sábado, 30 de outubro de 2010
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
Carlos Caronecarone@jornaldebrasilia.com.br
A ex-secretária Domingas Gonçalves Trindade, 40 anos, foi ouvida ontem na Divisão de Repressão aos Crimes Contra a Administração Pública (Decap), da Polícia Civil do Distrito Federal, sobre as acusações que faz contra o ex-governador Joaquim Roriz; o presidente do PSC-DF, Valério Neves; os senadores Sérgio Guerra (PSDB-PE) e José Agripino Maia (DEM-RN); o empresário Eduardo Badra; e o ex-diretor da Belacap (estatal responsável pelo serviço de ajardinamento e limpeza urbana do DF), Luís Flores. Todos são acusados de se servirem de um esquema de desvio de dinheiro envolvendo a Qualix, empresa que faz o recolhimento do lixo no DF.
O depoimento foi acompanhado da apresentação de uma série de provas documentais. Domingas denunciou um esquema que, até então, não tinha o respaldo de tantos elementos. Ela acusa Roriz, Valério, Agripino e Guerra de receberem propina proveniente de contratos firmados entre o GDF e a Qualix.
O Jornal de Brasília obteve um vídeo (cujos trechos estão abaixo) no qual Domingas faz as mesmas acusações que confirmou à polícia e apresenta as mesmas provas documentais. Ela apresentou aos delegados extratos telefônicos que confirmam contatos constantes entre os envolvidos. A ex-secretária fazia o serviço a mando de seu chefe, Eduardo Badra – que, à época, era diretor da Qualix. Domingas tinha como função organizar a agenda do patrão, além de fazer depósitos bancários e o que chamou de “serviços particulares”.
Enquanto era ouvida pelos investigadores, Domingas ainda apresentou lacres bancários emitidos pelo Banco Central que tinham a marcação de R$ 50 mil cada – são seis, num total de R$ 300 mil.
“Depois de dois, três meses, o doutor Eduardo passou a confiar em mim e fiquei responsável pela chave de um quarto, em uma casa no Lago Sul, onde guardavam o dinheiro. Era tanto dinheiro que ocupava uma cama de casal inteira. Eu cheguei a pegar um dos maços e pensar que ele seria capaz de resolver a minha vida”, contou, em certo trecho do vídeo.
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, abriu 14 pontos de vantagem sobre José Serra (PSDB), segundo pesquisa Ibope/Estado/Globo divulgada nesta quinta-feira, 28. De acordo com o levantamento, a petista registra 57% dos votos válidos (que exclui brancos, nulos e indecisos) contra 43% do tucano. No levantamento anterior, Dilma aparecia com 56% contra 44% de Serra.
No total das intenções de voto, a petista lidera com 52% contra 39% do adversário. 5% disseram pretender votar em branco ou anular o voto e 4% estão indecisos. Na pesquisa anterior, Dilma registrava 51% das intenções totais de voto contra 40% de Serra. Os porcentuais de brancos e nulos e de indecisos continua o mesmo.
82% dos eleitores afirmaram que seu voto é definitivo e 13% disseram que ainda podem mudar o voto, enquanto 5% não sabem ou não responderam a essa questão.
Para 80% dos entrevistados, o governo Lula é bom ou ótimo. 15% o consideram regular e 4%, ruim ou péssimo.
Foram realizadas 3010 entrevistas entre os dias 25 e 28 de outubro. A pesquisa está registrada no TSE sob o número 37.596/2010. A margem de erro é de 2 pontos porcentuais para mais ou para menos.
Visivelmente alterado, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes chamou a Lei da Ficha Limpa de "barbárie da barbárie". Segundo ele, a legislação criou regras para "tutelar a sociedade e o próprio eleitor e que gravitam em torno do nazifascismo".
Nove ministros já votaram, faltando apenas os ministros Celso de Mello e Cezar Peluso. Até o momento, o placar está em 5 a 3 pela validade da legislação já nas eleições deste ano. Eles julgam um recurso do candidato ao Senado Jader Barbalho (PMDB-PA).
