segunda-feira, 3 de outubro de 2011

BANCO CENTRAL FREIA AUMENTO DO DÓLAR

O dólar reduziu a alta de quase 2 por cento frente ao real no fechamento dos negócios desta segunda-feira, com investidores diminuindo o apetite pela moeda após o Banco Central (BC) intervir vendendo dólares no mercado futuro via leilão de swap cambial.

Após alcançar 1,9185 real na máxima do dia, em alta de 1,97 por cento, a divisa norte-americana terminou o dia com valorização de 0,56 por cento, a 1,8920 real na venda.

Isso ocorreu porque o BC vendeu 34.150 contratos de swap cambial tradicional, apenas 32 por cento da oferta total de até 106.975 papéis. No total, a operação somou o equivalente a 1,696 bilhão de dólares.

Depois da operação, o dólar chegou a recuar 0,48 por cento, para 1,8725 real na venda, mas logo em seguida voltou a subir. Para parte do mercado, o fato de a autoridade ter vendido uma pequena parte dos contratos de swap pode indicar que a valorização do dólar é mais um movimento especulativo do que falta de liquidez no mercado.

Na visão do operador de uma outra corretora paulista, a demanda relativamente fraca do mercado pelos contratos de swap também sinaliza alguma cautela dos players, que hesitam em liquidar todas as posições de swap cambial reverso --que, na prática, equivale a uma compra do mercado futuro e usada há alguns meses para segurar a forte valorização do real frente ao dólar.

"Ninguém quer zerar (o swap reverso) no prejuízo. O pessoal vai com calma, vendo as melhores opções", disse ele, lembrando que o mercado ainda não mostra carência de liquidez.

Foi a segunda vez que o BC faz leilão de swap cambial tradicional em menos de três semanas e já indica que continuará usando essa ferramenta. Após o fechamento da sessão desta segunda-feira, anunciou que fará na terça-feira outro leilão, ofertando 90.525 contratos.

No final de setembro, a autoridade monetária vendeu 2,7 bilhões de dólares através desses contratos e informou que poderia "voltar a atuar, a qualquer momento, de modo a assegurar condições apropriadas de liquidez nos mercados de câmbio", numa clara indicação de que continuaria atenta à volatilidade nos mercados.

Para o operador de câmbio de um banco dealer, que preferiu não ser identificado, o fato de o dólar ter subido mesmo após o leilão de swap do BC mostra que o mercado de câmbio doméstico ainda tem como principal "driver" o exterior, onde investidores seguem preocupados com uma crise de dívida na zona do euro.

Nesta segunda-feira, as bolsas de valores globais caíram quase 3 por cento, enquanto o dólar teve outra rodada de valorização ante o euro e outras moedas. Os agentes temem cada vez mais que a Grécia dê um calote, após Atenas reconhecer no final de semana que não cumprirá as metas de déficit orçamentário neste ano e no próximo.

Fonte: Reuters

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