sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

EGITO EM FESTA: FIM DA ERA MUBARAK

Uma furiosa onda de protestos levou na sexta-feira o presidente do Egito, Hosni Mubarak, a renunciar após 30 anos no poder, desencadeando uma onda de celebrações e passando um alerta a outros ditadores do mundo árabe.

Mubarak é o segundo líder árabe a ser deposto por uma rebelião popular em menos de um mês. Ele transferiu o poder ao Exército após 18 dias de incessantes manifestações motivadas pela pobreza, corrupção e repressão. Nos últimos dias, as Forças Armadas deixaram claro que já não apoiavam mais Mubarak.


O vice-presidente Omar Suleiman disse que um conselho militar irá assumir o controle do país, o mais populoso do mundo árabe. Uma eleição presidencial livre e limpa foi prometida para setembro, embora alguns questionem o apetite do Exército por uma verdadeira democracia.

Fontes do partido governista disseram que Mubarak, de 82 anos, e sua família deixaram o Cairo para o balneário de Sharm el Sheikh, na costa do mar Vermelho.

Em êxtase, os egípcios foram às ruas para celebrar em clima carnavalesco a vitória pacífica da sua "Revolução Branca". Na praça Tahrir (Libertação), epicentro dos protestos, as pessoas se abraçavam, mal conseguindo acreditar que o "Faraó" havia sido derrubado.

"O pesadelo acabou!", disse o alfaiate Saad el Din Ahmed, 65 anos, no Cairo. "Agora temos nossa liberdade e podemos respirar e exigir nossos direitos. Na era Mubarak, nunca vimos um dia bom. Tomara que agora vejamos dias melhores", completou o comerciante Mostafa Kamal, 33 anos.

Nos Estados Unidos, o presidente Barack Obama disse que "o povo do Egito falou", e fez um alerta ao Exército do país, que recebe 1,3 bilhão de dólares por ano em ajuda norte-americana: "Os egípcios deixaram claro que nada aquém de uma democracia genuína irá lhes convencer".

Mas não está claro até que ponto os militares, sob o comando do marechal Mohamed Hussein Tantawi, estariam dispostos a permitir uma democracia -- especialmente depois que o até então proscrito grupo islâmico Irmandade Muçulmana tornou-se uma das forças mais bem organizadas.

"Isso é só o final do começo", disse Jon Alterman, do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais. "O Egito não está avançando para a democracia, está avançando para uma lei marcial, e pode-se debater para onde isso vai agora."

Autoridades norte-americanas familiarizadas com as Forças Armadas egípcias dizem que Tantawi, de 75 anos, parece ser resistente a mudanças. Ele passou mais de 20 anos como ministro da Defesa, e tem um passado firmemente arraigado na velha guarda da elite governista.

ELOGIO AOS 'MÁRTIRES'

Em nota, o Supremo Conselho Militar disse que tomará medidas para gerir o país na transição, e que espera realizar as esperanças do povo. Mantendo o tom equilibrado que adotaram ao longo da crise, os militares elogiaram Mubarak por renunciar "atendendo aos interesses da nação", e homenagearam os "mártires" que morreram nos 18 dias de protestos.

A consultoria Stratfor disse que "os militares promoveram um golpe comandado por (...) Tantawi. Não está claro se Suleiman permanecerá como chefe civil de um governo militar. O Egito está voltando ao modelo de 1952, de governo do Estado por meio de um conselho de oficiais do Exército."

A crise que abateu Mubarak foi a mais grave no Egito desde que um golpe militar derrubou, em 1952, a monarquia do rei Farouk, que tinha apoio britânico. Os generais governam o país desde então, embora Mubarak e seu antecessor, Anwar Sadat, raramente aparecessem fardados e deixassem oficiais da ativa em segundo plano.

Em meio aos manifestantes, muitos demonstravam receio com a perspectiva de um regime militar, mas um dirigente da Irmandade Muçulmana disse que a rebelião alcançou seu principal objetivo.

