terça-feira, 31 de janeiro de 2012

GOVERNO DA BAHIA CANCELA SELEÇÃO PARA PROFESSORES

Todos os candidatos que concorreram às vagas para professores de física e química no processo seletivo realizado no último domingo, 29, terão de refazer as provas no dia 11 de fevereiro. A decisão, que deverá atingir aproximadamente 1,2 mil candidatos, foi definida pela Secretaria de Educação (SEC) por conta do atraso da Consultec, responsável pela organização da seleção, na distribuição das provas no Colégio Polivalente do Cabula, onde aproximadamente 500 pessoas iriam realizar as provas.

As provas para as vagas em física serão refeitas em 28 cidades, enquanto as vagas em química serão em 27 cidades. Depois de consultar a Procuradoria Geral do Estado (PGE), a SEC foi convencida de que a melhor alternativa para manter a igualdade de condições no processo seletivo seria o cancelamento das provas de todos os candidatos a vagas para física e química.

Em nota distribuída à imprensa, a SEC informou que houve atraso na distribuição das provas, sem especificar o que teria ocasionado o problema. No site da Consultec (www.consultec.com.br), um aviso publicado no domingo diz que alguns candidatos teriam causado tumulto diante do atraso e que por isso a aplicação das provas no Colégio Polivalente do Cabula teria sido cancelada. “Por atraso na distribuição do material de prova, alguns candidatos causaram tumulto impedindo a realização das provas, provocando, com isso, a suspensão da aplicação nesse colégio”, diz um trecho do aviso.

De acordo com o analista de sistemas, Valnei Batista, candidato a uma vaga como professor de física, a Consultec enviou provas para vagas de assistente administrativo para o local em que os candidatos fariam provas para vagas de professores de física e química. “Não havia a menor condição psicológica para se fazer a prova 2h30 depois. Agora, para mim o maior prejuízo é a perda da credibilidade deste processo seletivo”, lamenta.

De acordo com o advogado especialista em concursos públicos, Waldir Santos, a decisão tomada pela SEC é a melhor dentre as opções disponíveis. “Não se trata de um erro proposital, aconteceu por incompetência mesmo”, pondera, lembrando que os prejuízos causados aos candidatos são altos. “A lei deveria responsabilizar os organizadores e cobrar deles o prejuízo”, diz.

A outra crítica do especialista é direcionada à SEC, por ter optado pela seleção pelo Regime Especial do Direito Administrativo, no lugar do concurso público. “É uma decisão de não respeitar a regra constitucional, que estabelece o concurso público”, afirma. Ele lembra que o Estado poderia ter relocado aprovados no último concurso.

Fonte: A Tarde

JOVEM É RESGATADA TRÊS DIAS APÓS O VEÍCULO CAIR EM BARRANCO


A mãe da jovem que foi socorrida três dias após o veículo cair em um barranco em Populina, no interior de São Paulo, disse que os parentes a procuravam desde o dia do acidente. "Procuramos Caroline por diversas cidades, estradas, canaviais e até em cidades do estado do Mato Grosso do Sul e não a achamos", contou a dona de casa Fátima Carvalho Soares, de 40 anos.
Jovem foi encontrada com fratura e dentro da água - Dário Stecker dos Santos/AE
Dário Stecker dos Santos/AE
Jovem foi encontrada com fratura e dentro da água

Caroline Laila Soares saiu do trabalho para dormir na casa da avó, em Alexandrina, cidade vizinha onde a família mora, em Iturama (MG). "No meio do caminho, ela decidiu ir para a casa de um amigo, em Jales (SP), com que ela teve um sonho no qual ele morria", contou.

Com o passar dos dias, Fátima disse que pensou que a filha já estivesse morta. "Eu já pensava que queria encontrar minha filha, estivesse viva ou morta. A gente fica desesperada e reza muito", disse. O drama de Fátima terminou na noite de domingo, quando o funcionário da usina telefonou para o pai de Caroline contando que tinha encontrado a filha. "Ela ainda teve forças para dar o telefone para o moço, que nos avisou", afirmou.

