sexta-feira, 23 de março de 2012

PROFESSOR É PRESO POR VENDER DROGAS A ALUNOS NO INTERIOR DE SÃO PAULO

O professor de Português, Moacyr Moura Júnior, de 29 anos, foi preso nesta sexta-feira, 23, em flagrante quando vendia drogas para alunos da Escola Estadual Paulo Zillo, em Lençóis Paulista, no interior de São Paulo. Ele era professor substituto na escola. Com o acusado, a polícia apreendeu 300 gramas de cocaína.

"A nossa investigação durou 20 dias, estudantes relataram às mães que um homem oferecia drogas no portão da escola", disse Luiz Cláudio Massa, de 45 anos, delegado titular da cidade. O professor também é suspeito de ter oferecido drogas para os estudantes da Escola Estadual Antonieta Malatrazzi, onde também dava aulas. "Mães de alunos dessa escola foram as primeiras que se queixaram", afirma o policial.

Acusado de pertencer ao Primeiro Comando da Capital (PCC), Moura Júnior já foi condenado por tráfico de drogas. "Ele é ex-presidiário, saiu da cadeia faz um ano, alegou que tinha dívidas por conta da primeira prisão e voltou a traficar", conta o delegado, que ironizou o curso feito pelo professor: "Ele fez um cursinho rápido para ser professor substituto".

O professor foi transferido para a Cadeia Pública de Duartina. Se condenado, pode pegar de cinco a 15 anos de prisão.

Fonte: Estadão

VENDAS NO VAREJO BRASILEIRO SOBEM 2,6% EM JANEIRO

As vendas no varejo brasileiro tiveram alta de 2,6% em janeiro ante dezembro e registraram elevação de 7,3% em relação a igual mês de 2011, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.

O crescimento mensal das vendas em janeiro foi o maior desde fevereiro de 2010, quando o aumento havia sido de 3,4%. O IBGE apontou ainda alta de 6,6% no acumulado dos últimos 12 meses.

Analistas ouvidos pela agência inglesa de notícias Reuters previam alta de 1,50% mês a mês e avanço anual de 6,30%.

O dado de dezembro ante novembro foi revisado para cima, mostrando alta de 0,5%, ante avanço de 0,3% reportado inicialmente.

Das dez atividades pesquisadas, sete aumentaram o volume de vendas em janeiro na série com ajuste sazonal. Destacaram-se os resultados do segmento de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (com alta de 7,4%; tecidos, vestuário e calçados (elevação de 5,2%); outros artigos de uso pessoal e doméstico (crescimento de 3,9%); material de construção (avanço de 3,7%).

Na comparação entre janeiro de 2012 e o mesmo mês do ano passado, apenas combustíveis e lubrificantes tiveram resultado negativo (-0,7%).

Os destaques ficaram com hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (7,6%); móveis e eletrodomésticos (11,9%); outros artigos de uso pessoal e doméstico (15,1%); artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (8,6%); equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (32,7%).

Fonte: Correio do Brasil

DEMÓSTENES TAMBÉM PEDIA QUE CONTRAVENTOR PAGASSE SUAS CONTAS, REVELA PF

Além do telefone especial e de uma ‘linha quente’ para falar com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) também pedia dinheiro emprestado ao contraventor, acusado de ser o chefão do jogo do bicho e da exploração de caça-níqueis no Estado de Goiás. A constatação é da Polícia Federal que, nesta sexta-feira, divulgou parte das escutas telefônicas autorizadas pela Justiça. O relatório com as gravações e outros indícios de envolvimento do senador com o crime organizado já está em poder da Procuradoria Geral da República desde 2009, mas o chefe da instituição, Roberto Gurgel, ainda não se pronunciou sobre o caso.

Demóstenes
Ainda segundo o relatório, os Carlos Leréia (PSDB-GO) e João Sandes Júnior (PP-GO) também mantinham estreitas ligações com Cachoeira. Eles e o senador Demóstenes Torres estavam na mira da PF três anos antes da deflagração da Operação Monte Carlo, que revelou a rede de crimes em que estes parlamentares estão envolvidos. Uma das gravações obtidas com o consentimento judicial revela o pedido de Demóstenes para que Cachoeira pagasse “uma despesa dele com táxi-aéreo no valor de R$ 3 mil”. Ainda segundo o relatório, os agentes federais apuraram que o bicheiro era uma espécie de confidente do senador, sobre reuniões reservadas que teve no Executivo, no Legislativo e no Judiciário. Por seu currículo, no qual consta o cargo de secretário de Segurança de Goiás, Demóstenes costumava participar de discussões decisivas, sobretudo quando o assunto envolvia ações policiais contra o crime organizado.
 
