segunda-feira, 16 de abril de 2012

JUSTIÇA DECRETA PRISÃO DE PM SUSPEITO DE ESTUPRO

O plantão judiciário do Tribunal de Justiça do Rio decretou nesta segunda-feira a prisão preventiva do cabo da Polícia Militar Frank Cimar Barbosa de Oliveira Souza, 39, suspeito de sequestrar e estuprar uma estudante de 21 anos na madrugada de domingo (15) em Campo Grande, zona oeste do Rio. Na ocasião, o PM foi detido, mas conseguiu fugir pela porta da frente da delegacia.

Policiais civis da 35ª DP (Campo Grande) afirmam que os dois PMs que conduziram o cabo até a unidade vão responder pelos crimes de favorecimento pessoal e facilitação de fuga. A polícia afirma que os PMs deveriam ter feito a escolta do colega detido, que sequer foi algemado.

Segundo policiais da delegacia de Campo Grande, a vítima voltava da casa do namorado, acompanhada dele, quando foi abordada pelo PM. Como ela estava sem documentos, o cabo afirmou que a levaria em seu carro para uma delegacia.

O namorado da jovem suspeitou da abordagem e, junto com o irmão dela, percorreu as imediações. A estudante foi encontrada pela polícia no carro do acusado, em uma rua próxima.

Ainda durante a madrugada, ela foi levada para o Hospital Estadual Rocha Faria, em Campo Grande. Ela também foi encaminhada para o IML (Instituto Médico Legal), onde exames confirmaram o estupro.

O secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, pediu empenho ao comandante geral da Polícia Militar, coronel Erir Costa Filho, para prender o PM. Em nota oficial, Beltrame diz que considerou o episódio gravíssimo e determinou à Corregedoria Geral Unificada que acompanhe as investigações sobre o caso.

A Polícia Militar afirmou que abriu procedimento para investigar o envolvimento do cabo Oliveira na denúncia de estupro registrada na 35ª DP (Campo Grande). Policiais militares do serviço reservado do 17º Batalhão (Ilha do Governador), onde o PM trabalha, e também da 2ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar estão nas ruas à procura dele.

O cabo estava no carro particular dele, um Siena preto, que foi apreendido pela Polícia Civil. Na abordagem, ele teria mostrado a carteira da PM para o casal. Até as 17h, ele permanecia foragido.

A reportagem não conseguiu localizar advogados ou familiares do policial na tarde desta segunda-feira.

Fonte:folha

MERCADO PREVÊ SELIC DE 9%

O mercado financeiro firmou as previsões para o corte de 0,75 por cento na Selic, atualmente em 9,75 por cento ao ano, na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do dia 18 deste mês, mostrou o relatório Focus do Banco Central nesta segunda-feira.

Além disso, pela mediana dos especialistas consultados, foi mantida a projeção de que a taxa básica de juros permanecerá neste nível até o fim do ano.

Recentemente, uma parte do mercado começou a estimar que a autoridade monetária poderia fazer mais um corte de 0,25 por cento na Selic no encontro de maio do Copom, mesmo com a sinalização clara dada pelo BC de que a levaria para 9 por cento ao ano.

Para a inflação, as estimativas do Focus apontam que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechará o ano em 5,08 por cento, ante 5,06 por cento no relatório da semana passada.

Para o IPCA em 12 meses, as projeções também subiram, para uma alta de 5,47 por cento, ante 5,44 por cento na semana passada. Já as estimativas para 2013 foram mantidas em 5,50 por cento.

A previsão do BC, que consta no Relatório Trimestral de Inflação divulgado no final de março, é de que o IPCA ficará em 4,4 por cento neste ano, pelo cenário de referência -com juros constantes em 9,75 por cento e dólar a 1,75 real. Para o próximo ano, o BC estima inflação de 5,2 por cento.

A meta oficial de inflação é de 4,5 por cento no ano, com margem de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.

Em março, o IPCA subiu menos do que o esperado, com alta de 0,21 por cento no mês e 5,24 por cento no acumulado em 12 meses, ante 5,85 por cento nos 12 meses até fevereiro.

Para o Produto Interno Bruto (PIB), as projeções do relatório Focus apontam uma expansão de 3,20 por cento neste ano, a mesma do relatório da semana passada. Já a estimativa para 2013 subiu a 4,30 por cento, ante 4,20 por cento no relatório anterior.

A taxa de câmbio prevista no relatório Focus para o fim de 2012 é de 1,80 real por dólar, ante 1,78 real na semana passada. Na sexta-feira, o dólar fechou a 1,8400 real para venda, a maior cotação desde 6 de janeiro, em alta de 0,55 por cento.

Fonte: Reuters

ALEMÃO CHAMA A POLÍCIA APÓS MULHER EXIGIR MAIS SEXO

Um alemão de 43 anos chamou a polícia depois de sua parceira trancá-lo no quarto e exigir mais sexo.

O caso ocorreu em Munique, ganhou destaque nos jornais locais e chamou a atenção da imprensa internacional.

De acordo com a polícia da cidade, o homem se refugiou no balcão do apartamento e pediu ajuda por telefone.

O casal teria se conhecido em um bar e concordado em fazer sexo casual na casa da mulher, de 47 anos.

Segundo a revista Stern, o homem contou à polícia ter feito sexo com a mulher várias vezes.

