sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

EM TEMPOS DE CRISE, EUROPEUS ALUGAM DESDE FURADEIRA ATÉ MACACO HIDRÁULICO

Macaco hidráulico, furadeira e brinquedos... com a crise econômica, o momento não é o mais propício a acumular objetos nos armários, mas a alugá-los a particulares - uma nova forma de consumo que vem beneficiando as duas partes.

Na Europa, o fenômeno da locação torna-se corrente neste período de festas, com os bens podendo ser cedidos por hora, dia, semana e até por mês.

Os sites de relacionamento apresentam cada vez mais pessoas à procura de uma ferramenta, roupa, acessório ou de serviços temporários, o que marca a emergência de um novo "consumo em colaboração".

Alexandre Woog, fundador, em 2009, do 'E.loue' constata, em seu site, "um grande número de trocas nos últimos meses.

"Preciso de uma furadeira, mas não posso pagar tão caro por uma ferramenta que vou usar durante 12 minutos! Dessa queixa surgiu a ideia de criar um site de troca entre particulares. Este ano, as conexões estão explodindo", felicita-se o ex-banqueiro. "Quanto à locação do macaco hidráulico, que usei para tornar meu blog conhecido, caminha de vento em popa!", afirma ele.

"Não posso aumentar o poder de compra das pessoas, mas sim o seu poder de uso", considera. "Temos cerca de 130.000 objetos 'em reserva' no momento. As pessoas podem alugá-los por cerca de 10% de seu preço de compra", comenta.

Se você sonha em dirigir um Ferrari ou sair com uma bolsa Louis Vuitton, pode encontrar no site 'Zilok.com' as informações sobre o aluguel de produtos de luxo.

Sophie, por exemplo, anunciou o aluguel de uma filmadora comprada no natal passado. "Em alguns meses, consegui 300 euros", conta a jovem no Zilok.com, site eclético que divulga on-line cerca de 200.000 objetos.

Outros sites são dedicados a uma determinada clientela. O recém-criado 'Mamanlou.com' está voltado para a mulher e o bebê.

"Alugando artigos de puericultura e maternidade, poupa-se muito, além de consumir de uma forma inteligente", diz o site.

Sylvie acostumou-se a alugar um carro aos finais de semana.

"Gostaria de comprar um belo modelo novo, mas vi que as despesas com a manutenção e posse se elevariam a quase 5.000 euros por ano", explica.

No entanto, ela aconselha aos internautas "a não se esquecerem de verificar os documentos, como os seguros pagos, além de pegar uma boa garantia e assinar um contrato de locação".

Fonte: AFP

VULCÃO SUBMERSO AFETA A VIDA DOS HABITANTES DE LA RESTINGA


Um vulcão submerso em erupção no sul da Espanha está afetando drasticamente a vida de moradores de uma ilha nas Canárias.

Manchas da erupção vulcânica na região das Ilhas Canárias, em foto de 3 de novembro (AFP)
"(O vulcão) está nervoso hoje. Veja como ele está!", diz o pescador Elio Morales Rodríguez, da aldeia de La Restinga, na costa sul da ilha El Hierro.

"A mancha verde na água é uma zona morta", ele agrega, olhando em direção ao mar. "Está matando tudo. Não há pescaria, escolas de mergulho, turismo - só peixes mortos na superfície."

O vulcão submerso está em erupção há mais de um mês, 5 km ao sul de El Hierro, a menor das sete ilhas das Canárias. De cerca de 60 metros abaixo do nível do mar, o vulcão está expelindo gases e lava quente, e parte disso está chegando à superfície marinha.

O fenômeno natural, um espetáculo cheio de cores; atraiu atenção da mídia, mas afastou os turistas. A jornalista local Barbara Belt diz que os moradores da região não sabem quando o burburinho ao redor do caso acabará e quando eles poderão retomar sua rotina.

Em La Restinga, muitos bares, restaurantes e hotéis estão fechados, e muitos habitantes abandonaram a aldeia.

