sexta-feira, 12 de agosto de 2011

PAI VIRA SÍMBOLO DA PAZ NOS DISTÚRBIOS EM LONDRES

Um pai que descobriu o próprio filho ao socorrer vítimas de um atropelamento em meio aos distúrbios desta semana na cidade de Birmingham se transformou em herói na Grã-Bretanha.

Tariq Jahan Foto: PA
Enquanto centenas de jovens muçulmanos e siques juravam vingança pela morte de Haroon Jahan e outros dois homens, Tariq Jahan fez um apelo por calma e pela união das diferentes comunidades. Seu discurso foi visto como decisivo na diminuição das tensões raciais na cidade.

"A intervenção que ele conseguiu fazer, que foi uma das mais fortes, generosas e visionárias que eu já vi, em um momento de absoluta dor e devastação, eu acredito que foi uma intervenção decisiva para que Birmingham não sofresse tensão e violência entre comunidades", disse o comandante da polícia Chris Sims.

Atropelamento

Na terça-feira, Haroon Jahan, de 21 anos, Shazad Ali, de 30 anos, e Abdul Musavir, de 31, foram atropelados por um carro em alta velocidade. Segundo os relatos de Tariq Jahan, todos os moradores estavam nas ruas, tentando proteger a comunidade de saqueadores, depois que um clube e um posto de gasolina foram destruídos durante as revoltas.

Haroon Jahan, Shazad Ali e Abdul Musavir morreram ao
tentar proteger comunidade

Ele contou que ouviu um barulho e viu três pessoas no chão.

"Meu instinto foi ajudar as três pessoas. Eu não sabia quem elas eram ou se estavam feridas. Eu estava ajudando o primeiro rapaz e alguém veio e me disse que meu filho estava deitado atrás de mim. Eu comecei a fazer massagem cardíaca no meu próprio filho, meu rosto estava coberto de sangue, minhas mãos, cobertas de sangue", contou ele.

"O homem que o matou dirigiu na direção de um grupo de pessoas e matou três rapazes. Por quê? Qual é a razão de se fazer isso?"

"Eu não culpo o governo, eu não culpo a polícia, eu não culpo ninguém", disse ele.

"Eu perdi meu filho. Negros, asiáticos, brancos, nós todos vivemos na mesma comunidade. Por que temos que matar uns aos outros? Por que estamos fazendo isso? Dê um passo à frente se você quer perder seu filho. Caso contrário, fique calmo e vá para casa. Por favor."

Elogios

Depois do discurso que teve repercussão nacional, em entrevista ao jornal The Times, Jahan disse que não sente ódio e falou de perdão.

"Eu não sei se sou modelo ou herói. Eu sou um pai. Tudo o que quero é que haja paz para que eu e minha família possamos rezar pelo meu filho."

Na quinta-feira, um homem de 32 anos que havia sido preso por suspeita de assassinato foi libertado sob fiança. Outro homem de 26 anos e dois rapazes, de 16 e 17 anos, também foram presos em conexão com a morte dos três homens em Birmingham.

O estudante Asyraf Haziq foi roubado quando estava 
ferido

Vítimas

Um estudante da Malásia que foi roubado após ser atacado e ferido por saqueadores na segunda-feira também disse sentir pena dos homens que o atacaram e disse que havia crianças de escola primária entre eles.

O caso de Asyraf Haziq ficou conhecido depois que um vídeo foi publicado no YouTube, mostrando rapazes que fingiam ajudá-lo e acabavam roubando coisas de dentro de sua mochila.

Um homem de 68 anos que estava em coma após ser espancado enquanto tentava apagar um incêndio provocado por saqueadores morreu devido a seus ferimentos, em Londres.

Esta foi a quinta morte ligada às revoltas, depois do atropelamento dos três homens em Birmingham e da morte de um homem a tiros no sul de Londres.

Tumultos

Ao todo, mais de 1,5 mil pessoas foram presas por causa da violência nas ruas da Grã-Bretanha esta semana, mil delas em Londres.

Tribunais têm funcionado durante a madrugada para julgar os indiciados e muitos infratores vêm recebendo sentenças mais duras que o normal, após críticas da polícia e de políticos.

Em um desses casos, um homem foi condenado a seis meses na prisão por ter roubado uma caixa de água de R$ 8.

Fonte: BBC Brasil

JUIZ FIXA FIANÇA DE R$ 54,5 MILHÕES PARA PRESO EM SERGIPE

O juiz Marcelo Cerveira Gurgel, da 2ª Vara Criminal de Itabaiana (SE), fixou a fiança de um homem preso por porte ilegal de arma em R$ 54,5 milhões --valor máximo permitido para o caso.

Segundo a polícia, Hélio Márcio Pereira dos Santos, flagrado com a arma, confessou que recebeu R$ 2.000 para matar uma mulher grávida de sete meses.

Na decisão, de julho, o juiz diz que a mudança no Código de Processo Penal não permite a prisão preventiva por porte ilegal de arma, cuja pena é inferior a quatro anos.

Ele, então, decidiu conceder a liberdade provisória mediante fiança, que depende do crime e da capacidade financeira do preso.

O juiz considerou o valor "inestimável" da vida da vítima que supostamente seria morta e fixou o maior valor possível para o caso -- cem salários mínimos aumentados em mil vezes.

A advogada do preso, Marise Alves de Jesus, nega que ele tenha confessado a intenção de matar alguém. "Concordo plenamente que a vida não tem preço, mas você não pode pagar por um crime que não aconteceu. Ele foi preso por porte ilegal de arma, é por isso que ele tem que ser julgado", afirma.

