sexta-feira, 20 de abril de 2012

DÓLAR SOBE 1,60% NA SEMANA

O dólar fechou em queda ante o real nesta sexta-feira, interrompendo cinco sessões de alta consecutivas, com correções técnicas e o mercado testando os patamares de atuação do Banco Central, segundo operadores. Na semana, no entanto, a moeda norte-americana registrou alta de mais de 1,50 por cento, justamente pela forte presença da autoridade monetária.

Nesta sessão, o BC realizou um leilão de compra de dólares no mercado à vista, após ficar de fora do mercado na véspera, quando a moeda chegou próxima ao patamar de 1,90 real. Desde quinta-feira da semana passada, no entanto, a autoridade monetária vinha fazendo dois leilões no mercado à vista por sessão.

A divisa fechou em queda de 0,64 por cento ante o real nesta sexta-feira, cotada a 1,8695 real na venda, oscilando entre 1,8620 e 1,8877. Na semana, porém, com essa forte atuação do BC ao longo dos dias, a moeda registrou valorização de 1,60 por cento.

"Ontem o dólar subiu sozinho e BC decidiu não atuar. Já hoje, como a moeda já estava caindo, acho que ele tentou impedir uma queda maior e fez um leilão", disse o operador de câmbio da B&T Corretora de Câmbio, Marcos Trabbold.

Com essa parada de leilões na véspera, Trabbold acredita que nesta sexta-feira o mercado ficou testando patamares mais baixos do dólar, para tentar descobrir com qual cotação o BC interviria. Tanto que o dólar chegou a cair mais de 1 por cento ante o real durante a tarde.

"O mercado fica procurando essa informação e quando (o dólar) estava em torno de 1,87 real, ele fez um leilão. Pode ser que o mercado comece a achar que é em torno de 1,87 (real)", disse.

O operador ainda citou que é normal que a moeda tivesse um dia de correção, caindo depois de várias altas seguidas.

Outro operador, que prefere não ser identificado, concorda e acredita que o BC também pode ter visto um fluxo de entrada de dólares no país e entrou no mercado para evitar valorizações.

"A moeda continua sendo afetada por essa atuação do BC, vamos ver nos próximos dias se ele vai atuar novamente em 1,87 real. Ele pode ter vista algum fluxo também.", afirmou.

Para o operador, o mercado pode entender ainda que o BC não deseja a moeda próxima de 1,90 real, mas não quer fique muito abaixo de 1,87 real.

Fonte: Reuters

BRIC's JÁ RESPONDEM POR 6% DA AJUDA GLOBAL

Os cinco países Brics – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – respondem por pelo menos 6% de toda a ajuda oficial concedida no mundo – direcionada principalmente aos países de renda baixa –, segundo as estimativas do Banco Mundial divulgadas nesta sexta-feira.

Estima-se que o grupo mais influente das economias emergentes tenha contribuído com US$ 3,7 bilhões de ajuda financeira em 2009, o período mais atualizado para a comparação, dentro de um total de US$ 183,3 bilhões em ajuda.
Refugiados da Somália
Refugiados na Somália | Foto: Reuters
Em 2009, a China liberou US$ 1,9 bilhão, comparado a US$ 600 milhões em 2003.

A lista segue com Rússia (US$ 785 milhões), Índia (US$ 488 milhões), Brasil (US$ 362 milhões) e África do Sul (US$ 109 milhões).

Isto representa um terço do total da ajuda desembolsada por países fora do universo de doadores tradicionais, estima o relatório.

Diferentemente dos países desenvolvidos, que têm uma metodologia comum de medir ajuda financeira e comunicam seus números à Organização para o Desenvolvimento Econômico (OCDE), os números dos Brics são difíceis de precisar.

Na quinta-feira, falando aqui em Washington, o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, disse que uma “estimativa modesta” da ajuda dos países emergentes para os mais pobres é US$ 15 bilhões por ano.

Relação de igualdade

Apesar das limitações no campo das estimativas, o Relatório de Monitoramento Global, um informe anual do Banco Mundial sobre o desenvolvimento no mundo, é firme ao indicar a “relação de igualdade” que caracteriza a relação entre emergentes e mais pobres.

O estudo nota que os recursos dos Brics são concedidos “através de uma combinação de financiamento condicional e incondicional”e “normalmente sem condições políticas”.