Tremores

Cientistas explicam que a erupção é parte de uma evolução vulcânica de longo prazo nas Ilhas Canárias, o que pode resultar em uma nova ilha, ou adicionar novos pedaços de terra ao sul da costa de El Hierro.

"Tem havido uma grande atividade sísmica ao redor da ilha", diz Nemesio Perez, coordenador científico do Instituto de Vulcanologia das Ilhas Canárias, o Involcán. "Na costa sul, o magma chegou à superfície. A dúvida é se isso também acontecerá na costa norte também."

Nos últimos quatro meses, o Involcán detectou mais de 11 mil tremores pela ilha El Hierro, um dos quais medindo 4.6 na escala Richter - forte o suficiente para ser sentido em duas ilhas ao norte (La Gomera e Tenerife). Um morador de El Hierro disse que o tremor parecia um "choque elétrico"; outro descreveu o barulho como um "rugido profundo".

A maioria dos tremores em El Hierro passa despercebida dos 10 mil habitantes locais, mas alguns são poderosos o suficiente para causar nervosismo.

"Os moradores estão com suas malas prontas na porta de casa, com roupas, bateria de rádio, lanterna, cobertores e comida", conta Barbara Belt.

Ao norte da ilha, em uma área chamada La Frontera, uma professora chamada Carmen diz estar usando jogos para estimular as crianças a entender os procedimentos de emergência. "Quando assopro o apito, (as crianças) correm para debaixo da mesa o mais rápido possível. Cantamos canções até que tudo esteja terminado, daí elas formam uma fila, segurando uma corda, para sair da sala", conta.

'Dramatização'

A rotina dos moradores de El Hierro foi abalada também pelo fechamento temporário de um túnel de grande circulação, além da interdição de casas que ficam em áreas potencialmente perigosas.

Para alguns, o pior tem sido o impacto do fenômeno natural sobre o turismo.

"A TV e os jornais dramatizam tudo", diz Máximo Rodríguez, conversando em um bar quase vazio em La Restinga. "Isso assusta as pessoas. Elas têm que vir pra cá. Quando é que você tem a oportunidade de testemunhar algo como isso (a erupção)?", defende ele.

Ao norte da ilha, em La Frontera, os proprietários do bar Tasca La Cantina, José Antonio Padrón Perez, e sua mulher, María Fonte Armas, também se queixam.

"Recebemos (visitantes) do norte da Europa durante a estação de inverno. (Mas) todos cancelaram. A vida não é tão dramática quanto diz a imprensa. Estamos todos cientes da atividade vulcânica. Estas são ilhas vulcânicas!"

El Hierro é a mais vulcânica das Ilhas Canárias, e talvez por isso os moradores não estejam temerosos. A professora Carmen diz que seus alunos pintam os vulcões como algo colorido e divertido, e não como um fenômeno sinistro.

Joachim Gottsmann, vulcanologista na Universidade de Bristol (Grã-Bretanha), que lidera uma comissão europeia de estudos vulcânicos, explica que não há perspectivas claras de uma nuvem de fumaça - a exemplo da que se formou na Islândia no passado - se desenvolvendo nas Canárias.

"Até agora, a erupção ao sul de El Hierro é basicamente submarina", diz ele, acrescentando, porém, que isso pode mudar de uma hora para outra.

Sendo assim, uma nuvem de incertezas de fato paira sobre os moradores das Canárias. Eles bem que gostariam que a nuvem se dissipasse - ou, ao menos, que os turistas fossem para lá para ver com seus próprios olhos a atividade vulcânica.

Fonte: BBC Brasil

EUROPA FECHA ACORDO PARA RESTAURAR A CONFIANÇA DO MERCADO MESMO SEM A GRÃ-BRETANHA

Países europeus aderiram nesta sexta-feira a um pacto de controle fiscal e orçamentário, com o objetivo de enfrentar a crise econômica do bloco e tentar restaurar a confiança dos mercados no euro.

Porém, por conta de objeções de países como a Grã-Bretanha, não haverá um tratado que abranja a União Europeia – como queriam Alemanha e França –, e sim um pacto intergovernamental, que provavelmente será firmado por 26 países do continente.