Fátima reencontrou a filha ainda na noite de domingo, às 21h30, quando a moça deu entrada no pronto-socorro da Santa Casa de Fernandópolis. "Quando vi minha filha e vi que ela estava consciente eu pensei: Deus deu uma segunda chance para ela." Caroline continua internada na Unidade de Terapia Intensiva da Santa Casa de Fernandópolis. "Os médicos estão esperando ela melhorar da anemia e da desidratação para operá-la da fratura. Mas ela não corre risco de vida, graças a Deus", afirmou. "Minha filha nasceu de novo".

Fonte: Estadão

ACIDENTE NA FLÓRIDA DEIXA CINCO BRASILEIROS MORTOS


Cinco brasileiros estão entre as dez vítimas de um engavetamento que aconteceu no domingo em uma estrada da Flórida, nos Estados Unidos, disseram nesta segunda-feira membros de uma igreja brasileira. O acidente com pelo menos 18 veículos deixou destroços por cerca de dois quilômetros da Interstate 75, perto de Gainesville, norte do Estado.

Os brasileiros voltavam para Atlanta após participar em Orlando de um congresso religioso do qual o brasileiro Fábio Bertoni, pastor da Living Water Christian Family Church, filial americana da Igreja Apostólica e Profética Águas, era um dos organizadores.

Foto: AP
Destroços de veículos que colidiram são vistos no trecho de Gainesville da Intertate-75, estada da Flórida (29/01)


Celso Bertoni, irmão de Fábio que integra a mesma igreja no Brasil, confirmou as informações de que o acidente matou o pastor José do Carmo Júnior, da Igreja Internacional da Restauração, sua mulher Adriana Souza do Carmo, pastora da mesma igreja, e uma das filhas do casal, Lecticia.

Lidiane, outra filha do casal, está no hospital, assim como a brasileira Juliana Lima. As duas outras vítimas são o irmão do pastor, também chamado José, e sua mulher, Rose.

Posteriormente, o Consulado do Brasil em Miami confirmou à BBC a morte de ao menos dois brasileiros, sendo que um dos corpos já teria sido identificado pelo Instituto Médico Legal da Flórida.

Segundo a assessoria de imprensa do Itamaraty, o Consulado em Miami está fornecendo dados biométricos das vítimas para ajudar na identificação. Os dados foram registrados pelo serviço consular durante renovação dos passaportes dos cidadãos brasileiros.

FALTA DE VISIBILIDADE

A falta de visibilidade teria causado a colisão de pelo menos 12 veículos utilitários e seis carretas nos dois sentidos da Interstate 75. Antes do acidente, as autoridades locais tinham fechado a rodovia por causa de um nevoeiro, mas ela foi reaberta quando as condições foram consideradas melhores.

Autoridades acreditam que um incêndio florestal próximo à estrada prejudicou ainda mais a visibilidade. Após a colidão, alguns dos veículos pegaram fogo e pelo menos 18 feridos foram levados ao hospital.

"Meu automóvel foi atingido duas vezes. Não se via nada mais do que fumaça e chamas, mas se ouviam as batidas de um veículo contra outro. Também se ouviam explosões", assegurou o motorista de um dos veículos ao jornal "The Gainesville Sun".

O trânsito das seis pistas da I-75 - que percorre a Flórida do norte a sul - teve que ser interrompido durante boa parte do domingo, assim como a estrada US 441, onde, segundo o jornal, também aconteceram vários acidentes por causa da fumaça do incêndio e do nevoeiro.

Veja o local do acidente no mapa:
Foto: Arte/ iG
Acidente aconteceu na Interstate 75, perto de Gainesville, na Flórida

Fonte: IG

PARA ECONOMISTAS, SELIC DE UM DÍGITO TEM POR META EVITAR A BOLHA ESPECULATIVA

A estratégia de redução da taxa de juros básica da economia brasileira, a Selic, pelo Banco Central pode ter como objetivo evitar a formação de uma bolha de capital especulativo no Brasil.