"Saúdo os egípcios e os mártires. Este é um dia de vitória para o povo egípcio. A principal meta da revolução foi atingida", disse à Reuters Mohamed El Katatni, ex-líder da bancada parlamentar da Irmandade.

O ativista liberal Mohamed El Baradei, ganhador do Prêmio Nobel da Paz, disse que a sexta-feira foi "o maior dia" da sua vida. Ele afirmou à Reuters esperar um período de partilha de poderes entre o Exército e o povo, e afirmou que não cogita disputar a Presidência.

"Esta nação renasceu, esta gente renasceu, e este é um novo Egito", afirmou Ayman Nour, único homem que ousou desafiar Mubarak na única eleição presidencial feita com mais de um candidato, em 2005. Ele ficou num distante segundo lugar, e depois foi preso.

Para celebrar esse novo capítulo na história do país, os manifestantes agitaram bandeiras, soltaram rojões e bateram tambores. Muitos trocavam mensagens de texto por celular, congratulando-se.

Um orador fez o anúncio na praça Tahrir, onde centenas de milhares de pessoas dançavam e cantavam, gritando que "o povo derrubou o regime". Outros bradavam "Allahu akbar" ("Deus é o maior").

Para alguns, era o fim da era de injustiças. Outros viam a possibilidade de que o país recupere seu lugar como centro político, cultural e econômico do mundo árabe. A maioria se dizia orgulhosa por ser egípcia e vivenciar um dia histórico.

"Rompeu-se uma barreira psicológica não só para o norte da África, mas para todo o Oriente Médio. Acho que veremos algum contágio em termos de protestos; Marrocos, talvez Jordânia, Iêmen", disse Anthony Skinner, da consultoria de risco político Maplecroft.

REPERCUSSÃO

Na Argélia, as autoridades já se preparam para protestos no sábado. Os líderes islâmicos do Irã - um país não-árabe - celebraram a queda de um regime que se aliava com EUA e Israel. Mas grupos pró-democracia também receberam a notícia com satisfação, esperando que ela inspire os iranianos a se rebelarem.

Na Grã-Bretanha, o primeiro-ministro David Cameron disse se tratar de uma oportunidade histórica para o Egito. A chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou partilhar da alegria do povo egípcio. A França cobrou a realização de eleições livres e limpas.

Israel disse esperar a preservação das relações pacíficas com o Egito - primeiro país árabe a fazer a paz com o Estado judeu, em 1979.

Os mercados financeiros também reagiram positivamente, antevendo uma menor chance de conflitos no Oriente Médio, região rica em petróleo.

As autoridades da Suíça anunciaram o congelamento de bens que possam pertencer a Mubarak.

Os EUA, tradicionais aliados de Mubarak, defenderam uma rápida transição democrática a fim de restaurar a estabilidade do país, que tem uma posição estratégica por causa do canal de Suez, e é visto como um baluarte contra o avanço do fundamentalismo islâmico,

MILITARES NO COMANDO

De acordo com a emissora de TV Al Arabiya, o Exército se prepara para anunciar a dissolução do gabinete, a suspensão do Parlamento, e que o chefe da Corte Constitucional dividirá o poder com o Conselho Militar.

Antes do anúncio da renúncia de Mubarak, os militares haviam oferecido garantias de que reformas democráticas seriam realizadas. Mas isso não contentou os manifestantes, que iniciaram passeatas na direção do palácio presidencial e da torre da TV estatal.

No final, as Forças Armadas se viram no dilema entre proteger o veterano presidente ou expulsá-lo, preservando sua própria autoridade.

As potências mundiais também se mostravam cada vez menos simpáticas a Mubarak, pressionando-o a promover uma transição ordeira a fim de contentar os protestos, inspirados parcialmente na rebelião popular que derrubou, em 14 de janeiro, o presidente Zine al Abidine Ben Ali, na Tunísia.