As investigações da PF, iniciadas em 2009, também provam que Demóstenes portava um rádio Nextel “habilitado nos Estados Unidos”, o que em tese dificultaria o grampo por parte da Justiça, para os contatos secretos com Cachoeira. As conversas entre os dois eram “frequentes”, segundo os agentes responsáveis pela investigação. O relatório da PF também mostra que Cachoeira e os deputados Leréia e Sandes Júnior eram muito próximos. Leréia era outro que usava um Nextel nas conversas secretas com o contraventor.

Fonte: Correio do Brasil

PERDA DE FIÉIS FAZ PAPA VISITAR A AMÉRICA LATINA

O papa Bento 16 desembarca nesta sexta-feira no México, no inicio de mais uma iniciativa da Igreja Católica para tentar reverter a perda de fiéis, a maior da história no país.

Bento 16 faz sua primeira viagem ao país, que tem mais de 100 milhões de católicos, e depois segue para Cuba. A missão não será fácil, porém.
Foto: AFP
Não apenas porque Joseph Ratzinger não está acostumado a cruzar o Atlântico (depois de visitar o Brasil, em 2007, esta é a sua segunda viagem à América Latina em sete anos como papa), mas também porque na última década, o percentual de católicos no México caiu de 88% da população, em 2000, para 83,9% no último censo.

Enquanto isso, a proporção de evangélicos e protestantes passou de 5,2% a 7,6% no mesmo período. O que mais preocupa a hierarquia eclesiástica mexicana, porém, é o número de ateus e agnósticos, que cresce a cada ano.

Crise da fé

"No México durante muitos anos nos impuseram o catolicismo porque era o costume, a tradição, na qual não se podia fazer perguntas. Mas a Igreja Católica se afastou das pessoas humildes e se move por dinheiro", critica Carmen, dona de casa mexicana que se reconhece cristã, mas não católica.

Apesar da forte presença das imagens católicas no país, especialmente da Virgem de Guadalupe, é cada vez mais frequente o aparecimento de outras congregações religiosas, sobretudo nas zonas mais humildes das grandes cidades.

A Igreja Católica também observa o crescimento de crenças que considera "diabólicas", como a "santería" e a devoção à Santa Morte, que tem cerca de 8 milhões de seguidores no México, na América Central e nos Estados Unidos.

O México vive "uma crise de fé", afirma a Conferência do Episcopado Mexicano. Por isso não surpreende que os bispos considerem que a visita do papa tem um carácter "evangelizador".

Quando o pontífice aterrissar no Estado de Guanajuato (no centro do México), terá adiante uma intensa agenda que inclui missas em massa, encontro com o presidente Felipe Calderón, bençãos em praça pública e viagens de papamóvel pelas ruas coloniais do local.

"De certo modo, (o papa) vem tomar medidas corretivas, como se esta fosse uma missão de controle de danos. Um deles, a perda de fiéis pelo repúdio de Ratzinger aos movimentos mais progressistas da Igreja Católica na América Latina", disse à BBC Mundo o vice-presidente del Centro de Estudios de Las Religiones en México, o sociólogo Bernardo Barranco. "Este papa se concentrou muito na Europa, e havia abandonado a América Latina".

À sombra de João Paulo II

Além de enfrentar a perda de fiéis, o papa ainda tem que lidar com a sobra de seu antecessor, João Paulo II. Karol Wojtyla visitou o México cinco vezes e chegou a ser chamado de "Papa Mexicano".

Em pesquisa recente, 72% dos católicos mexicanos afirmam não sentir por Bento 16 o mesmo carinho que tinham por João Paulo II.

A Igreja mexicana ainda se ressente de escândalos de abusos sexuais a menores por parte de Marcial Maciel, fundador dos Legionários de Cristo, uma das mais importantes ordens católicas no país. O sacerdote, que morreu em 2008, teve vida dupla. Sabe-se de pelos menos duas famílias formadas por ele e entre as vítimas de abuso sexual estariam dois de seus filhos.