Já satisfeito, porém, ele se viu impedido de deixar o quarto, trancado pela parceira, que queria mais sexo, segundo informou a agência de notícias DPA.

A mulher poderá ser processada por coação e cárcere privado.

Fonte: BBC Brasil

ADVOGADA BRASILEIRA É PRESA NA IRLANDA DO NORTE POR GERENCIAR BORDEL

Duas mulheres, uma delas uma advogada brasileira, foram presas e condenadas a uma sentença de dois meses após terem admitido que gerenciavam um bordel em Belfast, na Irlanda do Norte.

Corte de Magistrados de Belfast (Albert Brdige - geograph.org.uk)
A brasileira Natacha Pociana, de 32 anos, e a portuguesa Sofia Matas, de 35, foram detidas na quinta-feira em um apartamento de Belfast.

Elas admitiram ao serem interrogadas pela polícia que estavam trabalhando como prostitutas e que gerenciavam o prostíbulo que funcionava no apartamento, juntamente com Robert James Weir, um homem de 53 anos.

As duas mulheres teriam caído aos prantos na Corte dos Magistrados de Belfast neste sábado, quando o juiz leu suas sentenças.

Um advogado da promotoria disse que durante buscas no apartamento foram encontrados ''uma grande quantidade de adereços sexuais''.

Robert James Weir, que também está preso, tinha uma acusação prévia envolvendo prostituição datada de 2007 e a polícia acredita que ele era o principal responsável pelo prostíbulo e que as duas mulheres trabalhavam para ele.

Fonte: BBC Brasil

VEJA TENTA SE DEFENDER AO MISTURAR-SE COM ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA

Por Luiz Carlos Azenha

Por dever de ofício, li o texto de capa de revista que tenta provar que investigar os crimes do Carlinhos Cachoeira, no Congresso, é um atentado à liberdade de expressão.

O que chamou minha atenção foi a frase abaixo, que interpretei como defesa do uso de fontes-bandidas:

Qualquer repórter iniciante sabe que maus cidadãos podem ser portadores de boas informações. As chances de um repórter obter informações verdadeiras sobre um ato de corrupção com quem participou dele são muito maiores do que com quem nunca esteve envolvido. A ética do jornalista não pode variar conforme a ética da fonte que está lhe dando informações. Isso é básico. Disso sabem os promotores que, valendo-se do mecanismo da delação premiada, obtêm informações valiosas de um criminoso, oferecendo-lhe em troca recompensas como o abrandamento da pena.

Registre-se, inicialmente, a tentativa dos autores de usar os promotores de Justiça como escada. Tentam sugerir ao leitor que o esforço da revista, ao dar espaço em suas páginas a fontes-bandidas, equivale ao dos promotores de Justiça.

Sonegam que existe uma diferença brutal: os promotores de Justiça usam a delação premiada para combater o crime. Os criminosos que optam pela delação premiada têm as penas reduzidas, mas não são perdoados. E a ação ajuda a combater um mal maior. Um resultado que pode ser quantificado. O peixe pequeno entregou o peixe grande. Ambos serão punidos.

O mesmo não se pode dizer da relação de um jornalista com uma fonte-bandida. Se um jornalista sabe que sua fonte é bandida, divulgar informações obtidas dela não significa, necessariamente, que algum crime maior será evitado. Parece-me justamente o contrário.

O raciocínio que qualquer jornalista faria, ao divulgar informações obtidas de uma fonte que ele sabe ser bandida, é: será que não estou ajudando este sujeito a aumentar seu poder, a ser um bandido ainda maior, a corromper muito mais?

Leiam de novo esta frase: As chances de um repórter obter informações verdadeiras sobre um ato de corrupção com quem participou dele são muito maiores do que com quem nunca esteve envolvido.

Não necessariamente. Ele não tem qualquer garantia de que as informações são verdadeiras se vieram de um corrupto. Que lógica é esta?

O policial que não estava lá mas gravou a conversa que se deu durante um ato de corrupção provavelmente vai fornecer uma versão muito mais honesta sobre a conversa do que os corruptos envolvidos nela.

O repórter que lida com alguém envolvido em um ato de corrupção sabe, antecipadamente e sem qualquer dúvida, que a informação passada por alguém que cometeu um ato de corrupção atende aos interesses de quem cometeu o ato de corrupção. Isso, sim, é claro, não que as informações sejam necessariamente verdadeiras.

O repórter sabe também que, se os leitores souberem que a informação vem de alguém que cometeu um ato de corrupção, imediatamente perde parte de sua credibilidade. Não é por acaso que Carlinhos Cachoeira, o bicheiro, se transformou em “empresário do ramo de jogos”.

É por saber que ele era um “mau cidadão” que a revista escondeu de seus leitores que usava informações vindas dele. Era uma fonte inconfessável.

Não foi por acaso que Rubnei Quicoli, o ex-presidiário, foi apresentado como “empresário” pela mídia corporativa quando atendia a determinados interesses políticos em plena campanha eleitoral. A mídia corporativa pode torturar a lógica, mas jamais vai confessar que atende a determinados interesses políticos.

Carlinhos Cachoeira não é, convenhamos, nenhum desconhecido no submundo do crime. Vamos admitir que um repórter seja usado por ele uma vez. Mas o que dizer de um repórter usado durante dez anos, por uma fonte que ele sabe ser bandida?