Na avaliação do economista André Perfeito, da Gradual Investimentos, com vários investidores no mundo atrás de opções rentáveis para alocar recursos e com um risco relativamente baixo, o Brasil surge com um Eldorado para o mercado financeiro internacional. “O BC está prestando atenção nisto e não irá permitir que esta diferença faça que surja uma bolha por aqui”, afirmou o economista.

A taxa Selic vem caindo desde agosto do ano passado, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) iniciou o processo com os juros em 12,5% ao ano. No último encontro do colegiado do Banco Central, em 18 de janeiro, a taxa sofreu sua quarta queda consecutiva, atingindo 10,5% e, segundo projeções dos analistas do mercado financeiro, deverá continuar caindo ao longo de 2012.

Comportamento da Selic

Evolução da taxa básica de juros desde janeiro de 2009
Fonte: Banco Central

O Boletim Focus, a pesquisa semanal que a autoridade monetária faz junto às instituições financeiras, projeta a Selic em 9,5% no fim do ano. O próprio Copom admitiu na semana na ata da última reunião grandes chances de a taxa ficar abaixo de 10% no fim de 2012. “O Copom atribui elevada probabilidade à concretização de um cenário que contempla a taxa Selic se deslocando para patamares de um dígito”, afirmou o BC no documento.

Na avaliação de Perfeito, o BC introduziu na ata um tema muito interessante, antes ignorado nas ponderações da Gradual sobre os juros. “O descolamento entre o que é praticado no Brasil em termos de juros e o resto do mundo está gerando uma demanda elevada por títulos domésticos e, com esta demanda, a taxa de juros deve cair à força”, segundo o economista.

“Não é segredo para ninguém que os juros no Brasil são elevados, mas a novidade aqui não são os juros, mas a percepção de risco sobre nossa economia que melhorou sensivelmente nos últimos anos seja porque nós melhoramos de fato ou porque o resto do mundo piorou. A questão é que o Brasil está tanto em termos absolutos como relativos melhor do que anos atrás”, acrescentou o especialista da Gradual.

De acordo com o professor de economia do Insper Instituto de Ensino e Pesquisa, Alexandre Chaia, a redução da taxa de juros mostra que o Banco Central e a equipe econômica têm como foco a redução do custo da dívida, uma vez que o governo capta recursos no exterior emitindo títulos do Tesouro que são remunerados pela taxa de juros Selic.

“O BC está seguindo uma linha mais focada no crescimento da economia e menos no controle da inflação”, disse. “Nesse contexto, reduzir a remuneração que se paga aos investidores significa mais recursos em caixa que podem ser utilizados para investimentos no crescimento da economia”, acrescentou.

Taxa de juros na vida do cidadão comum

O Copom utiliza a taxa de juros Selic como instrumento de controle da inflação por meio da moderação da oferta de crédito e, por consequência, do consumo.

Em um cenário de economia aquecida, a procura por bens e serviços cresce e há dificuldade para a indústria, o comércio e o setor de serviços suprirem as demandas dos consumidores na mesma intensidade do aumento da procura.

Como a demanda e a oferta não têm o mesmo ritmo, os preços acabam subindo, gerando inflação.
Quando eleva a taxa básica da economia, o BC busca estimular a poupança interna e conter a expansão excessiva da demanda por bens e serviços.

No sentido oposto, quando inicia um ciclo de corte na taxa de juros a autoridade monetária sinaliza um maior estímulo para a expansão do consumo, como por exemplo, para evitar impactos de uma recessão que possa ser gerada por efeitos da economia internacional ou pelo próprio ritmo da economia local.

A próxima reunião do Copom acontece nos dias 6 e 7 de março. A expectativa dos analistas é de que a autoridade monetária promova um novo corte na taxa de juros, levando a Selic para 10% ao ano.

Fonte: IG

DEPUTADO MOACIR MICHELETTO MORRE EM ACIDENTE CARRO


O deputado federal Moacir Micheletto (PMDB-PR) morreu na tarde desta segunda-feira (30) vítima de um acidente de trânsito na PR-239, perto do município paranaense de Assis Chateaubriand (574 km de Curitiba).