Outras organizações – e os próprios países recipientes de ajuda – já ressaltaram esta relação de maior igualdade no trato com os Brics, em contraste com assistência acoplada a condições, muitas vezes difíceis e políticas, requeridas pelos doadores tradicionais.

O repertório dos países emergentes inclui perdões de dívida, empréstimos sem juros e linhas de crédito especiais.

Para os especialistas do Banco Mundial, este tipo de cooperação ressalta aspectos da relação doador-receptor que incluem “complementaridades, recursos adicionais e know-how técnico”.

Brasil

O caso brasileiro é um exemplo. Capitaneada pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC), a ajuda do Brasil se dá sobretudo nos setores de agricultura, educação e saúde, tanto na América Latina quanto na África lusófona.

Vários projetos são realizados pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agrícola (Embrapa), que realiza cooperação técnica em inúmeros países e já é quase considerada, sob esse aspecto, um braço da diplomacia brasileira.

Em 2010, a contribuição do Brasil para projetos de alimentação mundial, para a reconstrução do Haiti e para projetos de cooperação técnica, entre outras finalidades, chegava a US$ 1,2 bilhão, nos cálculos da revista britânica Economist.

Proliferação de atores

Comparado com o da década de 90, o cenário de doadores – ou de prestação de assistência – hoje é de proliferação.

O principal grupo de doadores, os países desenvolvidos, ainda está concentrado no Comitê de Assistência ao Desenvolvimento (DAC, na sigla em inglês), da OCDE. Em 2011, o total de ajuda concedida por esses países foi de US$ 133,5 bilhões.

Naquele ano, segundo a OCDE, outro grupo de países emergentes que não são doadores tradicionais, como os países árabes, Rússia, China, Taiwan e países do leste Europeu, desembolsaram cerca de US$ 7,2 bilhões em ajuda.

Mas como ressalta o relatório, a grande mudança no panorama da ajuda internacional nas últimas duas décadas foi o surgimento das organizações não-governamentais. No ano passado, segundo uma estimativa citada no relatório, essas entidades doaram US$ 52,5 bilhões para os países de renda média e baixa.

Um dos efeitos positivos deste envolvimento é o reforço dos pedidos de mais transparência nas transações de ajuda financeira, afirma o relatório.

Mas apesar dos “inúmeros benefícios” da ampliação da base de doadores, isto “também coloca novos desafios importantes, incluindo um aumento dos custos administrativos e de transações tanto para doadores quanto recipientes”.

Hoje, muito mais que há duas décadas, os países recipientes de ajuda lidam com um número crescente de fontes de financiamento, o que incrementa os custos duplicados de administração, e o valor de cada projeto é menor.

Crise

O relatório alerta para os efeitos da crise econômica sobre os fluxos de ajuda financeira e sobre os países que dependem deles. Entre 2005 e 2010, estes recursos preencheram 60% das necessidades de financiamento dos países de renda baixa.

Ao mesmo tempo, alertou o Banco Mundial, o progresso dos países em desenvolvimento foi seriamente afetado pela volatilidade nos preços dos alimentos. Para o especialista do FMI sobre o tema, Hugh Bredenkamp, “a frágil economia global pode muito bem desacelerar os progressos dos países em desenvolvimento no campo do desenvolvimento humano”.

“As posições fiscais, de dívida e de conta corrente, particularmente para os países de renda baixa, foram enfraquecidas pela crise financeira global”.

Fonte: BBC Brasil

MAU TEMPO DERRUBA AVIÃO DE PASSAGEIROS NO PAQUISTÃO

Um avião com mais de 120 pessoas a bordo caiu nesta sexta-feira (20) próximo ao aeroporto internacional de Islamabad, capital do Paquistão, segundo informações de uma rede de TV local. A polícia paquistanesa informou que não há chances de encontrar sobreviventes.


Segundo a emissora Geo News, a aeronave é um Boeing 737 da empresa Bhoja Air, de origem paquistanesa. O acidente teria sido causado por causa do mau tempo e da baixa visibilidade.

De acordo com o órgão de aviação civil local, 122 pessoas estavam a bordo, entre passageiros e tripulantes. A informação foi confirmada por Jaser Abro, porta-voz da empresa Bhoja Air. Segundo ele, havia 116 passageiros e seis tripulantes a bordo.

