quarta-feira, 30 de junho de 2010
A NÍVEIS DE 1991 CAI O DESEMPREGO EM SÃO PAULO
A taxa de desemprego na região metropolitana de São Paulo ficou estável em 13,3% entre abril e maio, mas registrou o menor índice, considerando-se o quinto mês do ano, desde 1991, segundo pesquisa realizada pela Fundação Seade e pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) e divulgada nesta quarta-feira.
Na média das sete regiões metropolitanas analisadas no Brasil, houve leve queda na taxa, passando para 13,2%, ante 13,3% em abril.
O índice ficou estável
No Distrito Federal, houve a única alta entre os índices, de 14,2% para 14,3%.
Ocupação
O contingente de desempregados nos sete locais analisados foi estimado em 2,904 milhões de pessoas no mês passado, 38 mil a menos do que
Nesse mesmo comparativo, o nível de ocupação, na média nacional, teve baixa de 0,2%. O total de ocupados nas sete regiões pesquisadas foi estimado em 19,068 milhões de pessoas, para uma PEA (População Economicamente Ativa) de 21,972 milhões.
Na divisão por atividade, o nível de ocupação caiu na maioria dos setores: comércio (-57 mil), construção civil (-21 mil) e agregado de outros setores (-18 mil). Já na indústria e em serviços, houve a criação de 14 mil e de 50 mil postos, respectivamente.
Rendimento
Em abril, o rendimento médio real dos ocupados no país cresceu 0,6%, chegando a R$ 1.243. Já o dos assalariados ficou em R$ 1.306, apresentando redução de 0,6%.
O rendimento médio dos ocupados aumentou
Em Salvador e Porto Alegre, os números permaneceram relativamente estáveis.
Na capital baiana, houve leve alta de 0,3%, para R$ 1.076. Já na capital gaúcha, a pesquisa registrou queda de 0,3%, para R$ 1.295. No Recife, o rendimento médio diminuiu em 1,0%, atingindo R$ 832.
Deu na Folha
DILMA ATRAI ARTISTA E INTELECTUAIS
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IMPECÁVEL! ASSIM FOI DILMA NO RODA-VIVA
Germano Oliveira, chefe de redação de O Globo, e Sergio Dávila, editor-executivo da Folha de São Paulo, fizeram, respectivamente, duas perguntas evidentemente talhadas para desestabilizar emocionalmente a candidata do PT à Presidência. O primeiro perguntou, na lata, se ela se considerava um “poste”, e o segundo, se ela mandara fazer um dossiê contra o adversário José Serra.
Ainda bem que não sou político. Não teria tido o jogo de cintura de Dilma, em tal situação. Com um sorriso entre maroto e irônico, disse ao atirador de O Globo que dizerem que ela é um poste não a transforma em um. E, ao da Folha, sem sorrisos, mas com impressionante serenidade e suavidade, disse, simplesmente, que a Folha precisa apresentar prova de sua acusação. Foi o que bastou para fechar-lhe a boca.
Mas que ela poderia ter dito àquele menino da Folha que dossiê é a ficha falsa que o jornal que o emprega fez contra si, poderia. Seria um erro, mas eu iria adorar…
Mas Dilma agiu certo. Ao fim do programa, já granjeara a simpatia de praticamente todos, com exceção do enviado do Globo, que não escondia a raiva que parecia sentir diante do baile que a candidata deu nele e em todos os outros, sobretudo por manter a calma e o bom humor diante de perguntas idiotas como a de Vera Brandimarte, do jornal Valor Econômico, que comparou as taxas de juros próximas de zero dos países ricos com a do Brasil, que está subindo.
Explico que a pergunta é idiota porque os países ricos tiveram que levar suas taxas de juros ao chão porque suas economias estão semi-falidas, enquanto que a do Brasil só faz se fortalecer a um ponto que já começa a criar uma inflação de demanda – ocasionada por mais procura por produtos do que a capacidade de produzi-los, o que põe em campo a lei da oferta e da procura.
A calma e o bom humor que Dilma conseguiu manter mesmo diante de eventuais faltas de respeito e de educação dos entrevistadores foram, a meu ver, os pontos altos de sua performance no Roda Viva de ontem. Mais até do que a sua segurança nas respostas, porque esse era o teste que a ela se apresentava, o de saber se manter racional diante de provocações afrontosas.
