sábado, 26 de novembro de 2011

GRÉCIA PRECISA ECONOMIZAR 7 BILHÕES DE EUROS ENTRE 2013 E 2015

A Grécia terá que aplicar novas medidas para arrecadar 7 bilhões de euros extras entre 2013 e 2015 e salvar assim o rombo fiscal que o Ministério das Finanças encontrou durante a revisão do programa de ajuste orçamentário, segundo informou neste sábado a imprensa local.

Esses 7 bilhões de euros são mencionados em uma modificação do programa de ações em médio prazo que Atenas negociou na semana passada com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a União Europeia (UE), fiadores dos empréstimos internacionais que socorrem as finanças gregas.

O documento, apresentado ontem à noite no Parlamento de Atenas, não específica essas medidas, mas indica que é necessário aumentar os cortes de gasto público se o país quiser cumprir seu objetivo de reduzir o déficit dos atuais 9% para 1,1% no ano 2015.

Se essas medidas extraordinárias não forem aplicadas, o déficit em 2015 ficará acima dos 4%, segundo as previsões corrigidas.

Os planos da Grécia também contemplam diminuir o montante da dívida pública de 145,5% até 125,6% do Produto Interno Bruto (PIB), uma redução na qual o perdão de metade da dívida grega exerce um papel indispensável.

O ministro das Finanças, Evangelos Venizelos, assegurou ontem no Parlamento que se o programa previsto nos Orçamentos Estatais para 2012 for cumprido, não serão necessárias novas medidas de economia no ano que vem.

Representantes do Banco Central Europeu, da Comissão Europeia e do FMI devem retornar no próximo dia 12 de dezembro a Atenas para continuar analisando a situação da economia grega e o grau de cumprimento das medidas de ajuste, e seguir os contatos para a entrega de um novo resgate de 130 bilhões de euros.

A previsão é que no dia 7 se ratifique no Parlamento o orçamento para 2012, o que permitirá à Grécia receber os 8 bilhões de euros do sexto lance do primeiro pacote de resgate, aprovado em 2010 e com um importe de 110 bilhões de euros.

Fonte: EFE

UMA GRAVIDEZ QUE VIROU CÂNCER



A britânica Charlotte Solomon passou de um dos momentos mais felizes de sua vida para um dos mais assustadores, no espaço de poucos meses.

Foto: Cortesia de Charlotte SolomonAo descobrir que estava grávida pela primeira vez, aos 34 anos, ela ficou radiante. Algumas semanas depois, ela sofreu um aborto espontâneo devido a uma complicação gestacional da qual ela nunca havia ouvido falar: uma gravidez molar.

Mas foi a notícia de que as células anormais que haviam ficado em seu útero haviam se transformado em um câncer agressivo que mudou drasticamente sua vida.

"É um choque absoluto. Ir da alegria de estar grávida para a tristeza do aborto e aí descobrir que você tem câncer é uma montanha-russa, a coisa mais difícil que já enfrentei", disse Charlotte à BBC Brasil.

'Complicação rara'

A gravidez molar acontece quando há um problema no momento da fertilização.

Em vez de receber 23 cromossomos do pai e 23 da mãe, em uma gestação molar completa o óvulo fertilizado não contém nenhum material genético da mãe e o do pai é duplicado. Neste caso, não há embrião, mas uma massa de cistos, chamada de mola hidatiforme.

No caso de Charlotte, uma gestação molar parcial, o óvulo fertilizado tem o conjunto normal de cromossomos da mãe, mas o dobro do pai, gerando um total de 69 cromossomos no lugar dos 46 normais. Isso pode acontecer quando os cromossomos do espermatozoide são duplicados ou quando dois espermatozoides fertilizam o mesmo óvulo.

O embrião pode começar a se desenvolver, mas não tem como sobreviver.

Não se sabe exatamente o que causa a gravidez molar, mas especialistas dizem que ela tem fundo imunológico e ocorre com maior frequência entre populações mais pobres.