No entanto, ainda não é possível cravar o número exato de pessoas a bordo, já que outras fontes oficiais relataram que o número de vítimas seria de 126 ou 131 pessoas.

A aeronave partiu às 17h (hora local, 9h em Brasília) da cidade de Karachi e deveria pousar em Islamabad às 18h40 (10h40 em Brasília), mas caiu momentos antes da aterrissagem.

Uma fonte do órgão de aviação civil do Paquistão disse que o avião recebeu do aeroporto a permissão para pousar, mas logo em seguida perdeu o contato com a torre de controle.

Um oficial da equipe de resgate, Saifur Rehman, afirmou à Geo News que o avião caiu na vila de Hussain Abad, distante cerca de 3 km da principal autopista de Islamabad.

— Os destroços do avião pegaram fogo após o acidente. A aeronave está completamente destruída.

No momento do acidente, a emissora informou que caía uma forte chuva de trovoadas sobre a cidade.

Logo após a queda, todos os hospitais da capital e de Rawalpindi, próximo ao aeroporto, foram colocados em alerta para o atendimento às vítimas.

Em julho de 2010, outro avião paquistanês caiu perto da capital Islamabad devido ao mau tempo, matando todos os seus 152 ocupantes.

A capital paquistanesa é cercada a noroeste pela cadeia de montanhas de Margalla.

Fonte: R7

TROPAS SÍRIAS BOMBARDEARAM HOMS

As tropas do regime sírio bombardearam nesta sexta-feira, 20, a cidade de Homs, reduto opositor situado no centro do país, apesar do cessar-fogo em vigor, informou a rede de ativistas opositora Sham.
AFP
Os bombardeios estão caindo sobre a cidade de maneira mais intensa que nos últimos dias, disse seu coordenador, Jaafar al-Jeir.

O também opositor Observatório Sírio de Direitos Humanos explicou, por sua vez, que foram ouvidos fortes tiroteios e explosões no bairro de Hamidiya, mas não precisou se houve vítimas.

Além disso, as forças sírias dispararam e produziram campanhas de detenções na localidade de Anjel, na província meridional de Deraa, enquanto foram registradas explosões na cidade de Duma, nos arredores de Damasco, acrescentou o Observatório em comunicado.

Essa nova jornada de violência acontece um dia depois de os rebeldes do Exército Livre Sírio (ELS) terem pedido a formação de uma aliança militar dos países aliados que intervenha de forma pontual na Síria, diante da recusa do regime sírio em cumprir a cessação das hostilidades.

Reunidos em Paris, os países "Amigos da Síria" realizaram ontem uma reunião ministerial para analisar o cumprimento da trégua por todas as partes e decidir as próximas medidas de pressão.

Enquanto isso, continua na Síria a missão de observadores da ONU, encarregada de verificar o cumprimento do plano de paz do mediador internacional Kofi Annan, que inclui o fim da violência, o recuo militar das cidades e o início de um diálogo político, entre outros pontos.

A ONU e Damasco assinaram ontem o acordo que fornecerá as bases para o desdobramento de até 300 boinas azuis que supervisionarão o cessar-fogo no país, em vigor desde a última semana.

Desde então, a violência sofreu uma redução, mas não desapareceu de forma completa, em um clima de contínuas acusações entre ambas as partes. Desde que começaram os protestos contra o regime do presidente sírio, Bashar al-Assad, em março de 2011, mais de 9 mil pessoas morreram, segundo dados da ONU.

Fonte: EFE

FINANCEIRAS TAMBÉM VÃO CORTAR JUROS

Depois dos grandes bancos, agora é a vez de as financeiras cortarem as taxas de juros para não perder clientes. 'Todas vão reduzir as taxas no limite do possível. No decorrer do mês que vem, vamos ter boas novidades', avisou Érico Ferreira, presidente da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), que reúne 64 financeiras.

Desde que o governo sacudiu o mercado de crédito duas semanas atrás e usou os bancos oficiais para forçar a redução dos juros, a competição se acirrou até entre a Caixa e o Banco do Brasil (BB). Quem saiu ganhando foi o consumidor, como o funcionário público João Paulo da Silva Barreto, de 30 anos.

