terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

INADIMPLÊNCIA EM FINANCIAMENTO DE VEÍCULOS BATE RECORDE EM 2011

A inadimplência no financiamento de veículos atingiu o maior nível dos últimos anos, de acordo com dados da Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef). Em 2011, o saldo de inadimplência acima de 90 dias para pessoa física no Crédito Direto ao Consumidor (CDC) atingiu 5%, ante 2,5% em 2010. Em 2004, dado mais antigo disponibilizado pela entidade, a inadimplência era de 2,1%; em 2005, 2,2%; em 2006, 3,3%; em 2007, 3%; em 2008, 4,3%; e em 2009, 4,4%. "A inadimplência foi o grande susto de 2011", afirmou o presidente da Anef, Décio Carbonari.

No ano passado, a inadimplência média na compra de carros novos foi de 2,5%, bem menor que a de carros usados, entre 7% e 8%, e a de motos, de 11%. Segundo o executivo, o crescimento da inadimplência ocorreu principalmente entre os consumidores de menor renda, entre R$ 2 mil e R$ 3 mil. Este segmento foi o mais afetado pela queda do rendimento médio. "A renda dos trabalhadores foi afetada pelo aumento da inflação, sim", afirmou. Com uma inflação de 7%, um consumidor com renda de R$ 3 mil perdeu, em média, R$ 150 em cada mês do ano. "Para quem paga uma prestação de R$ 600, trata-se de um esforço significativo", afirmou.

As medidas macroprudenciais também limitaram a capacidade de financiamento dos consumidores de menor renda. O executivo estima que as montadoras deixaram de vender entre 200 mil e 300 mil veículos devido aos efeitos dessas medidas. Se antes das macruprudenciais, para uma prestação de R$ 500, os bancos exigiam uma renda quatro vezes maior, de R$ 2 mil, com as medidas, a parcela aumentou para R$ 600 e a renda mínima exigida, para R$ 2,4 mil. "Grande parte dos consumidores com renda entre R$ 2 mil e R$ 3 mil perdeu acesso ao financiamento de carros no ano passado", afirmou. A título de comparação, em 2010, o Banco Volkswagen aprovou em média 65% dos pedidos de financiamento, número que caiu para 45% em 2011.

Segundo Carbonari, era comum que o cliente de renda mais baixa procurasse o crédito consignado em período de mais dificuldades financeiras, o que também se tornou mais difícil com as macroprudencais. "Além da parcela do financiamento, as despesas com automóveis incluem IPVA, seguro, combustível, manutenção, pedágio, estacionamento. É um desembolso muito mais pesado do que a prestação", afirmou.

Para este ano, Carbonari não aposta em um número, mas espera que a inadimplência recue. Além do fim das macroprudenciais, contam a favor a desaceleração da inflação, o aumento do salário mínimo, de 14,13%, o crescimento da economia brasileira e um maior otimismo com o cenário internacional, depois do acordo da Grécia com seus credores. "O cenário começou a melhorar e o cliente de maior renda, que se afastou em 2011, deve voltar neste ano", afirmou. Os juros cobrados pelos bancos das montadoras eram de 1,50% ao mês em dezembro do ano passado, e o prazo médio de financiamento, entre 42 e 43 meses.

O prejuízo médio com a apreensão de um veículo que deixou de ser pago por um consumidor inadimplente é de 43%, de acordo com o Banco Volkswagen. Isso porque o banco precisa arcar com custos da apreensão, estacionamento, manutenção e leiloeiro, além da perda com a própria operação.

Pelo mesmo motivo, os bancos de montadoras reduziram a participação do leasing nos financiamentos de veículos. Depois de atingir 38% do total de veículos financiados em 2008, o leasing caiu para 5% em 2011. O CDC, que era de 22% em 2008, subiu para 50% no ano passado. Segundo Décio, isso ocorreu porque, no leasing, todas as dívidas não pagas do automóvel, como multas e IPVA, ficam a cargo da instituição, pois o carro só passa para o nome do proprietário 24 meses depois da compra. "O leasing estava causando muito prejuízo às instituições", afirmou. Atualmente, essa modalidade de crédito é oferecida preferencialmente às pessoas jurídicas.

