terça-feira, 17 de maio de 2011

MOÇAMBIQUE E MALAWI REAFIRMAM FRONTEIRAS


Delegações de Moçambique e do Malawi estão reunidas desde ontem na cidade de Quelimane, na Zambézia, para analisar desenvolvimentos à volta do decorrente processo de reafirmação da fronteira entre os dois países, cuja linha se estende por cerca de 1400 quilômetros de divisórias fluviais, lacustres e terrestre.

O processo decorre da constatação de que com o tempo, devido à acção tanto do Homem como da natureza, alguns marcos da linha divisória foram deslocados dos seus pontos originais, o que em alguns pontos acabou tornando difícil visualizar com clareza os limites dos territórios de cada país.

Chefiadas pelo presidente do Instituto Nacional de Mar e Fronteiras (INAMAF), Miguel Chissano, do lado moçambicano, e o secretário permanente das Terras, Habitação e Desenvolvimento Urbano do Malawi, Fletcher Zenengeya, pelo Malawi, as duas partes pretendem fazer o levantamento das questões de fundo que afetam o processo iniciado em 2009, numa perspectiva de que, no mais curto espaço de tempo, a linha de fronteira entre os dois países esteja mais clara, visível e respeitável.

Segundo José Elias Mucombo, director de Fronteiras no INAMAF, a reafirmação da fronteira com o Malawi vem decorrendo desde 2009, ano em que foram cobertos apenas 38 quilômetros, para em 2010 o trabalho abranger um total de 156 quilômetros de fronteira, culminando com a construção de 186 marcos ao longo do percurso.

Moçambique partilha com o Malawi uma linha de fronteira com cerca de 1400 quilômetros de extensão, dos quais 888 são de fronteira terrestre, 322 quilômetros de divisória lacustre e 190 outros de fronteira fluvial.

De acordo com Mucombo, processo idêntico está igualmente em curso com a Tanzânia e com a Zâmbia, uma vez que com o Zimbabwe o trabalho foi suspenso na sequência da situação económica que afecta aquele país.

Enquanto isso, a Imprensa malawiana noticia que agrimensores daquele país se queixam de estar a perder “pedaços de terreno” a favor de Moçambique, em resultado do processo de reafirmação da fronteira acordada pelos governos de ambos os países e que deverá ser concluído até 2013.

Sobre este assunto, o diretor de fronteiras no INAMAF explicou que na sua recente ida ao Malawi, o que percebeu foi que são as comunidades daquele país que andam envolvidas na demarcação de terras numa área que ainda não foi abrangida pelo processo de reafirmação em curso, atitude que em algumas zonas levou a que algumas famílias abrissem campos agrícolas ou erguessem casas do lado moçambicano.

“Os Serviços de Geografia e Cadastro têm instruções para não agir de forma isolada neste processo, tanto é que as equipas envolvidas não têm nenhuma autoridade para decidir seja o que for sobre o processo. O que ficou decidido é que as famílias malawianas que estão fixadas em áreas do território nacional serão recenseadas e as zonas mapeadas, mas a solução final só poderá ser tomada ao mais alto nível dos governos de ambos os países”, esclareceu José Elias Mucombo.

Fonte: Jornal Notícias

CHEVRON POLUI MAR DE LÂNDANA, DESEQUILIBRA MEIO AMBIENTE E DIFICULTA A VIDA DOS PESCADORES EM ANGOLA

A pesca artesanal na vila de Lândana, município de Cacongo, 45 quilômetros  ao norte da cidade de Cabinda, está praticamente paralisada, em virtude da diminuição de peixes, provocada pelos sucessivos derrames de petróleo, informou o Jornal de Angola.  

Os derrames, que frequentemente ocorrem naquela zona, além de causarem poluição no mar, matam e afugentam os peixes e reduzem os níveis da sua captura. 

André Mavinga, pescador há mais de 25 anos, salientou que antes do surgimento dos derrames de petróleo no mar de Lândana, os níveis de captura de pescado foram sempre grandes e sem ter que navegar muitas milhas para pescar.

Para o pescador, as empresas petrolíferas que operam na província são responsáveis ou cúmplices pelos derrames e ainda exigem que os pescadores fiquem longe das suas plataformas.

A pesca é a principal atividade das comunidades ribeirinhas de Lândana. André Mavinga diz que está prestes a abrir falência e muitos pescadores da região estão na mesma situação. A vida econômica e social dos pescadores e das suas famílias está estrangulada. 

