sexta-feira, 22 de abril de 2011

JAPÃO APROVA US$ 48 BILHÕES PARA RECUPERAR ÁREAS DESTRUÍDAS PELO TSUNAMI

O governo japonês aprovou nesta sexta-feira (22/4), um orçamento suplementar de quatro trilhões de ienes (48 bilhões de dólares) para financiar as primeiras necessidades da reconstrução do nordeste do país, devastado por um tsunami no dia 11 de março passado.

Esta verba suplementar, que completa o Orçamento para o atual ano fiscal, precisa do aval do Parlamento para ser adotada definitivamente. O exame da proposta deve ocorrer no dia 28 de abril.

O governo prevê 14,6 bilhões de dólares para o reparo de infraestruturas públicas e 4,375 bi para a construção de residências provisórias, alem de verbas para o tratamento de escombros, restauração de escolas e estruturas de proteção contra terremotos e tsunamis.

"O valor global é muito importante se comparado ao orçamento inicial para a reconstrução após o terremoto de Kobe (oeste), em 1995, que foi de 1,223 trilhão de ienes", destacou a TV estatal NHK.

O terremoto de 9 graus de magnitude seguido por tsunami deixou cerca de 28 mil mortos e desaparecidos no nordeste do Japão, além de um prejuízo direto avaliado em 306,2 bilhões de dólares, sem contar o lucro cessante das empresas afetadas.

Fonte: Correio Braziliense

DILMA SERÁ A CANDIDATA DO PT EM 2014, AFIRMA LULA

O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva confirmou, em uma entrevista publicada na quinta-feira pelo jornal ABCD Marior, que Dilma Rousseff será a candidata do PT à presidência em 2014. "Não tem como esconder, embora ela não possa, e nem deva falar, mas Dilma será a candidata do PT em 2014", disse.
Até então, o ex-presidente só havia falado que a indicação de Dilma seria um caminho natural, mas nunca tinha confirmado a informação.
Lula acrescentou que "Dilma vai mudar a cara do Brasil para muito melhor. Ela vai lançar o programa de combate à miséria absoluta, onde fará um pente-fino para descobrir quais são os pobres que ainda não foram atendidos e apresentará novas propostas para formação e geração de emprego".
"É importante o pessoal saber que Dilma trabalhou cinco anos na formação e coordenação de todos os programas do nosso governo.  Ela sabe tanto, ou até mais que eu, do caminho que deverá trilhar para acabar com a pobreza e miséria absoluta do Brasil", acrescentou Lula.
De acordo com a publicação, essa foi a primeira entrevista de Lula a um jornal impresso desde que deixou a presidência. O ABCD Maior é uma publicação da Grande São Paulo, onde Lula iniciou sua carreira política. O jornal é dirigido por Celso Horta, ex-assessor do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT).
Fonte: Terra

PARA O DEM SÓ FALTA A EXTREMA UNÇÃO

O Democratas (DEM), que já perdeu dez dos seus 43 deputados para o novo partido – o PSD, está pedindo os cargos que esses deputados ocupavam na Câmara por indicação da legenda. O último deputado a comunicar sua desfiliação doDEM foi Júlio Cesar (PI), que ocupa a presidência da Comissão de Agricultura da Câmara. A presidência da comissão foi escolhida pelo DEM, que indicou o deputado.

DEM
Paulo Bornhausen: mais um a sair

Segundo a assessoria do DEM, na próxima semana, a liderança do partido vai pedir à presidência da Câmara o cargo de presidente da Comissão de Agricultura e indicar um outro deputado para ocupá-lo, uma vez que esse cargo pertence ao partido. Assim, como vai ocorrer no caso da Comissão de Agricultura, a liderança do partido na Câmara está solicitando todos os cargos ocupados por deputados que estão deixando a legenda para ingressarem em outro partido.

Irritação geral

A crise no partido da ultradireita se agravou, nas últimas horas, com a notícia que o governador Raimundo Colombo, de Santa Catarina, deverá seguir para o PSD, fundado pelo prefeito paulista Gilberto Kassab. Um dos principais líderes conservadores na Câmara, o deputado Ronaldo Caiado (GO) ratificou, nesta quinta-feira, as acusações feitas, na véspera, ao ex-presidente da legenda Jorge Bornhausen de articular a desintegração total da legenda para que PSD possa ser uma espécie de ligação com o governo da presidenta Dilma Rousseff. Bornhausen preferiu não comentar o fato com os jornalistas oui responder ao parlamentar goiano.

