quarta-feira, 18 de abril de 2012

POPULAÇÃO AUTODECLARADA INDÍGENA CRESCEU 178% EM 30 ANOS

O número de pessoas que se autodeclaram indígenas praticamente triplicou nos últimos trinta anos, passando de 294.131, em 1991, para 817.963, em 2010. Os dados constam de uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira pelo IBGE com base nos Censos de 1991, 2000 e 2010.

Atualmente, segundo o órgão, os indígenas representam 0,4% da população brasileira.

Em comparação ao Censo de 2000, a população indígena cresceu 11,4% (ou 84 mil pessoas), de 734.127 para 817.963, número bem menos expressivo do que no período 1991/2000, que registrou um aumento de 150% (ou 440 mil pessoas), de 294.131 para 734.127.

De acordo com o IBGE, ainda que os povos indígenas tenham experimentado crescimento acelerado em função de altas taxas de fecundidade, os dados do Censo de 2000 superaram as expectativas, com um ritmo de crescimento anual de 10,8% no período 1991/2000.

Tal fato refletiria o aumento do número de pessoas que, em 1991, se identificaram em outras categorias de "cor" ou "raça" e que, em 2000, passaram a se identificar como indígenas.

O IBGE credita esse fenômeno ao processo de "etnogênese" ou "reetinização", quando "os povos indígenas reassumem e recriam suas tradições, após terem sido forçados a escondê-las e a negar suas identidades tribais como estratégias de sobrevivência".

Já os resultados do Censo 2010 revelaram, na comparação com 2000, um ritmo de crescimento anual de 1,1%.
Área Urbana x Área Rural

O Censo de 2010 também revelou que a maior parte dos indígenas (502.783 ou 61,5% da população total) reside atualmente em áreas rurais, enquanto que 315.180 moram em áreas urbanas (ou 38,5%).

Segundo o IBGE, há cada vez menos pessoas se autodeclarando indígenas nas cidades. Em 1991, esse contingente somava 71.026 pessoas, passou para 383.298 em 2000 e caiu para 315.180 em 2010.

A redução de 68 mil pessoas, a maior parte proveniente na região Sudeste, deve-se, segundo o IBGE, ao fato de que muitas pessoas deixaram de se classificar como indígenas nas cidades por não ter afinidade com seu povo de origem.

Por outro lado, no campo, o número de indígenas totalizava 223.105 em 1991, subiu para 350.829, em 2000, e chegou a 502.783 em 2010.

Entre as grandes regiões do país, a região Norte se manteve na liderança nos Censos de 1991 (42,2%), 2000 (29,1%) e 2010 (37,4%). A região também se destacou na área rural, com 50,5%, 47,6% e 48,6%, respectivamente.

Já no segmento urbano, o Sudeste concentrava 35,4% da população indígena em 1991 e 36,7% em 2000, mas o Nordeste passou a ter maior contingente de indígenas em cidades em 2010, com 33,7%.
Amazonas na dianteira

Em números absolutos, o Amazonas concentra a maior população indígena do país (168,7 mil pessoas, ou 20,6% do total), enquanto a menor está no Rio Grande do Norte (2,5 mil ou 0,3% do total).

Apenas seis estados registraram, em 2010, mais de 1% de população autodeclarada indígena (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Roraima).

Por outro lado, 13 unidades da Federação apresentaram taxas de população indígena abaixo da média nacional (0,4%).

O Amazonas também lidera o ranking de municípios com maior população indígena. Dos dez primeiros, seis estão localizados no estado. O primeiro lugar ficou com São Gabriel da Cachoeira, com 29.017 indígenas, segundo o Censo de 2010.

No tocante à população relativa, ou seja, a proporção da população indígena na população total por municípios, quem encabeça a lista dos municípios é Uiramutã, em Roraima, onde 88,1% do total de habitantes se consideraram indígenas em 2010.
Expansão

A população indígena não só aumentou, como também se expandiu nas últimas três décadas. Segundo o Censo de 1991, em 34,5% dos municípios brasileiros, residia pelo menos um indígena autodeclarado.