Fonte: Estadão

MARCOS VALÉRIO É CONDENADO A MAIS DE 9 ANOS DE PRISÃO

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), Marcos Valério, Cristiano de Mello Paz e Ramon Hollerbach - seus sócios na empresa SMP&B - foram condenados nesta terça-feira a mais de nove anos de prisão. Os réus respondem pelos crimes de sonegação fiscal e falsificação de documento público e poderão recorrer da decisão em liberdade.

De acordo com a denúncia do MPF, nos anos 2003 e 2004, enquanto comandava a empresa de comunicação, o trio reduzia tributos e contribuições federais através da falsificação de documentos. Outra fraude detectada pela Receita Federal diz respeito à movimentação bancária efetuada pela empresa. Parte destes recursos era lançada como empréstimos para o Partido dos Trabalhadores (PT).

A defesa de Marcos Valério e seus sócios informou que irá recorrer da decisão junto ao Tribunal Regional Federal (TRF) pois, segundo o advogado Marcelo Leonardo, os réus não praticaram fraude ou sonegação fiscal.

Prisão

Em dezembro do ano passado, Marcos Valério, apontado como operador do mensalão, foi preso durante a operação "Terra do Nunca" por suspeita de grilagem de terras e sonegação e ficou preso por 12 dias, em Salvador. Em setembro, ele já havia sido condenado pela Justiça Federal em Minas por fornecer informações falsas ao Banco Central.

Fonte: Jornal do Brasil

PT E PSD ARTICULAM ALIANÇA EM SÃO PAULO

O pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, começou a trabalhar para viabilizar uma possível aliança com o PSD do prefeito Gilberto Kassab.

Aliança

Segundo informação publicada no jornal Folha de São Paulo, o ex-ministro da Educação teria citado o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles como um possível vice para sua chapa.

Em janeiro, Kassab propôs ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva uma aliança. Haddad tem ressalvas contra o vice sugerido por Kassab, seu secretário de Educação, Alexandre Schneider. Já a presença de Meirelles na chapa agregaria “novas forças” à coligação por ele ter integrado o governo Lula.

No sábado, durante festa pelos 32 anos do PT, Haddad adotou tom cauteloso ao se referir à possível aliança. “Temos que compreender que há um contexto nacional em que a bancada do PSD na Câmara tem votado com o governo naquilo que este partido julga como sendo de interesse público”, afirmou.

Os petistas contrários ao acordo, no entanto, ainda não se deram por vencidos. A resistência ao prefeito reuniu o antigo grupo da senadora Marta Suplicy,principal voz até agora a tornar pública sua contrariedade.

PSDB

A aproximação entre Kassab e o PT pode ter influenciado o ex-governador José Serra a voltar atrás em sua decisão de não concorrer à Prefeitura de São Paulo.Segundo a Folha — depois de ter afirmado publicamente que não iria disputar as eleições — o candidato derrotado nas eleições presidenciais de 2002 e 2010iniciou negociações com o governador Geraldo Alckmin para entrar na disputa.

Serra,que ainda alimenta o sonho de concorrer à Presidência pela terceira vez,conversou com Alckmin na semana passada e disse que estava reconsiderando a decisão. O encarregado de levar ao Palácio dos Bandeirantes as condições de Serra para entrar na disputa foi o ex-vice-governador Alberto Goldman.

Entre as exigência de Serra está a interferência do governador para “aparar as arestas” internas com os quatro pré-candidatos tucanos inscritos para a prévia do partido, marcada para 4 de março.

O maior entrave a um consenso pela candidatura de Serra são os quatro pré-candidatos tucanos — Andrea Matarazzo, Bruno Covas, José Aníbal e Ricardo Trípoli. Desses, os mais resistentes a abrir mão das prévias seriam Aníbal e Trípoli.

Quer, ainda, garantia de que Alckmin atuará para costurar um arco de alianças que dê suporte à sua postulação. Na quinta-feira (16), por exemplo, será anunciada a entrada do PDT no governo do estado.