– Não vou responder ao Caiado. Na vida a gente aprende a brigar para cima – resumiu Bornhausen.

Caiado acusou o desafeto catarinense de “se acomodar à sombra do poder” e adiantou agora ele trama uma aliança com o PT: “Fracassaram, tentaram covardemente jogar a culpa em outros e saíram….Nós somos o partido da resistência democrática! Que os coveiros fracassados sigam o caminho adesista e de traição. As urnas darão a resposta”, disse o líder ruralista do DEM, no Twitter.

Fonte: Correio do Brasil

TATUAGEM DE ANTHONY GARCÍA AJUDA POLÍCIA A DESVENDAR CRIME

A polícia do Estado americano da Califórnia prendeu um integrante de uma gangue que tatuou em seu peito um desenho descrevendo o assassinato a tiros de um membro de uma gangue rival, cometido em 2004.

A tatuagem de Anthony Garcia, de 25 anos, mostra um helicóptero dando um tiro em um amendoim em frente a uma loja de bebidas alcoólicas cujo telhado está coberto por luzes de Natal. E por cima da ilustração está a inscrição ''Rivera Kills''.

Garcia, cujo apelido é ''Chopper'', gíria em inglês para helicóptero, é integrante da gangue Rivera 13, da cidade de Pico Rivera, e o rival assassinado, John Juarez, de 23 anos, era da gangue Pico Nuevo, cujos integrantes são conhecidos como ''amendoins''.

Juárez estava em uma cabine telefônica do lado de uma loja de bebidas alcoólicas, no dia 23 de janeiro de 2004, quando foi abordado por dois homens. Um deles indagou de onde ele era. Em seguida, os dois deram vários tiros contra ele e correram rumo a um caminhão que saiu em disparada.

Descrição

A tatuagem de Garcia descreve, segundo a polícia californiana, até mesmo uma trajetória de balas idêntica à dos projéteis que atingiram Juarez e um corpo caído na mesma posição em que Juarez foi achado. A tatuagem mostra ainda uma lâmpada característica da rua em que o integrante da outra gangue foi morto.

O crime permaneceu sem solução até 2008. Em agosto daquele ano, quando olhava fotos de tatuagens de integrantes de gangues, o sargento Kevin Lloyd reparou nas incomuns tatuagens no peito de Garcia.

Elas lhe lembraram situações que remetiam a um crime cometido em Pico Rivera, quando ele era um sargento atuando por lá.

Garcia acabou sendo preso em 2008, em conexão com outro delito, o de estar dirigindo com uma carteira de motorista vencida.

Ele foi colocado em uma cela ao lado de dois policiais à paisana que se fizeram passar por membros mais velhos de uma gangue. Durante a conversa que manteve com eles, que foi gravada, Garcia admitiu que abordou Juarez, indagou de onde ele era e atirou contra ele.

A gravação foi usada durante o julgamento de Garcia, na qual ele foi considerado culpado por homicídio em primeiro grau. Ele pode receber uma pena até de prisão perpétua quando sua sentença for determinada, no dia 19 de maio.

Fonte: BBC Brasil

VALORIZAÇÃO DO REAL É O NOVO DESAFIO PARA O BRASIL

Em um artigo publicado em sua última edição, a revista britânica The Economist diz que a valorização do real frente ao dólar representa um grande desafio para o Brasil no controle da inflação e compara os dois problemas, a alta da moeda brasileira e a inflação, a "cavalos selvagens".

De acordo com a revista, a dificuldade para o Banco Central é que cada alta dos juros - "já maiores que os de qualquer grande economia" - torna o Brasil mais atraente para o capital estrangeiro "sem limites", o que derruba a cotação do dólar, prejudicando as exportações.

Segundo a Economist, o real está "muito mais forte do que tanto o governo quando a indústria gostariam", com o dólar em sua cotação mais baixa em três anos.

A revista cita as “medidas macroprudenciais” tomadas pelo governo para tentar conter a inflação sem valorizar excessivamente o real, como o aumento do compulsório dos bancos.