No Censo de 2000, essa taxa cresceu para 63,5% e, de acordo com o Censo de 2010, chegou a 80,5% dos municípios brasileiros.

Fonte: BBC Brasil

AÇÃO DO GOVERNO SURTE EFEITO E BANCOS JÁ REDUZEM OS SPREADS

A ofensiva do governo federal para reduzir os spreads bancários, usando como instrumentos os estatais Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, surtiu efeito e fez com que instituições financeiras privadas diminuíssem suas taxas de juros.

Itaú Unibanco e Bradesco, os dois maiores bancos privados do Brasil, foram os últimos entre os grandes do setor a anunciar, na manhã desta quarta-feira, que cortariam os juros em linhas de crédito pessoal e a empresas.

"Com a redução dos spreads, acreditamos que damos mais uma contribuição para o processo de transformação e desenvolvimento nacional", afirmou em nota o presidente do Itaú Unibanco, Roberto Setubal.

O movimento acontece pouco mais de uma semana depois de a Febraban, federação que representa os bancos, ter apresentado 20 demandas ao governo para acelerar a queda dos spreads bancários -diferença entre os custos de captação e a taxa efetivamente cobrada dos clientes nos financiamentos.

Após reuniões com a Febraban, em Brasília, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, endureceu o discurso e afirmou que havia margem para reduzir os juros, para que os bancos brasileiros deixassem de ser os "campeões de spread no mundo".

A ação de pressionar os bancos privados por taxas de juros menores orquestrada pelo governo federal ganhou mais força no início do ano, em meio aos esforços para estimular a fraca economia.

Efetivamente, o BB deu partida ao processo duas semanas atrás, ao revelar o programa batizado de "Bompratodos" com promessa de corte médio de 45 por cento no juro para financiamento ao consumo.

Em seguida foi a vez de a Caixa fazer o mesmo, com juro até 88 por cento menor no caso da linha de cartão de crédito para clientes que recebem salário no banco.

BB e Caixa já informaram que houve aumento expressivo da demanda por empréstimos após as reduções dos juros.

No BB, em particular, o banco tem atraído empresas que não eram suas clientes, seduzidas pela chance de trocar dívida mais cara em outros bancos por condições melhores e menos custosas.

"Na primeira semana do novo posicionamento, cerca de 1,74 mil clientes pessoas jurídicas contrataram novos empréstimos no banco, totalizando 108,7 milhões de reais, para liquidar seus financiamentos em outras instituições"", disse o BB em nota.

Antes de Itaú e Bradesco, HSBC e Santander Brasil promoveram reduções nos juros em algumas linhas.

Investidores receberam com cautela os primeiros anúncios de cortes de juros por BB e Caixa e venderam ações de bancos na bolsa brasileira.

Nesta sessão, as ações de Itaú e Bradesco operavam no vermelho, com queda inferior a 1 por cento nos dois casos. Santander Brasil e BB exibiam valorização, no mesmo sentido do Ibovespa, que tinha variação positiva de 0,7 por cento às 15h58.

RISCOS

A maioria dos bancos reduziu taxas em linhas consideradas de menor risco, caso do crédito consignado.

No Itaú, empréstimos com desconto em folha a beneficiários do INSS terão a taxa mínima mensal reduzida para 0,89 por cento e a máxima, para 2,20 por cento. No Bradesco, a taxa caiu de 1,32 por cento para a partir de 0,90 por cento ao mês.

Mas as instituições financeiras também estão cortando juros em áreas onde a inadimplência é maior, como no crédito a veículos.

De acordo com o Itaú, no financiamento a veículos a taxa mínima cairá 8 por cento, passando a 0,99 por cento ao mês para correntistas há mais de um ano, em operações com 50 por cento de entrada e parcelamento em até 24 meses.

Já o Bradesco vai disponibilizar 6 bilhões de reais adicionais de limite de crédito à disposição dos bancos ligados a montadoras.

Mal anunciaram as novas taxas e os bancos poderão ter que mexer em suas taxas já a partir de quinta-feira. O Banco Central decide no fim desta quarta-feira sobre a taxa básica de juro Selic e a expectativa ampla no mercado é de corte em 0,75 ponto percentual, para 9 por cento ao ano.