Tensão em Cuba

Já em Cuba, o papa pode se reunir com Fidel Castro, caso o ex-ditador cubano requisite, segundo informou o Vaticano. A chegada do papa foi precedida por denúncias de aumento de violações aos direitos humanos na ilha e de reações do regime castrista.

O jornal oficial do Partido Comunista Cubano, Granma, acusou opositores na ilha e nos Estados Unidos de conspirar para perturbar a visita de Bento 16.

O Granma afirma que dissidentes estão seguindo instruções e aceitando subornos do que chama de "organizações contra-revolucionárias" em Miami. Os dissidentes estariam tentando fazer com que o papa peça aos líderes cubanos a garantia de mais liberdades políticas no país.

A Anistia Internacional apresentou nesta quinta-feira informe no qual afirma que a situação dos direitos humanos em Cuba se deteriorou no último ano. Segundo a organização, ativistas vêm denunciando o aumento das detenções rápidas de opositores ao regime.

Fonte: BBC Brasil

"ATIRE PRIMEIRO E PERGUNTE DEPOIS" É A BASE DA LEI DE ARMAS NA FLÓRIDA

A morte impune de um jovem negro desarmado, baleado por ser "suspeito" quando caminhava para a casa de seu pai na Flórida, é apenas o caso mais divulgado provocado por uma lei estadual permissiva sobre o uso de armas.

A aparente impunidade do vigia George Zimmerman na morte do adolescente Trayvon Martin deriva de uma lei da Flórida (sudeste dos EUA) chamada de "atire primeiro" por seus críticos, e de "defenda seu espaço" por quem a apoia.

Esta lei, aprovada em 2005 com o apoio do então governador Jeb Bush - irmão e filho dos ex-presidentes George W. Bush e George Bush - e promovida pela Associação Nacional do Rifle (NRA, da sigla em inglês), dá aos cidadãos da Flórida o direito de disparar contra qualquer pessoa percebida como uma ameaça à sua segurança em um lugar público.

Há sete anos, os proprietários de armas na Flórida apenas estavam autorizados a disparar contra pessoas que percebiam como uma ameaça se estas invadissem seus lares ou propriedades, mas essa norma foi ampliada ao âmbito público.

Seus críticos afirmam que a lei permite aos cidadãos, no caso de uma simples discussão, "disparar primeiro e perguntar depois".

A lei estabelece que "não se pode prender ninguém a menos que haja indícios de que o disparo foi ilegal", afirmou a polícia de Sanford em sua tentativa de justificar a ausência de prisão e acusação contra Zimmerman, que disparou contra Martin quando este caminhava encapuzado na chuva para a casa onde seu pai estava.

Uma pesquisa realizada por um grupo de mídia Tampa Bay Times da Flórida, divulgada na sexta-feira, determinou que nos primeiros cinco anos da lei, ela foi citada 93 vezes em "homicídios justificados", mas no último ano e meio foram mais 37 casos.

Estas cifras mostram que triplicaram as mortes por "legítima defesa" nos registros no Departamento de Segurança Pública da Flórida.

Seus defensores afirmam que a lei está funcionando ao proteger os cidadãos de qualquer dano.

A interpretação desta lei fez com que em 26 de fevereiro Zimmerman ficasse em liberdade, quando ao lado do corpo de Martin, um menino negro de 17 anos, justificou seus atos argumentando que estava sendo atacado.

Mas a divulgação na semana passada das ligações para o telefone de emergência 911, onde não se revelava ataque nenhum, causou a ira da sociedade diante de um caso confuso, no qual se suspeita que o preconceito racial imperou.

Quando a polícia chegou ao local do incidente, Zimmerman tinha sangue no rosto. Os oficiais não fizeram mais indagações nem realizaram exames para detectar álcool ou drogas, como ocorreria em um procedimento de rotina em um fato similar.