"O perigo de tentar controlar a taxa de câmbio e a inflação simultaneamente é o risco de perder o controle de ambas", diz aEconomist. "A política monetária no Brasil está tentando domar dois cavalos selvagens ao mesmo tempo."

A Economist diz que o governo brasileiro tem medo de “liberar o fluxo de capital externo, deixar o real se valorizar à vontade e cortar gastos para eliminar o crescente deficit fiscal”, algo que tem sido aconselhado por economistas na atual conjuntura, devido ao medo de que isso gere uma “fuga desestabilizadora” de capital caso países ricos adotem políticas monetárias mais restritivas, como, por exemplo, se aumentarem os juros.

A revista afirma ainda que outro grande desafio para a presidente Dilma Rousseff será o reajuste previsto do salário mínimo de 7,5% acima da inflação em 2012, o que aumentaria ainda mais os gastos públicos e pode gerar mais inflação.

Fonte: BBC Brasil

TURISTA AGARRA BEBÊ QUE CAIU DO 4º ANDAR DE UM PRÉDIO

Uma turista britânica conseguiu apanhar no ar uma bebê de 16 meses que caiu da sacada em um hotel na Flórida.

A menina Jah-Nea Myles, de 16 meses, escorregou pela grade de proteção de uma varanda no 4º andar do hotel Econo Lodge, em Orlando, mas escapou sem ferimentos devido ao pensamento rápido de Helen Beard.

A turista de 44 anos estava na piscina do hotel quando viu a menina pendurada na grade. Rapidamente, Helen correu para baixo e conseguiu agarrar Jah-Nea antes que a menina se machucasse na queda.

A britânica permaneceu com a menina nos braços até a chegada das equipes de emergência.

Jah-Nea foi levada para um hospital, onde os exames confirmaram que ela escapou ilesa.

Um porta-voz do xerife do condado de Orange disse que a menina estava em bom estado de saúde e brincava.

A mãe de Jah-Nea, Helena Myles, de 20 anos, disse à polícia que tinha deixado a filha no quarto sob os cuidados de uma amiga, Dominique Holt, de 21 anos.

Dominique deixara Jah-Nea desacompanhada por alguns instantes para ir ao banheiro quando escutou gritos e percebeu que a porta da varanda estava aberta.

Ao se aproximar da sacada, viu a menina nos braços de Helen.

"Agradeço ao Senhor por salvar a vida da minha filha. E também agradeço àquela senhora, porque ela foi um anjo enviado do céu", disse a mãe.

A polícia não abriu inquérito criminal no episódio.

Fonte: Folha

PSD COMEÇA A AFUNDAR O PSDB EM SÃO PAULO

O Partido Social Democrático (PSD), legenda que o prefeito paulistano Gilberto Kassab pretende criar ainda neste ano, começou a atacar as bases tucanas também no interior do Estado de São Paulo.

O prefeito de Itu, Herculano Júnior, que anunciou a saída do PV para organizar o partido de Gilberto Kassab na região de Sorocaba, admite que as cidades governadas pelo PSDB são o alvo preferencial do novo partido, já que formam a maioria na região. "É natural que sejam nossos objetivos principais." Nesta semana, seis vereadores paulistanos do PSDB anunciaram a saída do partido rumo ao PSD.

Herculano anunciou também que o PSD planeja ter candidato próprio a prefeito em Sorocaba, maior cidade da região e administrada há 14 anos pelo PSDB. O nome do possível candidato não foi definido. Já se sabe que o ex-deputado e atual vereador José Crespo vai trocar o DEM pelo partido de Kassab. Crespo foi candidato derrotado à Prefeitura de Sorocaba nas três últimas eleições, mas na Assembleia era da base de sustentação do governo. Na região, um dos principais redutos tucanos do interior, o PSD conseguiu a adesão de três prefeitos.

Políticos com mandato em Capela do Alto, Boituva, Tatuí e Itapetininga também teriam manifestado interesse em aderir à nova sigla. Em Itu, três vereadores assumiram compromisso com Herculano. Ele disse que já estão formadas "no papel" comissões em 80 municípios de uma área que vai de Osasco, na Grande São Paulo, a Jaú, no centro do Estado. "Assim que o partido tiver o registro, vamos entrar com a papelada em cartório", disse.