Impressiona o progresso de Dilma, essa sua capacidade de aprender. E não me refiro a números ou a outros dados que podem ser decorados, mas à inteligência emocional que adquiriu de uns tempos para cá – há pouco tempo, penso que teria se estressado. Aliás, contra Serra, ela deve crescer mais do que no programa em questão. Até porque, quem vem demonstrando dificuldade para se controlar emocionalmente, é ele.
Por Eduardo Guimarães: http://www.blogcidadania.com.br/2010/06/a-dama-de-veludo/
O BARCO DO PSDB AFUNDA AINDA MAIS
E AGORA JOSÉ?
terça-feira, 29 de junho de 2010
É COBRA TENTANDO COMER TUCANO
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segunda-feira, 28 de junho de 2010
GERRA JÁ VÊ DERROTA DE SERRA
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Guerra: impasse com DEM compromete vitória de Serra
O presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), disse hoje que o impasse em torno da definição do vice na chapa tucana pode comprometer a eleição do candidato à Presidência pelo partido, José Serra. "Temo que nós tenhamos, nesse episódio, atuado para comprometer a nossa vitória", afirmou Guerra em entrevista à Rádio CBN.
O PSDB indicou na sexta-feira o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) para a vaga de vice na chapa encabeçada por Serra. Os aliados PPS e PTB aprovaram a escolha, mas o DEM se rebelou e agora pressiona para indicar um quadro do partido.
Guerra disse ver "exagero" na reação do presidente nacional do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ). "Nós já votamos com o Democratas e os Democratas já votam conosco há muitos anos. Não é esse o problema. O problema é de ter unidade, tranquilidade e uma noção construtiva da luta que nós enfrentamos."
Em uma tentativa de melhorar a relação com o DEM, Guerra colocou a indicação de Dias como "sugestão" e não "anúncio", mas defendeu o senador. "Alvaro Dias é uma liderança de qualidade, um dos senadores mais bem aprovados do Brasil, um excelente candidato a vice-presidente. Significaria a consolidação de uma vitória grande que nós esperamos ter no Sul do País e no Paraná." Guerra está em São Paulo e vai procurar Rodrigo Maia para conversar sobre o vice.
Deu na Agência Estado
DILMA É LÍDER SÓLIDA NAS PESQUISAS EM MINAS
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domingo, 27 de junho de 2010
META DO GOVERNO DILMA ROUSSEFF: ELIMINAR A POBREZA
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A CRISE INSTALADA EM JOSÉ SERRA
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CRISE: OS TUCANOS E OS DEM(OS) EM GUERRA DECLARADA
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quinta-feira, 24 de junho de 2010
TAXA DE DESEMPREGO CAI AO SEU MENOR NÍVEL DESDE 2002
A taxa de desemprego nas seis maiores regiões metropolitanas do país foi de 7,5% em maio deste ano. Trata-se da menor taxa para os meses de maio registrada desde 2002, conforme divulgou hoje o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em abril, o desemprego atingiu 7,3% da população economicamente ativa e, em relação a maio do ano passado, houve recuo de 1,3 ponto percentual.
Segundo a Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE, o contingente de desocupados em maio, de 1,8 milhão de pessoas, se manteve praticamente estável em relação a abril, mas recuou 13,4% na comparação com maio de 2009. A população ocupada, de 21,9 milhões de pessoas, aumentou 4,3% em relação ao mesmo mês do ano passado, com o acréscimo de 894 mil postos de trabalho. Em relação a abril, não houve variação significativa.
A pesquisa também mostra que em relação a maio de 2009, houve aumento de 7,4% no emprego formal, com mais 698 mil trabalhadores com carteira assinada.
Na comparação com maio do ano passado, os trabalhadores tiveram um ganho de 2,5% no rendimento médio mensal, com o salário passando de R$ 1.383,36 para R$ 1.417,30. Em relação a abril deste ano, a pesquisa registrou queda de 0,9% no rendimento.
A Pesquisa Mensal de Emprego é feita nas áreas urbanas das regiões metropolitanas de Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
TUCANOS, ATENTAI BEM! TREMEI!
