O presidente venezuelano, Hugo Chávez, voltou a insistir nesta terça-feira, em Montevidéu, na entrada de seu país no Mercosul como membro pleno do bloco, algo que já está em negociação desde 2006 e que depende da aprovação do Parlamento paraguaio.
O tema é um dos assuntos centrais da Cúpula de Presidentes do Mercosul, que ocorre nesta terça na capital uruguaia.
"Já somos quase 30 milhões de habitantes (na Venezuela), e é aos países pequenos que mais vai beneficiar a entrada da Venezuela como membro pleno do Mercosul. Nosso norte é o sul", disse o venezuelano.
O Mercosul tem como Estados plenos Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai.
Bolívia, Chile, Colômbia, Equador e Peru são membros associados. O Peru também estuda a entrada plena ao bloco.
A adesão venezuelana ao Mercosul foi autorizada há cinco anos, mas permanece emperrada no Legislativo paraguaio.
O presidente do Uruguai, José Mujica, pede que a entrada de Caracas seja acelerada por uma "revisão dos critérios" do bloco. Mas a declaração foi vista por críticos como um atropelamento do tratado original do Mercosul, que prevê a adesão de novos membros somente após decisão unânime dos Executivos e Legislativos dos membros atuais.
Defesa comercial
Durante a reunião, que acontece na tarde desta terça, serão discutidos mecanismos de defesa comercial a serem adotados dentro do bloco para enfrentar a crise financeira internacional - como adiantou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, na segunda-feira.
O bloco deve negociar a ampliação da lista de produtos importados que podem ser sobretaxados, além de discutir divergências sobre práticas consideradas protecionistas por alguns membros.
Os países menores - Uruguai e Paraguai – frequentemente reclamam de supostas barreiras comerciais a seus produtos nos mercados maiores, Brasil e Argentina.
Os Estados-parte também assinarão um acordo de livre comércio com a Palestina. O instrumento segue os mesmos moldes de acordos semelhantes assinados entre o Mercosul e Israel, e entre o bloco sul-americano e o Egito, no ano passado.
O acordo, para abertura de mercados para bens, também inclui capítulos sobre medidas sanitárias e fitossanitárias (destinadas ao controle de pragas agrícolas), cooperação técnica e tecnológica, e solução de controvérsias.
A presidente Dilma Rousseff chegou à capital uruguaia às 12h40, acompanhada dos ministros Aloizio Mercadante (Ciência e Tecnologia), Fernando Pimentel (Desenvolvimento) e Marco Aurélio Garcia (assessor especial para assuntos internacionais).
Mantega e o chanceler Antonio Patriota já estão na capital uruguaia desde segunda-feira.
Participam do encontro de mandatários também Cristina Kircher, da Argentina; Fernando Lugo, do Paraguai; e Rafael Correa, do Equador.
Fonte: BBC Brasil
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