sábado, 5 de maio de 2012

HOLLANDE TENTA RELAXAR ANTES DA VOTAÇÃO NA FRANÇA

O socialista francês François Hollande passou o sábado misturando-se com simpatizantes e iguarias em um mercado em sua base política rural, enquanto saboreava o que poderiam ser seus últimos momentos de silêncio caso vença as eleições presidenciais no domingo.

As últimas pesquisas de opinião dão a Hollande a liderança de cerca de 6 pontos para a rodada decisiva contra o presidente Nicolas Sarkozy, sugerindo que pode estar a um dia de se tornar o primeiro socialista a vencer as eleições presidenciais na França desde 1988.

A liderança de Hollande caiu a apenas quatro pontos em uma pesquisa na sexta-feira, e ele admitiu estar um pouco na margem, enquanto passeava pela cidade de Tulle, no sudoeste da França, que tem sido sua base política há três décadas.

"Estou nervoso, ansioso pela vitória", disse Hollande à Reuters, enquanto matava tempo misturando-se com comerciantes do mercado os quais cumprimenta por anos em suas andanças de final de semana pela cidade.

Enquanto Sarkozy passou o dia na privacidade de sua casa em Paris, Hollande passou a maior parte de manhã cumprimentando apoiadores, beijando crianças e dando autógrafos, parando para inspecionar o produto local, de patê de patos a mel e morangos.

Hollande vai passar o final de semana em Tulle, onde foi prefeito por sete anos desde 2008 e continua como chefe do conselho regional do departamento de Correnza, e saltará de um avião em Paris no domingo a noite, caso seja vitorioso.

Com uma pesada agenda internacional esperando por ele caso seja eleito, incluindo reunião da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em maio, em Chicago, e a reunião do G20 em junho, no México.

"É muito importante para mim ter ligações com as pessoas", disse ele, cercado por uma multidão de apoiadores de toda Correze. "Eu tenho que dizer que eu amo as pessoas e acho que agora que as pessoas me amam."

Regulamentos rigorosos impedem o candidato de fazer campanha na véspera da votação ou comentar especificamente sobre a eleição.

Fonte: Reuters

FEIRÃO DA CASA PRÓPRIA MOVIMENTA QUASE R$ 900 MILHÕES EM CINCO CIDADES, EM UM DIA


O 8º Feirão Caixa da Casa Própria recebeu cerca de 46 mil pessoas e movimentou mais de R$ 886 milhões, somente no primeiro dia do evento, que começou ontem (4) e termina amanhã (6), em cinco cidades - Belo Horizonte, Brasília, Recife, o Rio de Janeiro e Salvador.
Somente em Brasília, ontem o número de visitantes chegou a 6.929 e hoje (5), até as 14h, 6.367 pessoas passaram pelo Centro de Convenções Ulysses Guimarães. A expectativa da Caixa é receber maior número de visitantes no último dia do evento. No ano passado, no total, 41 mil pessoas foram ao feirão, na capital federal.
Nos 15 mil metros quadrados da área do feirão, os visitantes nem precisam procurar vendedores de casas e apartamentos. Eles estão por toda parte, sempre com folhetos nas mãos sobre os imóveis oferecidos no evento, que totalizam 15 mil.
A corretora Elienai Pinho, 42 anos, conta que no feirão consegue fazer mais contatos com novos clientes. “É uma oportunidade tanto para nós corretores quanto para os clientes encontrarem investimentos. Aqui podemos captar clientes para fazer bons negócios”, disse.
O bancário Abdias Junior Ribeiro, 33 anos, acompanhado da mulher e da filha, passou horas no feirão procurando uma casa para a família, que atualmente mora de aluguel. “Vim pesquisar e tirar dúvidas”, contou o bancário. Agora, com os contatos que fez, ele pretende fechar negócios na próxima semana, “com mais tranquilidade”.

A servidora pública Ana Cláudia Trindade, 41 anos, e o marido, o bombeiro Ricardo Pereira de Souza, 40 anos, disseram que andaram bastante pelo feirão para conhecer os imóveis e entender melhor sobre o financiamento imobiliário. Mas eles reclamaram que, com a renda do casal, não conseguiram imóvel do Programa Minha Casa, Minha Vida. “A nossa renda não é alta, mas a gente não tem FGTS [Fundo de Garantia do Tempo de Serviço], subsídio, nada”, enfatizou Ana Cláudia.