Enquanto a incidência do problema em países desenvolvidos fica em torno de uma em mil gestações, no Estado do Rio de Janeiro estima-se que esse número chegue a uma em 200 gestações, segundo cálculos do médico Paulo Belfort, diretor do Centro de Neoplasia Trofoblástica Gestacional, nome científico da gravidez molar, na Santa Casa da Misericórdia.

Câncer

Mulheres com o problema inicialmente apresentam sintomas normais de gravidez.

A partir das seis semanas de gestação, no entanto, a mulher pode ter sangramentos e seus níveis do hormônio da gravidez - o hCG - ficam muito mais elevados que o normal.

Após o aborto espontâneo ou por curetagem, na grande maioria dos casos as células anormais desaparecem e os níveis de hCG voltam a zero.

Mas, na Grã-Bretanha, em 16% dos casos de mola hidatiforme e em 0,5% dos casos de molas parciais, o tecido anormal no útero se torna cancerígeno e pode se espalhar rapidamente pelo corpo.

No Brasil, não há estatísticas oficiais, mas segundo o especialista Paulo Belfort, esses índices estariam em torno de 23% e 5%, respectivamente, no Rio de Janeiro.

Quimioterapia

Quando uma gravidez molar é diagnosticada, o procedimento normal é que haja um acompanhamento da paciente com exames periódicos de sangue e urina.

Charlotte Solomon não estava particularmente preocupada porque seu médico disse que era extremamente raro que uma mola parcial, como a que ela teve, se transformasse em câncer.

Ainda assim, um mês depois do aborto espontâneo, Charlotte recebeu um telefonema do hospital e, após confirmar o resultado com novos testes, ela teve de começar a quimioterapia no mesmo dia.

Ao todo, foram nove meses de tratamento contra o câncer, com três tipos diferentes de quimioterapia.

Na fase final, ela chegou a passar 17 horas recebendo uma combinação de remédios intravenosos.

Charlotte parou de trabalhar e se fechou para o mundo. Apenas dois anos após seu casamento, ela teve de raspar a cabeça e viu seu corpo, antes atlético, se transformar.

Mulheres nuas

Em abril deste ano, ela finalmente recebeu a notícia de que estava livre do câncer.

"Ainda hoje, me sinto ansiosa e não sou a mesma pessoa de antes. Meu sistema imunológico ainda está enfraquecido e, apesar de estar de volta ao trabalho, estou longe do meu ritmo normal", disse Charlotte.

A experiência acabou inspirando a britânica a ajudar o Hospital de Charing Cross - centro de referência para o tratamento da condição na Grã-Bretanha - a conseguir fundos para uma pesquisa inovadora.

"A equipe do hospital foi absolutamente incrível comigo e acho fundamental tentar ajudar pessoas que, infelizmente, vão ter de passar pelas mesmas coisas que passei."

"Tenho sorte de ter amigas maravilhosas, que ficaram ao meu lado durante a doença e que aceitaram posar nuas para um calendário para ajudar a arrecadar dinheiro para pesquisa."

Charlotte e 28 amigas foram fotografadas para o calendário "Get Naked 2012" por Chris Dunlop, que trabalha para revistas como Vogue e Vanity Fair.

Até o momento, Charlotte já conseguiu o equivalente a R$ 170 mil, muito acima de sua meta inicial, mas o projeto custa R$ 5,6 milhões no total.

Pesquisa de ponta

A equipe do Hospital de Charing Cross está tentando encontrar um marcador biológico que permita que os médicos identifiquem desde o princípio quais molas vão desaparecer e quais vão se transformar em câncer, além de ajudar a determinar que tipo de quimioterapia seria mais eficiente para cada caso.

"Isso é o que se busca em todo o mundo. A pesquisa é absolutamente bem-vinda e necessária", diz Paulo Belfort, que acredita que a doença não recebe a atenção necessária no Brasil por ser considerada muito rara.

Enquanto se esforça para arrecadar dinheiro para pesquisa, Charlotte espera ansiosamente o prazo de um ano recomendado pelos médicos para tentar engravidar novamente.

