sábado, 11 de fevereiro de 2012

SINDICATO FALA EM ADESÃO DE 70% DO EFETIVO NO RIO DE JANEIRO

O presidente do Sindipol (Sindicato dos Policiais Civis do Rio), Carlos Gadelha, disse que a adesão da categoria ao movimento grevista neste sábado é de 70%. Na noite de quinta-feira (9), o Corpo de Bombeiros e as Polícias Civil e Militar decretaram greve por aumentos salariais.

Segundo o sindicalista, apenas 30% do efetivo está nas delegacias. Eles registram crimes em flagrante, roubos de automóveis e remoção de cadáveres em casos de homicídio.

"Estamos levando essa greve nas costas. A Polícia Civil é a que está mais mobilizada", afirmou Gadelha.

No entanto, a assessoria de imprensa da Polícia Civil informou que as delegacias estão funcionando normalmente e não há registro de falta.
Daniel Marenco-10.fev.12/Folhapress 
Placas de aviso usadas pelos guarda-vidas, largadas no posto 11 da praia do Leblon, no Rio; greve continua hoje

De acordo com o chefe do Estado Maior Administrativo da PM, coronel Robson Rodrigues da Silva, a adesão foi pequena entre os militares e a situação nas ruas e nos batalhões "é tranquila".

O secretário estadual de Defesa Civil e comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Sérgio Simões, disse que somente 39 guarda-vidas não foram trabalhar, na praia da Barra da Tijuca (zona oeste do Rio).

A prisão na sexta-feira de 17 policiais militares líderes do movimento grevista (11 por mandados expedidos e 6 por flagrante) e o anúncio de processos administrativos contra 129 PMs e 123 bombeiros que faltaram ao trabalho deixaram a paralisação sem porta-vozes.

Fonte: Folha

EX-PRESIDENTE LULA É INTERNADO NO SÍRIO-LIBANÊS

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi internado neste sábado, por volta das 17 horas, após uma "queixa de perda de apetite e fadiga", informou a assessoria de imprensa do Hospital Sírio-Libanês.

Lula está em tratamento contra um câncer de laringe, diagnosticado em outubro do ano passado.

"Após avaliação, foi constatada apenas presença de inflamação de mucosa da laringe e esôfago, decorrentes da radioterapia", informa o boletim médico.

A internação ocorreu por opção da equipe médica "para observação e intensificação das medidas de suporte nutricional, fisioterápicas e fonoaudiológicas".

Segundo os médicos, o estado de saúde do ex-presidente é bom e não há alteração no plano de tratamento radioterápico.

Lula, de 66 anos, apresentou dificuldade de se alimentar recentemente,segundo uma fonte próxima ao ex-presidente.

O ex-presidente já passou por sessões de quimioterapia e iniciou o tratamento com radioterapia em janeiro, quando médicos informaram que exames mostraram que o tumor tinha diminuído 75 por cento, resultado considerado "extraordinário" e "excelente" pela equipe médica.

A assessoria de imprensa do Sírio-Libanês confirmou, por telefone, que o presidente provavelmente ficará internado até segunda-feira.

Fonte: Reuters

PORTUGUESES VÃO ÀS RUAS EM PROTESTO

Milhares de pessoas foram às ruas neste sábado em Lisboa, contra as medidas de austeridade adotadas pelo governo em meio à crise econômica que atinge a zona do euro.

Cerca de 300 mil manifestantes compareceram, segundo dados da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP), sindicato que convocou o protesto.

As medidas implantadas nos últimos meses pelo governo português, que incluem o corte do décimo terceiro e do décimo quarto salários anuais dos funcionários públicos e dos aposentados,o aumento dos preços dos transportes públicos e do atendimento médico público e a redução do seguro desemprego, causaram indignação na população.

Ao anunciar os cortes, no fim de 2011, o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho disse que eles medidas evitariam que o país ficasse sem condições de manter o programa de resgate do Fundo Monetário Internacional, da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu.