O deputado Paulinho da Força, presidente da legenda paulista e que tem se apresentado como pré-candidato, passou a não descartar apoio ao PSDB no primeiro turno. O PSB também negocia com os tucanos, a partir da promessa de apoio do PSDB ao seu candidato em Campinas, Jonas Donizette.

Netinho de Paula

Em pesquisa Datafolha divulgada em dezembro de 2011 o pré-candidato pelo PCdoB, Netinho de Paula (PCdoB) e ex-deputado Celso Russomano (PRB) ficaram tecnicamente empatados na preferência dos paulistanos para a Prefeitura de São Paulo.

Os dados da última pesquisa apontam que eles lideram em quatro dos cinco cenários avaliados. O comunista varia sempre entre 13% e 15% das intenções de voto e tem grande aceitação no eleitorado mais jovem, atingindo 20% entre aqueles que têm entre 16 e 24 anos.

Fonte: Correio do Brasil

VENDAS NO VAREJO FECHAM 2011 COM CRESCIMENTO DE 6,7%

As vendas no comércio varejista cresceram pelo quarto mês consecutivo em dezembro do ano passado e registraram alta de 0,3% na comparação com novembro. Com isso, o setor fechou o ano de 2011 com elevação acumulada de 6,7% no volume de vendas. Em relação a dezembro de 2010, também houve aumento de 6,7%. Os dados foram divulgados hoje (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No que se refere à receita, o IBGE apurou aumento de 0,3% na passagem de um mês para o outro; crescimento de 10,1% na comparação com o mesmo período do ano anterior; e alta acumulada de 11,5% em 2011.

De acordo com o IBGE, sete das dez atividades pesquisadas tiveram resultado positivo em dezembro, em relação ao mês anterior, com destaque para equipamentos e material de escritório, informática e comunicação (6,9%), móveis e eletrodomésticos (2,6%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (1,3%).

Por outro lado, foram observadas quedas no volume de vendas no período em livros, jornais, revistas e papelaria (-5,3%); hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-1,5%) e combustíveis e lubrificantes (-0,5%).

Já entre dezembro de 2010 e dezembro do ano passado, apenas uma atividade apresentou queda no volume de vendas: livros, jornais, revistas e papelaria (-2,3%). As altas mais relevantes foram observadas em móveis e eletrodomésticos (15,3%) e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (4,6%);

A pesquisa mostra também que 17 estados tiveram aumento das vendas no comércio varejista na comparação entre os meses de dezembro dos dois anos, principalmente o Acre (8,7%); o Tocantins (7,25); o Amapá (1,9%) e Goiás (1,7%). As principais quedas ocorreram no Piauí (-7,8%); no Amazonas (-1,6%) e em Sergipe (-1,4%). As unidades onde não ocorreram variações foram São Paulo e Santa Catarina.

No acumulado do ano, todos os estados apresentaram acréscimos no volume de vendas do comércio, com destaque para o Tocantins (25,2%); a Paraíba (14,2%); Rondônia (10,6%); Roraima (10,6%) e Minas Gerais (10%).

Fonte: Agência Brasil

COMERCIANTES GREGOS CELEBRAM O DIA DOS NAMORADOS

Em Atenas, no dia seguinte às manifestações violentas que causaram danos em vários prédios no centro da cidade, os comerciantes dos produtos mais procurados no dia de São Valentim (dia dos namorados) têm esperanças de que a crise não vá matar o amor, nem fechar suas lojas.

"Temos muitos clientes que compram muito, apesar da crise", comenta Sofia, vendedora de uma confeitaria, considerando: "Quando a gente ama, compra, mesmo que seja alguma coisa de quatro euros".

Os vendedores de bugigangas e bolas de São Valentim, capricharam na combinação das cores do dia, o rosa e o vermelho, e tentam oferecer seus produtos nas ruas, onde várias lojas vazias apresentam o cartaz de "vende-se" ou "aluga-se".