"É muito difícil esperar, mas se eu engravidasse agora, os médicos não saberiam se o nível alto dos hormônios se deve ao bebê ou à reincidência do câncer. Tenho que esperar, já que a minha saúde vem em primeiro lugar."

Fonte: BBC Brasil

TURISMO NO EGITO SOFRE DURO GOLPE EM FAMOSO MERCADO DO CAIRO


Mercado de Khan Khalili, no Cairo. (Foto: Tariq Saleh/BBC Brasil)

Quase nove meses após sofrer uma redução drástica de turistas devido à violência que tomou conta das ruas do Egito em fevereiro deste ano, durante os protestos pela queda do regime de Hosni Mubarak, o famoso mercado de Khan Khalili, no Cairo, volta a padecer da debandada de visitantes, em meio à nova onda de manifestações.

Para quem chega a Khan Khalili, o movimento nas ruas dá a impressão de que os negócios vão bem. Mas, entre os clientes, não há quase nenhum turista estrangeiro, justamente os que mais gastam no comércio local.

Enquanto conversa com a reportagem da BBC Brasil, Mahmoud Abdel al Nabi fuma, tranquilamente, uma narguile no mais famoso café de Khan Khalili, local que ele frequenta todos os dias.

"Com pouco movimento há meses, o que mais gosto de fazer é vir aqui para fumar e tomar um café", disse ele.

Desde o levante popular que derrubou o ex-presidente Mubarak, os negócios do setor turístico caíram drasticamente.

Segundo Al Nabi, um dos líderes da Associação de Comércio do local, o último verão, entre junho e setembro, não foi o suficiente para reerguer o combalido comércio local.

"As lojas continuam abarrotadas de mercadorias. Alguns turistas vieram, mas não foi o bastante. Alguns estabelecimentos até fecharam as portas", enfatizou ele.

Quando a nova onde de protestos teve início, em 19 de novembro, Khan Khalili sofreu um novo golpe: a fuga dos poucos turistas que ainda frequentavam o local.

"Muitos comerciantes até pensaram em fazer uma manifestação à parte. Mas desistiram porque temiam que fosse interpretado como algo político", disse.

De acordo com dados do Ministério do Turismo do Egito, o setor era um dos propulsores da economia do país, sendo responsável por cerca de 8% da entrada de divisas e ocupando 10% de sua força de trabalho.

Até os protestos de fevereiro, o turismo passava por um bom momento e vinha se recuperando do revés sofrido com os atentados no balneário de Sharm Al Sheikh, em 2005, que mataram 88 pessoas e afastaram os visitantes do país por um bom período.

Em média, 10 milhões de turistas visitavam o Egito a cada ano, movimentando mais de US$ 11 bilhões.

Não há dados recentes, mas o Ministério do Turismo já havia declarado no último verão que o setor não vinha se recuperando de forma satisfatória.

Culpados

Al Nabi se disse alheio aos acontecimentos políticos e aos confrontos na praça Tahrir, onde dezenas de milhares pediam a renúncia da junta militar que governa o país. Não enxerga culpados para a "desgraça que caiu sobre Khan Khalili".

"Culpados não existem. Só posso desejar que a situação melhore, a eleição de um governo civil forte para reerguer o país e melhorar o cotidiano da população pobre", disse.


"Até lá, não há o que fazer. De um lado temos militares incapazes de governar pelo simples fato de que são soldados, não políticos. E, do outro lado, temos partidos políticos diversos que não sabem para onde vão."

Ele disse que pretende votar nas eleições parlamentares marcadas para o dia 28 de novembro, mas vai votar em branco.

"Para mim, essa é uma forma de protesto, de que não estou satisfeito. Boicotar as eleições só beneficiará aqueles que pertenciam ao antigo regime."
Trauma

Funcionário de uma das lojas em Khan Khalili, Mohamed el Gebali disse que sua renda ficou ainda pior do que no início do ano.

