quarta-feira, 20 de abril de 2011

MORRE O FOTÓGRAFO E DOCUMENTARISTA BRITÂNICO TIM HETHERINGTON

O fotógrafo e documentarista britânico Tim Hetherington morreu nesta quarta-feira aos 41 anos na Líbia, seu último destino, depois de ter realizado coberturas de guerras pelo mundo inteiro, em especial no Afeganistão, onde filmou "Restrepo", que lhe valeu uma indicação ao Oscar, em fevereiro.

Hetherington, que trabalhava para a revista americana Vanity Fair, foi vítima dos combates entre as tropas rebeldes e as fiéis a Muamar Kadhafi em Misrata (Líbia). Outros três jornalistas ficaram feridos, um gravemente, após serem atingidos por um tiro de morteiro, constatou a AFP num hospital da cidade.

"Filmei de tudo. Sou fotógrafo, sou um criador de imagens, estou acostumado com isso, é intuitivo para mim. Às vezes, não se trata apenas de filmar, mas entender", disse à AFP Hetherington depois da exibição de seu documentário "Restrepo" no Festival de Cinema Independente de Sundance, em janeiro de 2010.

O documentário foi dirigido por Hetherington e Sebastian Junger entre 2007 e 2008, quando os dois se uniram a um pelotão de soldados no vale afegão de Korengal, um feudo talibã na fronteira com o Paquistão.

Depois de terem vivido um ano com 15 soldados americanos em uma das regiões mais perigosas do Afeganistão, os autores de "Restrepo" elaboraram um documentário sobre o inferno da guerra que comoveu espectadores do mundo inteiro.

Compartilharam os ataques dos insurgentes, as operações no território, as difíceis condições de vida, o tédio e os momentos de descontração.

"Creio que os militares não esperavam que eu passasse cinco ou dez meses com um grupo de soldados", revelou em Sundance o jornalista de guerra de olhar determinado e silhueta atlética, que em 2007 foi laureado com o World Press Photo Award por suas imagens de soldados americanos no Afeganistão.

"A verdade é que nenhum jornalista fez isso, conviver por um longo tempo com os militares em campanha. Fizemos algo muito óbvio e decidimos passar muito tempo com eles, fazendo tudo o que podíamos", disse naquela entrevista, onde mostrou satisfação com o trabalho alcançado após sua cobertura no Afeganistão.

Depois de esclarecer que não fazia filmes políticos "porque os soldados não pensavam em política quando estavam em lugares como o Afeganistão", Hetherington declarou que a ideia de uma possível censura por parte do exército americano era "uma concepção errônea", negando ainda qualquer autocensura.

"Creio que o que mostramos é o bem e o mal, procuramos nos manter honestos. E essa é a força de nossa experiência de mais de dez anos de jornalismo de guerra", apontou em Sundance.

"Alguém que já esteve em tantos combates busca a honestidade emocional. E a honestidade emocional não se trata de políticas de esquerda ou de direita, mas mostrar esses garotos como eles são", disse, referindo-se às fotografias tiradas dos soldados na frente de batalha.

"Há 22 milhões de famílias americanas com filhos, irmãos ou cônjuges que serviram ao exército e que querem saber o que acontece com eles lá", disse.

Nesta quarta-feira, Hetherington morreu realizando o que sabia fazer de melhor: retratar a guerra, desta vez na Líbia. Apenas um dia antes, havia denunciado em sua conta do Twitter a incompetência das forças aliadas: "Bombardeios indiscriminados das tropas de Kadhafi na cidade ocupada de Misrata. Não há sinal da Otan".

Fonte: AFP

REAL MADRID LIQUIDA O BARCELONA

Em um duelo de dois tempos distintos e decidido apenas na prorrogação, o Real Madrid venceu o Barcelona, por 1 a 0, com gol de Cristiano Ronaldo, e conquistou o seu 18º título da Copa do Rei da Espanha após 18 anos. Antes do triunfo desta quarta-feira no estádio Mestalla, em Valência, a última vez que o time merengue havia levantado a taça do torneio havia sido em 1993, na final contra o Zaragoza.


Em um jogo que o Real foi melhor no primeiro tempo, e o Barça superior na segunda etapa, o título foi decidido apenas no tempo extra. Méritos para o oportunismo do português Ronaldo e para o sólido esquema bem armado pelo técnico José Mourinho. Em sua 37ª decisão da Copa do Rei, o time da capital espanhola ganhou pela 18ª vez, enquanto a equipe da Catalunha perdeu a sua 10ª final em 26 disputadas.