A manifestação deste sábado é a primeira desde que outra central sindical, a União Geral dos Trabalhadores, assinou um acordo concordando com as medidas de austeridade. Antes disso, as duas organizações tinham realizado uma greve geral conjunta de um dia.

Brasileiro desempregado

Incapacitado de trabalhar devido a um acidente profissional num curso de formação para soldador, o brasileiro Rodrigo Silva, de 27 anos, está parado há três meses. "Vim (para a manifestação) de Santo André, a 180 quilômetros de Lisboa", disse à BBC Brasil.

Ele estava aprendendo a soldar quando teve uma queimadura na mão. "Agora estou tendo dificuldades para conseguir atendimento médico, não tenho fisioterapia, não tenho apoio nenhum", conta Rodrigo, que vive há 24 anos em Portugal.

Carregando um cartaz que dizia "É muito triste ser pobre neste país de incerteza, onde há tanto abutre à sombra desta pobreza", ele afirma que não tem nenhuma fonte de renda. "Só tenho o prato de comida que minha mãe me dá".

Redução na aposentadoria

Uma perda de 20% em sua renda é quanto contabiliza o mecânico aposentado Augusto Leite. "Fiquei sem o subsídio de férias e o de Natal (como são chamados os décimo terceiro e décimo quarto salários) e além disso, a partir de agora os aposentados tem que descontar 1,5% do salário para a seguridade social".

Com 62 anos de idade, ele está aposentado há dois anos. "Eu comecei a trabalhar aos 13 anos. Além disso, o período que estive na guerra é contado em dobro para a aposentadoria", diz. Segundo Leite, a crise vai atingir todos os países capitalistas: "Dentro de 20 anos a nossa moeda vai ser o rublo (moeda russa)."

Queda de salário

A diretora de recursos humanos Sandra Pereira, de 36 anos, que também estava na manifestação, diz que sofreu uma queda drástica em seu nível de vida por causa da crise.

"A empresa em que eu trabalhava decidiu fundir as sucursais da Espanha e de Portugal e, como a colega de Madri tinha mais idade e dois filhos, ela ficou com o lugar. Agora acabou o seguro desemprego e não tenho nada", disse à BBC Brasil.

"De um rendimento de 4.500 euros mensais, passei para zero. Eu não tinha uma vida acima das minhas possibilidades, a única dívida que eu tinha era a prestação da casa. Estava no auge das minhas capacidades profissionais. Agora, já vendi meu carro e estou tentando vender a casa. O que me salva é a solidariedade da família e dos amigos", lamenta

Fonte: BBC Brasil

BRASIL ENDURECE EXIGÊNCIAS PARA A ENTRADA DE ESPANHÓIS

O Brasil passará a adotar exigências mais duras para a entrada de turistas espanhóis no País, usando o chamado princípio da reciprocidade. A partir de dois de abril, os visitantes terão que apresentar comprovantes para reservas de hotéis, passagens de ida e volta e provar que tem recursos para se manter no Brasil pelo período que desejam ficar. 

Serão necessários pelo menos R$ 170 reais por dia por pessoa, o equivalente a cerca de 80 euros. A comprovação poderá ser feita por cartão de crédito internacional, desde que o titular apresente uma fatura em que conste o limite permitido de gasto.

As exigências são mesmas feitas pela Espanha para os brasileiros que viajam ao país. Incluem, ainda, a necessidade de um passaporte com pelo menos seis meses de validade. Aqueles que não vão se hospedar em hotéis terão que apresentar uma carta-convite da pessoa que os receberá, com assinatura registrada em cartório e um comprovante de residência.

A decisão foi tomada pelo Itamaraty depois de uma série de negociações frustradas para tentar diminuir as dificuldades enfrentadas pelos brasileiros que chegam a Espanha. Desde 2008 o Brasil é o mais com maior número de cidadãos barrados nos aeroportos espanhóis. Já na época, quando cerca de 240 brasileiros eram barrados por mês e posteriormente deportados, foi criado um grupo binacional para discutir o tema, mas não houve evolução.