Segundo o vendedor, a maior parte de seus rendimentos vinha da comissão que ganhava pelos produtos comercializados.

"O que ganho mal dá para sustentar minha família, mas não tenho muita escolha", disse o jovem de 26 anos e pai de três filhos.

El Gebali revelou que, nos protestos de fevereiro, foi espancado por simpatizantes de Mubarak perto da praça Tahrir. O vendedor foi um dos milhares de manifestantes a se concentrar no local, para pedir democracia.

"Depois perdi a esperança, por ver tanta instabilidade, a falta de empregos e a bagunça que o país virou. Fiquei com trauma de tanta violência", disse.

Ele opina que a saída de Mubarak foi uma vitória para o povo, mas que os atuais protestos perderam seu propósito.

"Nenhum governo é perfeito. Reformas exigem muito tempo e não se ajusta um país da noite para o dia. Especialmente um país como o Egito, que ficou 30 anos sob um regime", salientou ele.

Em outra loja, outro funcionário de Khan Khalili, Ahmad Abdel Rahman, disse que era contra os protestos na Tahrir.

"Sinceramente, muitos dos que estão lá não têm a menor ideia do que fazer. Eles só querem derrubar governos. Primeiro Mubarak, depois o governo provisório e agora os militares", disse ele.

Rahman se mostra extremamente irritado com os ativistas na praça Tahrir e os acusa de não pensarem nas consequências econômicas para o país.

"Nós estamos aqui sem ter o que fazer. Os turistas foram embora. Tudo que nos resta é abrir as portas, jogar xadrez ou cartas e depois fechar as lojas ao fim do dia e ir para casa. Isso não é reforma democrática."

Fonte: BBC Brasil

PROTESTOS NO CAIRO REGISTRAM MAIS UMA MORTE

Às vésperas do início da eleição parlamentar, o Egito registrou neste sábado protestos esporádicos em sua capital, Cairo, entre a polícia e manifestantes contrários à junta militar governante.

Há relatos de ao menos uma morte, ocorrida quando um veículo militar atropelou um manifestante.

Na hora do incidente, os ativistas estavam tentando bloquear a entrada do carro do novo premiê, Kamal Ganzouri, em um prédio governamental. Ganzouri, que foi nomeado premiê na quinta-feira pelos militares, prometeu formar um gabinete multipartidário.

Ao mesmo tempo, em resposta aos protestos antigoverno, milhares de egípcios realizaram uma manifestação pró-militares, alegando estar representando o "Egito real".

Fonte: BBC Brasil

VENEZUELA REPATRIA OURO DEPOSITADO NO EXTERIOR

A Venezuela repatriou, nesta sexta-feira, o primeiro carregamento das reservas de ouro depositadas no exterior que o governo decidiu retornar ao país.

O primeiro lote, cujo valor é desconhecido, chegou rodeado de segurança. Cerca de 500 homens, em veículos blindados e aeronaves, participaram da operação.

O Banco Central espera retornar ao país todo o ouro depositado no exterior no próximo mês. A maior parte dos depósitos está em bancos europeus.

O presidente Hugo Chávez anunciou recentemente que decidiu repatriar as reservas em virtude do que ele chama de "crise terminal do capitalismo".

Fonte: BBC Brasil

APÓS DESASTRE ECOLÓGICO, CHEVRON PRETENDE INVESTIR U$ 3 BILHÕES NO BRASIL

Apesar de ter tido atividades de exploração suspensas no Brasil, a norte-americana Chevron manifestou interesse de continuar participando dos leilões de blocos de petróleo no país, disse um alto executivo da companhia norte-americana nesta sexta-feira.

A afirmação foi feita embora não exista previsão de novas rodadas licitatórias, suspensas desde 2008 em meio a um processo de mudanças no marco regulatório para adequar o sistema às descobertas do pré-sal.

Segundo o presidente da companhia para a região de América Latina e África, Ali Moshiri, a Chevron pretende ainda investir 3 bilhões de dólares nos próximos três anos no Brasil. O valor supera os 2,1 bilhões de dólares que já foram investidos pela companhia no país desde 1997.