Caso a decisão não seja revertida no pedido de habeas corpus, Santos terá que ficar preso até o julgamento, diz a advogada. "Não existe [chance], é impossível que ele tenha como pagar."

À Folha, o juiz disse que tem uma responsabilidade com a sociedade e não pode ser só "um aplicador da lei". "Se fosse isso, teria fixado uma fiança baixa, ele provavelmente teria saído e a moça provavelmente estaria morta", afirmou.

O juiz reconheceu que a situação é "excêntrica" e disse que pode reavaliar a situação ao longo do processo.

Para o presidente da OAB de Sergipe, Carlos Augusto Monteiro Nascimento, a decisão prejudica a defesa ao não respeitar a capacidade financeira do preso.

Virginia Catelan, coordenadora da Defensoria Pública do Dipo (Departamento de Inquéritos Policiais) de SP, concorda e diz que a fiança tem sido usada como prisão preventiva. "Em 95% dos casos [em SP] as pessoas não têm condições de pagar e continuam presas."

Em julho, o motorista de um Porsche pagou R$ 300 mil de fiança após se envolver um acidente que matou uma advogada em São Paulo. Indiciado sob acusação de homicídio doloso, a fiança máxima no caso poderia ter chegado a R$ 109 milhões.

Fonte: Folha

FAMÍLIA ISRAELENSE GANHA O DIREITO DE RETIRAR OS ÓVULOS DE FILHA MORTA EM ACIDENTE

Um tribunal israelense concedeu à família de uma adolescente de 17 anos morta em um acidente de carro o direito de extrair e congelar os seus óvulos.

Chen Aida Ayash, de 17 anos, morreu no dia 3 de agosto em um hospital de Jerusalem, após ter sofrido ferimentos graves.

A decisão da Justiça israelense é inédita na história do país.

Óvulo humano (Science Photo Library)
Inicialmente, a família havia pedido que que os óvulos fossem fertilizados, mas a Justiça negou o pedido, sob o argumento de que a família não conseguiu provar que a adolescente quisesse ter filhos.

Por conta disso, ainda não se sabe qual será o destino dos óvulos da jovem.

A extração de óvulos é um fato novo no país, mas em 2003, o então procurador-geral de Israel autorizou a parceira de um homem morto a utilizar o seu sêmen.

Em 2007, os pais de um soldado israelense morto venceram uma batalha judicial para permitir o uso do sêmen do ex-militar para gerar um filho com uma mãe de aluguel, a quem ele nunca conheceu.

Desde o início deste ano, os pais de um homem que morreu aos 27 anos vêm travando uma disputa nos tribunais para conseguir usar seu sêmen para produzir um neto.

Fonte: BBC Brasil

MÃES DE MENINAS DE GANGUE DA VILA MARIANA SÃO PRESAS EM SÃO PAULO


O delegado titular do 36.º Distrito Policial (Paraíso), Márcio de Castro Nilsson, decidiu prender ontem, por abandono de incapaz, quatro mães de três adolescentes e uma criança que estavam praticando furtos na Vila Mariana, zona sul.

Algumas das meninas no 36º DP"Que isso sirva de lição para que os pais saibam por onde andam seus filhos", disse Castro. As mães serão encaminhadas a um Centro de Detenção Provisória (CDP). Para o delegado, elas sabiam da conduta das filhas. Uma delas, diz Castro, chegou a dizer que não conseguia controlar a filha e evitar que ela fizesse "coisa errada".

"O que é que você estava fazendo lá? Mas é besta de voltar para o mesmo local do crime", disse ontem outra mãe em conversa com a filha na delegacia. Segundo Castro, se localizados, os pais também responderão pelo crime de abandono de incapaz.

No começo da tarde de ontem, a Polícia Militar havia detido sete meninas agindo na região. A PM recebeu denúncia de que elas estavam furtando uma motorista na rua Professor Noé de Azevedo, esquina com a Lins de Vasconcelos, por volta das 13h30. A intenção era levar o celular da condutora, que estava acompanhada por outra mulher. Moradores de um prédio da região presenciaram a ação e avisaram a polícia.

Flagradas, as meninas foram levadas para o 36.º DP e, em seguida, encaminhadas para uma unidade da Fundação Casa onde tentou-se identificá-las, mas não havia registro de passagens delas pela instituição. À noite, a polícia descobriu que as três crianças têm entre 10 e 11 anos e as quatro adolescentes, entre 13 e 14 anos. Todas seriam encaminhados pelo Conselho Tutelar da Vila Mariana a um abrigo.

Conselheiros foram chamados na delegacia para ajudar na identificação das famílias. Os pais foram encontrados e também levados ao distrito. O delegado registrou o fato como ato infracional de furto ou roubo, embora não tenha sido empregada violência ou grave ameaça.As vítimas não ficaram na delegacia para registrar a ocorrência, mas deverão ser intimadas a prestar esclarecimentos. O caso será remetido ao Ministério Público. O Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) da Prefeitura na zona leste, região de onde seria boa parte das crianças, não identificou ontem outras famílias do grupo.

Comércio

De acordo com a PM, dois meninos integram o grupo, mas ontem eles não estavam entre as crianças detidas. "Geralmente, elas andam pelo bairro em grupos de 15 ou 20", disse o soldado Marcos Beltrão, da 1.ª Companhia do 12.º Batalhão da PM, unidade responsável pela área.

Fonte: Estadão