Ainda em 2011 o ministro das Relações Exteriores, Antonio de Aguiar Patriota, admitiu que as discussões não estavam avançando e havia casos inaceitáveis. Apesar de ter caído o número de barrados, a média ainda era de 140 pessoas por mês.

O endurecimento no tratamento dos brasileiros nas entradas na União Europeia, especialmente na Espanha, coincidiu com o início da crise econômica mundial. Pesquisadores brasileiros que estavam a caminho de um congresso e apenas de passagem pela Espanha foram deportados. Há casos de músicos com apresentações marcadas, engenheiros com cursos pagos e até crianças que chegaram a ficar presas por 48 horas dentro dos aeroportos, além de diversas reclamações de maus tratos.

A preocupação dos espanhóis, de que brasileiros queiram se mudar clandestinamente para a Europa, pode deixar de ser realista. Um relatório publicado em janeiro desse ano pelo governo espanhol mostra que o fluxo migratório está mudando. Ainda em 2010, 17,6 mil brasileiros voltaram para o País, enquanto 12,9 mil foram para a Espanha. Já o número de europeus querendo mudar para o Brasil apenas aumenta. Em 2011 o País recebeu 57% a mais de trabalhadores estrangeiros do que no ano anterior, um número considerável deles vindos da Europa, especialmente Portugal e Espanha.

Fonte: Estadão

FORD REVOLUCIONA MUNDO DOS MOTORES 1.0

Turbo, injeção direta de combustível e apenas três cilindros. Essas são as principais características do 1.0 EcoBoost, motor desenvolvido pela Ford. A novidade, que faz estreia no Focus europeu, é o primeiro até 1 litro com essa combinação de tecnologias, que permite reduzir o peso e baixar consideravelmente as emissões de poluentes.

Em 2014 esse propulsor será feito também na fábrica que a Ford vai erguer em Camaçari, na Bahia, para equipar o Fiesta e, possivelmente, a nova geração do Ka, em uma versão de 100 cv. O do Focus europeu gera 125 cv de potência e 20,4 mkgf de torque, bem mais que o moderno 1.6 Sigma do Fiesta mexicano, que rende 110 cv. Mesmo com potência superior, os níveis de consumo e emissões são ótimos, com 20 km/l e 114 g/km, respectivamente.

A tendência de motores com injeção direta e turbo começou com a Mitsubishi, em 1996. A marca não prosseguiu com a tecnologia, que passou a ser usada em larga escala com o Grupo Volkswagen nos anos 2000. Ford e Fiat investiram nessa solução para motores de baixa litragem.

Eis o segredo: o turbocompressor comprime o ar antes de ser admitido pelo motor, e joga um fluxo maior para dentro dos cilindros. Nesse momento, entra a injeção direta de combustível, que é mais precisa e espirra os jatos de combustível diretamente na região das velas de ignição, como nos motores a diesel, o que melhora a queima.

Isso já geraria um ganho de potência significativo e melhora ainda mais nos motores de três cilindros. Isso porque os pistões trabalham rápido aumentando a quantidade de explosões na câmara de combustão. É esse conjunto que torna o 1.0 EcoBoost da Ford tão eficiente.

A marca norte-americana vinha apostando no quatro-cilindros 1.6 de 160 cv a 180 cv, potência maior que boa parte dos 2.0 disponíveis no mercado. Com o 1.0 feito em Saarlouis, na Alemanha, a Ford está promovendo uma revolução.

Na Fiat, o sistema é semelhante, mas há uma série de válvulas que são ligadas e desligadas pela rotação do virabrequim para melhorar potência e consumo.

Fonte: Jornal da Tarde

GREVE NO RIO PÕE EM XEQUE A IMAGEM DE CABRAL

O processo de implantação de Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) em comunidades antes dominadas pelo tráfico de drogas é uma das grandes bandeiras do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. A antes inimaginável retomada do Complexo do Alemão e da Favela da Rocinha, bastiões do crime organizado no estado, ajudaram a impulsionar a popularidade de Cabral e a fortalecer sua influência no cenário nacional. Entretanto, apesar de sua representatividade, as forças de segurança pública não se mostram satisfeitas com o tratamento recebido do governo. A greve iniciada nesta sexta-feira por bombeiros, policiais civis e PMs é a segunda revolta em menos de um ano. Em 2011, bombeiros que lutavam por melhores condições de trabalho fizeram um movimento amplamente apoiado pela população. Diante deste cenário, fica a dúvida sobre até que ponto esta insatisfação pode provocar uma grave crise na administração pública fluminense.


O deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), que recomendou o indiciamento de 235 pessoas ligadas a grupos paramilitares quando presidiu a CPI das Milícias na Alerj, considera justa a reivindicação dos grevistas, mas não concorda com a paralisação. De todo modo, em meio aos questionamentos sobre a legalidade ou não do movimento, ele afirma que Cabral também deve ser responsabilizado, em caso de eventuais transtornos.

"O Sérgio Cabral está mais preocupado com a própria imagem do que com a população em si. Ele deveria assumir o papel de chefe de Estado e parar para negociar. Se, em vez de tentar desqualificá-los, adotasse uma postura conciliadora, duvido que houvesse sequer ameaça de greve. E este não é o único problema. Apesar da precariedade do sistema de transportes, o secretário Júlio Lopes permanece no cargo. A situação da saúde e da educação também é péssima. Tudo isto depõe contra ele", critica.


Embora considere completamente inadequada a decisão de transferir o cabo Benevenuto Daciolo do Quartel General do Corpo de Bombeiros, onde estava detido, para o presídio Bangu 1, na Zona Oeste, o também deputado estadual Flávio Bolsonaro (PP), ligado aos militares, diz ver com bons olhos a postura do governo na condução do caso.

“Falo isso com a maior tranqüilidade, porque não faço parte da base aliada. O substitutivo aprovado nesta quinta-feira representa grandes avanços para a categoria. É claro que não é o ideal, mas, dentro das atuais circunstâncias, é o que é possível fazer. Em uma negociação, ambas as partes tem que ceder. São cidadãos honestos, mas estão agindo com a emoção. Não é oportuno. A população não quer a greve. É preciso ser um pouco mais racional neste momento", pondera.

Quanto ao possível desgaste da imagem de Sérgio Cabral, ele minimiza: 

"Não é um problema exclusivo desta administração. É algo que se acumulou ao longo de décadas e acabou por explodir agora. Não creio em prejuízos".

Especialistas dizem que Cabral pode se sair vitorioso

O professor e cientista político Adriano de Freixo, do Instituto de Estudos Estratégicos da Universidade Federal Fluminense (UFF), acredita que o episódio pode até ser capitalizado de forma positiva pelo governador Sérgio Cabral. Segundo ele, a onda de homicídios que eclodiu na Bahia após a paralisação dos agentes criou uma imagem negativa do movimento perante a opinião pública, ao contrário do que ocorreu ano passado, quando a mobilização dos Bombeiros ganhou forte apoio popular. Deste modo, em meio ao medo do aumento da violência, uma reação firme poderia ser vista como

“O que pude sentir é que há uma sensação geral de medo. Até mesmo alunos que geralmente têm certa simpatia em relação a esse tipo de causa mostram-se reticentes. Noto uma tendência de posicionamento contrário ao dos policiais. Há uma estratégia de segurança bem definida, envolvendo a Força Nacional e o Exército, para o caso de uma greve de grandes proporções. A presença ostensiva das Forças Armadas, que têm uma reputação bastante positiva perante a população, poderia até aumentar a sensação de proteção nas ruas. Que fique claro: greve de PM não é greve, é motim. Uma postura firme seria muito bem vista pela população”.

A opinião é compartilhada pelo também professor e cientista político José Paulo Martins Junior, do Deportamento de Estudos Políticos da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). "Tudo vai depender do desenrolar da situação, mas acredito que, com um pouco de negociação, ele conseguirá reenquadrar a polícia. E caso o que ocorreu na Bahia não se repita no Rio, ele pode até ganhar alguns pontos com a população", conclui.