Após o empate por 1 a 1 pelo Campeonato Espanhol, no último sábado, o Real levou a melhor no segundo confronto entre a equipes. No próximo dia 27 e no dia 3 de abril, os rivais ainda duelam pela semifinal da Champions League.

O jogo - As duas equipes começaram se estudando bastante, mas logo se soltaram e as chances foram aparecendo. No primeiro tempo, foi o Real Madrid que teve as melhores oportunidades de abrir o placar, enquanto o Barcelona encontrava dificuldades para encontrar espaços na forte marcação armada por Mourinho. A tensão pela rivalidade entre as duas equipes também ficou evidente desde os primeiros minutos. Primeiro, desentendimento entre Arbeloa e David Villa, depois chegada dura de Pepe em Mascherano, e muitos empurrões entre os jogadores.

Sergio Ramos e Arbeloa comemoram junto com Cristiano Ronaldo, autor do gol do título do Real Madrid

O primeiro gol do duelo quase saiu aos 12 minutos, quando Cristiano Ronaldo recebeu pela direita e chutou cruzado, mas Mascherano salvou quase em cima da linha. O atacante português teve outra boa chance aos 36 minutos, mas o goleiro Pinto fez a defesa. A melhor de todas as oportunidades aconteceu aos 44: Özil cruzou da direita e o zagueiro Pepe cabeceou na trave.

Na segunda etapa, os papéis se inverteram, foi o Barcelona que dominou as ações ofensivas e encurralou o rival. O técnico Guardiola passou a usar mais Daniel Alves pela lateral direita e Pedro aberto pela ponta esquerda, descongestionando o meio-campo.

Aos 24 minutos, a rede chegou a balançar e a torcida catalã comemorou, mas o atacante Pedro estava em posição de impedimento depois de passe de Messi. Logo depois, Mourinho titou Özil e colocou o atacante Adebayor. Mas o Barça continuou atacando, e o goleiro Casillas fez duas boas defesas em dois minutos, em finalizações de Messi e de Pedro Rodríguez. Iniesta também criou bons lances pelo meio, mas o Real se segurou como pôde.

Em um contragolpe, aos 42 minutos, em uma das raras vezes que o time merengue chegou à frente após o intervalo, Cristiano Ronaldo foi travado por Daniel Alves. Aos 44, foi a vez do argentino Di María exigir uma grande defesa do goleiro Pinto.

Com o empate por 0 a 0, a final foi para a prorrogação. A partir daí, a supremacia do Barcelona não era mais tão grande, e o Real Madrid incomodava bastante nos contragolpes. Aos 8 minutos, Ronaldo chutou cruzado e a bola passou bem perto da trave.

Então, aos 12 minutos a torcida madridista explodiu no Mestalla. O brasileiro Marcelo tabelou na esquerda com Di María, que cruzou na área para Cristiano Ronaldo. O português subiu mais do que a zaga e cabeceou para o gol: 1 a 0 Real.

Após o intervalo do tempo extra, bem que os catalães tentaram ir ao ataque, mas a sólida marcação do time da capital espanhola prevaleceu. Di Marían, após falta dura, ainda foi expulso nos acréscimos. Festa branca pelo título da Copa do rei e promessa de mais dois grandes duelos pela semifinal da Champions League.

Fonte: Estadão

PRESIDENTA DILMA QUER OPERADORAS DE CELULAR E DE TV A CABO NO PROGRAMA BRASILEIRO DE BANDA LARGA

O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, disse hoje que a presidente Dilma Rousseff quer que sejam convocadas para atuar no Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), além das concessionárias de telefonia fixa - que têm a obrigação de universalizar o serviço -, as operadoras autorizadas e as empresas de telefonia móvel e de TV por assinatura - que não possuem metas de universalização. 'Ela me estimulou a conversar com todos os setores: operadoras móveis, TV a cabo e as que não são concessionárias', disse Bernardo, depois de participar de uma reunião com a presidente.

Segundo o ministro, está descartada a possibilidade de oferta de banda larga no PNBL com velocidade abaixo de 1 megabit por segundo. Além disso, de acordo com Bernardo, a presidente quer que as empresas apresentem uma proposta de aumento da velocidade até 2014. 'Nós precisamos oferecer para o consumidor brasileiro a melhor internet que temos condição hoje', afirmou. Para isso, a presidente quer a atuação das empresas em duas frentes: uma focada nos movimentos de popularização do serviço e outra nos investimentos em infraestrutura para suportar o aumento da velocidade.

Sobre a possibilidade de se fazer um acerto de contas para cobrir possíveis déficits das empresas na implantação do serviço, o ministro disse que levou 'uma bronca' da presidente, que quer que o ministério endureça as negociações com as empresas.