Votaram a favor da Ficha Limpa os ministros Joaquim Barbosa, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Carlos Ayres Britto e Ellen Gracie. Contra sua validade estão, até o momento, José Antonio Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Marco Aurélio Mello. A expectativa é que Celso de Mello e Peluso empatem o julgamento.
De acordo com o voto de Gilmar Mendes, a lei não pode retroagir para atingir alguém que renunciou antes de sua promulgação. Ele ainda diz que, ao estabelecer que a inelegibilidade é de 8 anos após o fim do mandato, o Congresso Nacional fez um "estratagema" para multiplicar o tempo de inelegibilidade, isso porque aquele senador que renuncia no início do mandato poderá não concorrer por 16 anos.
"Dificilmente vai se encontrar um caso tão explicito, em tempos democráticos, de mais inequívoca retroatividade, da mais escancarada, mais escarrada retroatividade". "Eu fico a pensar, que convite nós estamos fazendo para esse legislador em termos de criatividade. Quando nós lhe damos essa carta branca, ele pode tornar inelegível alguém que possa ter batido na esposa, participado de uma estudantada, batido numa criança. E pode dizer que fica inelegível por 20 anos".
Segundo ele, permitir isso "leva a coisas, horrendas, horripilantes, casuísticas, constrangedoras".
Mendes voltou a politizar a questão, ao afirmar que a lei foi editada para atingir o então candidato ao governo do Distrito Federal Joaquim Roriz (PSC). "Essa lei tem nome, sobrenome e filiação no PT".
Ao final do voto de Mendes, o colega Ayres Britto pediu a palavra: "Quero dizer que discordo em gênero número e grau de praticamente todo o raciocínio jurídico do ministro Gilmar Mendes".
Fonte: Folha
Pressionados por um novo empate no julgamento da Lei da Ficha Limpa, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) adotaram uma solução 'caseira' para barrar a candidatura de Jader Barbalho (PMDB-PA) ao Senado. A decisão, de acordo com o presidente do STF, Cezar Peluso, mantém a lei em vigor e se aplica a todos os casos semelhantes, em que políticos renunciaram ao mandato para fugir de processos de cassação.
O próximo atingido por essa decisão será Paulo Rocha (PT-PA), que renunciou ao mandato de deputado em razão do escândalo do mensalão e foi barrado pela Justiça Eleitoral. O petista concorreu e ficou em terceiro na briga por uma das duas vagas do Pará no Senado e, com Jader excluído, seria o herdeiro natural do posto.
A Justiça Eleitoral ainda terá de definir se a quarta colocada, Marinor Brito (PSOL), que não foi atingida pela Lei da Ficha Limpa, assumirá a vaga ou se novas eleições serão feitas. Mais da metade dos votos nas eleições para as cadeiras do Pará no Senado serão considerados nulos com a decisão definitiva para Jader e Rocha.
Maluf. Mas essa decisão, que demorou mais de sete horas para ser tomada, não vale para casos distintos, como de Paulo Maluf (PP-SP), barrado por ter sido condenado por órgão colegiado, ou de Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), impedido de se candidatar porque foi condenado pela Justiça Eleitoral por compra de votos. Esses casos ainda serão julgados e poderão ter resultado distinto.
A saída encontrada pelos ministros para escapar do empate foi discutida na terça-feira em sessão reservada entre sete ministros. Mesmo com o acerto prévio, antecipado pelo Estado, o plenário se dividiu. No fim, amparados num dispositivo do regimento interno do tribunal, os ministros decidiram que, em caso de empate, prevalece a decisão questionada, no caso a do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que barrou a candidatura de Jader Barbalho. Ele renunciou ao mandato de senador em 2001, quando enfrentava acusações de desvio de verbas na extinta Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) e mantinha um confronto com o então senador Antônio Carlos Magalhães, morto em 2007.