Até o fim do ano a sigla quer ter comissões do partido em todas as 645 cidades paulistas. O PSD conta com uma lista de 200 pré-candidatos a vereador. A expectativa é ter candidatura a prefeito nas principais cidades. "A ideia é buscar apoio para ter candidaturas fortes. Felizmente, opções não faltam", disse Herculano. Entre os nomes estão vários ex-prefeitos tucanos que ficaram sem espaço em suas cidades. Alguns receberam telefonemas do próprio Kassab.

Fonte: Estadão

ÉPOCA MOSTRA A RELAÇÃO PROMÍSCUA ENTRE O GOVERNO DE FHC, O MINISTÉRIO DE JOSÉ SERRA E O GRUPO OPPORTUNITY DE DANIEL DANTAS

Duas semanas atrás ÉPOCA revelou segredos dos e-mails do consultor Roberto Figueiredo do Amaral – o ex-diretor da construtora Andrade Gutierrez que trabalhou, durante o governo Fernando Henrique Cardoso, para o Opportunity, a marca dos fundos de investimento comandados pelo financista Daniel Dantas. As mensagens de Amaral a que ÉPOCA teve acesso foram enviadas entre 2001 e 2002, período em que ele assessorava Dantas na maior disputa societária da história do capitalismo brasileiro: a briga do Opportunity contra fundos de pensão e sócios estrangeiros pelo controle de empresas de telefonia. Elas revelam detalhes de como Amaral trabalhava e de como ele conduzia a defesa dos interesses de seus clientes. Vários dos e-mails eram endereçados aos ajudantes de ordens do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC negou a ÉPOCA tê-los recebido). Um outro personagem também chamou a atenção dos investigadores da Polícia Federal. Eles suspeitam que alguns e-mails eram dirigidos ao secretário particular de José Serra, então candidato à Presidência da República pelo PSDB.

Os e-mails foram apreendidos na casa de Amaral em dezembro de 2008, no curso da Operação Satiagraha. Desencadeada para investigar acusações de crimes financeiros contra Dantas e o Opportunity, a Satiagraha gerou um sem-número de controvérsias e diversas provas recolhidas na investigação foram questionadas pelos réus. A autenticidade das mensagens de Amaral foi atestada por uma perícia da PF e, desde junho de 2009, elas estão na Procuradoria-Geral da República, para onde foram remetidas pelo Ministério Público Federal em São Paulo, por conter alusões a autoridades com foro no Supremo Tribunal Federal. O procurador-geral Roberto Gurgel deverá decidir se há nelas indícios que justifiquem a instauração de uma nova investigação policial. O advogado de Amaral, José Luiz de Oliveira Lima, afirma que seu cliente não discute o conteúdo dos e-mails, pois eles teriam sido apreendidos de forma ilegal, “desprezando princípios processuais e constitucionais”. No momento, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) discute a legalidade das provas obtidas pela PF na Satiagraha.

Ao analisar os e-mails, a PF e o Ministério Público Federal de São Paulo concluí­ram que Amaral recorria a codinomes e a mensagens cifradas para evitar a identificação de seus interlocutores. Segundo escreveu o procurador da República Rodrigo de Grandis, em denúncia aceita pela Justiça, Dantas era tratado por Amaral como “DD”. (Dantas negou, por meio de sua assessoria, ter sido autor dos e-mails.) Quando escreve a – ou sobre – Andrea Matarazzo, o então embaixador do Brasil na Itália, Amaral sempre se refere a ele como “Conde” (leia as mensagens ao final do texto) . Um outro nome frequente é “Niger”, em geral associado a e-mails enviados ao endereço luizpauloarcanjo@uol.com.br. Trata-se, de acordo com os investigadores da PF, do endereço eletrônico que era usado por Luiz Paulo Alves Arcanjo, secretário particular e motorista de Serra. Nos e-mails remetidos por Amaral a luizpauloarcanjo@uol.com.br, ele escreve como se falasse diretamente com Serra, menciona assuntos de interesse de Dantas e exige providências no âmbito do governo em relação a eles. Serra negou a ÉPOCA, por escrito, ter recebido ou tomado conhecimento desses e-mails. Não há nenhuma prova de que ele tenha intercedido em favor das pretensões de Amaral. Em duas ocasiões, porém, as ações do governo FHC coincidiram com essas pretensões.