Funcionário do Judiciário, ele acaba de fazer uma operação de portabilidade: levou um crédito consignado obtido no BB para a Caixa. 'Valeu mudar porque a taxa de juros da Caixa é menor', disse Barreto, que não fechou a conta salário no BB. A taxa de juros mensal cobrada pela Caixa é de 1,2% e, no BB, de 1,37%. Isso dá uma redução de R$ 14 na prestação atual de R$ 1.430, de um empréstimo de R$ 45 mil, financiado em 40 meses.

Além das condições mais vantajosas de empréstimo, Barreto disse que optou pela migração porque pretende obter um outro financiamento para compra de imóvel. Por isso, ele acha interessante ter conta na Caixa.

Guerra

O vice-presidente de Atendimento e Negócios da Caixa, José Henrique Marques da Cruz, descreveu a 'operação de guerra' que foi montada pelo banco para atender ao aumento significativo no número de clientes ocorrido em duas semanas. A partir de segunda-feira, todas as agências vão abrir uma hora mais cedo. 'Deslocamos até funcionários de áreas 'meio' para o atendimento', contou.

No dia 12 de maio, um sábado, as principais agência vão funcionar só para atender o público e fazer simulações sobre as novas condições dos empréstimos.

O executivo ilustra com números o crescimento da procura por informações sobre crédito. Desde o dia 9 de abril até ontem, o site da Caixa recebeu 1,035 milhão de visitas e realizou 421 mil simulações de crédito. O telemarketing, com 350 funcionários, montado exclusivamente para informar sobre o novo pacote de crédito, recebeu 40.730 ligações.

Além da maior procura, há números vigorosos de aumento nos empréstimos. Em duas semanas, foram fechados na Caixa 26,7 mil financiamentos de capital de giro para empresas, com alta de 276% sobre o período imediatamente anterior. Para o consumidor, o banco aprovou no período 84,7 mil novos créditos, volume 20% maior do que o de duas semanas atrás.

Cruz disse que dinheiro não falta para bancar a ofensiva no crédito. 'O banco tem R$ 78 bilhões para o programa e há margem para ampliar a cifra.' Quanto ao risco, ele disse que o seu é mais baixo do que o do mercado.

Fonte: Estadão

CACHOEIRA DIZ QUE MARCONI PERILLO (PSDB) É SÓCIO DE AVIÃO DE R$ 4 MILHÕES

Reportagem publicada nesta sexta-feira no jornal Folha de S.Paulo revela um diálogo gravado pela Polícia Federal em que o empresário Carlinhos Cachoeira diz que o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), é dono de um avião Cessna, avaliado em R$ 4 milhões, em sociedade com dois empresários. 


Na gravação, de abril de 2011, Cachoeira fala para o ex-vereador Wladimir Garcez, que segundo a PF é seu "assessor direto", que Perillo é dono de metade do avião. A sociedade seria entre o governador, Rossine Aires Guimarães, que também seria sócio do bicheiro, e Hélder Rodrigues Zebral, ex-dono da churrascaria Porcão, em Brasília.

"Aquele cara do Porcão, o Hélder, esse cara, ele é sócio do Marconi num um avião aí com o Rossine viu... Ele é um Cessna, 2010, pagou R$ 4 milhões, um trem assim. E Marconi tem 50%, o Rossi 25% e o esse Hélder, do Porcão, tem 25%. Tá voando com eles ai", diz o contraventor na gravação. 

Na conversa, Cachoeira ainda se mostra preocupado com a atuação de Zebral. "Rapaz, esse cara (Zebral) tá com parceria com todo mundo. Nós estamos levando bola nas costas em tudo, viu?" Ao jornal, Perillo disse que nunca teve aeronave nenhuma nem sociedade com Guimarães ou Zebral.

Fonte: Terra

GOVERNO COMEÇA A DESTRAVAR CADASTRO DE BONS PAGADORES

Após os principais bancos privados cederem à pressão do governo para reduzir o custo dos empréstimos no país, a equipe econômica deverá destravar a implementação do cadastro positivo, uma central com informações sobre bons pagadores.

Está pronta uma regulamentação para tentar fazer com que o cadastro funcione. A expectativa é que a medida, que consta da lista de propostas apresentada pelos bancos, seja divulgada nos próximos dias, após um análise da área jurídica do Ministério da Fazenda e o aval do ministro Guido Mantega.