"A única coisa que sabemos fazer é pescar. A pesca é a nossa fonte de sustento e com o desaparecimento do peixe a nossa vida vai piorar. As petrolíferas têm de acabar com os derrames de petróleo no mar porque estão nos matando de fome", disse André Mavinga.

Os pescadores de Lândana decidiram retirar as redes do mar, para evitar desgaste físico, já que as suas embarcações são ao remo. Fazer grandes esforços a remar e a lançar as redes para nada pescar, não vale a pena, disse André Mavinga.

"Mas também paramos a nossa atividade para não contrairmos doenças provocadas por inalação de gases produzidos por substâncias oleosas que estão a boiar no mar". No mar de Lândana, só este ano, já se registaram três derrames de petróleo, situação que continua a afetar a actividade de pesca e se reflete no aumento da pobreza nas comunidades de pescadores.

André Mavinga lamentou igualmente a atitude da empresa petrolífera Chevron: "eles dão-nos indemnizações ridículas e às vezes apenas nos entregam redes de pesca que ficam cheias de óleo".

Dias piores

O coordenador da atividade piscatória de Lândana, Manuel Filipe, que desempenha a função desde 1982, afirmou que as fracas capturas de peixe na região começaram há 20 anos.

Manuel Filipe perspectiva piores dias para os pescadores da vila de Lândana, porque mesmo pescando num raio de mil metros já ninguém consegue capturar 50 quilos de peixe como acontecia antigamente. 

Pescador desde 1958, Manuel Filipe manifesta preocupação pelos sucessivos derrames de petróleo que ocorrem no mar de Lândana e que matam ou afugentam o peixe. O presidente da Associação dos Pescadores de Cacongo, José dos Santos, encorajou os seus associados a terem esperança em dias melhores, uma vez que existem projectos em carteira para inverter o quadro das dificuldades que os pescadores de Cabinda e de Landâna estão a enfrentar. 

José dos Santos pediu à todos os pescadores e associados para aderirem à iniciativa, pois ela visa acudir às dificuldades que enfrentam, sobretudo no que se refere aos instrumentos de trabalho. 

Para José dos Santos, os pescadores não devem somente interessar-se em receber dinheiro das indenizações, mas sim exigir apoios que garantam a continuidade da atividade. 

José dos Santos pediu ao Governo Provincial é à Chevron para apoiarem os pescadores: "a melhor forma de nos apoiarem é acabarem com os derrames de petróleo no mar". O responsável da associação de pescadores informou que a Chevron tem um projecto denominado "tuende tuavuba" cujo significado em português é "vamos pescar" que visa apoiar os pescadores da província.

Fonte: Jornal de Angola

TCHECAS DO PÂNICO NA TV SÃO GAROTAS-PROPAGANDA DE UMA MARCA DE CERVEJA

Há dez semanas, duas garotas de aparência europeia e formas voluptuosas provocam brasileiros no dominical "Pânico na TV!" (Rede TV!).

Em visita ao Brasil, Michaela e Dominika estrelaram o reality "As Tchecas do Brazil": desfilaram na Sapucaí ao lado de Gisele Bündchen, passearam em São Paulo com microvestidos e jogaram capoeira no Pelourinho com Sabrina Sato.

O que o telespectador do programa de maior audiência da Rede TV! não sabe, no entanto, é que tudo isso não passa de uma pegadinha.

As loiras são garotas-propaganda de uma nova marca de cerveja, a Proibida, que será lançada pela CBBP (Companhia Brasileira de Bebidas Premium).

E a turma do "Pânico", mestre em aplicar peças em celebridades, se envolveu na campanha de lançamento de uma marca concorrente de sua patrocinadora, a Skol.

Pelas redes sociais, usuários questionaram o elenco do "Pânico na TV!" sobre a suspensão do último episódio do quadro "As Tchecas do Brazil" no programa do último domingo.

"E aquele lance das tchecas? Foi um golpe mesmo? Nossa, maior sacanagem com o Pânico, mano", escreveu um usuário para a conta do diretor Alan Rapp (@alanrapp), no Twitter. "Esse papo das tchecas lá do 'Pânico' tá muito mal contado!", comentou outro.