Protocolo 16944/2010
Contratada Vox Opinião Pesquisa e Projetos Ltda
Contratante Radio e Televisão Bandeirantes Ltda
Valor da Pesquisa 185610
Origem dos Recursos Radio e Televisão Bandeirantes Ltda
Pagante do Trabalho Radio e Televisão Bandeirantes Ltda
Período de Realização de 24/06/2010 a 26/06/2010
Nr. de entrevistados 3000
Situação Aguardando decurso de prazo
Área de abrangência Nacional
Cargos Presidente
Fonte TSE
quarta-feira, 23 de junho de 2010
DILMA 40 X SERRA 35
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FHC JÁ PULOU FORA DO BARCO
"E olha que estou tentando ajudar", disse o ex-presidente, atualmente em tour pelo exterior --com retorno previsto para o dia 2.
No início de junho, convocada por FHC, a cúpula do PSDB se reuniu em São Paulo para pregar uma correção de rumo da campanha de Serra à Presidência.
O risco de desgaste com a demora na definição da vice é alvo de apreensão do grupo. A falta de diálogo e recentes rompantes de Serra também estiveram em pauta. Todos cobram informações sobre a campanha.
A avaliação foi a de que Serra deveria dedicar mais atenção aos aliados e à montagem de palanques, em vez de desperdiçar energia com a rotina da campanha.
terça-feira, 22 de junho de 2010
2010: INVESTIMENTO ESTRANGEIRO BATE RECORDE
segunda-feira, 21 de junho de 2010
DILMA AVANÇA FORTEMENTE EM SÃO PAULO
DETRAN DE SERRA É ANTRO DE CORRUPÇÃO: A CULPA É DA BOLÍVIA
O inquérito da devassa nos contratos de emplacamento e lacração de carros do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) de São Paulo concluiu que há indícios de dez tipos de crimes envolvendo 162 delegados da Polícia Civil. Este é o caso com o maior número de delegados investigados na história da polícia paulista.
Em seu relatório final, a Corregedoria da Polícia Civil diz que foram desviados R$ 11,9 milhões de janeiro de 2008 a julho de 2009 - mas a fraude pode ser de até R$ 40 milhões, pois teria começado em 2006. Determinada pelo secretário da Segurança Pública, Antônio Ferreira Pinto, a devassa descobriu a fraude na execução dos contratos de emplacamento de maneira simples. Comparou os números de carros que as empresas contratadas para o serviço enviavam ao Detran, e que eram usados para liberar os pagamentos, com o número de emplacamentos efetivos registrados na Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo (Prodesp).
O relatório de 129 páginas do inquérito, feito pelo delegado Luiz Antônio Rezende Rebello, conclui que a empresa Cordeiro Lopes inflava os números e tinha seus relatórios referendados pelos delegados. Além disso, Rebello diz que a licitação foi fraudada por meio do uso de empresas laranjas a fim de simular a concorrência. As vencedoras do pregão ofereceram preços de R$ 2,50 e R$ 4,50 para fornecer placas comuns quando o custo de produção delas era de R$ 26. "Como inexiste milagre nas leis que regem o mercado, a diferença era paga pelo consumidor", diz o documento. O consumidor seria persuadido a adquirir placas especiais, por até R$ 60, sob a alegação de que as placas comuns (mais baratas) estavam em falta.
Entre os delegados investigados estão dois ex-diretores do Detran: Ivaney Cayres de Souza (2006) e Rui Estanislau Silveira Mello (2007 a 2009). Ambos negaram em depoimento participação nas fraudes e irregularidades. Mello disse que sua gestão sempre "foi pautada pela moralidade, legalidade e eficiência". São investigados outros 19 delegados do Detran e 141 que dirigiram 100 Circunscrições Regionais de Trânsito (Ciretrans) que lideram as suspeitas de fraudes. O relatório foi entregue ao Ministério Público Estadual na semana passada.
O advogado Cássio Paoletti Junior, que defende os donos da Casa Verre e da Cordeiro Lopes, afirma que nenhuma fraude foi cometida. Ele diz que "a interpretação dos fatos no relatório da Corregedoria é objeto de estudo de seu escritório". "No momento apropriado vamos apresentar nossa contestação", afirmou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
quinta-feira, 17 de junho de 2010
DILMA ROUSSEFF EM ENCONTRO COM SARKOZY
Brasil e França se tornaram aliados mais fortes durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e essa parceria foi reforçada após a eleição do presidente francês, Nicolas Sarkozy. A força dessa união estratégica levou a candidata do PT, Dilma Rousseff, até a França, onde hoje se reuniu com Sarkozy.