Mubarak chegou ao poder depois de seu antecessor Sadat ser assassinado por um militante islâmico durante um desfile militar em 1981. O robusto ex-brigadeiro acabou sendo um líder muito mais duradouro do que qualquer um poderia prever na época. Ele promoveu a paz no Oriente Médio, e mais recentemente apoiou reformas econômicas dentro do país. Mas sempre manteve um rígido controle contra qualquer forma de oposição.

(Reportagem de Samia Nakhoul, Edmund Blair, Marwa Awad, Yasmine Saleh, Dina Zayed, Shaimaa Fayed, Alexander Dziadosz, Sherine El Madany, Patrick Werr, Alistair Lyon, Tom Perry, Andrew Hammond, Jonathan Wright, Peter Millership e Alison Williams no Cairo; Arshad Mohammed e Ross Colvin em Washington).

Fonte: Reuters

EUA BATEM RECORDE EM IMPORTAÇÕES DA CHINA

O déficit comercial dos Estados Unidos aumentou em dezembro para o maior nível em quatro meses, segundo dados do governo divulgados nesta sexta-feira. No ano, o déficit subiu quase 33%, à medida que as importações da China atingiram nível recorde. O saldo negativo da balança comercial em dezembro cresceu quase 6%, para US$ 40,58 bilhões, levemente acima da mediana das previsões de economistas.

As importações de bens e serviços como um todo atingiram o maior nível desde outubro de 2008 no último mês do ano, enquanto as exportações foram as maiores desde julho de 2008. As exportações de produtos norte-americanos para a China atingiram o valor recorde de US$ 10,1 bilhões em dezembro, acumulando US$ 91,9 bilhões no ano, valor também recorde.

Mas o fluxo forte de vendas no final do ano foi ofuscado por um volume recorde de importações vindas da China, que totalizaram US$ 364,9 bilhões em 2010 como um todo. Os números levaram o déficit comercial dos EUA com a China no ano para o recorde de US$ 273,1 bilhões. A alta dos preços de petróleo também ajudou a ampliar o déficit dos EUA em 2010. O preço médio de petróleo importado subiu para US$ 74,66 o barril, ante US$ 56,93 em 2009.

A importação de bens de consumo, alimentos, ração e bebidas também bateu recordes no ano passado. No geral, as importações de bens e serviços cresceram 19,7% em 2010, para US$ 2,33 trilhões. As exportações dos EUA aumentaram 16,6%, para US$ 1,83 trilhão. Se o ritmo de alta foi mantido, ele permitirá que o país atinja a meta do presidente Barack Obama de dobrar as exportações até 2013.

As exportações de serviços, fornecimentos industriais, bens de consumo e petróleo também alcançaram níveis recordes. O forte desempenho em serviços levou o superávit do setor para o recorde de US$ 148,7 bilhões em 2010.

Fonte: Correio do Brasil

FINANCIAMENTO DA HABITAÇÃO CRESCEU 57% EM 2010

O financiamento habitacional da Caixa Econômica Federal, líder nesse segmento de crédito, totalizou o recorde de R$ 77,8 bilhões em 2010, 57,2% a mais do que em 2009, segundo os dados divulgados pelo banco nesta sexta-feira.

Com isso a carteira habitacional atingiu a marca histórica de R$ 108,3 bilhões de saldo, com alta de 53,6% em relação ao valor contabilizado em dezembro de 2009.

O resultado foi impulsionado pelo Minha Casa, Minha Vida, que, desde o início da operação, em abril de 2009, soma 1.005.028 unidades de imóveis financiados com recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).

Nesta segunda fase, o programa federal destinado a imóveis novos, com Habite-se (certificado de conclusão de obra) emitido a partir de março de 2009, beneficia famílias com renda mensal de até R$ 4.900. O valor do imóvel pode chegar a R$ 170 mil, teto válido para as regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal.