Segundo o executivo, estes recursos são destinados basicamente para o campo de Papa-Terra, também na bacia de Campos. Moshiri afirmou ainda que praticamente não há mais investimento previsto para o campo de Frade, uma vez que todo o desembolso planejado para este campo já havia sido feito.

"Pretendemos continuar participando de novas licitações de blocos exploratórios de petróleo no Brasil, se houver criação de valor e vantagens", afirmou ele em entrevista a jornalistas.

Sobre os projetos de perfuração da companhia, Moshiri afirmou que havia a intenção de ter um outro poço no campo de Frade, que chegaria à camada do pré-sal, e que está suspenso por ora. Mas acrescentou que a companhia pretende retomar este projeto quando a questão for resolvida.

DECISÃO PRECIPITADA

Ele disse ainda que "foi precipitada" a decisão da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) de suspender todas as operações de perfuração da petroleira.

O executivo afirmou que gostaria de ter participado da discussão que levou à suspensão da atividade de perfuração da companhia.

"Estou fisicamente no Brasil desde terça-feira, mas só recebi a notificação (de suspensão das perfurações) na quinta-feira. Neste período podíamos ter sentado e debatido as questões (técnicas)", disse Moshiri.

A ANP suspendeu as operações da Chevron na noite da última quarta-feira, após um vazamento de petróleo no campo de Frade, operado pela companhia na bacia de Campos.

Com relação a perdas decorrentes do fim das operações no poço, ele disse que foram cerca de 50 milhões de dólares em prejuízos. Deste total, 30 milhões de dólares foram gastos com operações de limpeza do óleo que vazou e o restante refere-se aos 20 milhões de dólares que já haviam sido gastos na perfuração do poço.

Na quinta-feira, após reunião com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, Moshiri disse que a empresa seria "paciente" sobre o processo que apura o vazamento.

Em nota nesta sexta-feira, a ANP informou ter havido uma diminuição da mancha de petróleo na região do vazamento.

"No sobrevoo realizado ontem (24) por helicóptero da Marinha, com técnicos da ANP, foi verificada nova diminuição da mancha, que continua se afastando do litoral", afirmou a ANP em nota.

"A partir da observação visual, estima-se que ela esteja com 3,8 km de extensão e cerca de 1 km2 de área."

Na segunda-feira, segundo a ANP, a mancha tinha cerca de dois quilômetros quadrados. Ainda é possível notar o afloramento de óleo na superfície, acrescentou a agência.

"Reitera-se que, como o vazamento ocorreu a grande profundidade, o óleo leva tempo considerável para chegar do fundo do mar até a superfície. Assim, outras manchas que surjam não representam, necessariamente, um novo vazamento."

Fonte: Reuters

JURO BATE RECORDE E BC VÊ RELAÇÃO DÍVIDA/PIB MENOR EM NOVEMBRO

O aumento da inflação e alta do dólar neste ano estão, respectivamente, elevando o gasto com juros nominais do país para o maior patamar da história e reduzindo a relação entre a dívida líquida e o Produto Interno Bruto (PIB), importante indicador de solvência do país.

A previsão do Banco Central (BC) é que dívida líquida do setor público fique em 36,8 por cento do PIB em novembro, uma queda importante frente aos 38,2 por cento vistos em outubro. Se concretizado, esse seria o menor índice desde 2001, quando a série história da autoridade monetária foi revisada. Antes, porém, essa cifra já esteve na casa dos 30 por cento em 1997.

Segundo o chefe do departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, o resultado de novembro será impactado pelo processo de depreciação cambial, já que previsão de agora leva em consideração o dólar a 1,85 real, acima do patamar de 1,70 real visto ao longo de outubro.

Como o Brasil é credor em dólares, quando a moeda norte-americana mostra elevação, ajuda no endividamento do país.

De acordo com os dados divulgados por Maciel, a cada variação de 1 por cento na taxa de câmbio há uma oscilação em sentido oposto na dívida líquida de 0,13 ponto percentual, ou cerca de 5,13 bilhões de reais.