Fonte: Reuters

COPOM REDUZ A TAXA BÁSICA DE JUROS PARA 9% AO ANO

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) reduziu nesta quarta-feira a taxa básica de juros, a Selic, em 0,75 ponto percentual, levando-a de 9,75% a 9% ao ano, de acordo com as expectativas do mercado.

A redução, que já havia sido sinalizada pelo Comitê em sua reunião anterior, chega em meio a esforços do governo para diminuir o custo do crédito no país.

A menor taxa histórica da Selic foi de 8,75% ao ano, de julho de 2009 até o final de abril de 2010, quando foi elevada para 9,5% ao ano.

Além da expansão do crédito a taxas menores, como, por exemplo, no financiamento de automóveis, as manobras do Banco Central têm como objetivo controlar a inflação, cuja meta é de 4,5% para 2012. A meta é medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Entre as atribuições do BC estão os esforços para que a inflação anual fique dentro da meta, dispondo para isso das oscilações na Selic e de outros instrumentos.

O Copom diminui a Selic quando julga que a inflação está sob controle e deseja estimular a atividade econômica.

Quando o Comitê avalia que a economia está muito aquecida, com alta dos preços, a taxa é elevada para incentivar a poupança, desestimular o consumo e manter sob controle a inflação.

Inflação

Para Juan Jensen, economista e sócio da Tendências Consultoria, a redução é equivocada e contradiz esta lógica. 'Essas reduções de juros não deveriam estar ocorrendo, já que as projeções de inflação para 2012 e 2013 estão fora do centro da meta. São medidas incongruentes com o objetivo de manter a inflação sob controle', diz.

Estimativas do relatório Focus apontam que o IPCA fechará o ano em 5,08%, ante 5,06% no relatório da semana passada.

Para o IPCA em 12 meses, as projeções também subiram, para uma alta de 5,47%, ante 5,44% na semana passada. Já as estimativas para 2013 foram mantidas em 5,50%.

A previsão do BC, que consta no Relatório Trimestral de Inflação divulgado no final de março, é de que o IPCA ficará em 4,4% neste ano, pelo cenário de referência - com juros constantes em 9,75% e dólar a R$ 1,75. Para o próximo ano, o BC estima inflação de 5,2%.

Na avaliação da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), os índices do IPCA apontam para um cenário melhor para os preços em 2012, e provavelmente, no próximo ano.

Há ainda expectativa de recuperação 'mais modesta para a economia ou que pelo menos o pico desta retomada deve se deslocar para algum ponto em 2013'.

Além disso, na visão da Febraban, voltaram a crescer as preocupações com a crise econômica internacional.

'A piora na percepção de risco de países importantes como a Espanha significa que a probabilidade de que venham pressões desinflacionárias (e de baixo crescimento) do cenário externo voltou a se elevar de forma importante nas últimas semanas. Por conta desses fatores, a chance de a Selic voltar a cair antes do final do ano parece ter aumentado bastante.'

Custo do crédito

As medidas do BC chegam na mesma semana em que Itaú Unibanco, Santander, HSBC e Bradesco reduziram suas taxas de juros para crédito, dias após a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil terem feito o mesmo, por estímulo do governo.

O objetivo é diminuir o spread bancário - a diferença entre os juros que os bancos oferecem para produtos como poupança e fundos de investimento e as taxas usadas para crédito, como financiamento de automóveis, cheque especial e cartões de crédito.

Uma das consequências seria um volume maior de crédito no mercado.

'A baixa do spread é boa, mas não pode haver excesso de crédito. Um aumento sem critério poderia ter impactos negativos sobre a economia, entre eles a alta da inflação, da inadimplência e da criação de bolhas de crédito em alguns setores', diz Samy Dana, professor de economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Juan Jensen avalia que a redução concreta do custo do crédito e quantos consumidores poderão de fato se beneficiar disto ainda não podem ser dadas como certas.

'Pode ser mais marketing. No final das contas haverão exigências e medidas de controle que podem limitar o crédito mais barato para apenas uma pequena parcela dos clientes', diz.