Sim, porque o texto, sem querer, é também uma confissão de culpa: admite que a revista se baseou em informações de um “mau cidadão”. Ora, se a revista sabia tratar-se de um “mau cidadão” e se acreditava envolvida em uma cruzada moral para “limpar a sociedade” de “maus cidadãos”, não teria a obrigação de denunciá-lo?

Concordo que jornalistas não têm obrigação de dar atestado de bons antecedentes a todas as suas fontes.

Mas onde fica a minha obrigação de transparência com meus leitores se divulgo seguidamente informações que sei serem provenientes de um “mau cidadão”? Qual é o limite para que eu seja considerado parceiro ou facilitador do “mau cidadão”?

Se imperar, a lógica da revista será muito conveniente para aqueles policiais presos por associação ao crime.

Tudo o que terão de dizer, diante do juiz: “Ajudei a quadrilha de assaltantes de bancos, sim, doutor, matando e prendendo os inimigos deles. Mas foi para evitar um mal maior, meritíssimo: uma quadrilha que era muito mais bandida”.

À CPI, pois.

Fonte: Viomundo

DEMÓSTENES DEFENDEU INTERESSES DE CACHOEIRA NO MINISTÉRIO PÚBLICO DE GOIÁS

Interceptações telefônicas feitas pela Polícia Federal na operação Monte Carlo mostram que o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) também defendeu interesses do empresário Carlos Cachoeira no Ministério Público de Goiás.

O caso envolve o irmão do senador e procurador-geral de Justiça de Goiás, Benedito Torres. As gravações foram reveladas pelo jornal “Correio Braziliense”.

O senador também é acusado de ter utilizado seu mandato para beneficiar os negócios de Cachoeira e responde a processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética do Senado.

Segundo o jornal, as gravações, feitas com autorização judicial, mostram que o senador teria garantido ao bicheiro interferência no Ministério Público de Goiás.

Em diálogos do dia 16 de maio, Cachoeira pediu que o senador intercedesse contra uma transportadora que estaria incomodando o empresário.

Cachoeira, em outra conversa, pede a Demóstenes que acione Benedito Torres para receber um vereador de Goiânia para falar sobre a licitação de um parque na capital do Estado. Os áudios revelam que Demóstenes desconfiou que estava sendo seguido.

As interceptações envolvem ainda Ronald Bicca, que deixou o cargo de procurador-geral do Estado de Goiás na sexta-feira. O jornal mostrou que Cachoeira ordenou que um assessor pedisse a Bicca parecer favorável em um processo administrativo contra um delegado.

A defesa de Demóstenes alega que o Benedito Torres sabia que o senador estava sendo investigado, mas não alertou o irmão. “Isso mostra a independência do Benedito Torres”, disse o advogado do senador, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay.

O advogado deve entregar a defesa de Demóstenes ao Conselho de Ética no dia 25. Kakay vai argumentar que a denúncia não pode se basear em recortes de jornais. Ele disse ainda que não pretende rebater os áudios vazados por considerar que foram obtidos de forma ilegal.

Fonte: Boainformacao.com.br

CACHOEIRA JÁ COMANDOU EMPRESAS EM MINAS GERAIS

O contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso durante a Operação Monte Carlo, tem em Minas Gerais um importante território para a operação dos seus negócios ilegais com o jogo. Cachoeira, assim como seu parceiro, o senador goiano Demóstenes Torres (sem partido), montou empresas no estado em diversas áreas de atuação, há mais de duas décadas, em Uberlândia, no Triângulo mineiro, e em Araxá, no Alto Paranaíba, além de Belo Horizonte. O bicheiro, acusado também de corrupção e formação de quadrilha, já esteve à frente de seis empresas no estado, mas atualmente toca apenas uma delas, a filial da Bet Capital, instalada em Araxá, onde aparece como representante legal . Essa empresa abocanhou um contrato milionário com a prefeitura, já encerrado, mas ainda sob investigação do Ministério Público Estadual por suspeita de superfaturamento na prestação dos serviços.

De acordo com relatório da Procuradoria da República em Goiás, pelo menos 4% dos negócios do contraventor, que já foi dono de, no mínimo, 59 empresas em todo o país, sendo 38 ativas, é movimentado em Minas. No entanto, interceptações telefônicas, feitas pela Polícia Federal com autorização judicial revelam que as empresas legais serviam, na verdade, para ocultar as transações com as máquinas caças-níqueis. Em um diálogo, em julho do ano passado, Lenine Araújo de Souza, sócio da empresa Capital, em Araxá, conversa com um parente de Cachoeira sobre uma comissão de 30% paga a donos de caças-niquéis e um sistema de gerenciamento dos jogos que estava sendo implantado em Uberlândia.

Em outra interceptação, Idalberto Matias, conhecido como Dadá, araponga de Cachoeira, conversa com uma pessoa identificada apenas como professor sobre o esquema de jogos na capital mineira. Na conversa, o “professor” diz a Dadá que vai viajar a Belo Horizonte para se encontrar com uns políticos, “gente forte da área lá” para resolver uma pendência. O inquérito da PF não traz detalhes sobre o negócio.

Escândalo

Desde 2000, Cachoeira vem sendo investigado pelo Ministério Público Estadual (MPMG). A Promotoria de Combate ao Crime Organizado do MPMG iniciou uma devassa nos negócios dele em Minas, mas decisão do Conselho de Procuradores barrou a iniciativa, por entender, que as investigações de contravenção penal, são de responsabilidade do Juizado Especial Criminal. Em 2003, o bicheiro foi protagonista de um escândalo em Minas por operar, sem licitação, jogo da Loteria do Estado de Minas Gerais por meio da Jogobrás do Brasil Ltda, empresa que pertencia a ele.