Fonte: AFP

TENSÃO RACIAL NOS EUA AUMENTA COM A MORTE DE TRAYVON MARTIN

A morte, há quase um mês, do adolescente negro Trayvon Martin, de 17 anos, por um vigilante voluntário na Flórida, está acirrando a tensão racial nos Estados Unidos.
Trayvor Martin | Foto: Reuters 
O fato de o responsável pela morte não ter sido indiciado, com base em uma controversa lei da Flórida (cuja legislação permite que se atire quando se sinta ameaçado), tem motivado uma onda de protestos em cidades como Miami e Nova York, que nesta sexta-feira ecoou na Casa Branca.

Classificando o caso como uma "tragédia", o presidente Barack Obama lamentou a morte e disse que "se tivesse um filho, se pareceria com Trayvon".

Ao comentar a polêmica de forma pessoal, Obama, que é o primeiro negro na Casa Branca, pode acrescentar mais polêmica ao caso. Até agora, o presidente vinha evitando fazer declarações sobre questões raciais.

"Eu acho que todos os pais dos EUA deveriam ter a capacidade de entender por que é absolutamente imperativo que se investigue cada aspecto disso. Todos nós precisamos nos questionar como uma coisa deste tipo acontece", disse Obama.

Trayvon foi morto pelo vigilante voluntário George Zimmerman, de 28 anos, no dia 26 de fevereiro, na cidade de Sanford, na Flórida. De acordo com seu depoimento, o vigia disse ter considerado o jovem como uma possível ameaça por ele estar com um moletom e capuz.

O adolescente não estava armado, e carregava somente uma lata de refrigerante e um pacote de balas comprados em uma loja de conveniência da qual retornava. Graças a uma lei específica do Estado, Zimmerman alegou "legítima defesa" e ainda não foi indiciado formalmente.

Racismo

Esta é a segunda vez em seu mandato que o presidente comenta um caso de cunho racista. A primeira ocorreu em 2009, após a prisão do professor de Harvard Henry Louis Gates Jr., negro.

Gates Jr. tentava abrir a porta emperrada de sua casa quando foi abordado pela polícia, que desconfiou que ele estivesse tentando arrombar a porta da residência para cometer irregularidades.

Para o especialista da BBC Mark Mardell, os comentários de Obama devem ser bem recebidos por parte da população, mas também devem ser alvo de críticas, além de servirem como potencial "material" para seus adversários republicanos.

"O presidente foi amplamente criticado em 2009 quando descreveu a ação policial que prendeu o professor em frente à sua casa como "estúpida". Agora, de forma mais sutil, ele dá voz ao que muitos americanos negros sentem: que sua cor, por si só, faz com que alguns brancos os vejam como criminosos", avalia.

'Atire primeiro'

A controversa lei em vigor na Flórida, que até o momento garante liberdade a Zimmerman, é conhecida como "atire primeiro". A legislação garante imunidade contra processos civis e penais a pessoas que dizem ter atirado em legítima defesa.

Antes de 2005, quando a legislação foi aprovada, o uso de "força letal" só era permitido se ficasse comprovado que o atirador tinha evitado um confronto ou ameaça concreta.

Já de acordo com a lógica da lei "atire primeiro", pode-se disparar contra uma pessoa usando armas de fogo desde que alguém tenha indícios "razoáveis" indicando uma ameaça contra si mesmo ou outras pessoas.

Grupos que lutam pelos direitos dos negros argumentam que a lei de tem viés racista, já que os afroamericanos seriam um dos principais alvos da legislação.

A Associação de Promotores de Acusação americana acredita que ao menos 33 dos 50 Estados possuam leis parecidas, embora a da Flórida seja a mais "expansiva".

"A ideia é que alguém está prestes a lhe atacar. Ao invés de fugir, você pode confrontar a pessoa com o uso da força", diz a professora de direito Janet Malcolm, da Universidade George Mason.

Para Stuart Green, da Universidade Rutgers, no entanto, a lei em vigor na Flórida vai mais longe, já que garante a imunidade contra processos civis e criminais.

"É realmente extraordinário. É tirar o julgamento das mãos do júri e dos promotores, e dizer à polícia 'vocês têm que fazer um julgamento se deve haver uma prisão ou não'", diz.
Entenda o caso

O vigilante voluntário George Zimmerman, de 28 anos, estava em seu carro na noite de 26 de fevereiro e tinha ao seu lado uma pistola 9 milímetros legalmente registrada.

