A cidade síria de Homs, um dos principais centros de resistência ao governo do presidente Bashar al-Assad, amanheceu nesta segunda-feira sob intensa artilharia por parte das tropas leais ao governo.
Segundo o correspondente da BBC Paul Woods, que está em uma sede das tropas rebeldes na cidade, após uma noite tranquila os bombardeios foram retomados com força logo após o amanhecer nesta segunda-feira, com ruídos de morteiros a cada 30 segundos em média.
A cidade vem sendo alvo de ataques das tropas do governo há vários dias. Os grupos rebeldes dizem que pelo menos 15 pessoas já foram mortas desde o início do dia, nos mais intensos confrontos desde o início dos protestos contra o governo, há 11 meses.
Os rebeldes afirmam ainda que os ataques do governo alvejaram um hospital de campanha, que vinha atendendo os feridos nos confrontos dos últimos dias. Segundo eles, o governo estaria usando também tanques e helicópteros nos ataques.
Segundo Wood, alguns combatentes rebeldes respondem aos ataques com tiros de armas automáticas, "um gesto fútil", tendo em vista a superioridade bélica das forças do governo.
A TV estatal síria afirmou que "gangues terroristas" explodiram edifícios em Homs. Também responsabilizando "terroristas", a agência estatal de notícias Sana afirmou que um oleoduto próximo à cidade foi atingido por uma explosão nesta segunda-feira.
A mídia oficial síria e grupos rebeldes também relatam confrontos nas cidades de Idlib, no norte do país, e Zabadani, a noroeste de Damasco.
O governo diz estar combatendo grupos armados que têm apoio estrangeiro. Milhares de ex-soldados desertaram para o lado rebelde, para formar o autodenominado Exército da Síria Livre.
Resolução da ONU
Ainda nesta segunda-feira, a Rússia e a China defenderam seus vetos à proposta de resolução na ONU para condenar a Síria.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse que apoiar a resolução é o mesmo que tomar um dos lados em uma guerra civil.
Lavrov deve viajar a Damasco na terça-feira para encontros com o presidente Assad.
Já o ministro das Relações Exteriores da China disse que há muitas diferenças entre os integrantes do Conselho de Segurança em relação à Síria, e que uma resolução só pioraria a situação no país.
A oposição síria diz que o veto do sábado vai estimular o governo a agir sem moderação.
Segundo grupos de defesa dos direitos humanos, mais de 7 mil pessoas já foram mortas pelas forças de segurança sírias desde o início do levante, em março do ano passado.
A ONU parou de contabilizar suas estimativas de mortes na Síria após elas terem ultrapassado as 5,4 mil, alegando dificuldade em confirmar os números.
O governo diz que pelo menos 2 mil membros das forças de segurança foram mortos em combates com "gangues armadas e terroristas".
Fonte: BBC Brasil
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