Fonte: Jornal do Brasil

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PEDE A REABERTURA DA OPERAÇÃO SATIAGRAHA

O Ministério Público Federal em São Paulo (MPF/SP) apresentou esta semana apelação à Justiça contra o arquivamento da ação penal resultante da Operação Satiagraha. Em novembro do ano passado, o descarte da ação dispensou o banqueiro Daniel Dantas e mais 13 pessoas de responderem pelos crimes de formação de quadrilha, gestão fraudulenta, evasão de divisas e lavagem de dinheiro.

O arquivamento ocorreu como consequência de uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) em junho de 2011. O tribunal superior entendeu que grande parte das provas colhidas na Satiagraha deveria ser anulada porque foram colhidas de forma ilegal, com participação de agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Como resultado, o juiz da 6ª Vara Federal Criminal Especializada em Crimes Financeiros e Lavagem de Dinheiro, onde corria a ação penal, Douglas Camarinha Gonzales, entendeu não ser possível continuar o processo contra os réus.

O Ministério Público, no entanto, acha que a interpretação do juiz foi muito abrangente e que apenas parte da ação foi prejudicada com a decisão do STJ - a que trata sobre corrupção, interceptações telefônicas e uma fração da ação por lavagem e crimes financeiros. A apelação foi encaminhada para o Tribunal Regional Federal da 3ª Região.

O MPF acredita que seis das sete imputações penais que a Procuradoria da República apresentou contra Dantas vêm de provas colhidas antes da interceptação telefônica considerada ilegal. Como exemplo, o órgão cita declarações prestadas no inquérito policial, pesquisas em bancos de dados de juntas comerciais, auditoria feitas na Brasil Telecom, busca e apreensão de dados do Banco Opportunity e informações do Banco Central e da Comissão de Valores Mobiliários.

Fonte: Agência Brasil

OPOSIÇÃO NA VENEZUELA VAI ÀS URNAS ESCOLHER CANDIDATO CONTRA CHAVES

Partidos de oposição na Venezuela se enfrentarão neste domingo em eleições primárias para decidir o candidato que enfrentará o presidente Hugo Chávez nas eleições presidenciais de outubro.

O favorito nas pesquisas é o atual governador do Estado de Miranda, Henrique Capriles Radonski.

Durante a campanha, em uma tentativa de se desligar do passado que o vincula à direita conservadora venezuelana, Capriles Radonski, de 39 anos, se esforçou em adotar uma linguagem popular, prometeu dar continuidade aos programas sociais do atual governo e defende o "modelo Lula" como o caminho à seguir.

"Não é a hora nem da direita nem da esquerda. Chegou a hora do progresso, somos progressistas", disse.

De caráter inédito e interpartidário, as primárias são vistas como a única saída da oposição venezuelana para unir esforços e enfrentar Chávez - com alguma possibilidade de disputa - nas eleições presidenciais.

Analistas apontam que, ao diluir o pleito entre vários candidatos opositores, a vantagem de Chávez - que tem mais de 50% das intenções de voto - se incrementa ainda mais.

"As primárias representam o esforço mais importante que a oposição já fez para conseguir confrontar democrática e eleitoralmente o presidente", afirmou à BBC Brasil o analista político Farith Fraija, diretor da consultoria Visor 360.

Conquista do 'chavismo light'

A campanha opositora foi marcada por dois estilos diferentes de se posicionar contra o presidente: a despolitização e a confrontação.

O primeiro estilo foi adotado pelos dois principais competidores, Capriles Radonski, que centra seu discurso no "progresso", e, em menor grau, por Pablo Pérez, governador do Estado petrolífero de Zulia – o mais populoso do país –, que tem como foco o combate à "insegurança".

Ao evitar ataques frontais contra Chávez e seu projeto socialista, Capriles e Pérez tentam captar votos do chamado "chavismo light" ou de chavistas decepcionados com a atual gestão.

"A política de polarização beneficia a Chávez e não gera votos para a oposição. Capriles Radonski é um exemplo disso", disse à BBC Brasil o analista político Carlos Romero, professor da Universidade Central da Venezuela.

"Chávez propõe o caminho do socialismo, eu proponho o caminho do progresso", diz Capriles Radonski.