Os recursos do FGTS financiam também moradias usadas, com os mesmos limites, mas, nesse caso, não há subsídio do governo federal para a compra da casa própria. Ao todo, foram liberados R$ 31 bilhões em 2010, usados em 389.675 moradias.

Já os financiamentos com recursos da caderneta de poupança, que não têm limite de renda nem do valor do imóvel, porém juros mais altos, atingiram R$ 27,7 bilhões em 203.931 unidades habitacionais.

LUCRO

O crédito habitacional impulsionou o resultado da Caixa, que fechou 2010 com lucro líquido de R$ 3,8 bilhões, alta de 25,5% ante o ano anterior.

O saldo total, considerando todas as operações de crédito, atingiu R$ 175,8 bilhões, com crescimento de 41,3% em 12 meses. Já as provisões para casos de inadimplência, totalizaram R$ 11,1 bilhões, com aumento de 25,9%.

META

Apesar de a Caixa informar que pouco mais de 1 milhão de imóveis foram financiados pelo programa, segundo balanço obtido pela Folha, atualizado até 27 de dezembro, apenas 230 mil casas e apartamentos foram efetivamente entregues.

Fonte: UOL

EMPREGO NA INDÚSTRIA EM 2010 FOI O MAIOR EM 8 ANOS

O emprego industrial mostrou queda de 0,1% em dezembro contra novembro, após quatro meses de estabilidade. A informação foi divulgada nesta sexta-feira, 11, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o instituto, na comparação com dezembro de 2009, o saldo ainda é positivo: o emprego industrial subiu 3,4% em dezembro de 2010, ligeiramente acima do apurado em novembro (3,1%) nesta mesma comparação.

Ainda de acordo com o IBGE, com o desempenho de dezembro, o emprego industrial acumulou no ano passado alta de 3,4%, a mais forte da série histórica do emprego na indústria, iniciada em 2002. Em 2009, o emprego industrial encerrou com queda de 5,3%.

Na avaliação do instituto, o resultado reflete um cenário de recuperação gradual do emprego industrial ao longo do ano passado. No entanto, o instituto também admitiu que o desempenho foi favorecido por uma base de comparação baixa referente a 2009, quando o mercado de trabalho ainda passava por ajustes devido aos efeitos negativos da crise econômica internacional.

Regiões

Em dezembro de 2010, todos os 14 locais pesquisados pelo IBGE tiveram aumento no emprego industrial na comparação com dezembro de 2009. Segundo o instituto, a principal contribuição partiu da alta na ocupação do mercado de trabalho industrial de São Paulo (3,0%) na mesma comparação.

Em São Paulo, houve aumentos expressivos no emprego industrial, em dezembro de 2010 contra dezembro de 2009, em meios de transporte (8,7%) e de máquinas e equipamentos (7,5%). Segundo o instituto, estas atividades exerceram as maiores contribuições para o saldo positivo no mercado de trabalho, na indústria paulista.

Outros destaques positivos de aumentos no emprego industrial de dezembro de 2010 contra dezembro de 2009 foram região Nordeste (3,4%), Minas Gerais (3,9%), região Norte e Centro-Oeste (4,6%), Rio Grande do Sul (3,6%), Santa Catarina (3,9%) e Rio de Janeiro (4,4%).

Ainda na comparação com dezembro de 2009, o emprego industrial em dezembro de 2010 cresceu em 13 dos 18 segmentos pesquisados pelo IBGE.

No acumulado de 2010, o IBGE apurou ainda alta no emprego industrial em todos os 14 locais pesquisados na comparação com 2009, um "perfil generalizado de crescimento", na avaliação do instituto. Na análise por setores, o emprego industrial em 2010 cresceu em 13 dos 18 setores pesquisados pelo IBGE, na comparação com 2009.