O analista acrescenta ainda que os níveis de inadimplência têm subido no país e que a redução do spread neste ano é 'colocar lenha na fogueira neste momento, que já é preocupante'.

Fonte: BBC Brasil

BRADESCO REDUZ JUROS PARA PESSOAS FÍSICAS E JURÍDICAS

O Bradesco anunciou hoje (18) que, a partir de segunda-feira (23), reduzirá as taxas de juros de diferentes tipos de crédito e financiamentos para pessoas físicas e jurídicas. 

A instituição disse que a decisão está "em consonância com os objetivos de estímulo ao crescimento econômico". 

Para as pessoas físicas haverá redução de taxas nas linhas de financiamento de veículos, crédito pessoal, crédito consignado e aquisição de bens. Para o crédito pessoal, a taxa cairá de 2,66% ao mês para 1,97%. Na linha de CDC Bens, a taxa terá redução de 3,54% ao mês para 2,97%. e no financiamento de veículos, a taxa passará de 1,35% para 0,97% ao mês.

Além da redução das taxas, o Bradesco informou que ampliou o limite de crédito em mais R$ 15 bilhões, sendo R$ 9 bilhões para pessoas físicas e R$ 5 bilhões para pessoas jurídicas.

Para as micro e pequenas empresas, a instituição criou uma linha de crédito de R$ 1 bilhão para capital de giro e CDC destinados à aquisição de máquinas e equipamentos. A taxa para essa linha ficará em 2,9% ao mês.

O Bradesco informou também que R$ 6 bilhões de limite de crédito ficarão à disposição dos bancos ligados às montadoras de veículos. “A medida visa a incrementar a produção e a comercialização de automóveis, um setor de grande importância na cadeia de produção do país”, diz o banco, em nota.

O Bradesco disse ainda, na nota, que “continua mantendo estudos em diversas modalidades de crédito, observando o perfil de risco dos tomadores de crédito e ressaltando a importância do crédito responsável, evitando o endividamento excessivo e, portanto, [buscando] a saúde financeira de seus clientes”.

O Itaú-Unibanco também anunciou, nesta quarta-feira (18), a redução das taxas de juros cobradas nas operações de crédito para pessoas físicas e micro e pequenas empresas. O Banco do Brasil, a Caixa Econômica, o HSBC e o Santander já tinham reduzido as taxas de juros em suas operações.

Fonte: Jornal do Brasil

PRIMEIRAS UPPs DO COMPLEXO DO ALEMÃO COMEÇAM A SER INSTALADAS

A Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP) inaugurou nesta quarta-feira, as novas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) do Estado do Rio de Janeiro. Para marcar a data, uma solenidade será realizada na Praça Muiraquitã, que fica na esquina das ruas Periaquitã e Jaó, na localidade da Fazendinha. Estarão presentes o governador do Rio, Sérgio Cabral, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame; o comandante geral da Polícia Militar, coronel Erir Ribeiro Costa Filho; e o comandante da Coordenadoria de Polícia Pacificadora, coronel Rogério Seabra.

Ocupado pela Força de Pacificação desde 28 de novembro de 2010 e por policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e de Choque (BPChq) desde 28 de março deste ano, o Complexo do Alemão terá suas duas primeiras Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) instaladas nas comunidades da Fazendinha e da Nova Brasília. O local escolhido para sediar a UPP Nova Brasília foi a Estação Itararé do Teleférico. Já a UPP Fazendinha ficará localizada na Rua da Assembléia, em frente ao número 65, próximo a Estação Palmeiras do Teleférico. O capitão Marcio Rodrigues Para irá comandar a tropa da UPP Nova Brasília, e a unidade Fazendinha ficará sob responsabilidade do capitão Ronaldo Salgado Claudino.

Ao todo, 660 policiais passarão a fazer parte do cotidiano de aproximadamente 40 mil moradores das 16 primeiras comunidades do Complexo do Alemão contempladas pelo programa de pacificação da Secretaria de Segurança do Rio. A unidade Fazendinha atenderá as subcomunidades Relicário, Palmeirinha, Morro das Palmeiras, Vila Matinha, Parque Alvorada e Casinhas, além da própria Fazendinha. Já a UPP Nova Brasília também será responsável pelo policiamento das localidades Ipê Itararé, Mourão Filho, Largo Gamboa, Cabão, Joaquim de Queiroz, Loteamento, Prédios, Aterro I e Aterro II.