O BC projetou ainda que a dívida bruta do país ficará em 55,5 por cento do PIB em novembro, praticamente estável em relação a outubro, quando essa relação ficou em 55,4 por cento.

JUROS

A alta dos preços e da taxa Selic estão elevando o pagamento de juros. Segundo Maciel, a apropriação de juros em outubro, no acumulado do ano e o fluxo de 12 meses são os mais elevados da série histórica do BC.

No mês passado, esse valor chegou a 20,257 bilhões de reais, 25% maior do que em outubro de 2010. No acumulado no ano, chegou-se a 197,732 bilhões de reais e a 235,792 bilhões de reais em 12 meses, o que representa 5,87 por cento do PIB.

"Esse crescimento do juros se deve ao aumento nominal da dívida e ao aumento de outros indexadores, sobretudo a inflação nos últimos meses, que impactaram na incorporação de juros em 2011", afirmou Maciel.

De acordo com os dados passados pelo economista do BC, o aumento de 1 ponto percentual na inflação -levando-se em conta todos os indicadores- há um efeito ao longo de 12 meses de 0,11 ponto percentual, ou 5,2 bilhões de reais.

O IPCA, indicador usado como meta do governo, acumulava alta de 6,97 por cento em 12 meses em outubro. Ainda estava acima do teto da meta, de 6,5 por cento para 2011 todo.

SUPERÁVIT PRIMÁRIO

O setor público brasileiro registrou superávit primário de 13,959 bilhões de reais em outubro, ainda segundo o BC, o segundo melhor resultado para esses meses na série histórica do BC, iniciada em 2001.

No acumulado do ano, a economia feita pelo país para pagamento de juros ficou em 118,596 bilhões de reais, o que representa 92,7 por cento da meta total de 127,9 bilhões de reais para o ano todo. Num fluxo de 12 meses, o superávit primário estava em 3,33 por cento do PIB, acima da meta do governo, de algo em torno de 3 por cento.

"A evolução das contas mostraram o comprometimento do governo na área fiscal. A situação fiscal se encontra nesse momento numa situaçã positiva e nos dá margem e instrumentos necessários para enfrentar a crise de uma forma bastante positiva", afirmou Túlio Maciel.

Os governos regionais contribuíram com o superávit primário com uma economia de 2,229 bilhões de reais no mês, já as empresas estatais registraram saldo positivo de 326 milhões de reais.

Apesar do superávit primário mais alto, a apropriação de juros impediu uma queda maior do déficit nominal, que ficou em 6,298 bilhões de reais no mês passado, acumulando no ano 79,136 bilhões de reais.

No mesmo período do ano passado, o Brasil tinha um déficit nominal -receitas menos despesas, incluindo pagamento de juros- de 6,366 bilhões de reais.

Fonte: Reuters

NO RIO, DESEMBARGADOR É PARADO EM BLITZ E DÁ VOZ DE PRISÃO A PM

Após ter seu carro oficial parado por agentes de uma blitz da Lei Seca em Copacabana (zona sul do Rio), o desembargador Cairo Ítalo França David, do Tribunal de Justiça do Estado, deu voz de prisão a um tenente da PM alegando que, por ser uma autoridade, não deveria ser fiscalizado. A informação foi divulgada pelo governo do Estado.

O desembargador, da 5ª Câmara Criminal, estava em carro oficial que era conduzido por Tarciso dos Santos Machado. Ao ser parado pelos policiais, o motorista se recusou a estacionar na baia de abordagem e parou o veículo no meio da rua. Além disso, se negou a fazer o teste do bafômetro e a entregar os documentos do carro.

David, então, desceu do veículo e disse aos agentes que não deveria ser fiscalizado por ser uma autoridade e deu voz de prisão para um dos integrantes da operação.

O carro do magistrado foi rebocado, e o motorista foi multado por se recusar a fazer o teste e a entregar os documentos.

