quinta-feira, 21 de abril de 2011

BUROCRACIA DEIXA INSTITUTOS FEDERAIS SEM PROFESSOR E 20 MIL ALUNOS SEM AULA

Dois meses e meio após o ano letivo começar, cerca de 20 mil alunos dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs) de todo o País estão sem aula (total ou parcialmente) por falta de professor. O transtorno ocorre por causa de problemas burocráticos entre os Ministérios da Educação e do Planejamento.

A crise foi deflagrada após a edição da Medida Provisória 525, de fevereiro deste ano, que limitou o percentual de professores substitutos a 20% do total de efetivos e estipulou os motivos de contratação, como vaga aberta, afastamento ou licença. Para se adequar à MP, o Ministério do Planejamento bloqueou o sistema de inclusão e cadastro de docentes substitutos, o Siape.

Com o bloqueio, professores substitutos aprovados em concurso para trabalhar por até dois anos foram impedidos de assumir o cargo. Já os que haviam começado a lecionar antes da interrupção do sistema estão sem receber salário há mais de 60 dias.

"Estamos fazendo caixinha, nos cotizando para ajudar os sem remuneração", diz Cláudio Koller, reitor do Instituto Federal Catarinense e diretor administrativo do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. Além de 8 docentes sem salário, há outros 15 concursados que o sistema não permite o lançamento.

Para que os alunos não ficassem completamente sem aulas, a instituição mudou a grade horária. "Concentramos aulas de outras disciplinas e antecipamos matérias. Mas isso, além de não ser bom pedagogicamente, é uma estratégia limitada. Daqui a duas semanas não terei mais aulas para adiantar."

De acordo com Koller, o ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou, em reunião realizada no início deste mês, que o sistema voltaria a funcionar em poucos dias. "Já faz quase um mês e a gente continua do mesmo jeito", diz.

A situação se repete nos 39 Institutos Federais do País. Em Alagoas, cerca de 1,2 mil alunos de 30 turmas foram prejudicados porque o bloqueio do sistema impediu a contratação de 21 substitutos. No Instituto Federal do Espírito Santo, 1,5 mil alunos também ficaram sem aulas e professores trabalham sem receber. "Você não consegue explicar para a sociedade que tem um sistema por trás do problema. Daí, quem apanha somos nós", diz o reitor Denio Rebello Arantes.

Em Roraima, quando o sistema foi bloqueado, 6 dos 15 substitutos estavam trabalhando e 9 continuam sem assumir o posto. "Para reduzir o problema, aumentamos a carga horária dos docentes atuantes", diz Ademar de Araújo Filho, pró-reitor de Desenvolvimento Institucional.

Além da cota. Se as instituições que já atuam dentro do limite de 20% de substitutos estão com problemas para fazer o cadastro, a situação é pior nos casos em que o percentual é muito maior, como no Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG).

Lá, os substitutos são 394, quase metade dos 800 efetivos. Para obedecer à MP, teriam de ser demitidos 234 substitutos. "Inviabilizam nosso funcionamento", diz o diretor-geral, Flávio Santos. "Não temos esse tanto de substitutos porque queremos. Temos porque não nos permitem contratar para repor os que se aposentam." Segundo ele, ao menos a metade dos 13 mil estudantes foi afetada pelo bloqueio.

Para o sindicato dos docentes (Andes), a crise reflete a "criação desenfreada" de instituições federais. "O governo precisa se responsabilizar pelo que fez. Impeliu a criação de novos cursos, esparramou câmpus e agora não tem professor. É uma incoerência," diz o vice-presidente do sindicato, Luiz Henrique Schuch.

No fim da tarde de ontem, o MEC informou, por meio da assessoria de imprensa, que será publicada na segunda-feira uma portaria conjunta, com o Planejamento, permitindo que os institutos contratem via concurso público e convoquem e nomeiem os candidatos já aprovados. 

Fonte: Estadão

PROMOTORA ENVOLVIDA NO MENSALÃO DO DEM FOI PRESA ACUSADA DE SIMULAR LOUCURA

A promotora de Justiça do Distrito Federal Déborah Guerner foi presa nesta quarta-feira (20) pela Polícia Federal, em Brasília, sob a acusação, entre outras, de ter tomado aulas de como simular problemas mentais. O propósito seria o de atrapalhar as investigações que ela enfrenta desde 2009 por suposto envolvimento com o escândalo do mensalão do DEM.

