Interceptações telefônicas feitas pela Polícia Federal na operação Monte Carlo mostram que o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) também defendeu interesses do empresário Carlos Cachoeira no Ministério Público de Goiás.
O caso envolve o irmão do senador e procurador-geral de Justiça de Goiás, Benedito Torres. As gravações foram reveladas pelo jornal “Correio Braziliense”.
O senador também é acusado de ter utilizado seu mandato para beneficiar os negócios de Cachoeira e responde a processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética do Senado.
Segundo o jornal, as gravações, feitas com autorização judicial, mostram que o senador teria garantido ao bicheiro interferência no Ministério Público de Goiás.
Em diálogos do dia 16 de maio, Cachoeira pediu que o senador intercedesse contra uma transportadora que estaria incomodando o empresário.
Cachoeira, em outra conversa, pede a Demóstenes que acione Benedito Torres para receber um vereador de Goiânia para falar sobre a licitação de um parque na capital do Estado. Os áudios revelam que Demóstenes desconfiou que estava sendo seguido.
As interceptações envolvem ainda Ronald Bicca, que deixou o cargo de procurador-geral do Estado de Goiás na sexta-feira. O jornal mostrou que Cachoeira ordenou que um assessor pedisse a Bicca parecer favorável em um processo administrativo contra um delegado.
A defesa de Demóstenes alega que o Benedito Torres sabia que o senador estava sendo investigado, mas não alertou o irmão. “Isso mostra a independência do Benedito Torres”, disse o advogado do senador, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay.
O advogado deve entregar a defesa de Demóstenes ao Conselho de Ética no dia 25. Kakay vai argumentar que a denúncia não pode se basear em recortes de jornais. Ele disse ainda que não pretende rebater os áudios vazados por considerar que foram obtidos de forma ilegal.
Fonte: Boainformacao.com.br
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