"Elas enganaram todos nós brasileiros, mas quando elas param para refletir ou se olham no espelho, devem sentir vergonha delas mesmas", respondeu Sabrina Sato (@sabrinasatoreal) a um internauta no domingo, antes do início do programa, que a questionou sobre as personagens do quadro "As Tchecas do Brazil".

Na última quinta-feira (12), o diretor do programa, depois de conversar com a reportagem da Folha postou no Twitter: "O nono mandamento proíbe a mentira. A Bíblia diz em Êxodo 20:16 'Não dirás falso testemunho contra o teu próximo".

Fonte: Folha

BANCO PAN AMERICANO TEM LUCRO LÍQUIDO DE R$ 76,1 MILHÕES

O Banco PanAmericano, que pertencia ao apresentador de TV Silvio Santos, apresentou lucro líquido de R$ 76,1 milhões no primeiro trimestre de 2011, após prejuízo de R$ 133,6 milhões registrado em dezembro de 2010, segundo balanço divulgado nesta segunda-feira.

No ano passado, foi descoberto um rombo nas contas do banco que chegou a R$ 4,3 bilhões. Inicialmente, o grupo Silvio Santos pegou dinheiro do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), formado com recursos dos bancos para assegurar depósitos de clientes bancários em caso de quebra de instituições financeiras. Mas as irregularidades levaram à venda do controle da instituição financeira ao BTG Pactual, que assumirá a parte do grupo Silvio Santos. A Caixa detém participação no PanAmericano.

Segundo o balanço do PanAmericano, devido às irregularidades contábeis e de controles internos da época da descoberta do rombo, no ano passado, a nova administração da instituição optou por redefinir sistemas e controles. Devido a essas mudanças, o banco preferiu não fazer comparações do resultado do último trimestre com períodos do ano passado.

“Dada à inviabilidade de se reconstituir, de forma apropriada, as demonstrações financeiras anteriores a novembro de 2010, a nova administração não encontrou alternativa que não a de estabelecer uma nova base contábil confiável, através da elaboração de um balanço patrimonial especial de abertura, com informações obtidas por meio de um levantamento completo de todos os direitos e as obrigações da Companhia em 30 de novembro de 2010”, diz o documento.

De acordo com o balanço, a carteira total de crédito ficou em R$ 10,2 bilhões ao final do primeiro trimestre de 2011, ante R$ 13,3 bilhões em dezembro de 2010. Segundo o balanço, a redução da carteira no trimestre se deve à cessão de direitos creditórios no valor de aproximadamente R$ 3,5 bilhões ao FGC.

Segundo o balanço, o principal mercado de atuação continuou sendo o de financiamento de veículos, com concessão de R$ 985,9 milhões no trimestre. O banco está presente em 25.802 concessionárias e revendedoras de veículos novos e usados, onde atua por meio de 1.102 contatos comerciais, entre próprios e terceiros. “A estratégia para este mercado tem sido orientada pela busca de maior participação no segmento de veículos novos, com o objetivo de alcançar uma melhor relação entre risco e retorno da carteira”, diz o PanAmericano no relatório.

Fonte: Correio do Brasil

A PETROBRÁS E SUAS CIDADES FLUTUANTES

A Petrobrás, líder mundial em tecnologia de extração de petróleo em águas profundas, expande suas fronteiras em alto-mar com dezenas de plataformas que à distância parecem pontos brilhantes na imensidão do Oceano Atlântico, mas que são verdadeiras cidades flutuantes.

Após ter descoberto reservas no Atlântico que podem transformar o Brasil em um dos maiores exportadores mundiais de petróleo, a empresa planeja construir nos próximos anos dezenas de novas plataformas, assim como "ilhas artificiais" que atenderão suas bases em alto-mar.

"Cada plataforma é uma cidade flutuante autônoma com todos os serviços, incluindo energia e água, e exerço o papel de prefeito em uma delas", assegura Francisco Castro, gerente da plataforma P-18, durante uma visita que Agência Efe fez a este centro de produção, do tamanho de um estádio de futebol, no meio do oceano.

A Petrobrás conta com 132 plataformas (86 fixas e 46 flutuantes) nas quais trabalham cerca de 45 mil pessoas com direito a 21 dias de descanso para cada 14 dias a bordo.

"Em minha 'cidade' vivem 180 pessoas que são substituídas a cada 14 dias e que trabalham divididas em dois turnos de 12 horas", explica o gerente da P-18.