Propondo grandes descontos, o florista Manolis Veloudios está pessimista, mas disse que vai continuar lutando: "a crise mata tudo, até o amor. Mas não vamos nos deixar abater", diz, com determinação, recebendo um sinal de aprovação de Vassilis, um estudante que passa por perto.

Já Stravros Lousifelis, vendedor do café, acrescenta num tom mais lírico: "o amor não morre nunca (...) Eu não tenho dinheiro, não tenho nada, mas tenho um amor".
©AFP / Lionel Bonaventure
Marina Dimou, estudante, também não acha que a crise mate os sentimentos. "Ela aproxima as pessoas que acabam ficando mais próximas umas das outras", comenta.

Mas Valensis e Eleni Makris, um casal de americanos que vive na Grécia, veem o impacto direto da crise no número de casamentos que diminui, cada vez mais, "porque as pessoas não podem mais se permitir".

Segundo eles, "até os motéis mais baratos estão sofrendo, e as pessoas não podem mais se dar ao luxo de ter os encontros de antes".

Fonte: AFP

CHÁVEZ AINDA É AMADO EM FAVELAS NA VENEZUELA

Até mesmo cães e gatos amam Hugo Chávez nos becos de La Vega. Pelo menos é o que gracejam os agradecidos proprietários que fazem fila com seus bichos de estimação para aproveitar a última iniciativa da rede de organizações do presidente socialista venezuelano: a castração subsidiada.

"Se a oposição assumir, perdemos todos os serviços que Chávez nos dá. Voltamos ao zero", disse Laura De Pernalete, ajudando a organizar o programa de esterilização no bairro pobre de Caracas. "La Vega é 100 por cento Chávez."

As "missões" levando serviços para as favelas e áreas rurais empobrecidas da Venezuela -de alimentos subsidiados a clínicas de saúde com funcionários cubanos- serviu de base para a popularidade do socialista Chávez entre os pobres durante seus 13 anos no poder.

Ele está tendo sucesso em provocar medo dizendo que seus projetos de bem-estar social, como a rede de saúde "Barrio Adentro", serão desmantelados se a oposição vencer a eleição presidencial em 7 de outubro.

Apesar da euforia da oposição em selecionar um candidato único jovem -o governador de Miranda, Henrique Capriles- para disputar a eleição, os inimigos de Chávez sabem como será difícil conquistar sua base de apoio apaixonada e leal.

Investindo dinheiro em mais projetos sociais em uma onda de gastos pré-eleitorais, Chávez obteve uma vantagem nas pesquisas de opinião antes da votação.

Mas há desilusão entre alguns "chavistas", como são conhecidos seus partidários, e pesquisas mostram que cerca de um terço dos venezuelanos continuam indecisos.

Um admirador do modelo econômico de livre mercado do Brasil e com uma sólida consciência social, Capriles insiste que vai manter o que houver de melhor nos programas de bem-estar de Chávez, e que pode mesmo ampliá-los.

"Eu quero expandi-los e me livrar da corrupção e da ineficiência que os caracterizam", disse Capriles à Reuters em uma recente turnê de campanha, acrescentando que mais da metade das clínicas de Barrio Adentro em seu Estado estavam abandonadas.

A mensagem, no entanto, não chegou até quem estava na fila para castrar seus animais em La Vega.

"A oposição quer parar tudo isso", disse Hilda Jimenez, segurando um casal de gatos. "Os governos não fizeram nada pelos pobres no passado. Só Chávez se incomodou conosco."

CHÁVEZ ONIPRESENTE

A parafernália da oposição espalhada pelos bairros de classe média de Caracas estava ausente das ruas de La Vega. Mas o onipresente vermelho do Partido Socialista de Chávez e imagens de "El Comandante" estavam em todo canto ali.

Descendo o morro, dezenas de pessoas faziam fila para comprar em uma loja estatal Mercal, onde produtos básicos como leite, frango, óleo, arroz, feijão e açúcar são vendidos por um quarto do preço normal.

Os funcionários da loja zombaram quando foram questionados sobre fotos da mídia da oposição mostrando lojas Mercal vazias.