Segundo o seu depoimento, era uma noite chuvosa e recentemente a comunidade havia registrado um aumento de criminalidade.

Em uma gravação divulgada pela polícia local, ele ligou para o 911, serviço de emergências americano, informando sobre "um cara muito suspeito" que "parece mal intencionado ou drogado".

Pouco depois, a voz de Zimmerman fica ofegante, como se ele estivesse correndo, e ele diz ao 911 que está perseguindo o jovem.

Segundos depois, ouve-se uma briga e um tiro.

Trayvon Martin morreu com um disparo no peito efetuado pelo vigilante. Detido e interrogado pela polícia, ele foi solto sem que uma acusação formal fosse registrada, e, portanto, sem a abertura de um inquérito.

Ele disse à polícia que o jovem deu início a uma briga e que foi obrigado a atirar em legítima defesa. Para o chefe da polícia de Sanford, Bill Lee, não foram encontradas evidências que contrariassem a argumentação do vigilante, e por isso não foram registradas acusações.

Fonte: BBC Brasil

MAIS DE 30 INSTITUIÇÕES DE ENSINO SÃO SUSPEITAS DE TENTAR MANIPULAR AS NOTAS DO ENADE

O Ministério da Educação (MEC) identificou em pelo menos 31 instituições particulares de ensino superior problemas em relação à participação dos seus alunos no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade). De acordo com o ministério, há “inconsistência nos dados", já que nessas faculdades o número de estudantes que participaram da avaliação é inferior ao de formandos indicados pelo Censo da Educação Superior.

O levantamento foi feito após denúncia encaminhada à pasta de que a Universidade Paulista (Unip) estaria selecionando apenas os seus melhores alunos para participar do Enade e, assim, conseguir notas mais altas. A mesma prática poderia estar ocorrendo nessas outras instituições. Todas as faculdades foram notificadas e algumas já enviaram esclarecimentos ao MEC.

Ontem (22), o ministério anunciou que instalou um auditoria com prazo de 60 dias para aprofundar as investigações contra a Unip. Outra medida tomada foi a determinação de visitas de comissões de especialistas para avaliação in loco de todos os cursos da universidade que estejam em fase de renovação ou de reconhecimento do credenciamento. Em geral, os cursos não precisam passar por essa etapa de avaliação se tiverem nota superior a 3 (em uma escala de 1 a 5) nos indicadores de qualidade do MEC, como o Conceito Preliminar de Curso (CPC) e o Índice Geral de Cursos (IGC).

Segundo o ministério, caso sejam confirmadas as tentativas de manipular os resultados do Enade também nas outras 30 instituições, serão aplicadas as mesmas medidas determinadas à Unip. O exame é aplicado anualmente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) a estudantes concluintes e ingressantes de cursos superiores de universidades públicas e particulares. A cada ano, é avaliado um grupo específico de cursos de graduação. O objetivo é aferir a qualidade do ensino oferecido pelas instituições. Aquelas que apresentam resultados insatisfatórios podem sofrer sanções do MEC, como corte de vagas e até fechamento do curso.

Fonte: Agência Brasil

RELATÓRIOS DA PF INDICAM QUE DEMÓSTENES TORRES RECEBIA 30% DE JOGOS CLANDESTINOS


A Polícia Federal tem conhecimento, desde 2006, das ligações do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com o senador Demóstenes Torres, do DEM de Goiás.

Três relatórios assinados pelo delegado Deuselino Valadares dos Santos, então chefe da Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros (DRCOR), da Superintendência da PF em Goiânia, revelam que Demóstenes tinha direito a 30% da arrecadação geral do esquema de jogo clandestino, calculada em, aproximadamente, 170 milhões de reais nos últimos seis anos.

Segundo relatório da Polícia Federal, 30% é o percentual que o senador do DEM recebia do bicheiro Carlinhos Cachoeira. Foto:Renato Araújo/ABr

Na época, o império do bicheiro incluía 8 mil máquinas ilegais de caça-níqueis e 1,5 mil pontos de bingos. Como somente no mês passado a jogatina foi desbaratada, na Operação Monte Carlo, as contas apresentadas pela PF demonstram que a parte do parlamentar deve ter ficado em torno de 50 milhões de reais. O dinheiro, segundo a PF, estava sendo direcionado para a futura candidatura de Demóstenes ao governo de Goiás, via caixa dois.