Os bancos querem maior rigor na criação das centrais que vão administrar os dados dos consumidores. Isso porque todos os envolvidos respondem de forma solidária pelas informações. As instituições temem ser responsabilizadas em caso de uso indevido dos dados.

Para resolver essa questão, uma proposta é estabelecer a necessidade de certificação dos bancos de dados.

Na Fazenda, há o receio de limitar demais e acabar fazendo com que haja um monopólio nessa área quando a ideia inicial era justamente estimular a criação de várias centrais concorrentes.

Alex Argozino/Editoria de Arte/Folhapress 
Fonte: Folha

ESCOLARIZADOS BEBEM MAIS ÁLCOOL NO BRASIL

Os brasileiros que mais estudaram são aqueles que mais consomem álcool. Os dados revelados pelo Ministério da Saúde na semana passada preocupam médicos e psicólogos em todo o País. Para eles, o Brasil convive com índices perigosos e não está dando a atenção devida a eles.

A pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) revelou que 20,1% da população com 12 anos ou mais de estudo bebem além do recomendado. O estudo é realizado anualmente.

Para o ministério, a ingestão, em uma mesma ocasião, de cinco ou mais doses de bebida, para homens, e quatro ou mais, para mulheres, é considerada excessiva. Os homens lideram as estatísticas do consumo abusivo de álcool: 29,2% entre os mais instruídos e 25,5% entre os menos escolarizados (menos de oito anos de estudo).

Na opinião dos especialistas, a escolaridade está ligada ao poder aquisitivo. Ter dinheiro para gastar com bebidas alcoólicas, segundo eles, determina a grande quantidade de pessoas que consomem mais álcool do que deveriam.

“O poder aquisitivo é relevante. Pressupõe-se que o jovem mais escolarizado tem mais dinheiro para gastar com bebida”, ressalta Sérgio de Paula Ramos, psiquiatra e coordenador da Unidade de Dependência Química do Hospital Mãe de Deus em Porto Alegre.

Os jovens são os que mais consomem bebida alcoólica de forma excessiva, de acordo com os dados do Ministério. Na faixa etária entre 18 e 24 anos, 20,5% da população admite beber além da conta. O número sobe um pouquinho entre os brasileiros de 25 a 34 anos: 20,7%.

Maria de Fátima Sudbrack, professora titular do Departamento de Psicologia Clínica da Universidade de Brasília (UnB) especialista em estudos e atenção à dependência química, diz que os dados desmistificam a ideia de que o alcoolismo é “doença de pobre”.

“Quem tem mais dinheiro consome tudo mais que os outros. E esse é um produto glamourizado, cujo padrão de uso é o pior possível no País: o álcool é usado para ‘matar a sede’, fora da alimentação”, analisa.

Permissividade

A diretora de Análise de Situação em Saúde do Ministério da Saúde, Deborah Malta, acredita que o comportamento faz parte da fase de descobertas dos jovens. Há muitas festas e encontros com amigos, especialmente para os que entram no ensino superior.

Maria Clara Rodrigues, 19 anos, e Janielle Custódio, 19 anos, alunas do curso de engenharia de produção da UnB, admitem que, se quiserem, vão a festinhas regadas a bebida alcoólica todos os dias. Elas frequentam esse tipo de celebração duas vezes por mês.

“Eu bebo até quando o dinheiro acaba, mas se perceber que estou me alterando, já paro”, conta Maria Clara. As duas dizem que só começaram a beber depois dos 18 anos, mas Janielle admite que os pais ofereciam uma dose ou outra em datas especiais.

“A nossa sociedade é muito licenciosa e condescendente, inclusive pais e mães, com a bebida entre jovens e adolescentes. O acesso a ela é muito fácil, o que torna maior o uso e o abuso. A vida social externa se intensificou muito e as baladas são embaladas por álcool”, critica Carlos Salgado, conselheiro da Associação Brasileira de Estudo sobre Álcool e Drogas (Abead).

Também integrante da Abead, Sérgio Ramos é ainda mais enfático nas críticas às políticas de comercialização de bebidas no Brasil. “O que estamos assistindo é a grave consequência da irresponsabilidade das nossas autoridades, que se submetem aos interesses da indústria do álcool para prejuízo total da população”, afirma.