O marido da promotora, o empresário Jorge Guerner, também foi preso.

Na última terça-feira, Déborah Guerner foi alvo de uma nova denúncia à Justiça, de acordo com a assessoria dos procuradores regionais da República que pediram as prisões, Ronaldo Albo e Alexandre Espinosa. Ela, o marido e dois médicos de São Paulo foram denunciados pelos procuradores sob a acusação de tramarem atestados falsos de insanidade mental da promotora, o que configuraria, em tese, fraude processual. A defesa de Déborah já afirmou que ela é incapaz de controlar as próprias emoções.

Em agosto passado, segundo a Procuradoria, Déborah gravou um vídeo em sua casa no qual ela aparece recebendo oritentações, descritas como "aulas teatrais", de um médico de São Paulo. O vídeo teria sido apreendido na casa da promotora.

O nome e a especialização exata dos médicos não foram revelados.

Os procuradores também afirmam, segundo sua assessoria, que o casal planejava deixar o país, possivelmente para a Itália, a fim de escapar das investigações.

As ordens de prisão partiram do TRF (Tribunal Regional Federal) da 1ª Região.

O inquérito tramita sob segredo de Justiça. O texto das ordens de prisão também não foi divulgado pelo TRF.

No início da tarde de ontem, o casal foi levado à Superintendência da PF. Déborah foi alojada numa sala com cama e ar condicionado, no COT (Comando de Operações Táticas). O marido da promotora também ficará num dos prédios do complexo da PF.

Antes de entrarem na PF, os Guerner passaram por um exame de corpo de delito no IML (Instituto Médico Legal), onde entraram e saíram com os rostos cobertos. Ele, com um casaco, e ela, com uma echarpe na cabeça. Na entrada, Déborah se limitou a pedir aos jornalistas que a deixassem "em paz". Na PF, ela teria dado gritos, assim como fez durante o próprio julgamento no CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público), ocorrido no início de abril.

A promotora é acusada de vazar informações sigilosas da Operação Caixa de Pandora para o ex-secretário de Relações Institucionais do Distrito Federal, Durval Barbosa. Também é suspeita de tentar extorquir o ex-governador do DF José Roberto Arruda, que foi preso e perdeu o cargo no auge do escândalo.

Deborah e o marido são investigados ainda por suposto envolvimento em irregularidades na licitação para contratação de empresa de coleta de lixo em Brasília.

Ela responde a processos no CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público), na Corregedoria do Ministério Público e na Procuradoria Regional da República.

Fonte: Folha

PANCADARIA NA VITÓRIA DO FLUMINENSE SOBRE O ARGENTINO JUNIORS

A briga generalizada entre jogadores do Argentinos Juniors e do Fluminense envergonhou até o Olé. Famoso por suas provocações aos brasileiros, a publicação argentina usou o termo "papelão maiúsculo" para definir o confronto depois da vitória por 4 a 2 dos visitantes no Estádio Diego Armando Maradona, em Buenos Aires.

Até os argentinos lamentam briga em jogo do Fluminense: "papelão maiúsculo"
"Fluminense ganhou por 4 a 2 do Argentinos Juniors, o eliminou da Copa, e no final do jogo uma vexatória pancadaria entre jogadores, tumultos e correria. Fora de campo, também houve distúrbios. Um triste final", relata o jornal em sua versão digital. A publicação, porém, afirma que um brasileiro iniciou as provocações que culminaram na briga.

"Marquinhos (meia do Fluminense) disse algo, Navarro reagiu, se somou a Escudero, e Sánchez Prette enlouqueceu... A despedida do Argentinos Juniors da Copa Libertadores foi um papelão maiúsculo". Para piorar a situação, o jornal afirma que torcedores do time da casa quiseram "descontar a raiva" da eliminação e também tentaram agredir os brasileiros.

O time argentino iniciou a última rodada do Grupo 3 da Libertadores na zona de classificação às oitavas de final, mas terminou na lanterna, com sete pontos. "Foi um fim que manchou o bom papel que o 'Bicho' (apelido da equipe da casa) desempenhou no torneio", conclui o Olé.