Documento elaborado pela Assessoria de Planejamento e Coordenação da Loteria Mineira, em julho de 2000, revela que o contrato firmado causou um prejuízo da ordem de R$ 286.254.760 durante a gestão do ex-governador Eduardo Azeredo (PSDB).

Os negócios e as relações políticas de Cachoeira, em Goiás e Minas, tiveram a força de atrair até Goiânia uma comissão de deputados da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), para conhecer uma iniciativa de projeto de lei para regulamentar a jogatina naquele estado. Na ocasião, em 2002, a comissão foi recepcionada pelo secretário de Segurança Pública de Goiás, o então promotor de Justiça Demóstenes Torres, no governo de Marconi Perillo (PSDB). Hoje, o senador e Perillo (PSDB), que retornou ao governo de Goiás no ano passado, são suspeitos de beneficiar o bicheiro Carlinhos Cachoeira, conforme investigação da Procuradoria da República daquele estado. A iniciativa dos parlamentares mineiros, no entanto, não rendeu os frutos desejados. O MPMG, depois da acusação de envolvimento do então procurador-geral de Justiça de Minas Márcio Decat com a jogatina, fez uma dura investida contra os bingos, caça-níqueis e jogo de bicho, enterrando a possibilidade de legalização da contravenção.

Fonte: Estado de Minas

POR QUE A REVISTA VEJA É CONTRA A CPMI DO CACHOEIRA?


VEJA O QUE DIZ O DEPUTADO MARCO MAIA


Tendo em vista a publicação, na edição desta semana, de mais uma matéria opinativa por parte da revista Veja do Grupo Abril, desferindo um novo ataque desrespeitoso e grosseiro contra minha pessoa, sinto-me no dever de prestar os esclarecimentos a seguir em respeito aos cidadãos brasileiros, em especial aos leitores da referida revista e aos meus eleitores:


 

- a decisão de instalação de uma CPMI, reunindo Senado e Câmara Federal, resultou do entendimento quase unânime por parte do conjunto de partidos políticos com representação no Congresso Nacional sobre a necessidade de investigar as denúncias que se tornaram públicas, envolvendo as relações entre o contraventor conhecido como Carlinhos Cachoeira com integrantes dos setores público e privado, entre eles a imprensa;


- não é verdadeira, portanto, a tese que a referida matéria tenta construir (de forma arrogante e totalitária) de que esta CPMI seja um ato que vise tão somente confundir a opinião pública no momento em que o judiciário prepara-se para julgar as responsabilidades de diversos políticos citados no processo conhecido como “Mensalão”;


- também não é verdadeira a tese, que a revista Veja tenta construir (também de forma totalitária), de que esta CPMI tem como um dos objetivos realizar uma caça a jornalistas que tenham realizado denúncias contra este ou aquele partido ou pessoa. Mas posso assegurar que haverá, sim, investigações sobre as graves denúncias de que o contraventor Carlinhos Cachoeira abastecia jornalistas e veículos de imprensa com informações obtidas a partir de um esquema clandestino de arapongagem;


- vale lembrar que, há pouco tempo, um importante jornal inglês foi obrigado a fechar as portas por denúncias menos graves do que estas. Isto sem falar na defesa que a matéria da Veja faz da cartilha fascista de que os fins justificam os meios ao defender o uso de meios espúrios para alcançar seus objetivos;


- afinal, por que a revista Veja é tão crítica em relação à instalação desta CPMI? Por que a Veja ataca esta CPMI? Por que a Veja, há duas semanas, não publicou uma linha sequer sobre as denúncias que envolviam até então somente o senador Demóstenes Torres, quando todos (destaco “todos”) os demais veículos da imprensa buscavam desvendar as denúncias? Por que não investigar possíveis desvios de conduta da imprensa? Vai mal a Veja!;


- o que mais surpreende é o fato de que, em nenhum momento nas minhas declarações durante a última semana, falei especificamente sobre a revista, apontei envolvidos, ou mesmo emiti juízo de valor sobre o que é certo ou errado no comportamento da imprensa ou de qualquer envolvido no esquema. Ao contrário, apenas afirmei a necessidade de investigar tudo o que diz respeito às relações criminosas apontadas pelas Operações Monte Carlo e Vegas;


- não é a primeira vez que a revista Veja realiza matérias, aparentemente jornalísticas, mas com cunho opinativo, exagerando nos adjetivos a mim, sem sequer, como manda qualquer manual de jornalismo, ouvir as partes, o que não aconteceu em relação à minha pessoa (confesso que não entendo o porquê), demonstrando o emprego de métodos pouco jornalísticos, o que não colabora com a consolidação da democracia que tanto depende do uso responsável da liberdade de imprensa.


Dep. Marco Maia,


Presidente da Câmara dos Deputados


Em 15 de abril de 2012

HILLARY CLINTON ESTÁ EM BRASÍLIA


Cinco dias após o retorno da presidente Dilma Rousseff dos Estados Unidos, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, está nesta segunda-feira (16/4) e amanhã em Brasília. Em pauta, o fortalecimento das parcerias entre os dois países nas áreas comercial, política, diplomática, além de direitos humanos, ciência e tecnologia. A Conferência Rio+20 - em junho, no Rio - também será tema das conversas.