Para o psiquiatra, as propagandas de bebidas alcoólicas deveriam ser proibidas. Além disso, a comercialização deveria ser mais fiscalizada, para que menores de idade não tivessem fácil acesso a elas. Deborah Malta acredita que essas políticas estão mais intensas.

“Temos grande preocupação em relação a isso, porque o consumo abusivo de álcool está associado a outras práticas de risco, como a direção após a ingestão de bebida, a violência, o sexo inseguro, fora a intoxicação alcoólica. Mas as medidas legislativas têm intensificado o combate a essas práticas”, avalia a diretora.

Iniciação precoce

Sérgio Ramos reforça que o consumo de álcool começa cada vez mais cedo. Ele acaba de concluir uma pesquisa em Porto Alegre (RS) sobre o tema, que ainda não foi publicada, mas mostra que os primeiros contatos dos jovens com bebida alcoólica se dá aos 12 anos.

“Uma em cada duas crianças que começam a beber antes dos 13 anos vai se transformar em alcoolista. Fora isso, essa é uma porta de entrada para outras drogas. As famílias acham normal jovens tomarem porres. A situação é extremamente preocupante”, lamenta.

Salgado defende que a fiscalização da venda de bebidas para menores de idade precisa ser intensificada. “O sistema nervoso central dos adolescentes é muito imaturo. Se a percepção do jovem é de que não há perigo ou risco físico ou social, o hábito se implanta”, afirma.

O psiquiatra se preocupa também com as mudanças no comportamento feminino. Ainda há duas vezes mais homens que abusam do consumo de álcool do que mulheres. Porém, elas têm bebido mais do que no passado.

“Antes a menina não podia beber, mas hoje ela bebe tanto quanto ele, mas a biologia dela é menos resistente”, alerta.

Fonte: IG

BRASIL APOIA REFORÇO MONETÁRIO AO FMI

Ainda fazendo mistério sobre se os Brics – Brasil, Rússia, Índia e China – vão contribuir com o reforço do caixa do Fundo Monetário Internacional (FMI), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta quinta-feira que "o Brasil desde o início vê a necessidade de um reforço do FMI".

Guido Mantega. | Foto: Reuters
Depois de se reunir com representantes do resto do grupo em Washington, o ministro suavizou, entretanto, o tom com o qual vinha relacionando qualquer aporte adicional ao FMI a maior poder na instituição.

Ele disse que o Brasil se contentará com uma "demonstração clara" de que as reformas vão acontecer dentro do prazo, em 2013, sem mencionar quaisquer condições durante esta bateria de reuniões na capital americana.

Mantega falou a jornalistas em paralelo às reuniões do FMI e do Banco Mundial em Washington e disse que os Brics não estavam preparados para falar em cifras. Ele não quis responder às perguntas sobre se o grupo estava agindo em consenso nessa questão ou não.

"Nós combinamos, os Brics, que não faríamos nenhuma comunicação (à imprensa), então eu estou impedido de falar sobre a nossa reunião", adiantou o ministro.

Mas ele reforçou que o Brasil "desde o início vê a necessidade de um reforço do FMI, mesmo porque a crise internacional não está resolvida, sobre certos aspectos até está mais profunda do que antes".

"Nesse sentido, nós acreditamos na necessidade de reforçar, porém, dentro de determinadas condições."

Aporte

Durante o encontro, que vai até domingo, o FMI quer levantar US$ 400 bilhões (R$ 747 bilhões) para reforçar seu poder de fogo contra a crise na zona do euro. Até agora o Fundo já anunciou ter conseguido US$ 320 bilhões, anunciados principalmente pelo Japão e por países europeus.

Não se sabe de quanto poderia ser o aporte dos Brics ao FMI. Em 2009, eles contribuíram para o caixa da entidade com US$ 80 bilhões (US$ 50 bilhões da China e US$ 10 bilhões de Índia, Brasil e Rússia).

Mantega havia dito que o Brasil só vai aportar mais dinheiro se a contribuição fosse acompanhada de mais poder de decisão na instituição. Nesta quinta-feira, o ministro deu detalhes da reivindicação.

"O importante é que haja uma demonstração clara e que isso seja colocado nas declarações conjuntas, nos comunicados, que se diga 'Estamos comprometidos a levar isso adiante'", afirmou.