A primeira foi no começo de maio de 2002. No dia 30 de abril de 2002, Amaral enviou às 15h39, de seu endereço eletrônico rdo@uol.com.br, um e-mail a luizpauloarcanjo@uol.com.br. No e-mail, ele protesta contra a nomeação do economista Andrea Calabi para uma das cadeiras do Conselho de Administração do Banco do Brasil (BB), efetivada cinco dias antes. Ligado a Serra, Calabi fora presidente do BB e do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), mas estava fora do governo FHC desde 2000. Naquele momento, Calabi era conselheiro da Telecom Italia e atuava na mediação da disputa societária que os italianos e a Previ, o fundo de pensão dos funcionários do BB, travavam contra Dantas pelo controle da Brasil Telecom. Ainda que a Telecom Italia e a Previ fossem aliadas, haveria um conflito potencial de interesses se Calabi assumisse posição em ambos os conselhos. Mas também não era de interesse de Dantas que ele mantivesse um posto estratégico no banco patrocinador da Previ. Amaral terminou seu e-mail com o texto a seguir grifado: “Cabe a vc resolver este assunto. Assim não dá. Estou engajado na sua campanha. Não preciso disto e isto é uma bofetada na minha cara”. Oito dias depois da mensagem, Calabi deixou o Conselho do BB. Ficou na função apenas duas semanas.

IDEIA DO SERJÃO

De acordo com amigos de  Roberto  Amaral   (à esq.), 
foi  o  ex-ministro  das  Comunicações  Sérgio  Motta 
quem deu a Serra (à dir.) o apelido de “Niger”. 
“Era uma referência àquela cerveja de Ribeirão Preto, 
escura e amarga”, dizem.

A segunda ocasião aconteceu no início de junho de 2002. A frequência das mensagens enviadas por Amaral ao endereço eletrônico atribuído pela PF ao secretário particular de Serra aumentou de intensidade nos dias anteriores e posteriores à atribulada intervenção na Previ, decretada pelo Ministério da Previdência em 3 de junho de 2002. A intervenção tinha como objetivo declarado enquadrar a Previ numa norma legislativa sobre a composição de seus conselhos (deliberativo e fiscal), que ela não seguia e resistia a aplicar. A intervenção também interessava a Dantas, pois afastaria da Previ diretores que a haviam levado a uma posição de confronto com o Opportunity nas empresas de telefonia. Entre eles estavam diretores ligados ao PT, eleitos pelos funcionários do BB.

À 1h27 de 1o de junho de 2002, Amaral enviou a L.P., o rótulo por meio do qual os s programas de correio eletrônico identificam o endereço luizpauloarcanjo@uol.com.br, uma reportagem que informava a intenção do governo de adiar a intervenção na Previ. O título do e-mail era imperativo: “Mate a cobra e mostre o pau”. Seu texto faz recomendações: “O maior inimigo do bom é o ótimo. A intervenção tem que sair e já. O PT cada dia vai criar um fato novo de dentro da Previ. Por ser PT, simplesmente. Um situação é ele criar dentro da Previ. Outra escorraçado de lá e com um monte de pepinos para explicar. (...) A eleição está para você – sei o que estou dizendo e tenho 35 anos de janela – mas atos como este podem levá-lo para o brejo. Aja, por fv, e rápido”. Dois dias depois da mensagem, a intervenção na Previ saiu. No dia 4 de junho, Amaral enviou a L.P. um e-mail com cópia de uma notícia sobre a intervenção. O título era: “Vc é a pessoa de respostas mais rápidas que conheço”.

Vinte e quatro minutos depois de ter enviado esse e-mail, Amaral o reencaminhou ao endereço atribuído a Dantas pela PF. Acrescentou um comentário: “DD: Email para o Niger”. Um dia antes, Amaral enviara ao mesmo endereço uma mensagem em que tecia comentários sobre a intervenção na Previ: “Os objetivos de Niger são os mesmos que os nossos. Ele, Niger, desencadeou a intervenção. Ele vai querer que o interventor aja. Nós queremos que o interventor aja. Niger conhece bem o interventor”.