Horas pagas

O número de horas pagas na indústria cresceu 0,4% em dezembro de 2010 contra novembro no ano passado. Segundo o IBGE, na comparação com dezembro de 2009, o número de horas pagas cresceu 3,6% em dezembro de 2010. Com o resultado de dezembro, o número de horas pagas acumulou alta de 4,1% em 2010, após cair 5,6% em 2009. Foi o maior avanço no número de horas pagas desde o início da série histórica do emprego industrial em 2002.

Na comparação com dezembro de 2009, o IBGE apurou crescimento no número de horas pagas em todos os 14 locais pesquisados em dezembro de 2010. Os locais que tiveram as mais expressivas elevações no número de horas pagas, em dezembro do ano passado contra igual mês do ano anterior foram São Paulo (2,7%), regiões Norte e Centro-Oeste (5,3%), Minas Gerais (4,1%) e Santa Catarina (5,6%).

Na análise por setores, o número de horas pagas cresceu em 12 dos 18 ramos pesquisados. Em dezembro de 2010 contra dezembro de 2009, houve aumentos expressivos nas horas pagas de máquinas e equipamentos (11,3%), produtos de metal (10,6%), meios de transporte (8,3%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (9,8%), minerais não metálicos (8,4%) e metalurgia básica (13,5%). Porém, na mesma comparação, o IBGE apurou quedas expressivas, no número de horas pagas, em papel e gráfica (-7,6%), refino de petróleo e produção de álcool (-9,6%) e vestuário (-1,9%).

Ainda segundo o IBGE, no acumulado de 2010, o número de horas pagas cresceu em todos os 14 locais pesquisados; e em 14 dos 18 setores pesquisados, na comparação com 2009.

Folha de pagamento

O valor da folha de pagamento real da indústria brasileira mostrou queda de 3,6% em dezembro do ano passado contra novembro de 2010. Na comparação com dezembro de 2009, porém, o saldo ainda é positivo: a folha de pagamento mostrou avanço de 5,9% em dezembro de 2010.

Com o desempenho de dezembro, o IBGE apurou que a folha de pagamento do setor industrial encerrou 2010 com alta de 6,8%, após cair 2,8% em 2009 - a mais forte elevação desde 2004 (9,7%).

Na análise por regiões, o IBGE informou que o valor da folha de pagamento cresceu em 13 dos 14 locais pesquisados em dezembro de 2010, contra igual mês do ano anterior. Entre os destaques positivos, nesta comparação, estão as altas registradas em Minas Gerais (15,0%), São Paulo (2,9%); Rio Grande do Sul (11,0%), e região Norte e Centro-Oeste (8,7%).

Entre os 18 setores pesquisados pelo IBGE, a folha de pagamento da indústria subiu em 13 segmentos, em dezembro de 2010 contra dezembro de 2009. Os destaques positivos ficaram com as altas registradas em meios de transporte (7,3%), indústrias extrativas (19,2%), borracha e plástico (15,7%), produtos químicos (10,6%) e máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (12,9%). No entanto, o IBGE apurou quedas expressivas no valor da folha de pagamento nas indústrias de papel e gráfica (-3,4%) e de calçados e artigos de couro (-2,8%), no mesmo período de comparação.

No acumulado em 2010, o valor da folha de pagamento mostrou expansão em todos os 14 locais pesquisados; e cresceu em 16 dos 18 setores analisados pelo IBGE, na comparação com ano anterior.

Fonte: Estadão

A ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE ALERTA QUE CONSUMO DO ÁLCOOL MATA MAIS QUE A AIDS, TUBERCULOSE E A VIOLÊNCIA

O álcool causa quase 4% das mortes no mundo todo, mais do que a Aids, a tuberculose e a violência, alertou a OMS (Organização Mundial da Saúde) nesta sexta-feira.

O aumento da renda tem provocado o consumo excessivo em países populosos da África e da Ásia, incluindo Índia e África do Sul. Além disso, beber em excesso é um problema em muitos países desenvolvidos, informou a agência das Nações Unidas.