O acidente ocorreu por volta das 17h. Segundo sua assessoria, Micheletto estava sozinho em seu Corolla, que bateu contra uma caminhonete. O deputado, que morreu na hora, viajava até um sítio que mantinha no oeste do Estado.
Alan Marques - 2.jun.2006/Folhapress
O deputado federal Moacir Micheletto (PMDB-PR)
O deputado federal Moacir Micheletto (PMDB-PR)
Agrônomo, Micheletto tinha 69 anos, era filiado ao PMDB desde 1982 e definia a si mesmo como "a voz da agricultura" -- ele era coordenador político da Frente Parlamentar da Agropecuária.

Em 2007, seu nome foi cogitado pelo partido para ocupar o Ministério da Agricultura, no segundo governo de Lula, mas a indicação não foi levada pela cúpula do PMDB ao presidente.

O político estava em seu quarto mandato como deputado federal (antes, havia assumido a cadeira de deputado na condição de suplente por duas vezes, em 1993 e 1997).

No lugar de Micheletto, assume o também peemedebista Odílio Balbinotti (PMDB-PR), 70, ex-deputado federal por quatro mandatos.

Tal como Micheletto, Balbinotti também é vinculado à bancada ruralista e havia sido cogitado como ministro da Agricultura, em 2007, mas desistiu depois da revelação de suspeitas de irregularidades.

Fonte: Folha

LUCRO DO BRADESCO CAI NO 4° TRIMESTRE

O Bradesco encerrou o quarto trimestre com lucro líquido de 2,726 bilhões de reais, uma queda de 8,7 por cento em relação mesmo período de 2010, num resultado abaixo do esperado pelo mercado.

A instituição, segundo maior banco privado do Brasil, em bases recorrentes teve um lucro líquido de 2,771 bilhões de reais, avanço 3,2 por cento na comparação anual.

A previsão média de analistas consultados pela Reuters para este item apontava lucro recorrente de 2,92 bilhões de reais no período.

No final de 2011, a carteira de crédito do Bradesco era de 345,72 bilhões de reais, com um avanço anual de 17,1 por cento.

O banco prevê que a carteira de crédito crescerá entre 18 por cento e 22 por cento neste ano, mais rápido do que em 2011, na esperança de uma sólida recuperação da economia durante a segunda metade do ano, informou o banco nesta terça-feira.

O índice de inadimplência, medido pelo saldo de operações vencidas com prazo superior a 90 dias, foi de 3,9 por cento, ante 3,6 por cento doze meses antes.

Nos últimos três meses de 2011, as despesas do banco com provisões para perdas com crédito somaram 2,661 bilhões de reais, ante 2,295 bilhões de reais no último trimestre do ano anterior.

Fonte: Reuters

DILMA CHEGA A CUBA

A presidente Dilma Rousseff desembarcou no fim da tarde desta segunda-feira, em Havana, Cuba, para sua primeira visita de Estado à ilha caribenha.

Dilma Rousseff. Getty Images
Acompanhada dos ministros da Saúde, Alexandre Padilha, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, e do chanceler Antonio Patriota, titular das Relações Exteriores, a presidente não deu declarações no aeroporto e seguiu direto ao hotel onde ficará hospedada.

Dilma deve deixar de lado os apelos para que aborde a questão dos direitos humanos em Havana e deve se concentrar nas oportunidades geradas pela progressiva abertura econômica do país caribenho.

A viagem, que se estenderá até a manhã de quarta-feira, ocorre uma semana após a liberação da última parcela do empréstimo brasileiro de US$ 682,15 milhões à ampliação do porto cubano de Mariel, a 40 km de Havana. Depois de Cuba, Dilma seguira para o Haiti.

Executada pela empresa brasileira Odebrecht e prevista para terminar em janeiro de 2013, a obra inclui uma "zona especial de desenvolvimento", que abrigará indústrias voltadas à exportação e ao mercado cubano.

A visita de Dilma também se segue à decisão do Partido Comunista cubano, neste domingo, de limitar a dois mandatos de cinco anos os cargos políticos e estatais "fundamentais" do governo, o que foi interpretado como uma possível sinalização de renovação da cúpula que comanda o país.