O capitão Ronaldo Salgado Claudino, de 33 anos, está na Polícia Militar há 12 anos. Antes de ser escolhido para comandar a UPP Fazendinha ele trabalhou no 22º BPM (Maré), 16º BPM (Olaria), 18º BPM (Jacarepaguá) e 9º BPM (Rocha Miranda). Ele estava nesta última unidade até assumir o cargo de comandante da nova UPP, que contará com um efetivo de 320 policiais. O capitão Salgado possui curso de inteligência (3º Cisp) e participou da operação, em novembro de 2010, que culminou com a retomada do Complexo do Alemão.

O comandante da UPP Nova Brasília, capitão Marcio Ferreira Rodrigues, também entrou para a Polícia Militar no ano 2000. Ele já serviu na Academia de Polícia Militar Dom João VI, no 24º BPM (Queimados), no Grupamento Especial Tático Móvel, no 28º BPM (Volta Redonda), 20º BPM (Mesquita) e, desde 2010, estava cedido à Secretaria de Governo participando da Operação Barreira Fiscal em Itatiaia, no Sul Fluminense. Na UPP Nova Brasília, o capitão Rodrigues comandará 340 policiais.

Fonte: Correio do Brasil

NESTLÉ NEGOCIA COMPRA DE UNIDADE DA PFIZER

A Nestlé está se aproximando de um acordo para adquirir a unidade de nutrição infantil da Pfizer por cerca de US$ 10 bilhões, buscando impulsionar suas operações na China e ampliar sua liderança no segmento de leite em pó infantil, afirmaram fontes próximas ao assunto.

O maior grupo alimentício do mundo já era apontado como favorito na disputa pelo negócio, e agora está preparado para firmar um acordo no fim deste mês, após derrotar a parceria formada por Danone e Mead Johnson.

Segundo a fonte, a Nestlé está na frente e se aproximando de um acordo, que é esperado para ser fechado em breve.

Outra fonte disse que a operação está avaliada em US$ 9 bilhões a US$ 10 bilhões e que o acordo deve ocorrer até o fim de abril.

A unidade da Pfizer que está sendo vendida possui alto potencial de crescimento, com mais de 70% das vendas em mercados emergentes e uma posição importante na China, além de ter atraído a atenção dos três maiores representantes do segmento de leite em pó infantil.

A Pfizer, maior fabricante de medicamentos do mundo, colocou a unidade à venda em julho passado após a compra da Wyeth, em 2009, ao mesmo tempo em que busca cindir sua unidade de saúde animal.

Fonte: Folha

DEMÓSTENES NEGOCIOU VERBA PARA A DELTA

O senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) usou o cargo para negociar um projeto de R$ 8 milhões em favor da Delta Construções, apontam gravações telefônicas e relatório do Ministério Público Federal

De acordo com o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, há evidências de que Demóstenes atuava como "sócio oculto" da Delta, empresa que desde 2007 é a que mais recebe recursos do governo federal, principalmente por obras do Programa de Aceleração do Crescimento.

O procurador-geral se baseia principalmente em gravação em que o senador indica condicionar o envio de recursos para uma obra em Anápolis (GO) à escolha da Delta para tocar o projeto.

O negocio se daria por intermédio do empresário Carlinhos Cachoeira, que teria relações com a empresa e que está preso desde fevereiro sob acusação de comandar esquema de jogo ilegal.

No documento em que pediu ao Supremo Tribunal Federal autorização para investigar Demóstenes, Gurgel afirma haver fatos de "especial gravidade" que evidenciam "que o senador também dispunha da sua atividade parlamentar em proveito da empresa de que seria sócio oculto".

PARQUE ECOLÓGICO

A Polícia Federal gravou a conversa telefônica entre Demóstenes e Cachoeira em 9 de julho de 2011.

No diálogo, o senador relatou o encontro que acabara de ter com o prefeito de Anápolis (GO), Antônio Gomide (PT), que lhe pediu ajuda para construir um parque ecológico, orçado em R$ 8 milhões.