Hillary tem reuniões com Dilma, ministros, como o chanceler Antonio Patriota, e empresários. De manhã, ela participa de encontro com cerca de 150 empresários brasileiros e norte-americanos. A reunião é organizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e Câmara Americana de Comércio (Amcham).

A expectativa, de acordo com os empresários, é que Hillary proponha maior parceria no setor privado e ressalte a importância das empresas brasileiras e norte-americanas partilharem projetos de inovação tecnológica. Porém, antes de Hillary, os empresários se reunirão com o secretário do Interior dos Estados Unidos (cargo equivalente ao de ministro), Ken Salazar.

O ministro pretende destacar a importância do turismo no aumento das relações econômicas bilaterais. Também deverá explicar como funcionarão os novos consulados dos Estados Unidos no Brasil – em Belo Horizonte (MG), e Porto Alegre (RS). Os empresários esperam dele também informações sobre as medidas para facilitar a concessão de vistos aos brasileiros.

Os Estados Unidos são o segundo principal parceiro comercial do Brasil. Em 2011, o fluxo de comércio entre os dois países atingiu US$ 60 bilhões, representando aumento de 37% em relação ao registrado em 2007. O Brasil é a sexta maior fonte de visitantes para os Estados Unidos.

À tarde, Hillary conversa com o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, durante a 3ª Reunião do Diálogo de Parceria Global (DPG) Brasil-Estados Unidos. O grupo foi criado em 2010 e prevê encontros anuais. A ideia é analisar de forma coordenada propostas comuns em várias áreas - educação, ciência e tecnologia, inclusão social e direitos humanos.

Nessa terça-feira (17/4), a secretária de Estado norte-americana se reúne com Dilma Rousseff durante a 1ª Conferência Anual de Alto Nível da Parceria para um Governo Aberto ( cujo nome em inglês é Open Government Partnership). O encontro é presidido pelos governos do Brasil e dos Estados Unidos. Estarão presentes representantes de 42 países.

Confirmaram presença na conferência o primeiro-ministro da Geórgia, Nikoloz Gilauri; o presidente da Tanzânia, Jakaya Kikwete; o vice primeiro-ministro da Líbia, Omar Abdelkarim; o ministro das Relações Exteriores da Estônia, Urmas Paet, o ministro das Relações Exteriores do mesmo país, Edgars Rinkevics, além do ministro das Relações Exteriores da Libéria, Augustine Ngafuan.

A conferência foi criada formalmente durante uma reunião paralela no ano passado, quando os presidentes Dilma Rousseff e Barack Obama, dos Estados Unidos, conversaram na 66ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York. A parceria é um fórum de participação voluntária que reúne governos e entidades da sociedade civil. O principal objetivo é fortalecer políticas nacionais de transparência e combate à corrupção por meio do intercâmbio de experiências entre seus participantes.

A visita de Hillary é cercada por cuidados da segurança norte-americana. O acesso aos locais nos quais ela estará é feito com duas a quatro horas de antecedência.

Fonte: Correio Braziliense

ÍNDIOS OCUPAM MAIS OITO FAZENDAS NO SUL DA BAHIA

Mais oito fazendas foram invadidas no domingo, 15, por índios pataxós Hã-Ha-Hãe no município de Pau Brasil (a 551 km de Salvador), no sul da Bahia. Desde o começo do ano, já são 64 invasões de propriedades.

Segundo a produtora rural Cleire Marta Aguiar, as oito terras foram ocupadas na região do Rio Pardo, onde empregados foram mantidos reféns. “Temos informação de que o administrador da fazenda Indiana foi baleado e está amarrado em poder dos índios”, disse.

Fazendeiros bloquearam as estradas que ligam os dois municípios numa tentativa de evitar a passagem de índios na ocupação de outras fazendas. Uma guarnição da Companhia Independente de Policia Especializada na Região Cacaueira (Cipe) está no local e aguarda a chegada de agentes da Policia Federal de Ilhéus para controlar a situação.

Na sexta, 13, duas outras fazendas foram ocupadas por índios em Itaju do Colônia. Uma dela é a Vitória, onde Ana Maria Santos, 33, foi baleada e morta em uma emboscada no último dia 9. Ela viajava numa caminhonete em companhia do marido, de duas irmãs e um filho de cinco anos. Cerca de duas horas depois, a sede da fazenda foi destruída em um incêndio.

Policiais civis e federais estiveram no local e constataram que foi um ato criminoso, mas não identificaram a presença de índios no local, ficando a suspeita inicial de que o incêndio teria sido provocado por seguranças de fazendeiros.

Ações indígenas

O clima de tensão se instalou na região sul do Estado no inicio deste ano com uma série de ocupações. Os índios buscam na justiça a retomada de 54,1 mil hectares que reivindicam como território original da etnia.

Uma ação ordinária proposta pela Funai, tramita há 29 anos no Supremo Tribunal Federal (STF), pedindo a nulidade dos títulos dados pelo governo baiano aos fazendeiros que ocupam essa área, distribuída entre os municípios de Itaju do Colônia, Pau Brasil e Camacan.