De acordo com pesquisas, a candidatura de Capriles Radonski ganhou ainda mais força depois que o também jovem candidato Leopoldo López decidiu abandonar a disputa para apoiar o governador.

Segundo melhor colocado na disputa, Pablo Pérez, de 42 anos, conta com o aparelho político do tradicional partido Ação Democrática (AD) - a principal força opositora na Assembleia Nacional – como motor para angariar votos em todo o país. De acordo com analistas, Pérez fez uma campanha "tradicional" e teve dificuldades de marcar um perfil alternativo.

No outro polo - o da confrontação - aparecem a deputada Maria Corina Machado, que propõe um modelo de "capitalismo popular", e o ex-embaixador Diego Arria, que prometeu levar o presidente venezuelano aos tribunais em Haia. O último da lista é um ex-aliado de Chávez, Pablo Medina.

Plano de governo

Em primárias, candidatos tentam se livrar do estigma de 'golpistas'

A pesar da diferença de tons e estilos, a coalizão opositora se compromete em aplicar um mesmo plano de governo contra o chamado socialismo bolivariano.

A proposta, entre outros aspectos, prevê incrementar a participação privada na exploração petrolífera do país, devolver aos antigos proprietários as terras desapropriadas para a reforma agrária – cerca de 5 milhões de hectares, segundo dados oficiais - e rever as relações diplomáticas com Cuba.

Para o diretor da consultoria Visor 360, a oposição pretende retomar a aplicação de um modelo econômico neoliberal, porém evita utilizar o termo, que a seu ver é rejeitado pela maioria da população.

"O fato de que os principais candidatos tentem imitar Chávez é um indicativo de que o eleitor venezuelano não aceita um candidato que proponha uma agenda de corte neoliberal", afirmou Farith.

A transformação da arquitetura econômica e política do país, implementada durante os 13 anos de gestão chavista, não seria tarefa fácil para a oposição e implicaria mudanças na Constituição de 1999, opinou Farith.

"Se de algo se ocupou este governo foi de criar um conjunto de instituições para viabilizar seu projeto de país", acrescentou.

Jogo democrático

Na avaliação do analista político Carlos Romero, as primárias da oposição favorecem também ao governo. "É importante porque o governo pode mostrar que na Venezuela há um jogo democrático e ainda mais importante para a oposição porque permitiu o reencontro de lideranças políticas opositoras que tinham perdido a fé na possibilidade de competir com Chávez."

Há pelo menos cinco anos a oposição venezuelana tenta se desligar do estigma de "golpista" que marca a carreira dos principais dirigentes que participam das primárias deste domingo.

Capriles Radonski, Leopoldo López e Maria Corina Machado foram ativistas durante o golpe de Estado de abril de 2002 contra Chávez.

Capriles Radonski, então prefeito, chegou a ser preso durante quatro meses, sob acusação de ter invadido a Embaixada de Cuba em Caracas durante o golpe, em busca de membros do gabinete presidencial.

O atual governador do Estado de Zulia, Pablo Pérez, também é tido como o principal aliado do ex-governador Manuel Rosales, que se exilou no Peru depois de ser acusado pela Justiça venezuelana de corrupção.

Rosales atuou como representante dos governadores da oposição a Chávez durante o golpe fracassado.

A Aliança Opositora estima que cerca de 1 milhão de eleitores participem das primárias, que são organizadas pelo Conselho Nacional Eleitoral.

Fonte: BBC Brasil

PIADA: MORADOR DE RUA É CONDENADO A PRISÃO DOMICILIAR EM SÃO PAULO.

Preso por furtar placas metálicas de estações do metrô de São Paulo, Nelson Renato Danuzo conseguiu habeas corpus junto ao TJ-SP após pedido da Defensoria Pública de São Paulo e foi condenado a prisão domiciliar. O problema é que Danuzo não tem casa --ele é morador de rua.

Danuzo havia sido preso duas vezes pelos furtos e se encontrava preso no CDP I (Centro de Detenção Provisória) de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo.