Tal plataforma, a primeira semi-submersível do mundo com capacidade para produzir 100 mil barris de petróleo e 2 milhões de metros cúbicos de gás por dia, começou a operar em 1994 e hoje extrai 34 mil barris diários da bacia de Campos.

A cidade flutuante, ancorada a 117 quilômetros do litoral do estado do Rio de Janeiro e com 18.347 toneladas, tem 101 metros de comprimento por 88 metros de largura e opera em uma região na qual a profundidade do mar é de 910 metros.

Além de toda sua infraestrutura produtiva, que inclui conexões a 14 poços de produção, dois oleodutos, um gasoduto e oito âncoras, a gigante de metal tem quatro andares, com 43 camarotes, 130 camas e um restaurante para 50 pessoas.

A P-18 também conta com heliporto, auditório, três salas de televisão, dois de jogos, uma de internet, outra para videoconferências, um ginásio e uma biblioteca, além dos diferentes postos de controle.

"Apesar de estar a 100 quilômetros do litoral, temos tudo o que precisamos, inclusive padaria e lavanderia", afirma Castro.

Para funcionar de forma autônoma, a plataforma conta com dois geradores elétricos alimentados pelo próprio gás extraído; uma central de água com capacidade para abastecer um tanque de 736 metros cúbicos, e redes de fibra óptica para a comunicação com o continente que oferecem telefonia, internet e televisão.

"Só não produzimos os alimentos que consumimos, que chegam por navio do continente uma vez por mês", segundo o "prefeito" desta cidade flutuante, que esclareceu que as normas da Petrobras proíbem a pesca nas áreas de exploração.

A P-18, com 17 anos, já está antiquada em comparação com os navios-plataforma e as novas semi-submersíveis que a companhia petrolífera brasileira encomendou para ampliar suas operações.

"Algumas das novas plataformas têm piscina e quadra de futsal", garante Castro. "Sempre há uma grande expectativa e muitos querem ser transferidos às novas plataformas", acrescenta.

A Petrobrás planeja investir US$ 224 bilhões nos próximos cinco anos para elevar sua produção diária de petróleo dos atuais 2,4 milhões de barris a 4 milhões em 2020.

Assim, a empresa terá que ter em plena operação neste ano 16 novas plataformas com capacidade para produzir até 100 mil barris diários ou 11 com capacidade para extrair 150 mil barris por dia.

O diretor de exploração e produção da Petrobrás, Guilherme Estrella, calcula que a companhia necessitará pelo menos 50 novas plataformas para explorar as novas áreas nas quais tem concessão e que representam grandes desafios por estarem localizadas cerca de 300 quilômetros do litoral.

Para transportar os trabalhadores até as atuais plataformas, a Petrobrás faz 70 mil viagens mensais em helicóptero, o que será inviável a uma distância três vezes maior.

Por isso, a empresa estuda a possibilidade de instalar "ilhas metálicas artificiais" no meio do caminho que funcionariam como centros logísticos e dormitórios e onde chegariam os trabalhadores em helicópteros ou lanchas antes de prosseguir rumo a suas respectivas cidades flutuantes. 

Fonte: EFE

CHACINA NO MÉXICO: CAMPONÊS AFIRMOU TER VISTO PILHA DE CABEÇAS HUMANAS

Um camponês guatemalteco relatou nesta segunda-feira como sobreviveu a uma das maiores chacinas da história recente do país, atribuída a cartéis de drogas mexicanos.

“Me fingi de morto quando me esfaquearam no estômago. Daí me escondi e, quando saí, me deparei com uma pilha de cabeças humanas”, disse o homem, à agência France Presse. “Graças a Deus ainda estou vivo.”

No último domingo, a polícia da Guatemala encontrou ao menos 27 corpos, muitos deles decapitados, em um rancho no norte do país, região que faz fronteira com o México.

Os motivos do crime ainda não estão claros, mas as suspeitas recaem sobre o cartel mexicano dos Zetas, num momento em que narcotraficantes do México estão cada vez mais atuantes nas áreas rurais do norte da Guatemala.

O sobrevivente do massacre, que deu seu testemunho a agências de notícias sob condição de anonimato e sob proteção policial, disse que um grupo de homens armados chegou ao rancho, na província de Petén, no sábado, exigindo ver o dono do local.

Quando ele e os demais trabalhadores se recusaram a cooperar, os homens armados amarraram suas mãos e começaram a golpeá-los com machadadas.