O pacto inclui penalidades automáticas para países cujo deficit público exceda 3% de seu PIB; a antecipação, para julho de 2012, de um Mecanismo Europeu de Estabilidade (fundo permanente de resgate para os países da região); e um financiamento de 200 bilhões de euros a países endividados, a ser provido por países europeus para o FMI.

A ausência de um tratado que englobe toda a UE deve fazer com que as medidas sejam menos rigorosas, diz o editor de Europa da BBC, Gavin Hewitt. O lado positivo é que o pacto intergovernamental deverá ser aprovado mais rapidamente do que um tratado seria.

Mais detalhes das medidas serão anunciadas ainda nesta sexta-feira, durante a cúpula da UE em Bruxelas, e os líderes europeus pretendem ter um pacto pronto para entrar em ação em março de 2012.

Duas velocidades

Mesmo após quase dez horas de discussões, a UE não conseguiu obter consenso em torno das medidas propostas.

A principal objeção veio da Grã-Bretanha, que exigiu ser eximida de algumas regulamentações orçamentárias e financeiras – as quais, segundo o premiê David Cameron, influenciariam negativamente a City londrina, coração financeiro do país.

Como a exigência britânica foi vetada, Cameron rejeitou o pacto.

Outros países – Suécia, Hungria e República Tcheca – disseram que vão consultar seus Parlamentos antes de tomar uma decisão. Há dúvidas também se a Dinamarca passará o pacto pelo crivo parlamentar antes de assiná-lo. O presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, se disse convencido de que os países aceitarão o acordo.

Apesar disso, Gavin Hewitt explica que as medidas pactuadas representam um passo importante em direção à maior integração fiscal da Europa. Ele ressalta, porém, que os líderes europeus já levantam temores de que as normas, por conta de seu alcance limitado a alguns países, produzam uma Europa de "duas velocidades".

'Mais coerência'

Em defesa do acordo, a chanceler (premiê) Angela Merkel disse que, "após longas negociações, este é um resultado muito importante porque aprendemos com erros passados e no futuro teremos decisões vinculantes (adotadas por todos os países), com mais (espírito de) comunidade e mais coerência.

O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, disse que o acordo desta sexta levará a mais disciplina na política econômica – "um desfecho muito bom para a zona do euro".

Mesmo assim, o pacto ainda não conseguiu entusiasmar os mercados financeiros, que esperavam que fossem aprovadas medidas dando mais poder de ação ao BCE.

Em meio às discussões sobre a crise, a UE aprovou nesta sexta a adesão de seu 28º membro, a Croácia, que se tornará parte efetiva do bloco a partir de julho de 2013.

Fonte: BBC Brasil

CROÁCIA ASSINA TRATADO PARA INTEGRAR A UNIÃO EUROPEIA EM 2013


Croácia assina tratado para aderir à União Europeia em 2013

A Croácia assinou nesta sexta-feira o tratado de adesão à União Europeia, medida que abre o caminho para que o país, antigo estado da ex-Iugoslávia, se torne o 28o membro do bloco em 2013, por ter efetuado as profundas reformas econômicas e democráticas exigidas.

Políticos da UE esperam que a adesão da Croácia convença outros países dos Bálcãs de que as reformas valem a pena e, em conseqüência, seja acelerada a transição para a democracia numa região abalada por guerras de fundo étnico nos anos 1990.

Em declarações durante a cerimônia de adesão, em Bruxelas - realizada à margem da cúpula da UE -, o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, disse que o bloco permanece comprometido com as nações dos Bálcãs, apesar das dificuldades econômicas.

"A façanha da Croácia prova a todos naquela região que por meio de duro trabalho, persistência, coragem política e determinação a adesão à UE está ao alcance", afirmou Van Rompuy.

"A Croácia é pioneira, demonstrando de modo tangível que o futuro dos Bálcãs ocidentais como um todo está na União Europeia. A União permanece comprometida com essa perspectiva."

Fonte: Reuters