Melhor para o Fluminense, que era o último antes de a bola rolar, mas conseguiu o triunfo e, aliado ao empate sem gols entre Nacional-URU e América-MEX, avançou de forma heroica às oitavas de final. Na próxima fase, a equipe tricolor terá pela frente os paraguaios do Libertad.

Fonte: Jornal do Brasil

ECONOMIA JAPONESA EM FORTE CRISE

As exportações do Japão diminuíram mais que o previsto em março, sinalizando que os embarques continuarão a prejudicar o crescimento daeconomia após o terremoto e o tsunami que geraram uma crise nuclear no mês passado e interromperam cadeias de fornecimento para muitas manufatureiras. Os dados oferecem a primeira estimativa das dificuldades de produção após o desastre natural que devastou o nordeste japonês em 11 de março.

As exportações caíram 2,2% em março sobre o ano anterior, mais que a queda prevista de 1,5%. É o primeiro declínio em 16 meses. Já as importações subiram 11,9% na comparação anual, ante previsão de 6%, segundo dados divulgados nesta quarta-feira pelo Ministério das Finanças japonês. Em relação a fevereiro, as exportações diminuíram 7,7% com ajuste sazonal. É a maior queda mensal desde janeiro de 2009.

"Frustrante"

O presidente da Toyota, Akio Toyoda já adiantou que não há previsão de aumento da produção até o início de junho.

– É uma situação muito frustrante para as montadoras e para as outras indústrias, pois apesar da demanda, eles simplesmente não podem produzir – disse ele à agência britânica de notícias BBC.

As exportações para os Estados Unidos, um dos principais parceiros comerciais do Japão, reduziram 3.4%, enquanto que a entrega de produtos para a China subiu 3.8%.

Cenário

Enquanto a economia japonesa tenta neutralizar os efeitos do pior terremoto da história do país, analistas dizem que a situação ficará pior nos próximos meses. Isto porque muitas fábricas têm usado o estoque de peças para continuar a produção. “Mas a partir de agora, com o fim do estoque, as companhias serão obrigadas a parar totalmente a produção”, disse Hajime Inoue, do Instituto de Pesquisas do Japão.

O analista arrisca dizer até que as exportações podem chegar a cair de 20% a 30% nos próximos meses. Yoshiki Shinke, do Instituto de Pesquisas Daiichi Life, concorda com o colega e lembra que houve danos também em aeroportos e portos na região nordeste do país.

– Até agora não houve progresso na recuperação da produção nas fábricas, então as exportações cairão em abril – disse.

O racionamento de energia elétrica, previsto para o verão, também afetou a produção. O governo determinou uma economia de 25% do uso de eletricidade para as indústrias, o que deve levá-las a reduzir a jornada de trabalho. Para piorar, uma pesquisa divulgada pela imprensa japonesa mostrou que a confiança do consumidor teve uma queda grande, o que deve refletir negativamente também no índice de consumo doméstico.

O primeiro-ministro, Naoto Kan, deve anunciar em breve um plano para estimular a economia. Ele não revelou como os orçamentos suplementares serão pagos, mas o secretário-chefe do gabinete, Yukio Edano, já adiantou que o governo pensa em usar o dinheiro dos impostos para pagar a conta. BBC Brasil – Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Crise inglesa

Diante do quadro de estagnação da economia europeia, em especial a inglesa, o Comitê de Política Monetária do Banco da Inglaterra não chegou nem perto de elevar a taxa de juro na reunião deste mês, em meio a preocupações sobre a força da economia, que contrabalançaram os riscos inflacionários, mostrou a ata da reunião. O BC manteve a divisão de 6 votos a 3 em favor da manutenção do juro em 0,5%, segundo a ata do encontro de 6 e 7 de abril, divulgada nesta quarta-feira, dizendo que as perspectivas inflacionárias não mudaram o suficiente para alterar a visão do banco.

economiaEmbora o BC tenha notado que o ritmo da inflação no curto prazo pode ser maior que a previsão feita em fevereiro, a extensão da recuperação econômica da desaceleração do fim do ano ainda é incerta. A ata retirou uma frase usada em março que dizia que os que votaram por estabilidade haviam considerado que a possibilidade de uma alta de juro teria aumentado para esfriar a economia.

Fonte: Correio do Brasil