"Assim que os produtos chegam, as pessoas os compram imediatamente porque os preços são inacreditáveis", disse um deles. "É risível que a direita tente apresentar isso como algo ruim".

Apesar de seu ódio visceral dos líderes da oposição, que enxergam como representantes de uma elite política velha e desacreditada, que nunca teve nenhum interesse pela maioria pobre da Venezuela, os ativistas chavistas são realistas.

Eles sabem que precisam lutar para impedir que o enérgico Capriles ganhe força. Eles pretendem destacar seu passado "burguês" em contraste com as origens humildes de Chávez, que foi criado por sua avó em um barraco rural.

Também tentarão atingir Capriles por seu papel em um episódio nebuloso na embaixada cubana em 2002, quando foi acusado de fomentar um tumulto durante o caos que se seguiu a um golpe militar breve contra Chávez. Capriles diz que estava mediando.

Fonte: Reuters

POLÍCIA FEDERAL PRENDE 24 PESSOAS EM FOZ DO IGUAÇU

Polícia Federal de Foz do Iguaçu, no Paraná realizou nesta terça-feira a Operação Água Verde, que desmontou uma organização criminosa voltada ao tráfico internacional de drogas e munições.

Durante o dia foram realizadas 24 prisões preventivas e 19 buscas em endereços relatados nos mandados expedidos pelo Juízo da 3ª Vara Federal Criminal de Foz do Iguaçu.

O grupo criminoso atuava na região da fronteira com o Paraguai e tinha como base as cidades de Foz do Iguaçu, Itaipulândia e Missal.

A quadrilha introduzia o material, através do Lado de Itaipu, por intermédio de barcos, estocando os carregamentos nas áreas rurais ao lado do lago.

Após providenciarem cargas lícitas, os criminosos remetiam grande quantidade de drogas e de munições a outras localidades do país, geralmente ocultas em caminhões.

Os policiais do Núcleo de Operações da DPF/FIG/PR investigaram a organização durante aproximadamente dez meses, tendo apreendido, nesse período, mais de vinte toneladas de maconha, 14 kg de crack e 12.500 munições de calibres restritos, inclusive de fuzil, com a prisão em flagrante de 15 pessoas.

Fonte: Band

DONOS DA ETERNIT SÃO CONDENADOS A 19 ANOS DE PRISÃO POR MORTES COM AMIANTO

O magnata suíço Stephan Schmidheiny, 65 anos, e o barão belga Louis de Cartier de Marchienne, 92 anos, são os fundadores e proprietários da Eternit.

Justiça"

A Eternit infestou e contaminou vários países do planeta com produtos feitos com cimento amianto, que os donos da empresa-assassina sabiam ser prejudicial ao meio ambiente e à saúde das pessoas. Isto por provocar doenças mortais, como a mesotelioma. Todos os males causados pelo amianto provocam dores insuportáveis nos enfermos e padecimentos cruéis.

Ontem, em sentença histórica lida em Torino (Itália) pelo juiz Giuseppe Casalbore, a dupla — magnata suíço e barão belga — foi condenada à pena de 16 anos de reclusão por crimes causados pela omissão intencional (dolosa) de cautelas e desastre ambiental doloso.

Além da condenação criminal, a Eternit terá de pagar 95 milhões de euros em indenizações pelos autores da ação civil.

Os promoventes da ação indenizatória representam 1.830 mortos e 1.027 doentes terminais com asbestose e outros males causados pelo contato com o amianto.

Vale lembrar, como contado na edição de hoje do jornal italiano Corriere della Sera, que a grande maioria das vítimas não trabalhava nas fábricas da empresa-assassina, mas morava em casas feitas com material da Eternit. Tem até casos de crianças que levavam as marmitas para os pais nas fábricas da Eternit e morreram pela contaminação por amianto.

No Brasil, os produtos de amianto da Eternit foram disseminados por todo território nacional. Serviram até para cobrir habitações construídas pela Funai para índios. Com amianto, a Eternit espalhou no Brasil de telhas para coberturas de casas, edifícios e puxadinhos, até jardineiras para flores.