Ficção. A saída, admitiu Peluso, gerou um resultado fictício. 'É uma decisão artificial', afirmou ao fim do julgamento. A alternativa foi submetida a voto e foi aprovada por sete votos a três. Para evitar embates como ocorrido na primeira vez em que o STF discutiu a Lei da Ficha Limpa, quando o interessado era o ex-senador Joaquim Roriz, Peluso tentou acelerar o julgamento. Após o voto de Joaquim Barbosa pela aplicação imediata da lei, o presidente questionou se algum ministro teria alguma consideração a mais a fazer, já que todos os votos já eram conhecidos. Mas a tentativa foi frustrada.
Mendes. O clima esquentou quando o ministro Gilmar Mendes acusou o TSE de julgar processos de forma casuística. Ele chegou a levantar a voz no plenário e falou até em nazifascismo. 'Não podemos em nome do moralismo chancelar normas que podem flertar com o nazifascismo', disse. 'Estamos realmente vivendo dias singulares, heterodoxos em termos de direito. Sem dúvida nenhuma, chancelar a aplicação da lei nesse caso, 9-8 anos decorridos, é, com as vênias de estilo, a barbárie da barbárie.'
Para Gilmar Mendes, se a lei tivesse sido aprovada em outro momento que não o eleitoral, ela seria outra. 'Muito provavelmente num quadro de normalidade, num ambiente pós-eleitoral, o Congresso faria uma outra lei, com as devidas cautelas.' Segundo ele, a interpretação de que a lei vale para a eleição deste ano deveria ser repelida dos pontos de vista constitucional, hermenêutico e político.
Limites. O ministro citou decisões anteriores do STF que repudiaram a aplicação retroativa de leis. Ele disse que o ideal seria que a Justiça Eleitoral interviesse menos no processo. E alertou para a necessidade de existirem limites à atividade do Congresso. 'Considerando que essa lei apanha fato muito anterior, vamos estar assentando que não há limites para o legislador.'
O presidente do STF, Cezar Peluso, também opinou. Disse que para ele a lei não chega a ser casuística. 'Essa é uma lei personalizada porque atinge pessoas determinadas, conhecidas antes de sua edição.'
Fonte: Estadão
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
ESCÂNDALOS E PESQUISAS NEGATIVAS ESPANTAM ALIADOS TUCANOS
O escândalo de distribuição de propinas para a campanha tucana, personificado no engenheiro Paulo Vieira de Souza, mais conhecido com Paulo Preto, apontado como arrecadador do PSDB e acusado pelos próprios tucanos de sumir com dinheiro da campanha, se transformou em um ponto secundário na lista de preocupações do alto-comando da campanha de José Serra. A permanente distância entre ele e a candidata Dilma Rousseff (PT) nas pesquisas de opinião, na ordem de 12 a 14 pontos percentuais, acentuou a debandada de aliados e patrocinadores do esforço liderado pela aliança dos partidos da direita para chegar ao Planalto, na reta final do segundo turno.
Segundo cálculos do comitê eleitoral de Serra, o custo total da campanha gira em torno dos R$ 90 milhões, sendo R$ 70 milhões gastos apenas no primeiro turno. O que foi gasto, no entanto, não é o mesmo que foi arrecadado. Tanto o escândalo quanto a queda persistente nas pesquisas, segundo integrantes do comitê financeiro de Serra, espantaram os colaboradores.
– Muitos prometeram ajudar, mas até agora não pagaram – lamentou com jornalistas um tucano de alta plumagem, diante de um volume de contas, vencidas e a vencer, que beira os R$ 100 milhões.
As finanças do partido são assunto para as várias reuniões dos colaboradores do candidato tucano, desde a noite passada. Entre os organizadores da campanha ainda resta a esperança de que milhares de cartas enviadas a pequenos e médios empresários possa render algo perto de R$ 900 mil até domingo.
Se Paulo Preto e os cerca de R$ 4 milhões desviados da campanha, juntos com a debandada de colaboradores financeiros e a perda de apoio político na base se transformaram no centro das preocupações tucanas, o real pesadelo do candidato se chama: feriadão. Serra pediu que os seus eleitores, geralmente com maior poder aquisitivo e condições para viajar no fim de semana prolongado que começa nesta sexta-feira, troquem o feriadão “por um feliz Ano Novo”.