Segundo o TJ, o advogado de Danuzo não informou nos autos que o réu não possui residência fixa. Ele foi declarado inimputável em exame de sanidade mental realizado pelo IML (Instituto Médico Legal).

Pelo fato de Danuzo necessitar de cuidados médicos, seu advogado --que cuidou do caso em razão de mutirão carcerário realizado pelo Instituto de Defesa do Direito de Defesa-- pleiteou sua liberdade junto ao Judiciário.

O pedido não foi atendido, pois o desembargador Figueiredo Gonçalves entendeu que a soltura do réu não seria adequada para o caso, uma vez que ele poderia voltar a cometer delitos por conta do transtorno mental, segundo o TJ.

Com base nesses fundamentos, o TJ determinou a conversão da prisão preventiva em prisão domiciliar.

Fonte: Folha

VIOLÊNCIA CHEGA A ALEPPO

A onda de violência que afeta a Síria chegou nesta sexta-feira a Aleppo, segunda maior cidade do país, que até agora tinha permanecido relativamente tranquila, com um duplo atentado que deixou 28 mortos e 235 feridos.

Duas explosões consecutivas foram registradas antes da oração muçulmana da sexta-feira em uma sede da Agência de Inteligência da Polícia Militar, no bairro de Novo Aleppo, e em um edifício das forças antidistúrbios, situado na área de Al Sajur.

Embora por enquanto seja desconhecida a origem das explosões, a televisão oficial síria acusou 'grupos terroristas' de estarem por trás do duplo atentado nessa localidade, situada 360 quilômetros ao norte de Damasco.

O Exército Livre Sírio (ELS), integrado por militares desertores, não demorou em apontar o regime do presidente da Síria, Bashar al Assad, como autor das explosões.

O número dois do ELS, Malek Kurdi, disse à Agência Efe por telefone da Turquia que o regime preparou e executou o duplo atentado 'para cobrir seus crimes em outras cidades'.

Desta forma, o ELS tentou desvincular-se da autoria das explosões, apesar de ter reconhecido ser o responsável de um ataque com armas leves prévio às explosões.

'Grupos nossos atacaram estes dois edifícios, mas não estava previsto o uso de explosivos, mas o de armas leves e lança-granadas, porque não temos a logística para realizar um ataque dessa magnitude', frisou Kurdi.

A televisão oficial mostrou ao vivo os corpos mutilados de algumas vítimas, que jaziam no meio de veículos carbonizados e escombros nos locais das explosões. Os vidros de todas as janelas do edifício da Inteligência estavam quebrados.

Uma moradora de Aleppo, que se identificou como Mayada, afirmou à Efe que as explosões foram consecutivas e foram ouvidas em outros pontos da cidade.

'As paredes e as camas tremeram. Minhas filhas começaram a chorar, foi aterrorizante', disse Mayada, mãe de três meninas, por telefone.

Por sua parte, outro morador da cidade, Suleiman al Halabi, dirigente da opositora Comissão Geral da Revolução Síria, detalhou que a explosão na sede da Inteligência aconteceu na parte da frente do imóvel, e que logo depois houve disparos na área.

O atentado de hoje se assemelha aos ocorridos nos últimos dois meses em Damasco. No dia 6 de janeiro, mais de 20 pessoas morreram em um atentado no bairro de Al Midan, duas semanas depois que duas explosões causaram 44 mortos em um ataque contra edifícios dos corpos da segurança e da inteligência sírias

Nesses casos, as autoridades também responsabilizaram 'grupos terroristas' pelos ataques.

Apesar da ocorrência de alguns protestos nos últimos meses em Aleppo, a cidade permanecia relativamente alheia à violência.

'Embora os protestos tenham começado em Aleppo no último mês de agosto, foi muito difícil continuar porque os grupos de 'shabiha' (pistoleiros do regime) controlam a cidade e reprimem as manifestações', destacou Halabi.

Aleppo é a capital econômica da Síria e nela se concentram fábricas de eletrodomésticos, tecidos e indústrias farmacêuticas.