A informação, obtida por CartaCapital, consta de um Relatório Sigiloso de Análise da Operação Monte Carlo, sob os cuidados do Núcleo de Inteligência Policial da Superintendência da PF em Brasília. Dessa forma, sabe-se agora que Demóstenes Torres, ex-procurador, ex-delegado, ex-secretário de Segurança Pública de Goiás, mantinha uma relação direta com o bando de Cachoeira, ao mesmo tempo em que ocupava a tribuna do Senado Federal para vociferar contra a corrupção e o crime organizado no País.

O senador conseguiu manter a investigação tanto tempo em segredo por conta de um expediente tipicamente mafioso: ao invés de se defender, comprou o delegado da PF.

Deuselino Valadares foi um dos 35 presos pela Operação Monte Carlo, em 29 de fevereiro. Nas intercepções telefônicas feitas pela PF, com autorização da Justiça, ele é chamado de “Neguinho” pelo bicheiro. Por estar lotado na DRCOR, era responsável pelas operações policiais da Superintendência da PF em todo o estado de Goiás. Ao que tudo indica, foi cooptado para a quadrilha logo depois de descobrir os esquemas de Cachoeira, Demóstenes e mais três políticos goianos também citados por ele, na investigação: os deputados federais Carlos Alberto Leréia (PSDB), Jovair Arantes (PTB) e Rubens Otoni (PT).

Escutas da Operação Monte Carlo mostram que o bicheiro citou mais três políticos goianos: Rubens Otoni (PT) (à esquerda), Carlos Alberto Leréia (PSDB) (centro) e Jovair Arantes (PTB) 
Ao longo da investigação, a PF descobriu que, nos últimos cinco anos, o delegado passava informações sigilosas para o bando e enriquecia a olhos vistos. Tornou-se dono de uma empresa, a Ideal Segurança Ltda, registrada em nome da mulher, Luanna Bastos Pires Valadares. A firma foi montada em sociedade com Carlinhos Cachoeira para lavar dinheiro. Também comprou fazendas em Tocantins, o que acabou por levantar suspeitas e resultar no afastamento dele da PF, em 2011.

O primeiro relatório do delegado Deuselino Valadares data de 7 de abril de 2006, encaminhado à Delegacia de Repressão a Crimes Contra o Patrimônio (Delepat) da PF em Goiânia. Valadares investigava o escândalo da Avestruz Master, uma empresa que fraudou milhares de investidores em Goiás, quando conheceu o advogado Ruy Cruvinel. Cruvinel chamou Valadares para formar uma parceria a fim de criar “uma organização paralela” à de Carlinhos Cachoeira. O suborno, segundo o delegado, seria uma quantia inicial de 200 mil reais. Ele, ao que parece, não aceitou e decidiu denunciar o crime.

Em 26 de abril de 2006, o relatório circunstanciado parcial 001/06, assinado por Deuselino Valadares, revelou uma ação da PF para estourar o cassino de Ruy Cruvinel, no Setor Oeste de Goiânia. Preso, Cruvinel confessou que, dos 200 mil reais semanais auferidos pelo esquema (Goiás e entorno de Brasília), 50%, ou seja, 100 mil reais, iam diretamente para os cofres de Carlinhos Cachoeira.

Outros 30% eram destinados ao senador Demóstenes Torres, cuja responsabilidade era a de remunerar também o então superintende de Loterias da Agência Goiânia de Administração (Aganp), Marcelo Siqueira. Ex-procurador, Siqueira foi indicação de Demóstenes e do deputado Leréia para o cargo. Curiosamente, ao assumir a função, um ano antes, ele havia anunciado que iria “jogar duro” contra o jogo ilegal em Goiás.

Réplica do infográfico montado pelo delegado Deuselino Valadares dos Santos

Em 31 de maio de 2006, de acordo com os documentos da Operação Monte Carlo, Deuselino Valadares fez o relatório derradeiro sobre o esquema, de forma bem detalhada, aí incluído um infográfico do “propinoduto” onde o bicheiro é colocado no centro de uma série de ramificações criminosas, ao lado do senador do DEM e do ex-procurador Marcelo Siqueira. Em seguida, misteriosamente, o delegado parou de investigar o caso.