No entanto, as políticas de controle do álcool são fracas e ainda não são prioridade para a maioria dos governos, apesar do impacto que o hábito causa na sociedade: acidentes de carro, violência, doenças, abandono de crianças e ausência no trabalho, de acordo com o relatório.

Cerca de 2,5 milhões de pessoas morrem anualmente por causas relacionadas ao álcool, disse a OMS em seu "Relatório Global da Situação sobre Álcool e Saúde".

"O uso prejudicial do álcool é especialmente fatal em grupos etários mais jovens e beber é o principal fator de risco de morte no mundo entre homens de 15 a 59 anos", afirma o relatório.

Na Rússia e na CEI (Comunidade dos Estados Independentes), uma em cada cinco mortes ocorre devido ao consumo prejudicial, a taxa mais elevada do planeta.

A bebedeira, que muitas vezes leva a um comportamentos de risco, agora é prevalente no Brasil, Cazaquistão, México, Rússia, África do Sul e na Ucrânia, e está aumentando entre outras populações, segundo a OMS.

"Mundialmente, cerca de 11% dos consumidores de álcool bebem bastante em ocasiões semanais; os homens superam as mulheres em quatro a cada uma. Eles praticam constantemente um consumo de risco em níveis muito mais elevados do que as mulheres em todas as regiões", disse o relatório.

Em maio passado, ministros da Saúde dos 193 países-membros da OMS concordaram em tentar conter o consumo excessivo de álcool e de outras formas crescentes do uso excessivo por meio de altos impostos sobre bebidas alcoólicas e restrições mais rígidas de comercialização.

Fonte: Folha

POLÍCIA FEDERAL PRENDE 22 POLICIAIS NO RIO DE JANEIRO E MAIS 6 INFORMANTES

A Polícia Federal no Rio de Janeiro prendeu, na manhã desta sexta-feira, 16 policiais militares, seis policiais civis e seis informantes, em um total de 28 mandados de prisão preventiva já cumpridos pela Operação Guilhotina, que investiga 32 policiais suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas, milícias e jogos, entre outros crimes.

Ainda restam 17 mandados de prisão a serem cumpridos. Os números foram divulgados nesta manhã pelo secretário de Segurança Pública do Estado, José Mariano Beltrame. "Não vou abrir mão de qualquer tipo de parceria e de quem quiser me ajudar. Dou graças a Deus de ter encontrado parceiros e de ter dado respostas a problemas que afligem a muito tempo essa cidade. Nenhuma polícia no mundo com problemas ressurgiu sem fazer esse tipo de serviço", declarou Beltrame.

"É claro que os cidadãos se chocam quando quem deveria combater o crime está ao lado dele. Por outro lado, a palavra deste momento é satisfação, em razão da integração entre as instituições, a Secretaria de Segurança, as polícias do Estado e Federal, no combate ao crime e aos maus policiais", afirmou o delegado Angelo Fernando Gioia, superintendente da PF, em entrevista coletiva.

O procurador-geral de Justiça, Cláudio Soares Lopes, exaltou a operação. "É uma virada de página na história da polícia, com a prisão preventiva desses marginais. E a oitiva de mais testemunhas pode resultar em novas prisões", afirmou.

Chefe de Polícia depôe; subsecretário será exonerado

O chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, delegado Alan Turnowski, chegou na manhã desta sexta-feira à sede da Polícia Federal, no centro da capital fluminense, para prestar esclarecimentos em função da Operação Guilhotina. A PF convocou Turnowski para obter informações que auxiliem as investigações. Ele não é investigado no caso.

O Subsecretário de Operações da Secretaria Especial da Ordem Pública do Rio de Janeiro (Seop), delegado Carlos Antônio Luiz Oliveira, que tem prisão preventiva decretada pela Justiça, teve sua exoneração anunciada nesta manhã, diante de denúncias que ligam seu nome à operação.