O Fundo já começou no mês passado a debater as possíveis fórmulas para redistribuir o poder de voto. Uma decisão precisa ser feita em 2013 para ser implementada até o ano seguinte.

Hoje, segundo Mantega, o critério para distribuir as cotas de poder no FMI combina crescimento econômico com abertura comercial, o que para o ministro "não faz muito sentido".

"Nossa proposta é que se dê peso total ao PIB (Produto Interno Bruto), porque o PIB é o que mostra de fato o poder econômico dos países."

O ministro acrescentou que a proposta de reforma do FMI tem o apoio americano – o país que hoje tem o maior número de votos, e que continuará tendo se o PIB for o único fator tomado em conta – mas sofre oposição dos países europeus, que perderiam influência na nova formação.

"Alguns países não têm muito entusiasmo para fazer as reformas – têm mais entusiasmo para pedir dinheiro aos emergentes que levar adiante a reforma de cotas, porque esses países são os que vão perder posições."

O ministro afirmou que o Brasil não está preparado para falar em cifras até que outros países respondam à demanda de manter as mudanças dentro do cronograma.

O assunto voltará a ser tema de um jantar com outros países do G20 – os principais emergentes e desenvolvidos – ainda nesta quinta-feira.

Fonte: BBC Brasil

NOVA PISTA LEVA POLÍCIA AMERICANA A RETOMAR BUSCAS POR ETAN PATZ

A polícia americana está escavando um porão em Nova York, em busca de pistas sobre o desaparecimento de um menino de seis anos em 1979, em um caso que chocou os Estados Unidos.

Poster com foto de Etan Patz (Reuters)
Etan Patz saiu sozinho de casa, pela primeira vez, para pegar o ônibus escolar, no dia 25 de maio, quase 33 anos atrás, e nunca mais foi visto.

O desaparecimento causou revolta no país e o rosto de Etan foi o primeiro a aparecer nas embalagens de leite - procedimento hoje comum nos Estados Unidos, como forma de ajudar na busca por menores desaparecidos -, em uma tentativa de descobrir pistas sobre o que havia acontecido com ele.

Agora, segundo informações da rede de TV CNN, investigadores foram levados a suspeitar de um carpinteiro, que teria conhecido Etan na véspera de seu desaparecimento e que teria dado um dólar ao menino. O prédio onde ele morava ficava a apenas um quarteirão da casa da família Patz e no caminho do ponto de ônibus.

É lá, no bairro do SoHo, em Manhattan, que as escavações estão sendo feitas.

'Cadáver farejado'

As autoridades teriam recebido recentemente uma denúncia de que os restos mortais de Etan estariam enterrados no porão. Policiais também teriam confirmado que cães farejadores do FBI teriam detectado a presença de um cadáver no local.

Como parte da escavação, uma equipe de investigação forense vai remover o chão de concreto e paredes falsas para chegar até os tijolos, que estariam expostos nos anos 70.

Durante anos, as investigações se concentraram no suspeito José Antonio Ramos, que foi condenado por abusar de crianças e conhecia a babá de Etan, mas ele nunca foi indiciado pelo desaparecimento do menino. Agora, a polícia disse que quer investigar outros suspeitos.

Na quinta-feira, a polícia interrogou o carpinteiro que vivia no apartamento que está sendo escavado. Ele tem hoje 75 anos e não foi detido.

Mesmo endereço

A família Patz nunca mudou de endereço e, por anos, se recusou a trocar o número de telefone, esperando que o menino ainda estivesse vivo.

Os pais de Etan, Stanley e Julie Patz, também passaram a participar de campanhas para encontrar crianças desaparecidas.

Em 1983, o presidente Ronald Reagan declarou o dia 25 de maio, aniversário do desaparecimento de Etan, o Dia Nacional das Crianças Desaparecidas.

Em 2001, no entanto, a família Patz conseguiu uma declaração oficial de que seu filho estava morto.

Fonte: BBC Brasil

ARGENTINA QUER INVESTIMENTO BRASILEIRO

Quatro dias após o anúncio da expropriação da petrolífera Repsol-YPF, o ministro do Planejamento da Argentina, Julio de Vido, se reúne nesta sexta-feira em Brasília com representantes do governo em busca de investimentos da Petrobras no país.

