O presidente dos EUA, Barack Obama, anunciou nesta quinta-feira cortes na defesa dos Estados Unidos e admitiu que as Forças Armadas serão menores no futuro.
Em uma rara aparição no Pentágono, Obama afirmou que as Forças Armadas do país devem sofrer um corte de US$ 450 bilhões nos próximos 10 anos, mas afirmou que os EUA irão manter sua hegemonia militar no mundo.
Obama disse ainda que a "maré da guerra está baixando" e que o país precisa recuperar sua força econômica.
Segundo ele, as forças americanas devem voltar seu foco para a região da Ásia e do Pacífico e reforçar sua parceria com a Otan (a aliança militar do Ocidente).
"Sim, nossas Forças Armadas serão mais esbeltas", disse Obama. "Mas o mundo precisa saber: os EUA vão manter sua superioridade militar com forças armadas que são ágeis, flexíveis e prontas para uma ampla gama de contingências e ameaças", afirmou.
Ele disse ainda que os EUA estavam “virando a página de uma década de guerra” e agora enfrentavam “um momento de transição”.
O presidente não anunciou um número específico de cortes nas tropas - o que deve ser feito no momento do anúncio do orçamento federal, em fevereiro.
No entanto, funcionários do governo disseram que a proposta que vem sendo analisada inclui uma diminuição de 10 a 15% no Exército e Corpo de Fuzileiros na próxima década – o que implicaria na redução de dezenas de milhares de homens.
Iraque e Afeganistão
De acordo com o especialista da BBC em assuntos diplomáticos Jonathan Marcus, a revisão da estratégia militar dos EUA se deve a três fatores mais amplos:
"Há a pressão cada vez maior sobre o orçamento de defesa, em uma era de austeridade. O compromisso das forças de combate dos EUA no Iraque terminou, e a redução em andamento dos números dos EUA no Afeganistão fazem deste um bom momento para uma reavaliação", afirma Marcus.
Segundo Marcus, o Exército e os fuzileiros navais americanos sofrerão cortes, e os fuzileiros voltarão a seu papel tradicional, de força de intervenção rápida.
O foco para o futuro deve se manter na criação de forças capazes de conter em forças militares que vêm ganhando força na Ásia. De acordo com o especialista, apesar de ninguém dizer explicitamente, sabe-se que é a China que eles têm em mente.
O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, elogiou a nova estratégia dos EUA, especialmente por manter os compromissos do país com a Europa, mesmo com a mudança de foco para a Ásia.
“Em um mundo imprevisível, a garantia de que nossa parceria transatlântica continua indispensável para a segurança dos Aliados é crucial”, disse Rasmussen.
Ele elogiou a decisão de Obama de seguir investindo na Otan “porque a Organização tem demonstrado diversas vezes – mais recentemente na Líbia – que é uma força multiplicadora”.
Fonte: BBC Brasil
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