Pela primeira vez, a bandeira da Palestina foi hasteada nesta terça-feira em uma organização da ONU, a Unesco, em Paris.
Após uma campanha para ser reconhecida como Estado da ONU, a Palestina foi admitida como membro-pleno da Unesco, apesar da contrariedade e represálias dos Estados Unidos e de Israel.
O presidente da ANP (Autoridade Nacional da Palestina), Mahmoud Abbas, que estava presente na cerimônia solene, declarou que a entrada na Unesco é um "primeiro reconhecimento para a Palestina".
"É emocionante ver nossa bandeira hasteada hoje (terça-feira) em uma sede da ONU", disse Abbas em um discurso perante a sede parisiense da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) após a cerimônia solene.
No dia 31 de outubro, os palestinos conquistaram uma vitória diplomática de grande força simbólica e se tornaram o país número 195 da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Remy de la Mauviniere/Associated Press | ||
Bandeira palestina aparece logo abaixo da bandeira oficial da Unesco após ser hasteada em Paris |
A votação desagradou os Estados Unidos, que consideram que a adesão dos palestinos às organizações internacionais não pode acontecer antes da assinatura de um acordo de paz com Israel.
As autoridades israelenses também anunciaram represálias contra os palestinos, como o congelamento dos fundos de impostos palestinos, no valor de cerca de US$ 100 milhões por mês, que Israel recolhe em nome da ANP. Sob pressão internacional, a decisão foi revertida menos de um mês depois.
A Unesco também foi alvo de represália por parte do governo norte-americano, que cancelou o envio dos fundos à agência depois que, em conferência, seus membros votaram a favor da entrada da Palestina como Estado pleno.
Os Estados Unidos, que deveriam entregar à Unesco cerca de US$ 60 milhões em novembro, fornecem 22% do orçamento regular bianual desta organização, que chega a US$ 653 milhões.
As negociações de paz entre israelenses e palestinos estagnaram logo depois de serem retomadas em setembro de 2010 devido a uma disputa sobre a construção de assentamentos israelenses na Cisjordânia e Jerusalém Oriental.
Benoit Tessier /Reuters | ||
Presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, discursa em sede da Unesco em Paris |
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