quinta-feira, 10 de maio de 2012

SAFRA DE CAFÉ DEVE SER A MAIOR JÁ PRODUZIDA NO PAÍS

A safra 2012 de café deve chegar a 50,45 milhões de sacas de 60 quilos, de acordo com o segundo levantamento feito pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e divulgado hoje (10). O resultado é 16% maior que o da safra anterior (43,48 milhões de sacas) e supera o recorde do ciclo 2002/2003, quando foram produzidos 48,48 milhões de sacas.

Segundo a Conab, o aumento da produção se deve principalmente à alta bienalidade, já que a cultura do café se caracteriza pelo revezamento de um ano de alta produção com outro de produção menor, e ao investimento realizado pelo produtor na lavoura. Na comparação com 2009, último ano de alta bienalidade, a safra atual deve crescer 4,09%.

O café arábica deve representar 75,6% da produção, com 38,13 milhões de sacas. Minas Gerais é o maior produtor, com 26,34 milhões de sacas. A safra de café conilon tem o Espírito Santo como principal produtor, com 9,36 milhões das 12,31 milhões de sacas produzidas no país.

A área plantada com o produto cresceu 3%, passando de 2,278 milhões de hectares em 2011 para 2,346 milhões, um aumento de 68 mil hectares. Minas Gerais tem 1,219 milhão de hectares plantados com café e o Espírito Santo, 492 mil hectares. A pesquisa foi realizada entre os dias 15 e 28 de abril com visitas dos técnicos da Conab aos estados produtores.

Fonte: Jornal do Brasil

PRESIDENTE DA GAVIÕES DA FIEL É PRESO EM SÃO PAULO

O presidente da torcida organizada Gaviões da Fiel, Antonio Alan Souza Silva, conhecido como Donizete, se apresentou no 77° DP, em Santa Cecília, na tarde desta quinta-feira.

Ele e o vice-presidente da organizada, Wagner da Costa, tiveram prisão temporária decretada no final da semana passada acusados de terem participado do confronto entre corintianos e palmeirenses no dia 25 de março. Da Costa continua foragido.

A briga na avenida Inajar de Souza, na zona norte de São Paulo, deixou dois palmeirenses mortos: André Alves Lezo e Guilherme Vinícius Jovanelli Moreira. Outros três integrantes da Gaviões, entre eles o ex-presidente Douglas Deúngaro, o Metaleiro, continuam presos.

O vice-presidente da Mancha Alviverde, Lucas Alvez Lezo (irmão de André), também segue preso, mas suspeito de ter participado da morte do corintiano Douglas Karin Silva, em agosto de 2011. Ele foi preso em flagrante há 40 dias por posse ilegal de arma.

HISTÓRICO

A investigação das torcidas de Corinthians e Palmeiras, com sede no Bom Retiro e na Barra Funda, respectivamente, foi feita pela Decradi em conjunto com a DHPP.

A polícia começou a investigar as duas torcidas após o confronto entre cerca de 300 torcedores do Corinthians e do Palmeiras na avenida Inajar de Souza, no bairro do Limão, horas antes do clássico entre as duas equipes no Pacaembu, realizado no último dia 25.

Em virtude da violência e da morte dos torcedores, a Federação Paulista de Futebol proibiu as duas organizadas de entrar nos estádios na reta final do Estadual.

Fonte: Folha

CAIXA TEM LUCRO DE R$ 1,2 BILHÃO NO PRIMEIRO TRIMESTRE

A Caixa Econômica Federal teve lucro líquido de 1,2 bilhão de reais no primeiro trimestre, um avanço de 46,1 por cento em relação ao mesmo período de 2011.

A carteira de crédito chegou a cerca de 270 bilhões de reais no final de março, alta de 41,1 por cento em 12 meses e de 7,7 por cento sobre dezembro último. Com isso, a fatia de mercado da Caixa no mercado de crédito chegou a 13 por cento, um aumento de 2,1 pontos percentuais em um ano.

Sempre no comparativo anual, a carteira de financiamentos da instituição para pessoas físicas cresceu 44,7 por cento, enquanto a de empresas avançou 39,4 por cento. A imobiliária, a mais importante do banco, evoluiu 40,6 por cento.

O índice de inadimplência fechou o trimestre em 2,07 por cento, abaixo dos 2,14 por cento de um ano antes, mas ligeiramente acima dos 2,00 por cento de dezembro.

"A Caixa confirma na prática que sua estratégia está dando certo, que é possível ser um banco público eficiente e com bons resultados", disse o presidente do banco, Jorge Hereda, em nota.

O banco estatal chegou ao final de março com 558,1 bilhões de reais em ativos próprios, uma evolução anual de 29,4 por cento.

Já o Índice de Basiléia da instituição ficou em 12,8 por cento, o menor dentre os grandes bancos no país.

Fonte: Reuters

SÍRIA SOFRE COM ESCALADA DA VIOLÊNCIA

Primeiro os fatos - a segunda de duas explosões que aconteceram na manhã desta quinta-feira no distrito de Al-Qazzaz em Damasco é a explosão mais destrutiva desde o início do levante popular no país no ano passado.

Explosões em Damasco. | Foto: AFP
A TV estatal síria rapidamente mostrou imagens de carros sujos de sangue, atingidos por estilhaços ou coisas piores. Acredita-se que pelo menos 55 pessoas tenham morrido.

É a quinta vez esse ano que a capital, outrora pacífica, foi bombardeada. Antes disso, a pior matança aconteceu no dia 17 de março, quando cerca de 27 pessoas foram mortas e cem ficaram feridas.

Um especialista militar em Dispositivos Explosivos Improvisados (DEIs), que pediu para não ser identificado, disse à BBC que o ataque foi "extremamente bem planejado e orquestrado".

"O ataque também foi organizado com pouca consideração pelas morte de civis. Parece que o primeiro dispositivo era um clássico 'come on' (vamos lá, em tradução livre) - um dispositivo relativamente pequeno detonado para encorajar os funcionários a saírem dos prédios e irem para as áreas externas - para um ataque posterior com um dispositivo bem maior."

"Este segundo dispositivo provavelmente continha entre 225 quilos e 450 quilos de explosivos e deve ter sido detonado por um controle remoto em um momento específico para maximizar as mortes. Pela natureza dos danos, parece que o dispositivo era caseiro", afirmou.

Regime 'capaz' de ataques

As perguntas-chave são: quem fez isso e por que?

O governo sírio responsabilizou os rebeldes de oposição, a quem chamou de "terroristas", acusando-os de violar o cessar-fogo proposto pela ONU.

O alvo principal foi o chamado "Ramo Militar Palestino", local onde oposicionistas seriam interrogados e torturados pelo regime.

Mas os oposicionistas negam estar por trás das explosões. Eles acusam o regime de realizá-las contra seus próprios funcionários, para descreditar a oposição e ganhar a simpatia dos monitores da ONU que estão na cidade.

É realmente possível que um Estado soberano como a Síria porra ser cínico ao ponto de matar deliberadamente seus próprios aliados por um motivo maquiavélico como este?

"O regime sírio é mais do que capaz de planejar ataques contra seu próprio povo por razões de propaganda. Já vimos isso no Líbano no passado", disse o analista militar.

Ele afirma ainda que é possível que as explosões tenham sido planejadas para desviar as críticas internacionais aos bombardeios em áreas civis feitos pelo governo.

Grupo islâmico?

Além da oposição organizada, há uma "terceira força" em ação na Síria, que já assumiu a responsabilidade por outros grandes ataques no passado.

O grupo "Frente de Batalha Al-Nusra" emergiu em janeiro e, desde então, disse estar por trás de ataques a bomba em carros e caminhões, incluindo uma explosão em março ao quartel-general da polícia e da inteligência da Aeronáutica.

O grupo tem uma agenda extremista islâmica clara e se refere a seus combatentes como "os mujahideen de Sham na arena da Jihad" e há suspeitas de que possa ter laços com a Al-Qaeda.

No início desse ano, o sucessor de Osama bin Laden como líder da Al-Qaeda, Ayman Al-Zawahiri, divulgou uma mensagem na internet pedindo que os muçulmanos apoiem a revolução na Síria, mas os principais grupos de oposição preferem se manter distantes de grupos islâmicos.

No momento, há um sentimento crescente de que somente duas organizações tem conhecimento sobre a fabricação de bombas e organização suficiente para montarem um ataque tão espetacular, planejado e eficiente na Síria - a Al-Qaeda no Iraque (que faz fronteira com o país) e o governo sírio.

Tudo depende de em quem você acredita.

Fonte: BBc Brasil

OPERAÇÃO MONTE CARLO ATINGE GRUPO QUE FAZIA O LOBBY DO AMIANTO: PERILLO, DEMÓSTENES E LERÉIA


O império do amianto está ruindo, a olhos vistos.

Em 13 de fevereiro, a Justiça italiana anunciou a condenação dos ex-proprietários da Eternit, o barão belga Jean-Louis de Cartier de Marchienne e o magnata suíço Stephan Schmidheiny, a 16 anos de prisão e ao pagamento de quase 100 milhões de euros.


Nem mesmo o informe publicitário publicado na ocasião pela Eternit do Brasil  nos principais veículos de comunicação (CartaCapital foi a única a recusar o anúncio), negando qualquer relação com a empresa incriminada, diminuiu o amargor da derrota.

Agora, o lobby do amianto sofre novos reveses. Indiretamente, a Operação Monte Carlo, da Polícia Federal (PF), atingiu em cheio o império do amianto. Seus mais ilustres e ferrenhos defensores no meio político brasileiro são acusados de envolvimento com os esquemas do bicheiro Carlinhos Cachoeira.
São eles o senador Demóstenes Torres (DEM-GO, até 4 de abril), o deputado federal Carlos Alberto Leréia (PDSB-GO) e o governador Marconi Perillo (PSDB-GO).  Os três integram a “bancada da crisotila”. São parlamentares que, em troca de defender a fibra cancerígena no parlamento, recebem apoio financeiro da indústria amiantífera em suas campanhas. Crisotila, ou amianto branco, é o tipo existente e ainda permitido no País.

A primeira baixa, aliás, já ocorreu. Demóstenes Torres deixou a relatoria do projeto de lei 371/2011, do senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que “dispõe sobre a proibição da extração, da importação, do transporte, do armazenamento e da industrialização do amianto”.

Outro revés: o Instituto Crisotila do Canadá anunciou oficialmente, em 28 de abril deste ano, o encerramento de suas atividades.  Durante quase três décadas, ele coordenou globalmente os esforços da indústria do amianto para promover o chamado “uso controlado da crisotila”. Uma tese enganosa de que a exploração do mineral, assim como a fabricação e a utilização de produtos, contendo suas fibras, seriam inofensivos à saúde humana. O instituto canadense foi copiado em todo o mundo. Aqui, deu origem ao Instituto Brasileiro do Crisotila (IBC), sediado em Goiânia.

“São dois golpes mortais, que prenunciam o fim da produção da fibra assassina aqui”, observa a engenheira Fernanda Giannasi, auditora fiscal do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e coordenadora da Rede Virtual-Cidadã para o Banimento do Amianto para a América Latina. “É como diz o ditado popular ‘a Justiça tarda, mas não falha’.”

LOBBY PARLAMENTAR INTERMEDIA VISITA DE PRESIDENTE DA ETERNIT A GILMAR MENDES NO STF

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, anualmente, 107 mil pessoas morrem em todo o mundo devido a doenças causadas pelo amianto ou asbesto – um reconhecido cancerígeno para os seres humanos.

“Todo tipo de amianto — inclusive a crisotila — é comprovadamente cancerígeno, e o seu uso controlado, uma ilusão total”, alerta o pneumologista Hermano Albuquerque de Castro, professor da Escola Nacional de Saúde Pública e pesquisador do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana, da Fiocruz, no Rio de Janeiro. “No máximo, as indústrias conseguem reduzir a exposição dentro das fábricas. Não conseguem controlar depois que o produto sai e vai para o público. Isso é impossível.”

Apesar de essa advertência ser feita há mais de duas décadas, o governo brasileiro ignorou o problema. E mais. Nos últimos anos, perdeu diversas oportunidades de proibir o uso do amianto no território nacional.

Em boa parte devido ao poderoso lobby no Congresso Nacional, que sempre agiu com presteza para atender os interesses da indústria amiantífera.

Demonstração emblemática dessa força aconteceu em setembro de 2008. Havia indícios de que o Supremo Tribunal Federal (STF) iria julgar celeremente a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4066, que pede a decretação da inconstitucionalidade do artigo 2º da Lei 9055/95; ela trata do “uso seguro e responsável do amianto”.

“A Lei 9055 é inconstitucional em função da lesividade de todo tipo de amianto à saúde humana”, diz o advogado Mauro Menezes, que, na ação, representa a Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT) e a Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto (Abrea) “Ela não se compatibiliza com uma questão maior que está garantida na nossa Constituição, que é o direito à saúde e à vida.”

Pois bem, à época, o então senador Marconi Perillo e o colega Demóstenes Torres intermediaram encontro de representantes da Eternit com o ministro Gilmar Mendes (naquele momento, presidente do STF) para tratar do assunto.
Assim, no dia 30 de setembro de 2008, o presidente do Grupo Eternit, Élio Martins, o diretor-geral da SAMA, Rubens Rela Filho, Perillo e o deputado federal Carlos Alberto Leréia (PSDB, GO) foram recebidos no STF por Gilmar Mendes.

O Grupo Eternit é o maior produtor de amianto e de artefatos de cimento-amianto do Brasil. A mineradora SAMA pertence a ele. É a responsável pela mina de Cana Brava, a única ainda em exploração no País; fica em Minaçu, norte de Goiás, a 500 quilômetros da capital Goiânia.

Leréia, proveniente de Minaçu, foi um dos maiores beneficiados pelas verbas da SAMA em sua campanha como deputado federal. Segundo matéria publicada na revista CartaCapital, de junho de 2005, recebeu sozinho 300 mil reais da mineradora.

Na agenda de Gilmar Mendes para o dia 30 constava apenas: 17h30 – Recebe em audiência os senadores Marconi Perillo (PSDB-GO) e Demóstenes Torres (DEM-GO)


Sobre o encontro, o site do STF noticiou: “O senador goiano Marconi Perillo (PSDB) esteve no início da noite desta terça-feira (30) com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, para entregar documentos contra o banimento do amianto crisotila no país. ‘Temos estudos científicos que foram preparados pelas principais universidades brasileiras que nos tranquilizam em relação à utilização do amianto sem qualquer mal à saúde’, afirmou.” Parêntese: o Viomundo denunciou em várias reportagens a falta de isenção dos pesquisadores de “tais estudos científicos”, financiados pelo próprio interessado em tais resultados.

O site do STF prosseguiu: “Segundo o senador, o objetivo dos documentos é ‘dar esclarecimentos e embasamento aos ministros do Supremo Tribunal Federal em relação à matéria’”.

Curiosamente, o nome do presidente do grupo Eternit, presente ao encontro, não constou da matéria publicada no site do STF.


Tampouco o nome de Élio Martins apareceu nas legendas das fotos divulgadas sobre a reunião. Nem mesmo na que apareceu cumprimentando Gilmar Mendes. Mencionaram-se apenas os nomes dos parlamentares.

Da esquerda para a direita: Élio Martins, presidente do Grupo Eternit; Rubens Rela Filho, diretor-geral da SAMA; deputado federal Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO); e ministro Gilmar Mendes, do STF, encobrindo o então senador Marconi Perillo (PSDB-GO). Foto: Gervásio/SCO/STF

“Na prática, a Operação Monte Carlo acertou o core do lobby do amianto no Brasil” reforça Fernanda Giannasi. “Da mesma forma, com certeza, o fechamento do Instituto Crisotila do Canadá terá repercussões no Instituto Brasileiro do Crisotila (IBC) e nos demais institutos clones, que perdem seu mentor e grande financiador e apoiador.”

INSTITUTO DO CRISOTILA DO CANADÁ PROPAGANDEOU INFORMAÇÕES ENGANOSAS

O IBC (também chamado de Crisotila Brasil) foi criado à imagem e semelhança do Instituto Canadense do Crisotila (antes chamado Asbestos Institute).


Até no estilo de tentar silenciar os que denunciam os malefícios do amianto e as ações do lobby pró-fibra cancerígena são muito parecidos.

O IBC recorreu à Justiça contra Fernanda Giannasi, o procurador Antônio Carlos Cavalcante Rodrigues, do Ministério Público do Trabalho de Goiás (MPT-GO), que queria, entre outras ações, o fim das atividades do IBC, e o pneumologista, professor e pesquisador Hermano Albuquerque de Castro.
O Instituto Crisotila do Canadá teve o desplante de atuar fora de sua jurisdição. Em abril de 2001, o seu diretor, Denis Hamel, mandou uma carta ao então Ministro do Trabalho e Emprego do Brasil, Francisco Dornelles, pedindo para repreender e enquadrar a engenheira Fernanda Giannasi. Não conseguiu o seu intento.
No documentário A morte lenta pelo amianto, Hamel justifica a retaliação: “Ela [Fernanda Giannasi] dá declarações mentirosas, exageradas, que prejudicam enormemente os esforços da indústria”.

Consequentemente, o fechamento das portas do Instituto Crisotila do Canadá representa uma derrota importantíssima de um dos lobbies mais eficientes na promoção de produtos tóxicos no mundo, só comparável ao do tabaco.  Não é à toa que é festejado globalmente.

“Essa é mais uma auspiciosa notícia, que nos anima a multiplicar esforços para a concretização do banimento do amianto em nosso país, o quanto antes”, afirma o advogado Mauro Menezes. “Afinal, a entidade que tanto promoveu a falaciosa tese de que a crisotila seria inofensiva à saúde humana, contava com apoio do governo canadense e coordenava um poderoso lobby, modelo que inspirou a criação do Instituto Brasileiro do Crisotila.”

“Sinaliza um passo importante para o fim da exploração e exportação do amianto pelo Canadá”, saúda Linda Reinstein, presidente da Asbestos Disease Awareness Organization (ADAO), ONG estadunidense que se dedica à conscientização das doenças do amianto. “Simboliza um futuro promissor para o esforço global de proteger a saúde pública.”

Para Pat Martin, membro do Parlamento canadense, ex-mineiro e crítico de longa do data da indústria do amianto, o fechamento do Instituto do Crisotila do Canadá é a sentença de morte da mineração do amianto naquele país.

Kathleen Ruff, ativista canadense dos direitos humanos e pelo banimento do amianto, fez questão de ir até o escritório do Instituto do Crisotila para se certificar de que a informação era verdadeira. As portas da sala 1.640 estavam fechadas; nem mensagem para deixar  recado na secretária eletrônica havia mais.

“O Instituto Crisotila pressionou o governo canadense para que ele continuasse financiando-o como fez durante 27 anos, do contrário, fecharia as portas”, conta Kathleen Ruff. “Devido à fortes críticas, o governo não cedeu. E, agora, uma alegria toma conta de todos aqueles que lutam para proteger as pessoas dos perigos do amianto.”

Laurie Kazan-Allen, editora do site e coordenadora do Ibas — International Ban Asbetos Secretariat (Secretariado Internacional do Banimento do Amianto) –, sediado em Londres, Inglaterra, ao comemorar a queda do Instituto Crisotila, põe o dedo na ferida:

“Mesmo depois de o amianto ter sido proibido em países industrializados, o seu consumo aumentou muito em todo o mundo em desenvolvimento. Isso aconteceu graças principalmente aos esforços e à contribuição financeira do Instituto do Crisotila do Canadá, que permitiu a criação de 12 entidades ao redor do mundo, para transmitir de forma mais eficaz a mensagem pró-amianto. Não por coincidência o uso do amianto continua na Índia, Tailândia, Brasil, Colômbia e México, países onde existem estas organizações”.

“Indubitavelmente, o império do amianto está desabando”, arremata Fernanda Giannasi. “Esperamos, agora, que se faça Justiça às vítimas do amianto e seus familiares.”

Fonte: Viomundo