Oportunidades

Segundo diplomatas brasileiros, além de ajudar Cuba em sua missão de "atualizar" o socialismo e diversificar suas fontes de receitas, a ampliação do porto de Mariel abrirá oportunidades de negócios para empresas brasileiras interessadas em se instalar ou expandir as operações na América Central.

E, caso os Estados Unidos suspendam seu embargo econômico à ilha, as empresas instaladas no porto terão acesso privilegiado a um dos maiores mercados globais, uma vez que Mariel está a apenas 160 km do Estado americano da Flórida.

Por ora, uma companhia brasileira – a fabricante de vidro Fanavid – já se prepara para construir uma unidade no local, em associação com o governo cubano. Cerca de 80% da produção da fábrica deverá se destinar à exportação.

Em sua visita, ainda segundo diplomatas brasileiros, Dilma deve tratar de uma iniciativa conjunta para a produção de medicamentos, valendo-se do expertise cubano no setor farmacêutico. Se houver acordo, a indústria também poderia se localizar no porto de Mariel.

O governo brasileiro também poderá negociar a ampliação do envio de médicos cubanos ao Brasil, para apoiar o atendimento no Serviço Único de Saúde (SUS).

Reformas

Raúl Castro deu início a reformas graduais de abertura

A instalação de empresas estrangeiras em Cuba tem sido especialmente estimulada por medidas adotadas desde que Raúl Castro assumiu o poder, em 2008, e que visam reformar o modelo econômico cubano, paulatinamente abrindo-o à iniciativa privada.

Nos últimos meses, o governo também cortou subsídios, desvalorizou o CUC (peso conversível cubano), eliminou 500 mil cargos públicos, autorizou a compra e a venda de casas e permitiu a abertura de mais de 400 mil pequenos negócios.

Segundo diplomatas, os assuntos econômicos e a cooperação bilateral devem dominar a visita da presidente. Eles afirmam que Dilma não deverá atender ao pedido de audiência com a blogueira oposicionista Yoani Sánchez, que busca a autorização do governo cubano para visitar o Brasil em fevereiro (ela já obteve o visto brasileiro, mas não a permissão para deixar Cuba), nem fazer menções à situação dos direitos humanos na ilha.

A viagem da presidente ocorrerá 11 dias após a morte do opositor cubano Wilman Villar. Ele morreu em meio a uma greve de fome pela qual protestava por ter sido condenado a quatro anos de prisão.

O governo cubano, porém, disse que Vilar estava preso por ter espancado sua mulher e que ele recebeu tratamento médico adequado na prisão.

Fonte: BBC Brasil

PARCERIA ENTRE BRASIL E CUBA PRETENDE TRANSFORMAR O PORTO DE MARIEL

Uma parceria entre Brasil e Cuba pretende transformar o Porto de Mariel, a 40 km de Havana, em um dos maiores da América Latina.
Porto de Mariel Foto: Odebrecht

A presidente Dilma Rousseff visita nesta terça-feira o local, que deve se tornar o principal símbolo do recente processo de abertura econômica da ilha.

Serão investidos, em quatro anos, US$ 957 milhões, dos quais US$ 682 milhões (71%) financiados pelo BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social). Trata-se da maior obra em Cuba desde que, em 1959, Fidel Castro liderou a Revolução que o levou ao poder e instaurou o socialismo no país.

Três décadas atrás, o Porto de Mariel foi o local de partida de cerca de 125 mil cubanos que deixaram a ilha caribenha rumo aos Estados Unidos em 1980 atrás de melhores condições de vida e acabou tornando-se um símbolo da derrocada da economia cubana.

O êxodo precedeu o declínio do então maior parceiro econômico de Cuba, a União Soviética, e teve o dedo do presidente Fidel Castro, que, diante de uma onda de invasões da embaixada peruana por cubanos desejosos de emigrar, declarou que todos que quisessem abandonar a pátria poderiam fazê-lo.