Otimista, no entanto, o candidato reservou parte dos recursos para uma festa de comemoração da vitória, no próximo dia 31, embora não saiba ainda se o local escolhido será a praça da República, a praça da Sé ou o Vale do Anhangabaú, na capital paulista.
Fonte: Correio do Brasil
Kirchner, que sofria de problemas cardíacos, teve uma parada cardiorespiratória nesta madrugada. Ele foi levado a um hospital na cidade turística de El Calafate, na província de Santa Cruz, mas não resistiu. Hoje é feriado do censo no país, quando os argentinos devem ficar em casa para responder as perguntas dos recenseadores.
Kirchner era cotado para suceder sua mulher, a presidente Cristina Kirchner, como candidato do governo nas eleições do ano que vem. Ele também exercia o cargo secretário-geral da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) e de deputado federal pelo Partido Justicialista (peronista), além de ser líder do seu bloco.
O ex-presidente, que governou a Argentina de 2003 a 2007, já havia sido internado por problemas de saúde duas vezes este ano. Na última, em setembro, foi submetido a uma angioplastia.
Segundo o jornal argentino Clarín, o governo ainda estuda se realiza o velório no Congresso Nacional, em Buenos Aires, ou em Río Gallegos, terra natal do ex-presidente.
Carreira política
Kirchner ganhou projeção nacional ao se tornar governador da província de Santa Cruz, por dois mandatos na década de 90.
Após a renúncia do presidente Fernando de La Rua (1999-2001), devido a uma grave crise econômica, a presidência do país foi assumida por Eduardo Duhalde, responsával por completar o mandato até 2003.
Nas eleições de abril daquele ano, Kirchner saiu como candidato da Frente para a Vitória e ficou em segundo lugar, atrás do ex-presidente Carlos Menem. Antes do segundo turno, Menem desistiu da candidatura e Kirchner foi declarado vencedor.
Durante seu governo, Kirchner conseguiu tirar a Argentina da recessão e antecipar o pagamento de empréstimos ao FMI (Fundo Monetário Internacional), bem como aumentar os salários e pensões e diminuir a pobreza. O mandato de Kirchner também foi conhecido pela reabertura de julgamentos da ditadura argentina (1976-1983).
Em 2007, lançou sua esposa, a então senadora Cristina Kirchner como candidata a sua sucessão, que também foi eleita.
Fonte: Estadão
Sensus: Dilma tem 58,6% das intenções de voto contra 41,4% de Serra
terça-feira, 26 de outubro de 2010
A filósofa Marilena Chaui disse nesta segunda-feira em ato na USP em apoio a Dilma Rousseff que o PSDB passou do deboche à obscenidade ao empregar motivos religiosos para atacar a candidata do PT.
"O santinho [que liga Jesus a José Serra] é obsceno, pois não tem respeito pelo sagrado. (...) É obsceno politicamente, porque a grande conquista da democracia moderna é a República laica", disse Chaui, que é professora titular da USP e ideóloga do PT.
A filósofa fez também um alerta. Segundo ela, um conhecido "ouviu um diálogo" em que duas pessoas diziam que, no comício de Serra no dia 29, um grupo vestido com camisetas do PT atacaria os militantes tucanos para jogar a culpa nos petistas.
Chaui participou de um "ato suprapartidário" organizado por professores e alunos da USP em apoio a Dilma que contou com a presença de cerca de mil pessoas, entre as quais Celso Antonio Bandeira de Mello, Vladimir Safatle e Antonio Candido, representado por sua filha.
No evento, a principal preocupação manifestada foi com os eleitores de esquerda que pretendem anular o voto.
Antes de Chaui, entre os professores que insistiram na existência de diferenças entre Serra e Dilma, num discurso voltado sobretudo para os defensores do voto nulo, estava o crítico Alfredo Bosi.