“Verificado todo o arquivo físico do NIP/SR/DPF/GO não foi localizado nenhum relatório, informação ou documentos de lavra do DPF DEUSELINO dando conta de eventual continuidade de seus contatos com pessoas ligadas à exploração de jogos de azar no Estado de Goiás”, registrou o delegado Raul Alexandre Marques de Souza, em 13 de outubro de 2011, quando as investigações da Monte Carlo estavam em andamento.

A participação do senador Demóstenes Torres só foi novamente levantada pela PF em 2008, quando uma operação também voltada à repressão de jogo ilegal, batizada de “Las Vegas”, o flagrou em grampos telefônicos em tratativas com Carlinhos Cachoeira. Novamente, o parlamentar conseguiu se safar graças a uma estranha posição da Procuradoria Geral da República, que recebeu o inquérito da PF, em 2009, mas jamais deu andamento ao caso.

Fonte: Carta Capital

MORRE CHICO ANYSIO

Aos 80 anos, Chico Anysio morreu nesta sexta-feira (23), às 14h52, deixando muitas saudades em seus fãs e um vácuo na arte brasileira. Ele estava internado no CTI do Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro, desde o dia 22 de dezembro, por conta de uma hemorragia digestiva.

Agência Estado
Nos últimos meses, o humorista travou uma luta contra diversas complicações. No início de 2011, ele ficou internado por cerca quatro meses por problemas cardiorrespiratórios. Já no final de novembro, Chico teve que retornar ao centro hospitalar por causa de uma infecção urinária.

Na quarta-feira (21), ele passou por uma sessão de hemodiálise e estava sendo fortemente medicado para controlar a pressão arterial. O humorista respirava com a ajuda de aparelhos.

Na manhã desta sexta-feira (23), ele sofreu uma parada cardíaca e chegou a ser reanimado. Porém, no início da tarde, os médicos não conseguiram sucesso.

Vida e obra

Francisco Anysio de Oliveira Paula Filho nasceu em Maranguape, no Ceará, no dia 12 de abril de 1931. Mestre em interpretação e humor, o comediante criou cerca de 209 personagens e foi responsável por muitos risos.

De família rica, seu pai era dono de uma empresa de ônibus e tinha cinco filhos: Elano, Lupe, Lilia e Zelito, além do próprio Chico. Um incêndio na garagem dos ônibus mudou o destino da família, que perdeu todo o patrimônio para o fogo. Aos oito anos, Chico pegou um navio em Fortaleza e se mudou com os parentes para o Rio de Janeiro.

Tímido, apaixonado por futebol e torcedor do Vasco, sonhava em ser jogador de futebol como todo menino. Mas o destino lhe reservava mais uma surpresa. Começou sua carreira artística no rádio, aos 17 anos.

Sua facilidade em imitar vozes o levou para os programas de calouros. Em setembro de 1947, ganhou o primeiro lugar no programa “Papel Carbono” na Rádio Nacional. Depois de colecionar inúmeros primeiros lugares em programas do Rio de Janeiro e de São Paulo, Chico Anysio não era mais aceito nas competições. Em 1949, a Rádio Guanabara descobriu seu talento e ele atuou ao lado de grandes humoristas como Grande Othelo e Haroldo Batista, um dos primeiros a acreditar na vocação de Chico. Foi Haroldo quem o levou para a Rádio Mayrink. E foi nessa rádio que surgiu o Professor Raymundo, um dos mais famosos personagens de sua carreira.

Na década de 50 se aventurou como autor de diversas chanchadas e chegou a atuar também. Estreou na TV em 1957, no programa "Noite de Gala", da TV Rio. Em 1968 estreou na TV Globo, onde alcançou sucesso com diversas atrações.

Chico se casou seis vezes. Sua atual esposa era Malga di Paula. Ele deixou oito filhos: Lug de Paula (do casamento com a atriz Nanci Wanderley); Nizo Neto e Ricardo (ambos da relação com Rose Rondelli); André Lucas (adotado); Cícero (da união com Regina Chaves); Bruno Mazzeo (do casamento com a atriz Alcione Mazzeo); Rodrigo e Vitória (da relação com a ex-ministra Zélia Cardoso de Mello).

Fonte: Estadão