A migração em massa dos "marielitos", como ficaram conhecidos, prejudicou as ambições de reeleição do então presidente americano Jimmy Carter quando se descobriu que parte do grupo era integrada por presos e doentes mentais cubanos.

'Zona Especial de Desenvolvimento'

A viagem de Dilma a Cuba ocorre uma semana após a liberação da última parcela do empréstimo à obra, executada pela empresa brasileira Odebrecht, iniciada em 2010 e prevista para terminar em 2014.

Em visita ao porto em setembro, o presidente Raúl Castro, que sucedeu o irmão Fidel em 2008, afirmou: "Esta obra tem uma importância econômica extraordinária, não só para o desenvolvimento presente do país, mas também para o futuro".

O empreendimento inclui uma "zona especial de desenvolvimento" de 400 quilômetros quadrados, que abrigará indústrias voltadas à exportação e ao mercado cubano.

Segundo diplomatas brasileiros, além de ajudar Cuba em sua missão de "atualizar" o socialismo e diversificar suas fontes de receitas, a ampliação do porto abrirá oportunidades de negócios para empresas brasileiras interessadas em se instalar ou expandir as operações na América Central.

E caso os Estados Unidos suspendam seu embargo econômico à ilha, as empresas instaladas no porto terão acesso privilegiado ao maior mercado global, uma vez que Mariel está a apenas 160 km do Estado americano da Flórida.

Fábrica de vidro

Por ora, uma companhia brasileira – a fabricante de vidro Fanavid – já se prepara para abrir uma unidade no local, em associação com o governo cubano. Cerca de 80% da produção da fábrica deverá se destinar à exportação.

As obras em Mariel incluem ainda ações para facilitar o acesso de produtos ao porto, como a reforma de mais de 30 km de estradas e a construção de 18 km de rodovias, 63 km de estrutura para ferrovias e quase 13 km de vias ferroviárias.

Com a dragagem do porto, que permitirá seu uso por navios de grande calado, ele poderá movimentar 1 milhão de contêineres por ano. Comparado com portos brasileiros, Mariel só terá capacidade inferior ao de Santos, que em 2011 movimentou 2,7 milhões de contêineres.

Também serão construídos 700 metros de cais para o terminal de contêineres, um centro de carga, pátios, redes de abastecimento de água e tratamento de resíduos, além de toda infraestrutura para o fornecimento de energia elétrica.

Atualmente 2,7 mil trabalhadores atuam nas obras; após a conclusão do porto, espera-se que ele gere 3 mil empregos diretos e 5 mil indiretos.

Notoriedade histórica

Com a reabertura de Mariel, o porto deve recuperar a notoriedade que experimentou há décadas, mesmo antes do êxodo dos "marielitos" rumo à Flórida, em 1980.

Em 1962, auge da Guerra Fria e no caso que ficou conhecido como a Crise dos Mísseis de Cuba, aviões americanos fotografaram sete barcos lança-mísseis Komar, de fabricação soviética, ancorados no porto.

A descoberta gerou temores nos Estados Unidos de que os soviéticos estivessem se preparando para um ataque nuclear às terras americanas, suspeita reforçada após a divulgação de imagens que mostravam cerca de 40 silos para abrigar armas atômicas em Cuba.

Em discurso, o presidente americano John F. Kennedy ameaçou atacar Cuba caso o país se tornasse uma base militar soviética. Uma semana depois, o Senado americano aprovou o uso da força para garantir a segurança dos Estados Unidos diante da ameaça das instalações russas.

Já Nikita Kruschev, à época o primeiro-ministro soviético, disse que os mísseis visavam apenas defender Cuba de eventuais invasões. A precaução se justificava por acontecimento do ano anterior, quando cubanos residentes na Flórida patrocinados pelos Estados Unidos fracassaram após tentar invadir Cuba pela baía dos Porcos. Os temores de que a Crise dos Mísseis poderia desencadear uma guerra nuclear, porém, jamais se concretizaram.

Fonte: BBC Brasil

CANDIDATOS DISPUTAM OS VOTOS HISPÂNICOS NA FLÓRIDA

Às vésperas das prévias republicanas na Flórida, os pré-candidatos do partido disputam, voto a voto, a preferência de um eleitorado chave no Estado – os hispânicos.