Procurado em casa nesta manhã por agentes da PF, Oliveira não foi encontrado e é considerado foragido. Ele deve ser exonerado pouco mais de um mês depois de ter assumido o cargo, em janeiro deste ano. A Seop não soube informar ao Terra de quais crimes específicos é acusado o ex-subsecretário.

A delegada titular da 22ª DP do Rio de Janeiro (Penha), Márcia Beck, foi detida e encaminhada para a superintendência da PF para prestar esclarecimentos sobre o suposto envolvimento de policiais daquela distrital com milícias, contravenção e tráfico de drogas, entre outros crimes. Agentes da PF realizaram mandados de busca e apreensão na 22ª DP. Pelo menos três policiais da delegacia têm mandados de prisão expedidos pela Justiça. Armários e veículos foram revistados, e uma caixa de munição, documentos e objetos dos suspeitos foram apreendidos para averiguação.

Na 17ª DP (São Cristóvão), outra delegacia alvo de buscas, nada foi apreendido. A distrital havia sido fechada nesta manhã para as investigações, mas já foi reaberta.

Operação mobiliza 580 homens

A Operação Guilhotina foi deflagrada pela PF na manhã desta sexta-feira, com o apoio de 200 agentes da Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP) e do Ministério Público Estadual (MP-RJ). O objetivo é cumprir 45 mandados de prisão preventiva - 11 contra policiais civis e 21 contra policiais militares -, e 48 mandados de busca e apreensão.

Cerca de 380 homens da PF participam da ação, que ainda investiga a ligação dos policiais com venda de armas e informações e o chamado "espólio de guerra", a apropriação de produtos de crime encontrados em operações policiais.

As investigações iniciaram a partir de vazamento de informações numa operação policial conduzida pela PF em 2009, cujo principal objetivo era prender o traficante Rupinol, que atuava na Favela da Rocinha ao lado de Nem, apontado como o chefe do tráfico na comunidade. A partir daí, duas investigações paralelas foram iniciadas, uma da Corregedoria Geral Unificada da SSP e outra da Superintendência da PF. A troca de informações entre os serviços de inteligência das duas instituições culminou no trabalho conjunto desta manhã.

Fonte: Terra

GRUPO BANDEIRANTES CENSURA PARTICIPAÇÃO DA DEPUTADA LUIZA ERUNDINA EM SUA PROGRAMAÇÃO

A produção do programa Manhã Bandeirantes, da Rádio Bandeirantes de São Paulo, agendou uma entrevista por telefone com a deputada Luiza Erundina para esta quarta-feira, dia 9, às 10:30. A pauta seria o Projeto de Lei n° 55/2011, apresentado pela deputada Erundina na Câmara, que institui referendo popular obrigatório para a fixação dos vencimentos do Presidente da República e dos parlamentares.

O projeto é de notório interesse público visto que o reajuste de 62% nos subsídios dos parlamentares aprovado no final de 2010 foi implacavelmente criticado por grande parte da população brasileira e pela imprensa.

Inclusive, no dia anterior à entrevista com a deputada Luiza Erundina, o apresentador do programa Manhã Bandeirantes, José Luiz Datena, questionou a dificuldade para o reajuste do salário mínimo dos trabalhadores e trabalhadoras brasileiros, enquanto o reajuste de 62% para os parlamentares foi votado e aprovado em caráter de urgência pela Casa, com voto da imensa maioria dos congressistas.

Nesse contexto estávamos, a deputada Luiza Erundina e sua assessoria, aguardando a ligação para participar do programa quando, uma hora antes da possível participação, recebemos uma outra ligação cancelando a entrevista. Tratava-se de um veto da direção do grupo. Questionados sobre o por que da censura do veto à fala de uma parlamentar brasileira em um veículo da imprensa livre, sobre projeto de interesse público, fomos surpreendidos com uma justificativa de cunho absolutamente pessoal: “Este veto é uma resposta aos ataques que a deputada vem fazendo à Rede Bandeirantes.”