A referência a Niger nos e-mails encaminhados a luizpauloarcanjo@uol.com.br, segundo Amaral disse a interlocutores de sua confiança, tem uma explicação. Niger era um apelido malicioso que Sérgio Motta, o Serjão, ministro das Comunicações do governo FHC, dera ao amigo Serra. O apelido foi inspirado na cerveja Niger, famosa pelo gosto amargo e produzida em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, até meados da década de 90.

ÉPOCA procurou Luiz Paulo Arcanjo, o secretário particular de Serra, para comentar os e-mails enviados por Amaral. Arcanjo acompanha Serra, pelo menos, desde a década de 90. Foi seu assessor no Senado, nos ministérios do Planejamento e da Saúde, na prefeitura de São Paulo e no governo de São Paulo. Hoje, Arcanjo dá expediente no escritório político de Serra. É descrito como um funcionário da mais estrita confiança do ex-governador, aquele a quem outros assessores recorrem quando precisam localizar Serra. Questionado se usava o e-mail luizpauloarcanjo@uol.com.br, Arcanjo disse: “Pode ser, pode ser”. Depois, encerrou a conversa. Serra respondeu às perguntas de ÉPOCA por e-mail. Afirmou que, numa campanha eleitoral, “milhares de e-mails, bilhetes e faxes são enviados a assessores, assistentes e secretários de candidatos”. Negou que Arcanjo tenha sido intermediário das mensagens de Amaral e que ele as tenha recebido ou respondido.


A sequência dos e-mails sobre intervenção na Previ

No início de junho de 2002 as mensagens enviadas por Amaral para luizpauloarcanjo@uol.com.br (endereço eletrônico que era usado por assessor de Serra, segundo a PF) passaram a ser mais frequentes. Amaral tratava nos emails da possibilidade de o Ministério da Previdência intervir na direção da Previ, que não havia se enquadrado a uma norma legislativa que regulamentava a composição do seus conselhos deliberativo e fiscal. A intervenção seria benéfica para Daniel Dantas, que queria ver fora do fundo de pensão diretores ligados ao PT que levaram a Previ a confrontar o Opportunity na briga pelo controle de empresas de telefonia.


Fonte: Época

PRESIDENTA DILMA ENTRE AS 100 PESSOAS MAIS INFLUENTES DO MUNDO

A presidenta Dilma Rousseff foi incluída na lista das 100 pessoas mais influentes do ano pela revista norte-americana Time ao lado de personalidades como artistas, políticos, pesquisadores e ativistas. O texto de apresentação sobre a presidenta Dilma foi escrito pela ex-presidenta do Chile e hoje diretora executiva da ONU Mulheres, Michelle Bachelet.

“Não é fácil ser a primeira mulher a governar o seu país. Além da honra que isso significa, ainda existem preconceitos e estereótipos para enfrentar”, destaca Bachelet em seu texto. Ela disse também que o desafio de governar aumenta a partir do momento em que Dilma Rousseff é a responsável pela condução política e econômica de um país emergente.

Segundo Michelle Bachelet, quando as sociedades começam “a ver a luz do desenvolvimento no final do túnel”, cria-se uma onda de otimismo e entusiasmo nos cidadãos. “Mas os desafios se tornam mais complexos e os cidadãos, mais exigentes. É ainda mais difícil governar um país tão grande e globalmente relevante como o Brasil”, acrescentou a ex-presidenta do Chile.

Entre as 100 personalidades da lista estão a chanceler da Alemanha, Angela Merkel; o fundador do site WikiLeaks, Julian Assange; o presidente e a primeira-dama dos Estados Unidos, Barack e Michelle Obama, e até o cantor adolescente Justin Bieber.

Fonte: Agência Brasil

BRASIL NECESSITA MAIOR CONTINGENTE POPULACIONAL COM NÍVEL SUPERIOR

Para concorrer em pé de igualdade com as potenciais mundiais, o Brasil terá que fazer um grande esforço para aumentar o percentual da população com formação acadêmica superior. Levantamento feito pelo especialista em análise de dados educacionais Ernesto Faria, a partir de relatório da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), coloca o Brasil no último lugar em um grupo de 36 países ao avaliar o percentual de graduados na população de 25 a 64 anos.