Segundo Bosi, está em jogo o confronto entre a consolidação de um projeto de distribuição de renda, com Dilma, e o retrocesso, com Serra. "Nosso voto não é cego, é crítico", disse Bosi. "A confiança e a esperança [na continuidade do projeto de Lula] não nos isentam de continuar lutando."
A socióloga Heloísa Fernandes, filha de Florestan Fernandes, num discurso emocionado em que afirmou que o pai gostaria de estar ali, disse ter votado em Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) no primeiro turno, mas que agora votaria em Dilma.
"Discordo que não existam diferenças nem acho que os dois candidatos sejam farinha do mesmo saco."
Fonte: Folha.com
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
MINEIROS SE REENCONTRAM COM A CÁPSULA QUE OS RESGATOU
Os 33 mineiros que ficaram soterrados por mais de dois meses numa mina no Chile se reencontraram na segunda-feira com a cápsula que os resgatou, numa homenagem oficial em que foram saudados como celebridades.
Vestidos em traje social, incluindo um com traje típico de camponês, os homens chamados de "heróis" no país tiveram uma audiência privada com o presidente Sebastián Piñera e os ministros envolvidos no resgate, para depois participar de um ato de gala em que se comemorou uma das maiores façanhas de sobrevivência no mundo.
"Estamos totalmente agradecidos", disse Luis Urzúa, que era o chefe de turno dos trabalhadores dentro da mina, na homenagem em que foi lançada uma música composta para os operários.
Os mineiros saudaram e deram autógrafos para as milhares de pessoas que se aglomeraram em frente ao palácio do governo, após o ato onde receberam uma medalha e uma réplica em miniatura da cápsula Fénix.
"Os 33" se aproximaram do dispositivo original de salvamento, que parece um foguete espacial e está exposto em uma praça na frente da sede do governo.
A operação de resgate em meados de outubro foi seguida por uma grande audiência global e ocupou espaços na mídia em todo o mundo. A partir daí, os operários tem recebido tratamento de celebridades, com a perseguição dos veículos de comunicação e viagens para cumprir compromissos internacionais.
Fonte: Reuters
domingo, 24 de outubro de 2010
SERRA É PIADA NO "LE MONDE" DA FRANÇA
21 octobre 2010
Comment une boullette de papier a fait de José Serra la risée du Brésil
TRADUÇÃO: COMO UMA BOLINHA DE PAPEL FEZ DE JOSÉ SERRA PIADA NO BRASIL
Hier soir déjà, une dépêche AFP m’avait exaspérée: titrée “José Serra agressé par des militants du PT de Lula à Rio”, elle citait abondamment les partisans du candidat à l’élection présidentielle José Serra le décrivant comme ayant reçu “un objet lourd” sur la tête lors d’une confrontation avec des militants de gauche, “agression” qui l’aurait conduit à suspendre sa campagne pendant 24 heures sur ordre d’un médecin. Au passage, les militants du PT étaient comparés… à des SS.
Pourtant, sur les images qui commençaient déjà à circuler, Serra n’avait pas l’air blessé et on disait que le projectile en question était un simple rouleau de scotch.
Vingt-quatre heures plus tard et cette “agression” est maintenant devenue la risée d’une très grande partie du Brésil. En effet, des vidéos plus complètes sont apparues et il semble bien que le projectile était… une simple boule de papier! Je vous laisse constater par vous-mêmes:
Evidemment, la tentative éhontée d’exploitation de cet incident mineur par le camp Serra a suscité de très nombreuses moqueries; si nombreuses qu’elles ont atteint les Trending Topics mondiaux de Twitter. Vous avez peut-être remarqué les hashtags satiriques correspondants:#boladepapelfacts mais aussi #serrarojas, une référence footballistique. Rojas, c’est ce gardien de but chilien qui s’est rendu célèbre par sa tentative de tricherie contre le Brésil durant un match éliminatoire pour la Coupe du Monde 1990: il avait fait semblant d’avoir été blessé par un fumigène lancé depuis les tribunes, mais s’était en fait auto-mutilé pour que son équipe remporte le match. C’est la vidéo qui avait permis de démonter cette supercherie préméditée. L’analogie Serra-Rojas devrait donc finir d’enfoncer la campagne du second tour du candidat du PSDB, déjà donné perdant. Et ce d’autant plus que Lula a maintenant fait sienne cette comparaison née sur les réseaux sociaux, en déclarant que “le mensonge de Serra est pire que celui de Rojas“.