Fonte: A Tarde

JOVEM TENTA MATAR EX-NAMORADA E COMETE SUICÍDIO EM SALVADOR

O estudante de análise de sistemas Leonardo Magalhães, 25 anos, suicidou-se com um tiro no pescoço no domingo, 15, depois de tentar matar a vizinha e ex-namorada Milena Menezes, 24, estudante de medicina. Os disparos ocorreram no apartamento onde ela mora sozinha, no Edifício Praia de Itacimirim, Rua Piauí, no bairro da Pituba, em Salvador.

Ele chegou à residência da jovem por volta de 15h, na tentativa de reatar o namoro terminado há cinco meses. Trazia nas mãos uma caixa branca onde guardava uma arma e um bilhete com os dizeres “Deixo esse mundo ao lado de meu amor”.

De acordo com a polícia, ao abrir a caixa e ver o revólver de calibre 38, Milena Menezes correu para o quarto e se trancou. Após mais de uma hora de discussão, Leonardo fez diversos disparos, atingindo vidros, portas e outros objetos.

Os vizinhos, assustados, chamaram a polícia. “O rapaz atirou para todos os lados do apartamento”, disse um agente da 16ª DP (Pituba).

A jovem contou à polícia que o ex-namorado tentou inúmeras vezes reatar, por telefone e pessoalmente, uma relação de três anos. Leonardo chegou a ser levado para o HGE em companhia da mãe, Suelen Magalhães, mas morreu por volta de 20h.

Amigos e vizinhos de Milena e Leonardo se mostraram surpresos com o ocorrido. “Sabíamos que ele ainda gostava dela, mas não tínhamos ideia de que poderia terminar dessa forma”, disse um vizinho dos jovens, que preferiu não se identificar.

Fonte: A Tarde

IMPASSE SOBRE CUBA E MALVINAS IMPEDE DECLARAÇÃO FINAL NA CÚPULA DAS AMÉRICAS

A falta de acordo sobre a participação de Cuba e o apoio à Argentina sobre a questão das Malvinas impediu que líderes americanos chegassem a um consenso para a declaração final conjunta na Cúpula das Américas, afirmou o presidente colombiano Juan Manuel Santos. "Não há declaração porque não há consenso", disse ele.

Santos destacou que, mesmo assim, o encontro foi útil porque pela primeira vez os 31 chefes de estado e de governos presentes falaram de todos os temas sem tabus. "Finalmente estamos discutindo as questões", disse ele. "Drogas era um tema que ninguém coloca na mesa. Cuba e Malvinas não eram discutidos, e desta vez foram".

O presidente colombiano expressou sua esperança de que Cuba participe pela primeira vez do próximo encontro das Américas, que deve ser realizado no Panamá em 2015. De acordo com ele, a maioria dos países disse esperar que Cuba faça parte da cúpula, o que não ocorreu antes. Isso deve, segundo ele, iniciar uma série de iniciativas para fazer com que o país participe do próximo encontro.

No encontro anterior realizado em Trinidad e Tobago, em 2009, a declaração final foi firmada pelo chefe de governo anfitrião, também por falta de acordo sobre a inclusão de Cuba.

Santos destacou também o passo histórico de discutir pela primeira vez alternativas para a guerra contra as drogas, uma estratégia liderada pelos Estados Unidos e que deixou milhares de mortos na América Latina e no Caribe nos últimos 40 anos - um debate impulsionado pelo presidente da Guatemala, Otto Pérez Molina.

Houve consenso para explorar novos enfoques sobre o tema: todos os dirigentes concordaram sobre a necessidade de analisar os resultados da atual política e de explorar novos enfoques para fortalecer a luta. Santos explicou ainda que a Organização de Estados Americanos (OEA) iniciará o estudo com informações de outros órgãos internacionais, como a Organização Panamericana de Saúde e delegações da ONU contra as drogas. O presidente colombiano anunciou também a realização de uma reunião no Peru em breve para abordar a questão.

Fonte: Estadão

CACHOEIRA COLOCOU SOBRINHO NA CÂMARA: FERNANDO CUNHA NETO (PSDB)

Na terra de Carlinhos Cachoeira, a polícia ainda dá de ombros ao jogo do bicho escancarado no centro da cidade, e políticos enchem o peito de orgulho para reafirmar a amizade com o bicheiro, acusado pela Polícia Federal de comandar a máfia dos caça-níqueis. A contravenção prosperou entrelaçada a atividades lícitas e desenvolveu braços na política local e na alta sociedade. Ser amigo dos Cachoeira em Anápolis é um bilhete premiado: até nas bancas de apostas, em época de campanha, a ordem é apoiar o candidato com a benção do grupo.

Na última semana, apesar da visibilidade causada pelo escândalo, o jogo do bicho rolava solto na Praça Bom Jesus, a principal de Anápolis, sob a vigilância da Polícia Militar, como o Globo flagrou por dois dias seguidos. A um metro da vigia da PM, a reportagem fez uma "fezinha" frustrada de R$ 5.

Mas o caça-níquel sumiu dos bares. Neste caso, até parece que a polícia descobriu, de repente, que o jogo é ilegal. Os policiais resolveram agir para coibir a videoloteria e, como não fazia apreensões até estourar o escândalo, as máquinas estão empilhadas em corredores e salas da delegacia geral de Anápolis. Questionada sobre a inexistência de um local para armazenar as apreensões, a delegada de plantão, que pediu para não ser identificada, admitiu que, até "tudo isso acontecer", a falta de espaço para armazenar "maquininhas apreendidas" não causava transtorno.

