Enquanto o número de vítimas na tragédia do Rio aumenta para 666 e, segundo os bombeiros, em Campos de Coelho (Nova Friburgo) há ainda "centenas entre mortos e feridos", a presidenta Dilma Rousseff reuniu nesta segunda os integrantes de seis ministérios para a criação de um novo sistema de prevenção integrado que estará em pleno funcionamento dentro de quatro anos.
O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, do PT, informou na reunião ministerial que no Brasil existem 5 milhões de pessoas que vivem em área de risco e de onde deveriam ser removidas.
Algumas famílias, por conta do aumento das chuvas, resolveram abandonar suas casas.
Mercadante será o encarregado de coordenar o trabalho dos seis ministros para implantar uma série de medidas e parâmetros integrados em um sistema único de alerta de riscos.
Dilma Rousseff não quer perder tempo e quer apresentar ao mundo a segurança de que seu governo irá empenhar-se para resolver um problema que tem tirado por muito tempo a vida de muitas pessoas seja por descaso político, como também pelo agravamento dos efeitos climáticos que cada vez mais exigem medidas de urgência eficientes.
Helicópteros com alimentos, remédios e água destinados para as áreas isoladas onde há pessoas que ainda não foram resgatadas, tem tido dificuldades em aterrizar e se limitam a lançar do alto os alimentos e medicamentos.
Por conta da gravidade do problema e a pouca quantidade de helicópteros, os médicos legistas estão ordenando que as pessoas sejam identificadas e enterradas no próprio lugar da tragédia. Assim, os voos ficam livres para levar os alimentos e os sobreviventes.
Os bombeiros estão encontrando dificuldades em descobrir onde ainda há mortos e famílias isoladas uma vez que a área de busca é muito extensa e a geografia local é muito complicada. Por esta razão o pintor Leandro Machado, de 38 anos, que conhece palmo a palmo a região como ninguém, se converteu em uma espécie de herói local e já realizou mais de 15 voos com o corpo de bombeiros.
Em um destes voos ele pôde encontrar os corpos de sua mulher Michele, de 20 anos, e seu filho Daniel, de três. Ele ainda segue na tentativa de encontrar seus pais que não sabe se estão vivos. "Para poder sentir-me vivo diante de tantas perdas tento ajudar aos outros", disse ele a um dos bombeiros.
Atualmente, Leandro sendo abrigado no corpo de bombeiros uma vez que sua casa foi totalmente destruída.
Fonte: El País
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