Ao sair do encontro, que durou cerca de meia hora, Dilma disse que teve um encontro muito gentil com Sarkozy e os dois falaram sobre vários aspectos da aliança estratégica entre Brasil e França.
“Foi uma conversa muito gentil sobre a parceria estratégica entre o Brasil e a França e sobre o fato de nós termos, ao longo dos anos, evoluído numa parceria em várias áreas", contou Dilma, lembrando os projetos de meio ambiente e de reforma do sistema financeiro internacional no G-20.
Ela ressaltou ainda a ligação comercial entre os dois países que inclui investimentos na área de defesa. “[Falamos] sobretudo sobre o interesse da França pelo Brasil e também do Brasil pela França. Hoje, nós temos uma relação comercial muito grande, investimentos recíprocos na área militar inclusive”, comentou.
Além de Dilma, participaram da reunião o secretário-geral do PT, deputado José Eduardo Cardoso (PT-SP), e o embaixador do Brasil na França, José Maurício Bustani. Na quinta-feira, por volta das 15h, Dilma viaja de trem para Bruxelas, onde se reúne com o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso.
Fonte:http://www.dilmanaweb.com.br
quinta-feira, 10 de junho de 2010
quarta-feira, 9 de junho de 2010
A FOLHA DE SERRA PAULO EM CRISE
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terça-feira, 8 de junho de 2010
SERRA: O REJEITADO! DILMA AVANÇA NO IBOPE.
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Segundo o parlamentar, a decisão foi tomada porque os tucanos não podem escolher um nome em apenas uma semana, muito menos na semana que antecede a convenção partidária. No evento, que acontecerá em Salvador (BA), Serra vai oficializar sua candidatura.
sábado, 5 de junho de 2010
LIVRO DEIXA CLARAS TRANSAÇÕES DE SERRA E SEUS AMIGOS NAS PRIVATIZAÇÕES
SERRA: LIGAÇÕES TENEBROSAS!
05/06/2010 Brasilia Confidencial
O Brasil ainda não chegara ao processo de privatização do Governo Fernando Henrique – e, de fato, era dispensável que houvesse chegado – quando Chico Buarque inscreveu no cancioneiro popular a expressão “tenebrosas transações”. É um verso de “Vai passar”, gravada quase dez anos antes da eleição de Fernando Henrique. Outras transações tenebrosas assaltaram o país naquela década. E mais outras durante mesmo a privatização de bens, patrimônio e serviços públicos promovida pelo PSDB de Fernando Henrique – e de José Serra.
Ministro do Planejamento e, depois, da Saúde nos governos FHC, José Serra é o candidato presidencial do PSDB e também do PFL, rebatizado de DEM, pela segunda vez. Diferentemente do que ocorreu na campanha anterior, no entanto, agora talvez precise explicar muito melhor seu envolvimento no processo de privatização. Um livro escrito pelo premiado repórter Amaury Ribeiro Jr. e apresentado em texto que o jornalista Paulo Henrique Amorim publicou ontem, em seu blog www.conversaafiada.com.br, escancara o que o autor chama de “Porões da privataria” – e expõe José Serra, parentes, amigos e sócios dele.
Colecionador de prêmios – três prêmios Esso e quatro Vladimir Herzog, entre muitos outros – Amaury trabalhou, por exemplo, nos jornais O Globo e Correio Braziliense e na revista IstoÉ. E produziu seu livro a partir de um briga entre dois tucanos – o próprio José Serra e Aécio Neves, os governadores de São Paulo e de Minas que disputaram, até o fim do ano passado, a candidatura do PSDB à Presidência.
“Tudo começou há mais ou menos dois anos. Havia uma movimentação, atribuída ao deputado serrista Marcelo Itagiba, para usar arapongas e investigar a vida do governador Aécio Neves, que então disputava a indicação para candidato a presidente pelos tucanos. O interesse suposto seria o de flagrar o adversário de Serra em situações escabrosas ou escândalos para tirá-lo do páreo. Entrei em campo pelo outro lado (como repórter do jornal Estado de Minas), para averiguar o lado mais sombrio das privatizações, propinas, lavagem de dinheiro, sumiço de dinheiro público…”, conta Amaury em entrevista que acompanha a apresentação do livro.