Os números se referem a 2008 e indicam que apenas 11% dos brasileiros nessa faixa etária têm diploma universitário. Entre os países da OCDE, a média (28%) é mais do que o dobro da brasileira. O Chile, por exemplo, tem 24%, e a Rússia, 54%. O secretário de Ensino Superior do Ministério da Educação (MEC), Luiz Cláudio Costa, disse que já houve uma evolução dessa taxa desde 2008 e destacou que o número anual de formandos triplicou no país na ultima década.

“Como saímos de um patamar muito baixo, a nossa evolução, apesar de ser significativa, ainda está distante da meta que um país como o nosso precisa ter”, avalia. Para Costa, esse cenário é fruto de um gargalo que existe entre os ensinos médio e o superior. A inclusão dos jovens na escola cresceu, mas não foi acompanhada pelo aumento de vagas nas universidades, especialmente as públicas. “ Isso [acabar com o gargalo] se faz com ampliação de vagas e nós começamos a acabar com esse funil que existia”, afirmou ele.

Costa lembra que o próximo Plano Nacional de Educação (PNE) estabelece como meta chegar a 33% da população de 18 a 24 anos matriculados no ensino superior até 2020. Segundo ele, esse patamar está, atualmente, próximo de 17%. Para isso será preciso ampliar os atuais programas de acesso ao ensino superior, como o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), que aumentou o número de vagas nessas instituições, o Programa Universidade para Todos (ProUni), que oferece aos alunos de baixa renda bolsas de estudo em instituições de ensino privadas e o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies), que permite ao estudantes financiar as mensalidades do curso e só começar a quitar a dívida depois da formatura.

“O importante é que o ensino superior, hoje, está na agenda do brasileiro, das famílias de todas as classes. Antes, isso se restringia a poucos. Observamos que as pessoas desejam e sabem que o ensino superior está ao seu alcance por diversos mecanismos", disse o secretário.

Os números da OCDE mostram que, na maioria dos países, é entre os jovens de 25 a 34 anos que se verifica os maiores percentuais de pessoas com formação superior. Na Coreia do Sul, por exemplo, 58% da população nessa faixa etária concluiu pelo menos um curso universitário, enquanto entre os mais velhos, de 55 a 64 anos, esse patamar cai para 12%. No Brasil, quase não há variação entre as diferentes faixas etárias.

O diagnóstico da pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP) e especialista no tema Elizabeth Balbachevsky é que essa situação é reflexo dos resultados ruins do ensino médio. Menos da metade dos jovens de 15 a 17 anos está cursando o ensino médio. A maioria ou ainda não saiu do ensino fundamental ou abandonou os estudos. “Ao contrário desses países emergentes, a população jovem que consegue terminar o ensino médio no Brasil [e que teria condições de avançar para o ensino superior] é muito pequena”.

Como 75% das vagas em cursos superiores estão nas instituições privadas, Elizabeth defende que a questão financeira ainda influencia o acesso. “Na China, as vagas do ensino superior são todas particulares. Na Rússia, uma parte importante das matrículas é paga, mas esses países desenvolveram um esquema sofisticado de financiamento e apoio ao estudante. O modelo de ensinos superior público e gratuito para todos, independentemente das condições da família, é um modelo que tem se mostrado inviável em muitos países”, comparou ela.

A defasagem em relação outros países é um indicador de que os programas de inclusão terão que ser ampliados. Segundo Costa, ainda há espaço – e demanda – para esse crescimento. Na última edição do ProUni, por exemplo, 1 milhão de candidatos se inscreveram para disputar as 123 mil bolsas ofertadas. Elizabeth sugere que os critérios de renda para participação no programa sejam menos limitadores, para incluir outros segmentos da sociedade.

“Os dados mostram que vamos ter que ser muito mais ágeis, como estamos sendo, fazer esse movimento com muita rapidez porque, infelizmente, nós perdemos quase um século de investimento em educação. A história nos mostra que a Europa e outras nações como os Estados Unidos e, mais recentemente, os países asiáticos avançaram porque apostaram decididamente na educação. O Brasil decidiu isso nos últimos anos e agora trabalha para saldar essa dívida”, disse a pesquisadora.

Fonte: Agência Brasil