Ora, a deputada Luiza Erundina apresentou requerimento junto à Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI) da Câmara, para a realização de audiências públicas com o objetivo de debater a renovação de concessões públicas de rádio e TV. E ela não fez isso como um “ataque” pessoal à Rede Bandeirantes. Ela apresentou requerimentos solicitando audiências públicas para debater o processo de renovação de emissoras ligadas à Rede Globo, à Rede Record e à Rede Bandeirantes, não como um ataque a essas emissoras, mas com o objetivo de motivar mais democracia e transparência no processo de renovação das concessões públicas de rádios e TVs. (REQ-205/2009 CCTCI e REQ-220/2009).

O pleito da deputada Luiza Erundina foi absolutamente isento de pessoalidade. Apenas suscita o uso de instrumentos democráticos do Congresso – as audiências públicas – para a avaliação de um serviço de interesse público, antes da sua renovação por mais 15 anos. Já o posicionamento da Rede Bandeirantes revela exatamente o contrário: numa retaliação ao exercício parlamentar da deputada, priva a sociedade de ter mais informações sobre um Projeto de Lei de absoluto interesse público, já que os subsídios dos representantes do povo são oriundos do orçamento público, que pertence ao povo.

Episódios como este violam o direito à informação e revelam que a liberdade de expressão no Brasil, definitivamente, não é uma realidade. Isenção, impessoalidade, interesse público, direito à informação ainda são expressões estranhas à maioria dos meios de comunicação. Lamentável para as comunicações. Lamentável para o Brasil.

Fonte: Conversa Afiada

NOKIA E MICROSOFT FECHAM ACORDO DE USO DO WINDOWS PHONE

A Nokia, maior fabricante mundial de telefones celulares, anunciou nesta sexta-feira um "amplo acordo estratégico" com a Microsoft para criar um novo sistema conjunto baseado no Windows Phone, que concorra com o iOS, da Apple, e o Android, do Google.

A companhia finlandesa assegurou em comunicado que adotará o Windows Phone como principal sistema operacional para seus smartphones e deixará em segundo plano o MeeGo, sua própria plataforma.

A aliança entre Nokia e Microsoft também contempla o desenvolvimento conjunto de novas aplicações e serviços para telefones móveis, em uma tentativa de competir com a App Store, da Apple, e o Android Market, do Google.

Este acordo faz parte da nova estratégia com a qual a Nokia pretende recuperar a liderança mundial da inovação no mercado da telefonia celular, muito debilitado desde a aparição do primeiro iPhone da Apple, em 2007.

A perda de terreno do gigante finlandês nos últimos anos levou há poucos dias seu novo diretor-executivo e antigo diretor da Microsoft, Stephen Elop, a comparar a situação da companhia com "uma plataforma petrolífera em chamas", em comunicado interno dirigido a seus funcionários.

"A Nokia está em uma conjuntura crítica, onde uma mudança significativa é necessária e inevitável em nosso caminho", afirmou nesta sexta-feira Elop em comunicado.

"Hoje estamos acelerando essa mudança através de um novo caminho, com o objetivo de recuperar a liderança nos smartphones, reforçar nossa plataforma móvel e realizar investimentos futuros", acrescentou.

A nova estratégia da Nokia também inclui algumas mudanças em sua cúpula de direção, embora menores que o esperado.

O maior prejudicado nesta remodelação foi o venezuelano Alberto Torres, responsável pelo desenvolvimento do MeeGo, que foi destituído nesta quinta-feira após o fracasso do novo sistema operacional para smartphones da Nokia.

Apesar de ter sido desenvolvido durante anos, o MeeGo, plataforma com a qual a Nokia queria reconquistar o mercado da telefonia celular, ainda não foi lançado.

Fonte: EFE