Para maximizar a expansão da infraestrutura de banda larga, Bernardo disse que a presidente quer a Telebrás atuando fortemente na construção de redes de fibras óticas. Para isso, a presidente até admite a destinação de recursos do Orçamento da União até o limite de R$ 1 bilhão por ano, segundo o ministro.

Fonte: Estadão

DEM E OUTROS PARTIDOS MENORES SE UNEM CONTRA A FORMAÇÃO DO PSD DE KASSAB

DEM, PTB, PPS e PMN resolveram se unir para montar uma estratégia jurídica contra o Partido Social Democrático (PSD), legenda recriada pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. O objetivo é impugnar a formação da agremiação quando o registro for solicitado à Justiça Eleitoral e reivindicar o mandato dos políticos que deixaram seus partidos. O PSDB, que nesta semana perdeu seis vereadores na capital paulista com chances de migrar para o PSD, pode se aliar a estes partidos na estratégia contra os futuros correligionários de Kassab. 'Está tudo engatilhado e estamos esperando o momento oportuno para ingressar com as ações', revelou um assessor jurídico do DEM. 'Os advogados dos partidos estão combinando uma estratégia em comum', acrescentou.

Na próxima semana, os advogados do prefeito paulistano vão registrar em cartório a ata de criação do PSD. Até agora, foram colhidas quase 200 assinaturas de políticos provenientes de diversas legendas, quase o dobro das 101 adesões necessárias para o registro da associação jurídica. 'Não é possível barrar a criação deste partido', desafiou o deputado federal Guilherme Campos (SP). Mesmo sob a ameaça de não conseguir o registro da sigla, os kassabistas se dizem indiferentes às pressões. 'Cada um usa as armas que tem', ironizou o deputado, egresso do DEM. A assessoria jurídica de Kassab afirma estar despreocupada com a iminente batalha jurídica no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 'Não há nenhum argumento, a não ser uma postura antidemocrática, contra esse partido', rebateu o advogado Admar Gonzaga.

Para o advogado do PSD, a criação da nova legenda não pode ser impedida porque a livre associação 'é direito fundamental' garantido pela Constituição Federal. Gonzaga avalia que os argumentos dos partidos contrários ao surgimento do PSD não têm sustentação jurídica, uma vez que é previsto em lei a desfiliação de uma sigla para o ingresso em um partido recém-criado. 'São argumentos para causar terrorismo e assustar as pessoas desinformadas', concluiu. Segundo o advogado, os aliados do prefeito de São Paulo foram informados que seus antigos partidos estão dispostos a usar até mesmo a influência política junto à Justiça Eleitoral para tentar barrar o PSD. 'Se isso acontecer, será abuso de poder político', disse.

O primeiro movimento jurídico para interromper a migração de políticos ao PSD foi feito neste mês de abril, pelo PPS. A sigla ingressou na semana passada no Supremo Tribunal Federal (STF) com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) que contesta o princípio de fidelidade partidária. A estratégia do partido é derrubar dispositivo segundo o qual um filiado partidário não perde o mandato caso saia de uma legenda para fundar uma nova. Ao lado do DEM, a agremiação foi uma das que sofreram as maiores perdas por conta da criação do PSD. O argumento do PPS é de que os partidos de origem não motivaram suas saídas, tratando-se, assim, de decisões pessoais.

O PTB ameaçou em março ingressar na Justiça Eleitoral com pedido de impugnação do PSD, a partir do registro público da nova legenda, inclusive em cartório. Neste mês, no entanto, a assessoria jurídica da sigla decidiu aguardar que a solicitação seja feita ao TSE. 'O pedido já está pronto e estamos esperando o registro no TSE', explicou o advogado eleitoral Itapuã Prestes de Messias, que representa o PTB. O corpo jurídico da sigla argumenta que o novo partido utiliza a mesma sigla do antigo PSD, presidido pelo ex-parlamentar Nabi Abi Chedid e incorporado ao PTB em 2003. Os advogados alegam que, ao incorporar o PSD, o PTB adquiriu os deveres e direitos da antiga legenda, ou seja, desde as suas dívidas até o seu nome e história.

Com a perda de vereadores da Câmara Municipal de São Paulo, com chances de rumarem para o PSD, o PSDB tem sido procurado pelo DEM para fazer parte da estratégia jurídica. Os advogados da sigla negam que o assunto tenha sido deliberado e afirmam que o tema não foi nem mesmo estudado pelo corpo jurídico tucano. Em São Paulo, o presidente municipal do PSDB, Julio Semeghini, já consultou os advogados do partido sobre o ingresso na Justiça Eleitoral para recuperar os mandatos dos vereadores egressos.

Fonte: Estadão