Ele qualifica como “aloprações tucanas” o que descobriu e vai contar em, pelo menos, 14 capítulos, pela internet, depois da Copa do Mundo de futebol.
“Fiquei impressionado com o que vi. Li uma imensa quantidade de documentos que mostram a capacidade das pessoas de tirar proveito do seu país. Isto vale para os operadores diretos da privatização ou para os que ficaram só monitorando, sem qualquer escrúpulo, esperando apenas a hora de bater o martelo no leilão”.
A exposição parcial do conteúdo de “Porões da pirataria”, pelo www.conversaafiada.com.br, coincidiu ontem com mais uma reação do PT e de sua pré-candidata à Presidência, Dilma Rousseff, ao comportamento de José Serra, que na quarta-feira atribuiu responsabilidade à petista por um “novo dossiê” que continua inédito fora do PSDB. Na própria quarta-feira Dilma classificou a acusação como “uma falsidade”. Ontem foi além:
“É uma falsidade, uma ignomínia. Acho que estou sendo claramente injustiçada”.
Por conta do feriado forense em São Paulo, o PT adiou para segunda-feira a apresentação, à Justiça, do pedido de interpelação a Serra para que confirme ou negue a acusação que fez. Se confirmar, o PT irá processá-lo por danos morais a Dilma.
Leia, nas próximas páginas, a apresentação de “Porões da privataria” postada ontem em www.conversaafiada.com.br.
Os porões da privataria
Quem recebeu e quem pagou propina. Quem enriqueceu na função pública. Quem usou o poder para jogar dinheiro público na ciranda da privataria. Quem obteve perdões escandalosos de bancos públicos. Quem assistiu os parentes movimentarem milhões em paraísos fiscais. Um livro do jornalista Amaury Ribeiro Jr., que trabalhou nas mais importantes redações do país, tornando-se um especialista na investigação de crimes de lavagem do dinheiro, vai descrever os porões da privatização da era FHC. Seus personagens pensaram ou pilotaram o processo de venda das empresas estatais. Ou se aproveitaram do processo. Ribeiro Jr. promete mostrar, além disso, como ter parentes ou amigos no alto tucanato ajudou a construir fortunas. Entre as figuras de destaque da narrativa estão o ex-tesoureiro de campanhas de José Serra e Fernando Henrique Cardoso, Ricardo Sérgio de Oliveira, o próprio Serra e três dos seus parentes: a filha Verônica Serra, o genro Alexandre Bourgeois e o primo Gregório Marin Preciado. Todos eles, afirma, tem muito o que explicar ao Brasil.
Ribeiro Jr. vai detalhar, por exemplo, as ligações perigosas de José Serra com seu clã. A começar por seu primo Gregório Marín Preciado, casado com a prima do ex-governador Vicência Talan Marín. Além de primos, os dois foram sócios. O “Espanhol”, como é conhecido, precisa explicar onde obteve US$ 3,2 milhões para depositar em contas de uma empresa vinculada a Ricardo Sérgio de Oliveira, homem-forte do Banco do Brasil durante as privatizações dos anos 1990. E continuará relatando como funcionam as empresas offshores semeadas em paraísos fiscais do Caribe pela filha – e sócia - do ex-governador, Verônica Serra e por seu genro, Alexandre Bourgeois. Como os dois tiram vantagem das suas operações, como seu dinheiro ingressa no Brasil e de que maneira o próprio Serra teria sido beneficiado por decisões da filha.
Atrás da máxima “Siga o dinheiro!”, Ribeiro Jr perseguiu o caminho de ida e volta dos valores movimentados por políticos e empresários entre o Brasil e os paraísos fiscais do Caribe, mais especificamente as Ilhas Virgens Britânicas, descoberta por Cristóvão Colombo em 1493 e por muitos brasileiros espertos depois disso. Nestas ilhas, uma empresa equivale a uma caixa postal, as contas bancárias ocultam o nome do titular e a população de pessoas jurídicas é maior do que a de pessoas de carne e osso. Não é por acaso que todo dinheiro de origem suspeita busca refúgio nos paraísos fiscais, onde também são purificados os recursos do narcotráfico, do contrabando, do tráfico de mulheres, do terrorismo e da corrupção.