Segundo autoridades ouvidas pela agência Associated Press, as vítimas eram camponesas sem nenhuma ligação aparente com o tráfico. Duas mulheres e duas crianças estão entre os mortos.

Suspeitas

A polícia investiga se as mortes podem ter relação com disputa de território entre gangues mexicanas e busca, agora, o dono do rancho, que está desaparecido.

Outra suspeita é de que a chacina tenha relação com o assassinato de Haroldo Waldemar Leon, irmão de um suposto traficante guatemalteco. Ele foi morto na mesma região, no próprio sábado.

Nesta segunda-feira, o presidente da Guatemala, Álvaro Colom, disse que os assassinatos são “uma barbaridade”.

Mas a violência continuou em Petén: nas proximidades do rancho que foi cenário do massacre, ao menos três granadas foram detonadas, deixando um policial ferido nesta segunda-feira.

Petén é um território cada vez mais cobiçado pelos traficantes mexicanos por ser uma importante rota de drogas entre a América Latina e os EUA.

O cartel dos Zetas, principal suspeito da chacina, também é acusado por dois massacres recentes no Estado mexicano de Tamaulipas, onde 183 corpos foram encontrados em valas comuns no mês passado e onde 72 imigrantes foram assassinados em agosto de 2010.

Autoridades guatemaltecas dizem que os Zetas têm mudado muitas de suas operações do México à Guatemala à medida que o presidente mexicano, Felipe Calderón, intensificou a guerra ao narcotráfico em seu país.

Fonte: BBC Brasil

EXPORTAÇÕES PARA A CHINA DEVERÃO CRESCER 20% EM 2011

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, se disse confiante nesta segunda-feira de que as exportações para a China, maior parceira comercial do Brasil, crescerão 20% em 2011.

Dados da Secretaria do Comércio Exterior indicam que, nos quatro primeiros meses do ano, o comércio bilateral entre os dois países totalizou US$ 20,4 bilhões, alta de 45% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Caso a projeção de Pimentel se confirme, as exportações devem alcançar cerca de US$ 37 bilhões até o fim do ano, US$ 6,2 bilhões a mais do que em 2010.

A declaração ocorreu nesta segunda-feira em coletiva de imprensa, após Pimentel participar de encontro com o chanceler Antônio Patriota e com o ministro do Comércio da China, Chen Deming, em Brasília.

Pimentel disse ter discutido com o ministro chinês a adoção de uma cesta de moedas para substituir o dólar em transações financeiras internacionais. "Não se justifica mais termos um padrão monetário do começo do século passado", disse.

Segundo Pimentel, Chen concordou com a posição brasileira e manifestou simpatia quanto ao início de uma discussão sobre o tema.

Posteriormente, porém, o ministro chinês afirmou, na mesma coletiva de imprensa, que a substituição do atual padrão monetário exige uma discussão de longo prazo e que não veio ao Brasil preparado para debater o assunto.

Braços abertos

Chen disse ainda que a China está de braços abertos para produtos brasileiros e que, embora o país tenha um déficit no comércio bilateral com o Brasil, não vai impor qualquer barreira à importação de bens nacionais.

"As exportações brasileiras para a China devem ser diversificadas", afirmou o ministro. "Esperamos que bons produtos brasileiros entrem na China."

Cerca de 80% das exportações brasileiras para a China correspondem à venda de minério de ferro, petróleo e soja. O governo brasileiro tem pressionado a China pela diversificação da pauta de exportações e pelo aumento da proporção de bens industrializados.

A visita de Chen ao Brasil ocorre um mês após a presidente Dilma Rousseff viajar à China. O ministro chinês estava acompanhado por empresários dos setores de construção, agricultura, energia e automóveis, que participam em Brasília do Seminário Empresarial China-Brasil.

Fonte: BBC Brasil

DIPLOMATA SAUDITA É MORTO POR HOMENS ARMADOS NO PAQUISTÃO

Homens armados atiraram e mataram um diplomata saudita em Karachi, no Paquistão, nesta segunda-feira, informaram a polícia e a embaixada da Arábia Saudita.

O ataque é o segundo contra a missão diplomática saudita desde o aumento da tensão na região após a morte de Osama bin Laden.

O Taliban do Paquistão assumiu a responsabilidade pela morte e advertiu os Estados Unidos contra ataques à Al Qaeda.