Como senador, Demóstenes tem direito a direcionar verbas para esse tipo de obra por meio de emendas ao Orçamento federal.

No telefonema, o senador relata que teria dito ao prefeito ser possível enviar a verba para a cidade, mas que era para ele dar "preferência" ao grupo de Cachoeira.

"Ele falou que topava. Aí você vê se vale a pena ou não", diz Demóstenes a Cachoeira na conversa gravada pela PF.

Um dia depois, o empresário liga para Cláudio Abreu, então diretor da Delta no Centro-Oeste, para relatar que Demóstenes falou com o prefeito.

No relatório, Gurgel interpreta que Demóstenes "condicionou a obtenção dos recursos à contratação da Delta". Segundo investigadores, o termo "sócio oculto" se refere à suspeita de que Demóstenes articulou contratos em troca de receber dinheiro.

Por isso, o STF autorizou a quebra do sigilo bancário do senador.

"O exame das movimentações bancárias dos envolvidos permitirá juízo de convicção sobre a origem do dinheiro e o seu eventual destino ao parlamentar", diz o documento.

A investigação da Operação Monte Carlo da Polícia Federal aponta que Cachoeira comandava os negócios da Delta no Centro-Oeste ao lado de Cláudio Abreu.

A gravação transcrita no relatório do procurador-geral da República representa a primeira ligação entre o senador e a empreiteira.

Fonte: Folha

HILLARY ELOGIA LUTA DO BRASIL CONTRA A CORRUPÇÃO

Os Estados Unidos elogiaram nesta terça-feira a luta do governo da presidente Dilma Rousseff contra a corrupção, no momento em que o Congresso discute a instalação de uma CPI com o objetivo de investigar o envolvimento de políticos com o bicheiro Carlinhos Cachoeira.

Hillary Clinton. | Foto: AFP
"Seu comprometimento [de Dilma] com abertura e transparência, sua luta contra a corrupção estão estabelecendo um padrão global", disse a secretária de Estado americana Hillary Clinton, durante encontro da Parceria para Governo Aberto - iniciativa liderada pelo Brasil e pelos EUA que reúne 55 países dispostos a melhorar suas práticas para aumentar a transparência e combater a corrupção.

Dilma, por sua vez, cobrou mais transparência do setor privado. "A transparência e o compromisso com o bem público também devem ser exigidos dos agentes privados, cujas condutas afetam diretamente a vida dos cidadãos".

"Nós sabemos que a corrupção mata o potencial de um país", disse Hillary. "A cura a para corrupção é abertura."

Escândalos

O elogio de Washington ocorre no momento em que integrantes do PT se mobilizam para adiar - não barrar, segundo o partido - a instalação da CPI do caso Cachoeira.

A comissão pretende investigar suspeitas de corrupção, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e contrabando envolvendo Cachoeira, o senador Demóstenes Torres (sem partido, ex-DEM) e os governadores de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), além de diversos servidores.

O clima político é ainda agravado pela proximidade do julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal) do caso "mensalão", o escândalo de pagamento de propina que envolveu parlamentares em 2005, durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Todo o quadro de turbulência política se delineia após a presidente demitir seis ministros sob suspeita de corrupção em 2011, seu primeiro ano de governo.

Transparência

Ao cobrar transparência do setor privado, a presidente Dilma criticou principalmente a falta de monitoramento em fluxos financeiros internacionais.
"[Os fluxos] são passíveis de manipulação, com prejuízo para toda a economia mundial e para as conquistas sociais dos países", disse.

Segundo Dilma, "a transparência deve ser qualificada pelo resultado que as ações públicas causam na vida das pessoas".

"De parte do meu governo, nós buscarmos sempre a eficiência para garantir a boa qualidade do serviço prestado à população e não teremos tolerância com nenhum malfeito", afirmou a presidente.

A presidente citou o "aperfeiçoamento dos mecanismos de controle de gastos públicos" e disse que o Brasil tem hoje instituições mais preparadas para evitar desvios e punir sua ocorrência.

Fonte: BBC Brasil