A Esquerda Unida (Izquierda Unida) da Espanha pediu nesta sexta-feira ao Governo espanhol que esclareça a repressão policial contra uma manifestação realizada quarta-feira por várias associações laicas em rejeição ao financiamento público da visita do papa Bento XVI. Em um comunicado, a coordenadora da Área de Juventude de IU, Esther López, qualificou de deplorável e nefasta a atuação da polícia contra o protesto pelos privilégios econômicos da viagem do Pontífice a Madri, iniciada nesta quinta-feira.
A dirigente da coalizão denunciou a injustificada agressão que se produziu na Porta do Sol contra os participantes da marcha pacífica.
Em sua opinião, o poder central não garantiu de forma efetiva o direito de manifestação de pessoas que cumpriram com todas as obrigações no sentido de realizar com segurança o ato, que também contava com todas as permissões legais.
Esther exigiu a demissão de Dolores Carrión, delegada do governo de José Luis Rodríguez Zapatero em Madri, pela incapacidade de previsão e intolerável provocação aos organizadores do protesto, antes, durante e depois da marcha.
Da mesma maneira pronunciaram-se as organizações Europa Laica, Associação Madrilenha de Ateus e Livre pensadores e Redes Cristãs. A repressão deixou um saldo de oito detidos e 11 feridos leves.
Bento XVI chegou a Espanha para participar do Dia Mundial da Juventude (JMJ), que reunirá até o próximo domingo na principal cidade do país ibérico a centenas de milhares de jovens católicos dos cinco continentes.
As organizações denunciaram que o Estado espanhol investiu em ambos os eventos cerca de 100 milhões de euros, incluindo o dispositivo de segurança disponibilizado para a ocasião e diversos serviços gratuitos para os peregrinos.
Essas facilidades são um contraste aberto com a grave situação econômica que vive o país, com quase cinco milhões de pessoas desempregadas, flagelo que afeta a mais de 40% dos jovens espanhóis.
Fonte: Correio do Brasil
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