A pedagoga Célia Alves reclamou que por ter 59 anos não conseguiu financiar um imóvel, mesmo com entrada de R$ 200 mil. “O financiamento não é para todo mundo. Não consegui por causa da idade”, disse.
Já a costureira Edite Alice Fernandes, 60 anos, saiu do feirão esperançosa de conseguir comprar um apartamento de dois quartos. “Fiz uma simulação, conversei com corretores. Agora vamos ver se vai dar certo”, destacou.
Depois das cinco primeiras cidades, o feirão será realizado entre os dias 18 e 20 de maio, em Curitiba, Fortaleza e São Paulo. De 25 a 27 deste mês, o evento ocorrerá em Uberlândia, Campinas e Porto Alegre. As últimas cidades serão Belém e Florianópolis, entre os dias 8 e 10 de junho.
No total, serão oferecidos 430 mil imóveis novos, usados e na planta. As linhas de financiamento para a casa própria da Caixa Econômica Federal têm prazo de pagamento de até 30 anos. Os juros podem variar de 4,6% até 9% ao ano. O financiamento pode ser até 100% do valor do imóvel.
Fonte: Agência Brasil

BANCO CENTRAL QUER ESTIMULAR O ACESSO DA POPULAÇÃO AO MICROCRÉDITO

O governo quer discutir a regulamentação e o acesso da população a mais produtos financeiros como microcrédito, microsseguros e poupança por meio de previdência complementar.
inclusão financeira

Na avaliação do chefe do Departamento de Normas do Banco Central (BC), Sérgio Odilon dos Anjos, o Brasil avançou no acesso da população a contas bancárias, ao crédito e a outros serviços oferecidos pelos bancos. Ele destacou que atualmente todos os municípios do país têm agências bancárias ou correspondentes, mas é preciso disseminar outros produtos que permitem a inclusão financeira.

- As pessoas que querem ingressar no sistema financeiro têm todas as condições. O que a gente precisa é ampliar um pouco esse debate para outros temas que também dizem respeito à inclusão. A inclusão não é só financeira, não é só conta-corrente, nem só crédito. É microsseguro, mercado de capitais e é previdência – disse Odilon.

No último dia 27, o Comitê de Regulação e Fiscalização dos Mercados Financeiro, de Capitais, de Seguros, de Previdência e Capitalização (Coremec) aprovou a criação de um Subcomitê de Inclusão Financeira. A ideia é fazer propostas para a regulamentação da inclusão financeira, por meio desse subcomitê formado pelo BC, pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Superintendência de Seguros Privados (Susep) e Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc).

Segundo o BC, o objetivo é compartilhar informações entre esses órgãos, desenvolver instrumentos de microfinanças e aumentar o acesso à economia formal.

De acordo com Odilon, com o subcomitê, os reguladores podem “conversar e fazer com que se traga alguma coisa mais consistente de melhoria nesse processo de inclusão financeira”.

Além das discussões internas do subcomitê, na próxima quarta-feira, o BC promove, em parceria com outros órgãos públicos e o Sebrae, um seminário em Brasília, que também terá como tema a inclusão financeira. No evento, será lançado, o Plano para o Fortalecimento do Ambiente Institucional da Parceria Nacional de Inclusão Financeira. Essa parceria foi lançada no final do ano passado e envolve órgãos do governo para intercâmbio de conhecimento e para desenvolvimento de ações de inclusão e educação financeira, além de proteção ao consumidor.

No evento, será debatido não somente a inclusão financeira da população, mas também o incentivo às micro e pequenas empresas.

Na avaliação do Sebrae, é preciso melhorar o volume de crédito e as taxas para esse segmento, “evoluir na questão das garantias” e “reduzir a assimetria de informações, que inibe o acesso dos pequenos negócios aos financiamentos”.

Além dos representantes do governo e do Sebrae, o evento contará com a participação da princesa da Holanda Máxima Zorreguieta. Ela desenvolve ações de fomento ao empreendedorismo e a microfinanças.