A trajetória do empresário espanhol naturalizado brasileiro Gregório Marin Preciado, ex-sócio, doador de campanha e primo do candidato do PSDB à Presidência da República mescla uma atuação no Brasil e no exterior. Ex-integrante do conselho de administração do Banco do Estado de São Paulo (Banespa), então o banco público paulista – nomeado quando Serra era secretário de planejamento do governo estadual, Preciado obteve uma redução de sua dívida no Banco do Brasil de R$ 448 milhões (1) para irrisórios R$ 4,1 milhões. Na época, Ricardo Sérgio de Oliveira era diretor da área internacional do BB e o todo-poderoso articulador das privatizações sob FHC.
Ricardo Sérgio também ajudaria o primo de Serra, representante da Iberdrola , da Espanha, a montar o consórcio Guaraniana. Sob influência do ex-tesoureiro de Serra e de FHC, mesmo sendo Preciado devedor milionário e relapso do BB, o banco também se juntaria ao Guaraniana para disputar e ganhar o leilão de três estatais do setor elétrico (2).
O que é mais inexplicável, segundo o autor, é que o primo de Serra, imerso em dívidas, tenha depositado US$ 3,2 milhões no exterior através da chamada conta Beacon Hill, no banco JP Morgan Chase, em Nova York. É o que revelam documentos inéditos obtidos dos registros da própria Beacon Hill em poder de Ribeiro Jr. E mais importante ainda é que a bolada tenha beneficiado a Franton Interprises. Coincidentemente, a mesma empresa que recebeu depósitos do ex-tesoureiro de Serra e de FHC, Ricardo Sérgio de Oliveira, de seu sócio Ronaldo de Souza e da empresa de ambos, a Consultatun. A Franton, segundo Ribeiro, pertence a Ricardo Sérgio.
A documentação da Beacon Hill levantada pelo repórter investigativo radiografa uma notável movimentação bancária nos Estados Unidos realizada pelo primo supostamente arruinado do ex-governador. Os comprovantes detalham que a dinheirama depositada pelo parente do candidato tucano à Presidência na Franton oscila de US$ 17 mil (3 de outubro de 2001) até US$ 375 mil (10 de outubro de 2002). Os lançamentos presentes na base de dados da Beacon Hill se referem a três anos. E indicam que Preciado lidou com enormes somas em dois anos eleitorais – 1998 e 2002 – e em outro pré-eleitoral – 2001. Seu período mais prolífico foi 2002, quando o primo disputou a presidência contra Lula. A soma depositada bateu em US$ 1,5 milhão.
O maior depósito do endividado primo de Serra na Beacon Hill, porém, ocorreu em 25 de setembro de 2001. Foi quando destinou à offshore Rigler o montante de US$ 404 mil. A Rigler, aberta no Uruguai, outro paraíso fiscal, pertenceria ao doleiro carioca Dario Messer, figurinha fácil desse universo de transações subterrâneas. Na operação Sexta-Feira 13, da Polícia Federal, desfechada no ano passado, o Ministério Público Federal apontou Messer como um dos autores do ilusionismo financeiro que movimentou, através de contas no exterior, US$ 20 milhões derivados de fraudes praticadas por três empresários em licitações do Ministério da Saúde.
O esquema Beacon Hill enredou vários famosos, entre eles o banqueiro Daniel Dantas. Investigada no Brasil e nos Estados Unidos, a Beacon Hill foi condenada pela justiça norte-americana, em 2004, por operar contra a lei.
Percorrendo os caminhos e descaminhos dos milhões extraídos do país para passear nos paraísos fiscais, Ribeiro Jr. constatou a prodigalidade com que o círculo mais íntimo dos cardeais tucanos abre empresas nestes édens financeiros sob as palmeiras e o sol do Caribe. Foi assim com Verônica Serra. Sócia do pai na ACP Análise da Conjuntura, firma que funcionava em São Paulo em imóvel de Gregório Preciado, Verônica começou instalando, na Flórida, a empresa Decidir.com.br, em sociedade com Verônica Dantas, irmã e sócia do banqueiro Daniel Dantas, que arrematou várias empresas nos leilões de privatização realizados na era FHC.