A Al Qaeda lançou uma campanha sangrenta para derrubar a família real e o governo da Arábia Saudita, o berço do seu líder Bin Laden. O grupo também prometeu vingar seu assassinato pelas forças especiais dos Estados Unidos em uma cidade militar paquistanesa no início do mês.

Quatro pessoas montadas em motos abriram fogo contra o carro do diplomata saudita, afirmou um policial de Karachi. O diplomata, um oficial de segurança de baixo escalão, estava a caminho do consulado quando aconteceu o ataque.

Quatro tiros foram disparados e uma delas atingiu o diplomata na cabeça, disse o policial Iqbal Mehmood, de Karachi.

A agência estatal de notícias nomeou o diplomata como Hassan al-Qahtani e descreveu seu assassinato como "um ataque criminoso", acrescentando que o caso será investigado pelas autoridades sauditas e paquistanesas.

O ataque, que segundo um oficial da embaixada saudita foi perpetrado a 60 metros do consulado, aconteceu dias depois que agressores não identificados atiraram duas granadas contra a representação diplomática na cidade comercial do Paquistão. Ninguém ficou ferido na ocasião.

Fonte: Reuters

SFT NEGA PEDIDO DE LIBERDADE A BATTISTI

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes negou o pedido de liberdade do ex-ativista italiano Cesare Battisti. Preso desde março de 2007, Battisti aguarda na penitenciária da Papuda, em Brasília, o fim dos embates jurídicos em torno do pedido de sua extradição para a Itália, onde foi condenado à prisão perpétua por envolvimento em quatro assassinatos na década de 70.

Battisti permanecerá preso até que o STF julgue a reclamação da Itália feita após a decisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no último dia de seu mandato, de não entregar o ex-ativista para as autoridades italianas. O Supremo havia anulado o ato do governo brasileiro de reconhecer o status de refugiado de Battisti e, depois disso, autorizou sua extradição.

O ministro Gilmar Mendes afirmou ter mantido a prisão do ex-ativista por não ter visto "nenhuma razão para mudar o entendimento do presidente (do STF) Cezar Peluso, que já tinha indeferido o relaxamento".

Essa decisão do STF, no entanto, deixava para o presidente da República a última palavra sobre a entrega de Battisti. O governo italiano contesta a decisão de Lula, argumentando que violaria o julgamento do Supremo e o tratado de extradição firmado entre o Brasil e a Itália. Até que esse assunto não seja julgado pelo plenário da Corte, Battisti permanecerá preso.

Na semana passada, a defesa de Battisti voltou a pedir sua liberdade depois que o Ministério Público encaminhou parecer ao STF contrário ao pedido feito pelo governo italiano. Por um erro na distribuição do pedido, Battisti ficou mais próximo de ser solto. A petição foi distribuída para o ministro Marco Aurélio Mello. Internamente, o ministro critica a manutenção de Battisti na prisão. A expectativa na semana passada, em razão dessas críticas, era de que Marco Aurélio soltaria Battisti.

No início da noite de sexta-feira, Marco Aurélio já havia terminado sua decisão e encaminhou o texto para revisão e posterior publicação. Mas nesse ínterim, o STF detectou o erro na distribuição da petição. Na verdade, como o relator do processo, ministro Gilmar Mendes, estava fora do país, o pedido de relaxamento da prisão deveria ser encaminhado para análise do ministro Joaquim Barbosa. Como Gilmar Mendes voltaria ao Brasil no dia seguinte, Barbosa preferiu não se antecipar e deixar o pedido para a avaliação do relator.

Julgamento

Mendes afirmou que pedirá que o processo seja incluído na pauta do Supremo nos próximos dias e afirmou esperar que, em no máximo duas semanas, a questão chegue ao plenário. "Pretendo nos próximos dias, nas próximas semanas, levar a julgamento a matéria de fundo. Estou pedindo pauta para o julgamento para a questão que está posta, a reclamação, o pedido de relaxamento, e vamos tomar uma deliberação sobre o assunto". Ministros, inclusive aqueles que votaram a favor da extradição de Battisti, adiantam que o tribunal não deve alterar a decisão do ex-presidente Lula.

A velocidade da deliberação, segundo o ministro do Supremo, dependerá se houver ou não pedido de vista do plenário. Mendes atribuiu a demora "a toda controvérsia [que envolve o caso Battisti] e inclusive o fato de o processo até esses dias estar na procuradoria [Geral da República, que opinou pela soltura]. Apenas agora ele voltou".

Fonte: Estadão