Fonte: Correio do Brasil

O ESQUEMA CACHOEIRA E O GOVERNO DE JOSÉ SERRA


CPI e Ministério Público investigam como o grupo do bicheiro Carlinhos Cachoeira atuou em São Paulo através de contratos da construtora Delta com a Prefeitura e o Estado em obras na marginal Tietê


img.jpgOs desdobramentos da Operação Monte Carlo, que investiga as relações do bicheiro Carlinhos Cachoeira com governos estaduais e municipais, chegaram ao principal bunker da oposição: o Estado de São Paulo. Em Brasília, parlamentares que compõem a “CPI do Cachoeira” já tiveram acesso a conversas telefônicas gravadas com autorização judicial entre junho do ano passado e janeiro deste ano. Elas apontam que a construtora Delta, braço operacional e financeiro do grupo do contraventor, foi favorecida nas gestões de José Serra (PSDB) e de seu afilhado político Gilberto Kassab (PSD) na prefeitura e também quando o tucano ocupou o governo do Estado. Em 31 de janeiro deste ano, por exemplo, Carlinhos Cachoeira telefona para Cláudio Abreu, o representante da empreiteira na região Centro-Oeste, atualmente preso sob a acusação de fraudar licitações e superfaturar obras. Na ligação (leia quadro na pág. 43), o bicheiro pergunta se Abreu teria conversado com Fernando Cavendish, oficialmente o dono da construtora, sobre “o negócio do Kassab”. Em seguida, diz a Abreu que o prefeito de São Paulo “triplicou o contrato”. Essa conversa, segundo membros da CPI e do Ministério Público de São Paulo, é um dos indícios de que a organização de Cachoeira também teria atuado com os tucanos e seus aliados em São Paulo. “Os depoimentos de Cachoeira e Abreu serão fundamentais para que se descubra o alcance das relações entre a empreiteira e políticos”, diz o relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG). 

A Delta começou a prestar serviços à capital paulista em 2005, quando Serra assumiu o comando do município. Inicialmente, os contratos somavam R$ 11 milhões. A partir de 2006, quando Serra deixou a prefeitura e venceu as eleições para governador, os negócios da empreiteira com o município se multiplicaram, em muitos casos sem licitação. Em 2010, ano em que o tucano disputou a Presidência, os repasses chegaram a R$ 36,4 milhões. Entre 2008 e 2011, os pagamentos da prefeitura para a Delta ultrapassaram R$ 167 milhões. O que chama mais a atenção da CPI e do Ministério Público de São Paulo, porém, é o fato de a Delta ter vencido em outubro do ano passado uma concorrência para limpeza urbana no valor de R$ 1,1 bilhão. O MP abriu um inquérito para apurar se houve fraude na licitação. Há suspeitas de uso de documentos falsos e de edital dirigido. “Se a Delta cometeu essas irregularidades em outros Estados e municípios, precisamos apurar se isso ocorreu também em São Paulo”, diz o promotor Silvio Marques, do Patrimônio Público. Na quarta-feira 2, ele encaminhou ofício à PF, solicitando acesso às investigações da Operação Monte Carlo.

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Entre a papelada, o promotor receberá a transcrição de uma conversa gravada com autorização judicial ocorrida em 4 de agosto do ano passado. No diálogo, a que ISTOÉ teve acesso, um homem identificado como Jorge pergunta para Gleyb Ferreira, segundo a PF uma espécie de “faz-tudo” de Cachoeira, sobre o edital de uma licitação. “E aí, evoluiu aquele negócio?”, pergunta Jorge. “Aguardamos estar com o edital hoje à tarde. O Carlinhos (Cachoeira) quer que a gente converse com o Heraldo (Puccini Neto, representante da Delta na região Sudeste). Já estamos conseguindo uma prorrogação com o secretário para o dia 31 ao invés do dia 15”, responde Gleyb. Para a PF, o diálogo se refere à concorrência de R$ 1,1 bilhão vencida pela empresa ligada ao bicheiro. O Ministério Público já apurou que foram necessários dois editais para a concorrência. No primeiro, a Delta foi desclassificada. 

Se a Delta multiplicou seus contratos com a prefeitura entre 2005 e 2011, um movimento semelhante ocorreu com o governo de São Paulo, quando Serra chegou ao Palácio dos Bandeirantes em janeiro de 2007. Durante o mandato do tucano, a construtora recebeu R$ 664 milhões do governo paulista. O valor corresponde a 83% de todos os 27 convênios firmados pela Delta com o Estado de São Paulo na última década. A obra mais polêmica é a ampliação da Marginal Tietê, um dos cartões de visita da campanha presidencial de Serra em 2010. Além de inúmeros problemas, como atrasos e falta de compensação ambiental, o valor pago ao consórcio Nova Tietê, liderado pela Delta, sofreu um reajuste de 75%. Na quarta-feira 2, o Ministério Público de São Paulo instaurou Inquérito Civil para apurar a existência de irregularidades na licitação, superfaturamento e conluio entre agentes públicos.

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Fonte: IstoÉ