Cartazes sobre a nacionalização da Repsol-YPF. | Foto: AP
A falta de investimentos foi o principal argumento usado pela presidente Cristina Kirchner para justificar, na última segunda-feira, o anúncio da expropriação de 51% da companhia.

A agenda De Vido prevê um encontro com a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, e com o ministro de Energia, Edison Lobão. Do lado argentino, a previsão é que, além de De Vido, também estejam presentes o secretário de Energia da Argentina, Daniel Cameron, e outros assessores.

O encontro foi marcado durante visita de Lobão à Buenos Aires, no início de março, quando já eram fortes as indicações de que haveria um rompimento entre o governo argentino e a Repsol (que possui 56% da YPF).

Na ocasião, a presidente convidou Lobão para uma conversa na Casa Rosada, sede da Presidência, segundo contou o ministro brasileiro, para pedir a "maior presença da Petrobras no país".

"A presidente pediu uma presença mais forte, mais intensa da Petrobras aqui (na Argentina) e presença mais forte tem que ser com investimentos", disse o ministro brasileiro.

Repsol

Durante o encontro em março foi marcada a reunião desta sexta-feira em Brasília, de acordo com assessores de ambos os países.

Os dois governos evitaram dizer, porém, que a Repsol será um dos temas da reunião. Ao mesmo tempo, em uma entrevista em Brasília, Lobão afirmou que o Brasil não tem motivos para se preocupar.

"Eu não tenho nenhuma preocupação quanto a uma possibilidade de encampação da Petrobras na Argentina. Eu e o ministro De Vido conversaremos sobre diversos interesses do Brasil e da Argentina", disse Lobão.

Segundo ele, o governo brasileiro tem uma "relação da melhor qualidade com a Argentina".

"Não há nenhum sinal de que a Argentina tente ou deseje encampar a Petrobras da Argentina, ou coisa do gênero. Dir-se-á: mas houve um episódio recente. O episódio não depende do governo federal da Argentina, e sim do governo estadual", afirmou.

Recentemente, o governo da província de Neuquén, na Patagônia, decretou o cancelamento da concessão de exploração de três campos de petróleo, um deles, chamado de "Veta Escondida", pertencente à Petrobras.

Assessores do governo neuquino disseram à BBCBrasil que "a situação está resolvida" e "já não há problemas com a Petrobras" porque, de acordo com eles, "é uma empresa que queremos na nossa província".

Modelo e parceria

"Acho pouco provável que a Argentina compre briga com seu parceiro comercial mais importante."

Jean Paul Prates, diretor-geral do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia

Segundo analistas argentinos ouvidos pela BBC Brasil, a expectativa é de que a Petrobras não seja afetada por possíveis iniciativas de cunho nacionalista da administração de Cristina Kirchner.

Ao anunciar a expropriação da petrolífera Repsol-YPF, a presidente citou o Brasil como modelo de inspiração para a criação da "nova YPF", como a empresa vem sendo chamada.

"Em vários países do mundo, o Estado tem a maioria acionária das petrolíferas. (É o) Caso do México, da Venezuela e da Bolívia. E nós observamos o modelo do Brasil. Eu defendo a entrada da Venezuela para o Mercosul porque assim fecharíamos um arco energético", disse.

Os especialistas também observaram que o Brasil é hoje o principal destino das exportações argentinas.

"Acho pouco provável, portanto, que a Argentina compre briga com seu parceiro comercial mais importante", disse Jean Paul Prates, diretor-geral do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (CERNE) e ex-secretário de energia do Rio Grande do Norte.

Apoio

Na última segunda-feira, Cristina assinou um decreto realizando uma intervenção na Repsol-YPF e enviou um projeto de lei ao Congresso Nacional sugerindo a expropriação da companhia. A medida gerou fortes críticas do governo espanhol e de organismos internacionais, como o Banco Mundial.

"Acho que é um erro", disse o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick. Mas a nacionalização recebeu apoio de diferentes setores, como de opositores no Congresso, do ex-ministro da Economia, Roberto Lavagna, do presidente da Sociedade Rural Argentina, Hugo Biolcati, e de movimentos sociais.

A medida foi vista amplamente como uma iniciativa do governo para que o país tome as rédeas sobre o controle de seu petróleo e gás.

Fonte: BBC Brasil