O trinômio negócio lícitos, poder político e de comunicação consolidou a força de Carlinhos Cachoeira. Ao se casar com a primeira mulher, Andréia, da tradicional família Aprígio, Cachoeira deu ares de legalidade para sua desenvolta atuação no mundo dos negócios sujos. O laboratório Vitapan, de medicamentos genéricos e similares, fortalecia a imagem de empresário bem-sucedido. Em 2004, obteve o sonho de um contraventor: associou o nome da família Ramos a uma fundação de responsabilidade social administrada pela família Aprígio, e criada pelo laboratório.

- A fundação está em reforma, mas já fizemos cursos de capacitação de culinária e bordado. Realmente, nunca teve muito movimento lá, até porque não recebemos dinheiro público. Era outra época. Agora, a família está sofrendo muito - conta Gabriela Campos de Souza, ex-sogra, ex-diretora da fundação e atual subsecretária estadual de educação de Goiás, que nega a interferência de Carlinhos em sua indicação no governo Marconi Perillo (PSDB)

Carlinhos Cachoeira nunca se arriscou como candidato, mas sabe bem como se relacionar com o poder. É íntimo do homem forte da comunicação em Anápolis, Carlos Nogueira, o Butina, diretor do Canal 5 e do jornal "Estado de Goiás", que ignoram completamente o escândalo nacional. Tido pela Polícia Federal como um de seus laranjas, Butina também controla a verba publicitária do governo Perillo em Anápolis, e recebe quase R$ 13 mil por mês, desde 2009, para transmitir ao vivo as sessões da Câmara. Há 19 anos essa empresa é minha. Está tudo documentado - disse

Na Câmara de Vereadores, emerge a impressão de que tudo - o escândalo, as prisões, a exposição de Anápolis - não passa de uma grande fantasia. Na Câmara,o assunto sequer foi mencionado. Mas ninguém ousa mentir que desconhece um dos mais proeminentes filhos da cidade.

Os Cachoeira puseram o sobrinho de Carlinhos na Câmara. Fernando Cunha Neto (PSDB), filho da irmã do bicheiro, que, aos 30 anos, já se lança pré-candidato à prefeitura de Anápolis. 

Na vida privada, Cachoeira conquistou importantes amizades na elite com a paixão pelo futebol. Sua habilidade como meia-esquerda, hoje apagada por causa dos 49 anos de idade, o fez construir na chácara de 81 hectares, que recebia políticos e empresários de todas as matizes, cinco campos de futebol soçaite, onde vereadores e deputados, eleitos por Anápolis e Goiânia, se esbaldavam.

O vereador Wesley Silva (PMDB) era um deles. Assíduo nas peladas, sempre aos sábados, Silva diz que é amigo do peito do contraventor e faz questão de ressaltar as qualidades futebolísticas de Cachoeira, agora trancafiado no presídio federal de segurança máxima de Mossoró (RN).

- Aqui, o povo fala mal dos políticos, mas não do Carlinhos - diz o vereador.

Quarenta e três dias depois da prisão de Cachoeira, a chácara perdeu o brilho. Ficou quase um mês vazia. A pelada retomou, timidamente, na último sábado. Mas sem o ilustre jogador, ex-craque do futsal e profissional da conversa miúda, das "maquininhas" e do videopôquer, que joga com desenvoltura no laptop. O berço da dinastia da contravenção no Centro-Oeste já não é mais o mesmo. Pelo menos, por enquanto.

Fonte: O Globo

GRUPO DE CACHOEIRA MOVIMENTOU 400 MILHÕES DE REAIS NO ÚLTIMOS SEIS ANOS

Investigações da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF) mostram que o grupo de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, participou de esquemas ilegais que, juntos, movimentaram pelo menos R$ 400 milhões nos últimos seis anos. Entre os supostos crimes praticados estão contrabando, exploração de jogos de azar, corrupção e lavagem de dinheiro.

A organização criminosa atuava num raio de até 200 quilômetros do Palácio do Planalto, tendo como área de maior influência o chamado Entorno do DF (Cidades do estado de Goiás) . Era nesse território, com quase dois milhões de habitantes e baixo índice de desenvolvimento humano, que Cachoeira cooptava servidores públicos e policiais para atuarem como 'soldados' da máfia dos caça-níqueis.

Planilhas de contabilidade apreendidas pela PF na operação Monte Carlo, a mais recente envolvendo a organização criminosa, apontam que as casas de bingo do Entorno rendiam ao grupo até R$ 346 mil por mês, chegando a R$ 2 milhões em oito meses. Os cassinos de Valparaíso (GO), segundo as investigações, eram os mais rentáveis. Na cidade, o grupo contava inclusive com o apoio de um funcionário no Fórum. Em Águas Lindas de Goiás, o sistema via web do bando registrou lucro bruto de R$ 86,6 mil no mês de fevereiro. A PF teve acesso aos dados depois de grampear integrantes do grupo e conseguir a senha do site.

Ao melhor estilo da máfia italiana, os integrantes do grupo destinavam parte de seus lucros para a 'assistência social', como era chamado o pagamento da propina. Os valores eram lançados na contabilidade, juntamente com o serviço técnico de reparos das máquinas, aluguéis e telefones. Em Águas Lindas, por exemplo, foram reservados no mês de julho R$ 12,6 mil para a rubrica. Em Santo Antônio do Descoberto, os valores variavam entre R$ 1 mil e R$ 2 mil mensais, taxa semelhante à que era paga em Cristalina. Os pagamentos variavam segundo a hierarquia do 'soldado' .