O Estado é emblemático na disputa pela indicação de quem será o candidato do partido para disputar a Casa Branca.

O líder das pesquisas até o momento é o ex-governador de Massachusetts, Mitt Romney, seguido de Newt Gingrinch e Rick Santorum. Cada um deles conseguiu ganhar em um dos três Estados onde já ocorreram as prévias.

Para conquistar a simpatia dos votantes da Flórida, Romney e Gingrinch esforçam-se para falar em espanhol nos últimos dias. Os hispânicos representam 13,1% dos eleitores registrados para a votação.

Mas simplesmente falar espanhol - idioma que disputa lugar com o inglês em boa parte do Estado – não significa falar com um grupo coeso.

Ao contrário da visão tradicional, os eleitores hispânicos da Flórida hoje são um grupo diversificado, não apenas em sua origem, mas também em seus anseios e predileções políticos.

Antes majoritariamente republicano, o eleitorado hispânico hoje pende mais para os democratas. Os interesses também mudam de acordo com a região do estado na qual vivem.

Para alguns, a Flórida são três estados em um só: o sul é predominantemente cubano, o centro é portorriquenho e o norte, onde os hispânicos representam 10% da população total, assemelha-se mais ao sul rural do país.

Estado pendular

A Flórida é considerado um "Estado pêndulo" (swing state), já que nem republicanos nem democratas têm vitória garantida no local.

Em 2008, a Flórida foi com Barack Obama. Em 2001, no entanto, foi o Estado que deu a polêmcia vitória a George W. Bush.

Para os analistas, Obama ganhou no Estado justamente porque conseguiu apoio hispânico.

Segundo um estudo do Centro Pew Hispânico, até 2006 os habitantes de origem latina da Flórida tendiam a se identificar com o Partido Republicano. A mudança veio em 2008, a favor do partido de Obama.

De acordo com dados recentes publicados pela Divisão Eleitoral da Flórida, há 1.473.920 eleitores de origem latino-americana registrados no Estado, pouco mais de 13% do total.

O que mudou?

Para muitos analistas, a quebra geracional na comunidade de origem cubana (tradicionalmente republicana) e a chegada de cidadãos de outros países são as razões da mudança.

"No grupo entre 18 e 29 anos, Obama conseguiu 65% dos votos dos cubano-americanos", explicou Philip Williams, diretor do Centro de Estudos Latino-americanos da Universidade da Flórida.

"O peso do voto cubano tem diminuído. Nas eleições de 2004, os cubanos eram 55% do eleitorado hispânico. Em 2008, eram 40%. Agora, em 2012, serão talvez 35%”, diz.

Segundo o último censo, os cubanos são 32,4% dos cidadãos latinos da Flórida, concentrando-se no sul do Estado.

Já os portorriquenhos (que possuem cidadania americana) tornaram-se o segundo grupo hispânico do Estado, com 28,4% do total. A maioria vive nos arredores de Orlando.

Mais ao norte, predominam os mexicanos e os centro-americanos.

'Cubanização'

Alguns analistas apontam que a perda do apoio latino entre os republicanos é consequência da estratégia do partido, que sempre buscou “cubanizar” o debate político na Flórida.

"A questão em torno de Fidel Casto não repercute entre os outros latinos. Existem temas mais importantes", segundo Williams.

Pesquisas mostram que emprego, educação, habitação e saúde perfazem as principais preocupações dos eleitores hispânicos.

Para vários analistas, a visita de Obama a Porto Rico, em junho do ano passado, tinha intenções eleitorais.

Embora os habitantes do Estado livre associado (status da ilha) não possam votar nas eleições presidenciais, as preferências por lá podem influenciar a comunidade portorriquenha que vive na Flórida e que, sim, pode ir às urnas.

A disputa entre os republicanos também deve ser acirrada. Segundo uma pesquisa da Universidade de Quinnipiac, 36% dos eleitores da Flórida pretendem votar em Romney e 34% em Gingrich.

Fonte: BBC Brasil