De acordo com Halabi, nos últimos meses esta localidade se transformou em refúgio de ativistas que escapam da repressão em outras cidades, embora sua mensagem não tenha sensibilizado a população de Aleppo pelas dificuldades que têm para difundi-la pelo controle das autoridades e pela falta de coesão social.

Nesse sentido, o opositor detalhou que em Aleppo vivem muitas pessoas procedentes de outras cidades que têm mais vínculos com seus lugares de origem.

Enquanto isso, em outros pontos do país, pelo menos 35 pessoas morreram hoje pela repressão do regime, inclusive cinco menores e três mulheres, segundo os Comitês de Coordenação Local.

A organização opositora informou que as forças de leais a Assad continuaram os bombardeios em Homs, uma das principais fortificações da oposição, submetida a ataques do Exército há uma semana, onde pelo menos 11 pessoas morreram.

Fonte: EFE

SÉRGIO CABRAL NÃO QUER REPETIR ERROS DE JAQUES WAGNER

Os exemplos dramáticos da greve de policiais na Bahia estão servindo de base para as iniciativas do governo do Estado do Rio para administrar a crise provocada pela paralisação das forças de segurança fluminense. O governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) antecipou uma série de medidas para tentar neutralizar o movimento grevista.

Rio: mais de 150 PMs grevistas são presos
O peemedebista procura não repetir os erros do governador da Bahia Jaques Wagner (PT), muito criticado por demorar a tomar atitudes mais enfáticas. As iniciativas do governo e a reduzida adesão à greve fizeram com que Cabral dispensasse, por enquanto, o auxílio dos 14 mil homens da Força Nacional e do Exército disponibilizados pela União. Os militares continuam de prontidão.

'A gente foi aprendendo com o caso da Bahia', explicou o secretário de Estado da Casa Civil e braço direito de Cabral, Regis Fichtner. 'Houve uma pronta resposta do Estado para evitar transtornos à população. Além disso, já oferecemos reajustes e benefícios que estavam até acima das nossas possibilidades', ressaltou o secretário.

Cabral também antecipou a concessão de reajustes e benefícios antes da paralisação. A Assembleia Legislativa do Rio aprovou, na manhã de ontem, um projeto de lei que estabelecia aumentos de 39% em duas parcelas - sendo 13 pontos percentuais agora e os outros 26 pontos percentuais em fevereiro do ano que vem.

A proposição também estabelece um banco de horas extras para policiais, bombeiros e agentes penitenciários, vale transporte no valor de R$ 100 mensais e manutenção no pagamento de gratificações em caso de afastamento provocado por incidente no exercício da função.

As prisões também mostram a disposição do governo do Rio em não negociar com os grevistas. Na Bahia, os primeiros grevistas só foram detidos depois de uma semana de paralisação. Líder do movimento no Rio, o cabo bombeiro Benevenuto Daciolo foi preso dois dias antes de a greve ser decretada - logo após a divulgação de gravações telefônicas mostrarem que ele estava articulando a nacionalização do movimento de paralisação.

Um dos interlocutores de Daciolo nas gravações, o ex-governador do Rio e deputado federal Anthony Garotinho (PR) passou o dia de hoje criticando Cabral em seu blog, chamando-o sempre de 'ditador', 'tirano' e 'Pinochet'. Foi em Campos dos Goytacazes, seu reduto eleitoral e cidade administrada pela sua mulher, Rosinha Garotinho, que foram registrados alguns distúrbios no primeiro dia de greve. Integrantes do Batalhão de Operações Especiais (Bope), tropa de elite da PM do Rio, foram deslocados para a cidade.

Também gravada em conversa telefônica com Daciolo, a deputada estadual Janira Rocha (PSOL) passou o dia com líderes grevistas e acompanhou a prisão de alguns deles. À tarde, a parlamentar, que milita há anos no movimento sindical e admitiu ter participado de articulações do movimento grevista, reuniu-se com advogados de policiais presos para elaborar uma estratégia de defesa. A ideia do grupo é apresentar pedidos de habeas corpus diretamente aos tribunais superiores.

Fonte: Estadão