A Honda anunciou hoje a demissão de 400 funcionários de sua montadora instalada em Sumaré (118 km de São Paulo).
O corte representa 12% de todo o efetivo da unidade, que reduzirá sua produção pela metade --de 600 para 300 carros por dia-- a partir de junho.
Na semana passada, a empresa já havia informado que seria forçada a reduzir a produçãoem razão da falta de peças. Conforme a companhia,os desastres naturais ocorridos no Japão, em março, dificultam o fornecimento de componentes eletrônicos, por exemplo.
Com a redução das atividades, a fábrica funcionará em apenas dois turnos. Atualmente, são três, que empregavam, até hoje, 3.400 trabalhadores.
A Honda informou, por meio de nota, que a decisão de demitir veio após o esgotamento de "todas as alternativas para viabilizar a fábrica".
Conforme a empresa, desde de 1992 não haviam cortes em razão de uma queda na produção no Brasil.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região, Jair dos Santos, informou que, até a tarde desta quarta, cerca de 280 trabalhadores já haviam recebido a notícia da demissão por telegrama.
O sindicato informou que os trabalhadores que seguem na unidade vão manter a paralisação das atividades, que já ocorre desde a última sexta-feira e é renovada a cada turno.
"Independente de quantidade, vamos continuar insistindo que os trabalhadores não podem perder seus empregos. Ainda há alternativas, mas a Honda está se aproveitando de um desastre natural para fazer reestruturação", afirmou.
Segundo Santos, o sindicato pretende recorrer ao Tribunal Regional do Trabalho para discutir a decisão.
A proposta do sindicato é reduzir a jornada de cada trabalhador de 8 horas para 5,5 horas, além de férias por 30 dias em grupos de 400 trabalhadores. Com as demissões, segundo Santos, até 3.000 pessoas podem ser afetadas, considerando toda a cadeia produtiva.
"Fornecedores da região já estão anunciando férias coletivas também", afirmou.
O lançamento de um modelo novo de carro previsto para este ano deve ser adiado para 2012. Por isso, para o sindicato, as alterações seriam suficientes para manter a fábrica até dezembro.
Fonte: Folha
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