'Apenas a título de exemplo, policiais militares de baixa patente recebem em média R$ 200,00 por dia trabalhado na segurança/ronda de cassino, ou trabalham dentro das casas, à paisana ou realizando ronda velada ou usando a própria viatura da policial militar. Os oficiais PMs recebem propinas rotineiras, cujo valor varia de acordo com sua posição hierárquica dentro da instituição e a função desempenhada, seja política, junto ao comando geral em Goiânia, seja nos comandos regionais', destaca o inquérito.

O negócio de Cachoeira era mantido às custas do vício de jogadores e de adulterações nas máquinas para que elas gerassem mais lucro.

Concorrência

Todas essas operações eram controladas de perto por integrantes do grupo, que atuavam para acabar com qualquer concorrência no mercado ilegal.

No início deste ano, homens de Cachoeira tentaram subornar policiais em troca de informações sobre concorrentes e equipamentos apreendidos.

Otoni Olímpio Júnior e Raimundo Washington de Sousa queriam pagar R$ 25 mil aos agentes e ainda garantir um 'mensalzinho' pelas facilidades. Os denunciados fazem parte da família Queiroga, parceira de Cachoeira nos negócios do Entorno.

'Parceiro'

Empresário de Brasília, José Olímpio Queiroga Neto atua, segundo as investigações, no comércio ilegal de jogos de azar e na lavagem de dinheiro. Há 17 anos o Entorno pertenceria a Carlinhos Cachoeira e Olímpio atuaria em parceria com ele e Lenine Araújo de Souza, segundo homem na escala hierárquica do grupo criminoso.

Os grampos mostram que o empresário poderia operar com exclusividade na área e escolher demais parceiros.

'Não sou dono da área. Dono da área aí chama-se Carlinhos Cachoeira e Lenine e outro garoto. Respeito isso e falo de boca cheia, pra todo mundo, que sou parceiro. A área é de vocês, por isso que eu pago e pago com prazer. Os bicheiros são vocês. Eu pago porque é direito de vocês', diz Olímpio em uma interceptação telefônica.

Apuração da Monte Carlo mostra que os irmãos Queiroga eram responsáveis por empresas que ajudavam a lavar o dinheiro de Cachoeira. A quebra de sigilo bancário mostrou que pelo menos R$ 14 milhões passaram pela rede montada pelo empresário. Segundo a PF, somente a Let Laminados Extrudados teve movimentação financeira de aproximadamente R$ 13 milhões entre 2006 e 2009.

De acordo com relatório de análise, a empresa tem entre os sócios dois laranjas: Adriele Silvia e Thiago Rodrigues, servidor lotado no Ministério do Desenvolvimento Agrário com salário de R$ 2,1 mil. A PF identificou ainda transferências bancárias entre Adriele e Geovani Pereira, o contador de Cachoeira. A moradora de Luziânia também é sócia da empresa Micro Usina de Álcool Alto Longa, em Alto Longa (PI), aberta em julho do ano passado.

Faturamento

Nas escutas, Queiroga e seus comparsas movimentavam o dinheiro arrecadado com os jogos de azar nas contas das empresas de fachada. As casas de bingo da família rendiam cerca de R$ 200 mil por dia, como revelam documentos das investigações.

Os valores são semelhantes aos identificados pela PF nas operações que fecharam as primeiras casas da organização criminosa, ainda em 2006.

'Pelo que levantamos, as máquinas de rua e de bingo de todo o Estado de Goiás e Entorno do Distrito Federal faturam uma média de R$ 250 mil diariamente', afirma o relatório da PF.

Imposto de Renda

O grupo de Cachoeira também é formado por políticos suspeitos de corrupção, especialmente no Estado de Goiás. A ligação com prefeitos e vereadores ficou demonstrada, por exemplo, na articulação para livrar o prefeito de Águas Lindas, Geraldo Messias (PP), do indiciamento na operação Apate, realizada em 2010.

Em tramitação no Tribunal Regional Federal (TRF) da 1º Região, a fraude consistia na retificação das Declarações do Imposto de Renda Retido na Fonte (DIRFs) dos últimos cinco anos, de órgãos municipais como a Prefeitura e a Câmara daquele município.

As investigações mostraram que eram incluídos falsos prestadores de serviços, com rendimentos fictícios, o que gerava retenções enganosas. O dinheiro então era liberado para os gestores.

Segundo a Receita, o rombo estimado no caso é de R$ 200 milhões. A operação se estendeu para outras 10 prefeituras de Goiás, duas do Mato Grosso e uma do Pará. Nos áudios, um delegado da PF que fazia parte da quadrilha aponta detalhes da operação, dimensiona quais prefeituras seriam atingidas e, em seguida, orienta como deveria ser o depoimento de Messias.

O Estado não localizou o prefeito de Águas Lindas.

Carlinhos Cachoeira também teve informações privilegiadas sobre a Operação Conexão Ásia, que apreendeu mais de R$ 4 milhões em produtos supostamente contrabandeados no camelódromo de Campinas, em Goiânia e em Anápolis, áreas de atuação do grupo comandado pelo contraventor.

Fonte: Estadão