Financiada pelo banco Opportunity, de Dantas, a empresa possui capital de US$ 5 milhões. Logo se transfere com o nome Decidir International Limited para o escritório do Ctco Building, em Road Town, ilha de Tortola, nas Ilhas Virgens Britânicas. A Decidir do Caribe consegue trazer todo o ervanário para o Brasil ao comprar R$ 10 milhões em ações da Decidir do Brasil.com.br, que funciona no escritório da própria Verônica Serra, vice-presidente da empresa. Como se percebe, todas as empresas tem o mesmo nome. É o que Ribeiro Jr. apelida de “empresas-camaleão”. No jogo de gato e rato com quem estiver interessado em saber, de fato, o que as empresas representam e praticam é preciso apagar as pegadas. É uma das dissimulações mais corriqueiras detectada na investigação.
Não é outro o estratagema seguido pelo marido de Verônica, o empresário Alexandre Bourgeois. O genro de Serra abre a Iconexa Inc no mesmo escritório do Ctco Building, nas Ilhas Virgens Britânicas, que interna dinheiro no Brasil ao investir R$ 7,5 milhões em ações da Superbird. com.br que depois muda de nome para Iconexa S.A…Cria também a Vex capital no Ctco Building, enquanto Verônica passa a movimentar a Oltec Management no mesmo paraíso fiscal. “São empresas-ônibus”, na expressão de Ribeiro Jr., ou seja, levam dinheiro de um lado para o outro.
De modo geral, as offshores cumprem o papel de justificar perante o Banco Central e à Receita Federal a entrada de capital estrangeiro por meio da aquisição de cotas de outras empresas, geralmente de capital fechado, abertas no país. Muitas vezes, as offshores compram ações de empresas brasileiras em operações casadas na Bolsa de Valores. São frequentemente operações simuladas tendo como finalidade única internar dinheiro nas quais os procuradores dessas offshores acabam comprando ações de suas próprias empresas…Em outras ocasiões, a entrada de capital acontecia através de sucessivos aumentos de capital da empresa brasileira pela sócia cotista no Caribe, maneira de obter do BC a autorização de aporte do capital no Brasil. Um emprego alternativo das offshores é usá-las para adquirir imóveis no país.
Depois de manusear centenas de documentos, Ribeiro Jr. observa que Ricardo Sérgio, o pivô das privatizações — que articulou os consórcios usando o dinheiro do BB e do fundo de previdência dos funcionários do banco, a Previ, “no limite da irresponsabilidade” conforme foi gravado no famoso “Grampo do BNDES” – foi o pioneiro nas aventuras caribenhas entre o alto tucanato. Abriu a trilha rumo às offshores e as contas sigilosas da América Central ainda nos anos 1980. Fundou a offshore Andover, que depositaria dinheiro na Westchester, em São Paulo, que também lhe pertenceria. Hoje, através de seu sócio Ronaldo de Souza opera a Consultatun Corp e a Antar Venture Investments. Depois dele, vieram a filha e o genro de Serra, o ex-ministro das comunicações, Luiz Carlos Mendonça de Barros (dono da offshore Montferrand Holding), o ex-diretor da Previ e braço direito de Ricardo Sérgio no episódio da privataria, João Bosco Madeiro da Costa (Beluga e Hill Trading).
Ribeiro Jr. promete outras revelações. Uma delas diz respeito a um dos maiores empresários brasileiros, suspeito de pagar propina durante o leilão das estatais, o que sempre desmentiu. Agora, porém, existe evidência, também obtida na conta Beacon Hill, do pagamento da US$ 410 mil por parte da empresa offshore Infinity Trading, pertencente ao empresário, à Franton Interprises, ligada a Ricardo Sérgio.
(1) A dívida de Preciado com o Banco do Brasil foi estimada em US$ 140 milhões, segundo declarou o próprio devedor. Esta quantia foi convertida em reais tendo-se como base a cotação cambial do período de aproximadamente R$ 3,2 por um dólar.
(2) As empresas arrematadas foram a Coelba, da Bahia, a Cosern, do Rio Grande do Norte, e a Celpe, de Pernambuco.