Para o ministro italiano da pasta da Saúde, Renato Balduzzi, trata-se de “uma sentença que se pode definir, verdadeiramente, como histórica, seja pelo aspecto social, seja pelo técnico-jurídico”.

No nosso Supremo Tribunal Federal (STF) dormita recurso a respeito da constitucionalidade de leis e normas de proibição e das consequências do largo emprego do amianto comercializado pela Eternit no Brasil.

Apesar da sentença histórica e com a maioria dos casos ocorridos na cidade Casale Monferrato, na região italiana do Piemonte que tem como capital Torino, a Itália continua sob o nefasto efeito do amianto da Eternit.

Por ano, em toda a Itália, 3 mil pessoas adoecem em razão de contato com o amianto.

Segundo dados levantados pelo Corriere della Sera, estão presentes na Itália de 30 a 40 milhões de toneladas de material com amianto da Eternit.

Atenção: o amianto não perde o potencial ofensivo com o passar dos anos. Será sempre causa de câncer e de outras doenças fatais de pessoas que, muitas vezes, não sabem estar próximas desse material.

Fonte: Terra

BANCO DO BRASIL OFUSCA CONCORRENTES

A combinação de avanço maior do crédito, inadimplência menor e lucro acima das expectativas fez o Banco do Brasil ofuscar seus principais concorrentes no último trimestre de 2011. E o plano do maior banco brasileiro por ativos é usar mais da receita que tem implementado desde 2009 -foco em linhas de crédito com menos margens, porém mais seguras- para seguir a ter desempenho acima da média este ano.

"Trabalhamos com um cenário de induzir queda dos spreads (bancários), com mais ênfase em linhas como o consignado", disse à Reuters o presidente-executivo da instituição, Aldemir Bendine, nesta terça-feira. Mais cedo, o BB anunciara ter fechado o quarto trimestre com lucro líquido de R$ 2,97 bilhões, uma queda de 25,7% na comparação anual, devido a efeitos não recorrentes que inflaram os resultados no final de 2010.

Em bases recorrentes, o lucro foi de R$ 3,025 bilhões no período, resultado 18,3% menor, devido entre outros fatores à performance do Banco Votorantim, do qual detém 49% e que teve prejuízo líquido de R$ 656 milhões.

De todo modo, o resultado ficou acima da expectativa média de analistas consultados pela Reuters, de lucro recorrente de R$ 2,73 bilhões. Foi, aliás, o único dentre os quatro maiores bancos do país a conseguir ao mesmo tempo superar a previsão de lucro e manter a qualidade da carteira.

No fim de 2011, o total de empréstimos do BB era de R$ 390,5 bilhões, uma expansão de 15,6% sobre um ano antes. O índice de inadimplência, medido pelo saldo de operações vencidas há mais de 90 dias, ficou em 2,1%, igual ao trimestre anterior a abaixo dos 2,3% de um ano antes.

Nas últimas duas semanas, os principais concorrentes do BB listados na bolsa Bradesco, Itaú Unibanco e Santander Brasil divulgaram resultados abaixo das previsões de analistas, em meio à combinação de maiores custos, crescimento da inadimplência e desaceleração do crédito.

"O índice de inadimplência do BB surpreendeu positivamente, pois caiu ano contra ano, ao contrário do que vimos nos números do sistema financeiro", observaram os analistas Leonardo Zanfelício e Karina Freitas, da corretora Concórdia, em relatório.

De todo modo, as despesas do BB com provisões para perdas esperadas com calotes subiu 35,2% no quarto trimestre, na comparação anual, para R$ 2,89 bilhões. O movimento foi atribuído pelo banco a uma política mais cautelosa. Devido à queda no lucro, a rentabilidade sobre patrimônio também encolheu 4,6 pontos percentuais de outubro a dezembro, para 22,4%. Em outra frente, porém, o índice de eficiência do banco melhorou 0,5 ponto na comparação anual, a 42,1%.

Fonte: Reuters