Os envolvidos foram levados para a 13ª DP, em Ipanema (zona sul), onde o caso foi registrado.

Os agentes da Operação Lei Seca também foram à delegacia prestar depoimento como testemunhas. Após ouvir as declarações, o delegado Sandro Caldeira concluiu que não houve abuso de autoridade por parte dos agentes da operação e liberou o policial.

Fonte: Folha

NARCOTRÁFICO MATA 14 NO MÉXICO EM DOIS DIAS


Atos de violência relacionados ao tráfico de drogas no México provocaram 14 mortes registradas entre quinta e sexta-feira no Estado de Veracruz, informa um comunicado divulgado pela Procuradoria de Justiça estadual.

A nota, publicada na sexta-feira, anuncia a descoberta de seis corpos com marcas de tortura, que tinham sido abandonados na região de Santa Fé, próxima ao porto de Veracruz.

A Procuradoria afirma que os corpos apresentavam um avançado estado de decomposição, o que levou os legistas a calcularem que as vítimas foram mortas entre seis e oito semanas atrás.

Em dois comunicados, a Sedena (Secretaria de Defesa Nacional) do México indica que tiroteios com o Exército do país deixaram outros oito mortos, supostamente narcotraficantes, nos municípios de Pánuco e Ixhuacán de los Reyes, também em Veracruz.

A Sedena destaca que os enfrentamentos foram registrados na quinta-feira, quando militares foram atacados por grupos de criminosos.

Hector Guerrero - 24.nov.11/France Presse
Soldado fica de guarda durante a noite em região ameaçada pelos cartéis do narcotráfico mexicano
Soldado fica de guarda durante a noite em região ameaçada pelos cartéis do narcotráfico mexicano

De acordo com a secretaria, as duas operações apreenderam oito fuzis automáticos, 800 cartuchos de diversos calibres, 37 carregadores para diferentes armas e dois veículos que transportavam os bandidos.

Neste ano, o Estado de Veracruz tem sido palco de um confronto entre cartéis do narcotráfico que disputam o controle do território, utilizado para a passagem de drogas e de imigrantes ilegais.

Entre os fatos mais violentos dos últimos meses está a descoberta de 35 corpos em dois veículos no dia 20 de setembro, numa importante avenida da região turística de Veracruz-Boca del Río, assim como a localização no dia 6 de outubro de outros 32 corpos em casas utilizadas pelos narcotraficantes.

Fonte: Folha

LOURA FATAL É CONDENADA A 15 ANOS DE PRISÃO


A estudante Verônica Verone, de 18 anos, foi considerada culpada na noite desta quinta-feira (24) da morte do empresário Fábio Gabriel Rodrigues, de 33 anos, após um julgamento de 11 horas. Ela foi condenada a 15 anos de reclusão.
Foto: Agência O Globo

Verônica Verone e o empresário Fábio Gabriel Rodrigues
Rodrigues foi morto no dia 14 de maio deste ano, em um motel do município de Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro, estrangulado com um cinto. A promotoria conseguiu provar, por meio de testemunhas, que a jovem premeditou o assassinato.
Uma das testemunhas, Bruno Henrique do Carmo, atendente de uma Lan House, afirmou que Verônica perguntou se ele conhecia "algum assassino que poderia fazer um trabalho". Além disso, a jovem teria tentado comprar uma arma por R$ 2 mil.
Em sua defesa, o advogado de Verônica, Rodolfo Thompson, sustentou a tese de que ela tem problemas psiquiátricos e matou pois o empresário tentou estuprá-la. Ele afirmou que, quando criança, Verônica tinha sido violentada pelo pai e que reagiu ao se encontrar pela segunda vez na mesma situação.
Durante o julgamento, no qual a ré foi expulsa uma vez, a promotoria a chamava pelo apelido de "Loura Fatal", em um trocadilho pela sua beleza e por ter assassinado o empresário. A jovem foi julgada por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima),e demonstrou comportamento inconstante no tribunal, alternando choro com caretas para os presentes. 
Fonte: IG