Les jeux semblent donc faits et l’étaient sûrement déjà, mais cet épisode nous aura surtout permis de rire un bon coup aux dépends du candidat. Le magazine Carta Capital a recensé iciles meilleurs tweets sur le sujet.
Si vous voulez participer, un jeu en Flash est déjà disponible vous propose de marquer des points en lançant des boulettes sur Serra: http://mypix.com.br/fun/joguinho-acerte-o-serra/
La picardía que a Serra le salió mal
22/10/10 Fingió un golpe en la cabeza. Pero la TV mostró que sólo le pegó un bollito de papel. Lula, furioso.
El presidente Lula da Silva se disponía a levantar el teléfono y hablar con el candidato opositor José Serra. Le iba a ofrecer su solidaridad frente a la supuesta agresión de la que habría sido objeto el ex gobernador de San Pablo. Pero las imágenes televisadas de los tumultos detuvieron el gesto presidencial y lo convirtieron en una encendida crítica. “Fue una farsa, una mentira descarada”, declaró ayer el jefe de Estado brasileño.
No le faltaban razones para sentirse defraudado. Filmaciones de TV Record y del canal SBT confirmaron que en medio de una batahola entre militantes de la campaña de Dilma y de la de Serra, el postulante fue impactado por un pequeño bollito de papel en la coronilla . El tucano sintió apenas el roce y siguió su caminata por las calles de Río de Janeiro.
Minutos después y ante el enfrentamiento de los seguidores de ambos bandos, el hombre decidió ingresar en una van, para instantes después continuar su contacto con los pobladores. Estaba bien protegido por sus custodios.
A los 20 minutos, el candidato recibió una llamada en su celular. Y ahí vino la sorpresa. Inmediatamente el ex gobernador puso cara de intenso dolor y alguien le alcanzó hielo para el supuesto hematoma. El show continuó con una ida al hospital Samaritano donde las primeras declaraciones de los médicos fue que el candidato no presentaba lesiones externas. Y menos aún internas, según demostró una tomografía .
No podía ser de otro modo, ya que no se conocen casos de rollitos de papel que hayan provocado daños similares al del impacto de una piedra.
Lula no ocultó su enojo. “Fue el equipo de publicidad del candidato Serra quien produjo la mentira. El día de ayer (por anteayer) debe ser declarado el día de la farsa”. El presidente hizo estas declaraciones al inaugurar un astillero en Río Grande del Sur (RS). En una comparación futbolística, Lula dijo que el opositor Serra actuó como el arquero de Chile, Rojas, en 1990. En un partido en el Maracaná, el jugador fingió que le habían disparado un petardo y que éste le había dado en el cuerpo. Fue durante las eliminatorias de la Copa del Mundo de ese año.
Para Lula, el tucano hizo exactamente lo mismo: “Primero pegó en su cabeza un bollito de papel y él ni percibió. Luego recibe un llamado telefónico que seguramente era de su productor publicitario, quien le avisa que debe mostrarse dolorido por el supuesto proyectil”. Esto, dijo el presidente brasileño “es vergonzoso”. Sostuvo que sería bueno que el candidato tenga “un minuto de sentido común y pida disculpas al pueblo brasileño”.
El médico oncólogo Jacob Kligerman, que lo atendió, dijo que el candidato no tenía heridas de ningún tipo, ni superficiales ni profundas. Serra agradeció ayer en Twitter “la preocupación de los brasileños” por su estado de salud.
“Por recomendación médica tuve que parar 24 horas” , agregó.
Fonte: Clarin.com