sábado, 18 de fevereiro de 2012

MEXICANOS DEIXAM OS ESTADOS UNIDOS E RETORNAM AO MÉXICO

Quando deixou o México e rumou para os Estados Unidos com dois filhos e duas afilhadas no ano 2000, Julieta Carrasco Ramírez era uma entre milhares de migrantes ilegais que se arriscam em busca do sonho americano. Hoje, ela faz parte de outro grupo estatístico: o de migrantes que retornam a seus países de origem diante da crise econômica na que esperavam ser uma terra de oportunidades, do endurecimento das restrições migratórias e do aumento dos perigos na fronteira. Se entre o período de 2000 a 2004 cerca de 525 mil mexicanos cruzavam a fronteira de maneira ilegal por ano, em 2010 foram menos de 100 mil.

Após oito anos nos Estados Unidos, a mexicana Julieta Carrasco Ramírez, 39 anos, voltou para Puebla, sua cidade natal, onde abriu uma lavanderia. Foto: Elisa Martins/Especial para Terra
Julieta viveu oito de seus atuais 39 anos em Nova York. Em 2008 voltou para Puebla, a cerca de 120 km da Cidade do México. Trouxe com ela os dois filhos que levou ainda pequenos para os Estados Unidos e o caçula, hoje com 11 anos, que nasceu por lá. O marido, que foi para os Estados Unidos há 13 anos, continua em Nova York, onde trabalha em uma loja de departamentos.

"Os gastos começaram a ficar muito altos e passou a não valer a pena. Pagávamos US$ 1.000 em aluguel, outros US$ 400 em contas, e o trabalho começou a ficar mais escasso, principalmente para os migrantes em situação ilegal, como era o nosso caso. Os patrões passaram a receber mais ameaças caso contratassem ilegais, o que complicou a situação financeira do meu marido. Faltavam oportunidades", disse Julieta ao Terra em uma entrevista concedida na lavanderia que ela abriu em Puebla e que ajuda a garantir o sustento da família, além do dinheiro enviado pelo marido todo mês.

A pressão sobre os migrantes aumentou depois do ataque terrorista ao World Trade Center, em 2001, e se intensificou com o passar dos anos, com mais restrições sobre os trabalhadores ilegais e escassez de trabalho para os próprios americanos, em meio ao contexto de crise econômica mundial. Apesar do cenário negativo, Julieta não tem queixas sobre a atenção que recebia nos Estados Unidos em saúde e educação para o filho caçula, que nasceu em solo americano. Mas ainda acha que vivem melhor no México.

"Nos Estados Unidos as pessoas vivem em uma correria permanente, e aqui sinto que meus filhos estão bem e mais tranquilos. Ainda há muitas carências no México, mas gastamos menos. E quem trabalha e se esforça, consegue crescer. Às vezes me arrependo de ter voltado, mas não pelo dinheiro. Penso no tempo que levo sem ver meu marido, a relação ficou desgastada. Lá, éramos uma família. Mas já é difícil voltar", conta Julieta.

Travessia ainda mais arriscada

Em 2000, ela contratou, em Tijuana, cidade no norte mexicano, os serviços de um "coiote" (pessoas que conhecem as rotas ilegais e os agentes corruptos de imigração e que oferecem passar os migrantes em troca de dinheiro). A família não atravessou de uma vez. Já perto da fronteira, Julieta confiou os dois filhos e as duas afilhadas a americanas que os transportaram a território americano. Em poucos dias, todos estavam reunidos.

Julieta chegou a sair dos EUA quatro anos depois para visitar os familiares no México e voltou outra vez como ilegal. Hoje, a facilidade não seria a mesma. Além do custo da aventura estar mais alto, também aumentaram os perigos pelo caminho. Os cartéis de drogas, pressionados pela ofensiva do governo mexicano, encontraram nos migrantes uma nova fonte de dinheiro. Presentes nas mesmas rotas alternativas usadas pelos migrantes ilegais, sequestram para extorquir suas famílias, abusam, e, como no caso dos 72 migrantes mortos em Tamaulipas em 2010, matam aqueles que não aceitam entrar para seu bando.

"O preço cobrado pelos coiotes subiu, hoje seriam uns 80 mil pesos (quase R$ 11 mil; o salário mínimo em Puebla é equivalente a R$ 241). Só meu caçula passaria legalmente. E também existem os perigos. Não voltaria a arriscar a vida dos meus filhos", afirma Julieta. Há quase quatro anos sem ver o marido, ela espera que se reencontrem em breve. Ele prometeu visitar Julieta e os filhos de 17, 12 e 11 anos em agosto deste ano.

"Nos Estados Unidos, o que ele ganha por quinzena é dez vezes mais do que conseguiria no México. Ele tem o temor de, no caso de voltar, não ter um salário fixo que ajude a sustentar a família. Respondo sempre que ele não nasceu lá. O país dele é o México. Temos que lutar aqui", conclui a mãe e mulher lutadora. Hoje o sonho de Julieta é mexicano: ela deseja que, nos próximos meses, o marido volte para ficar.

Fonte: Terra

CHINA PEDE FIM DA VIOLