sábado, 2 de junho de 2012

LULA DIZ QUE SERRA É UM CANDIDATO DESGASTADO

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar neste sábado, durante encontro com militantes do PT em São Paulo, o PSDB, alvejando agora o pré-candidato José Serra. Em pouco mais de 20 minutos de discurso, Lula se referiu a Serra como o candidato à Presidência 'que tomou uma tunga da companheira Dilma' e que abandonou a cidade com apenas um ano e quatro meses de mandato. Ao afirmar que os adversários do pré-candidato do PT, Fernando Haddad, são 'frágeis', Lula se referiu também a Serra: 'Tem um (dos pré-candidatos) que já está desgastado. Nem sei por que ele quer ser candidato a prefeito', ironizou o ex-presidente.

Lula disse ainda que o ex-ministro da Educação precisa avançar junto ao eleitorado que não vota no Partido dos Trabalhadores por preconceito.
Lula volta a criticar PSDB e diz que Serra é candidato desgastado

No discurso, Lula afirmou que o tucano usou a cidade como trampolim para ser candidato à Presidência. 'São Paulo tem sido relegada a segundo plano', criticou. Ao lembrar que, embora more em São Bernardo do Campo, tem sua história muito ligada a São Paulo, Lula disse que a capital precisa de alguém que cuide dela como uma mãe cuida de seus filhos. E, nos elogios, deixou escapar um palavrão: 'São Paulo é uma p... de uma cidade'.

Em uma breve retrospectiva sobre a história do PT na cidade, Lula lembrou que o partido teve de ir além do patamar tradicional de 30% dos votos para conquistar a prefeitura, como aconteceu nas gestões de Luiza Erundina (1989-1993) e Marta Suplicy (2001-2004), quando esta ganhou a eleição com o apoio do ex-governador Mário Covas (PSDB). 'É importante lembrar que o Covas também ganhou em 1994 e 1998 com o apoio do PT', destacou. O ex-presidente disse estar convicto de que o seu candidato vai superar a barreira dos 30% de votos. 'O desafio é encontrar o mote para falar com os 15% ou 20% que ainda 'teimam em não votar no PT', disse.

Mesmo com dificuldade para falar, Lula aproveitou seu discurso para agradecer aos petistas que disputaram a indicação do partido com Haddad, entre eles a senadora Marta Suplicy, um dos nomes mais mencionados no evento, mas que não compareceu. 'Você não é o meu candidato, você é o candidato que o povo de São Paulo precisa para mudar a relação entre cidade e governo', disse o presidente para Haddad.

Fonte: Estadão

PAGOT DENUNCIA: RODOANEL ERA PARA FAZER CAIXA 2 PARA JOSÉ SERRA

Em uma longa entrevista à revista Istoé, o ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Luiz Antonio Pagot, denunciou o que seria o submundo das eleições presidenciais de 2010. Ele afirmou que a campanha do tucano José Serra teria sido financiada por recursos desviados da obra do Rodoanel, em São Paulo, e que teria sido aconselhado por lideranças petistas a procurar empreiteiras para conseguir doações à candidatura de Dilma Rousseff.

Luiz Antonio Pagot denuncia caixa 2 na campanha de José Serra à presidência da República

Segundo Pagot, o ex-diretor da empreiteira Dersa, Paulo Preto, pediu um aditivo de R$ 260 milhões para o trecho sul do Rodoanel, obra de infraestrutura na Grande São Paulo, a pedido de líderes tucanos. Para o ex-diretor do DNIT, o dinheiro era para grandes decanos do PSDB:

“Veio procurador de empreiteira me avisar: ‘Você tem que se prevenir, tem 8% entrando lá.’ Era 60% para o Serra, 20% para o Kassab e 20% para o Alckmin”, dispara.

Ele ainda afirmou categoricamente que o desvio de verbas da obra para o caixa 2 da campanha de José Serra era amplamente conhecido nos meios empresariais.

"Todos os empreiteiros do Brasil sabiam que o Rodoanel financiava a campanha do Serra".

Tesoureiro do PT pediu para arrecadar recursos, garante Pagot

As denúncias de Luiz Antonio Pagot respingam também na campanha da presidente Dilma Rousseff. Segundo ele, o então tesoureiro da campanha petista, o deputado José De Filippi (SP), teria o pedido para procurar empreiteiras de grande e médio porte, a fim de arrecadar doações legais para o partido, usando sua influência enquanto diretor de um órgão que administra bilhões em obras públicas.

“Cada um doou o que quis. Algumas enviavam cópia do boleto para mim e eu remetia para o Filippi. Outras diziam ‘depositamos’”.

Pagot apontou, com base na lista de doadores de campanha do PT, 15 empresas que teriam sido cooptadas por ele: Carioca Engenharia, Concremat, Construcap, Barbosa Mello, Ferreira Guedes, Triunfo, CR Almeida, Egesa, Fidens, Trier, Via Engenharia, Central do Brasil, Lorentz, Sath Construções e STE Engenharia.

Questionado sobre a moralidade de um administrador público procurar empresas para conseguir doações de campanha, ele respondeu com agressividade:

"Ora, qual agente público, ministro que nunca fez isso em época de eleição? Essa porra toda que você tá vendo aí é culpa do financiamento de campanha", questiona.

CPMI do Cachoeira: "Muitos têm medo do que eu posso contar"

Pagot adota um discurso desafiador quando a CPMI que investiga os tentáculos da quadrilha do contraventor Carlinhos Cachoeira entra em pauta. O ex-diretor do DNIT se coloca à disposição da comissão, mas desdenha de seus participantes:

"Duvido que me chamem. Muitos ali têm medo do que posso contar", argumenta.

Fonte: Jornal do Brasil

J&F PARTICIPAÇÕES DESISTE DE COMPRAR A DELTA

A J&F Participações, holding que controla o grupo JBS, desistiu da compra da Delta Construções. Em nota, divulgada na tarde desta sexta-feira, a empresa alega que a desistência do negócio foi motivada pelas repercussões financeiras do envolvimento da construtora nas investigações da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira.

A nota divulgada pela J&F é a seguinte:

“A J&F Participações S.A comunica que rescinde hoje o memorando de entendimentos que prevê a gestão do Fundo de Investimento em Participações Sofi, controlador da Delta Construções S.A., e a opção de compra do controle acionário do Grupo Delta.

O prolongamento da crise de confiança sobre a Delta tem deteriorado o cenário econômico-financeiro da construtora, gerando um fluxo financeiro negativo e alterando substancialmente as condições inicialmente verificadas.

Conforme estabelecido no contrato preliminar assinado entre a J&F e o controlador da Delta, a ocorrência de eventos inesperados ou adversos permite à J&F o direito de rescindir o memorando de entendimentos sem aplicação de multas ou penalidades. A J&F informa ainda que segue avaliando outras oportunidades no setor de construção e infraestrutura no País”.

Fonte: Correio do Brasil

HOSNI MUBARAK É CONDENADO À PRISÃO PERPÉTUA

O ex-presidente do Egito Hosni Mubarak foi sentenciado hoje (2) à prisão perpétua, como cúmplice da morte de 850 manifestantes na revolução egípcia de 2011, em um julgamento que evidencia as divisões vigentes no país.

Aos 84 anos e após três décadas governando o Egito, Mubarak é o primeiro entre os líderes afetados pela Primavera Árabe a ser julgado em seu país.

Ele ouviu seu veredicto com uma expressão impassível, em uma maca hospitalar e usando óculos escuros. Mas, ao ser levado ao presídio de Tora, teve uma "crise de saúde", segundo a TV estatal egípcia.

Algumas fontes disseram que ele sofreu um ataque cardíaco, mas até a manhã deste sábado ainda não havia confirmação oficial de seu estado de saúde.

No lado de fora da corte, opositores de Mubarak e parentes de pessoas mortas durante o levante antirregime comemoravam a condenação do ex-presidente, ainda que alguns estivessem defendendo a pena de morte para o réu.

Houve confrontos entre opositores, policiais e simpatizantes de Mubarak nos arredores da corte. Há relatos de manifestações também em Suez, cidade considerada o berço da revolução que culminou com a queda de Mubarak.

Muitos egípcios também se queixam que a polícia do país, à qual se atribui a culpa por muitas das mortes na revolução, e outros pilares do regime de Mubarak mantiveram seu poder, sem que houvesse reformas institucionais profundas.

A Justiça egípcia também condenou o ex-ministro do Interior Habib Al Adly à prisão perpétua por participação na morte de manifestantes antirregime pelas forças de segurança do país.

Mas Mubarak e seus dois filhos - Gamal e Alaa - foram inocentados de acusações de corrupção. Os dois ainda serão julgados por suposta manipulação do mercado financeiro.

Gritos e confusão eclodiram no tribunal quando o veredito foi anunciado. Um dos motivos aparentes é a absolvição de quatro assessores de Adly, que também eram acusados de participar da repressão a manifestações.

Mubarak, por sua vez, negava ter ordenado a matança de manifestantes desarmados, nos primeiros dias da revolta que durou mais de duas semanas no Egito em 2011 e que ainda reverberam em diversas nações árabes.

O juiz do caso, Ahmed Refaat, disse que o povo sofreu com 30 anos de "escuridão" sob o governo Mubarak, mas alegou que o julgamento do ex-líder foi justo.

A condenação de Mubarak ocorre em um momento sensível para o Egito, que acaba de passar por suas primeiras eleições presidenciais livres, explica a correspondente da BBC no Cairo, Yolande Knell.

Prestes a votar no segundo turno, muitos dos jovens revolucionários egípcios se dizem decepcionados em ter que escolher entre o candidato da Irmandade Muçulmana, Mohammed Mursi, e o ex-premiê da era Mubarak, Ahmed Shafiq (que era um aliado próximo do presidente deposto).

O professor de direito e ativista anticorrupção Mohamed Mahsoob se diz pessimista com o futuro do país. "Acho que o próximo presidente será Shafiq e que ele aniquilará o Poder Judiciário para libertar Mubarak", opina.

Ao mesmo tempo, ex-membros do antigo partido governista, o NDP, comemoram os resultados eleitorais, alegando que estes sugerem que ainda há apoio para nomes da era Mubarak.

"Shafiq ficou com quase 25% dos votos. É bastante. Isso deixou os liberais e a Irmandade Muçulmana tensos", declarou Maged Botros, professor de política que serviu o secretariado do NDP.

Em depoimento dado à BBC antes do veredicto do ex-presidente, Botros acreditava que muitos egípcios não queriam ver Mubarak sofrer. "O povo é sentimental. [Mubarak] está doente, tem 84 anos. Não queremos desgraçá-lo."

Fonte: BBC Brasil