críticas pela crise, para preservar ao máximo o candidato de seu partido, Alfredo Pérez Rubalcaba.

O veterano Rubalcaba, ex-ministro no governo de Felipe González (1982-1996), foi escolhido em julho para a candidatura e tenta se esquivar da herança da crise com propostas como criar um imposto para ricos, eliminar cargos públicos e a introdução de incentivos à criação de pequenas empresas com isenções fiscais.

Segundo os analistas, o maior problema dos socialistas é o alto índice de eleitores que dizem optar pela abstenção na hora do voto. Ao contrário do Partido Popular, que confia no voto de seu eleitor tradicional, o PSOE teme que seus eleitores habituais, desencantados, optem por não votar.

Fonte: BBC Brasil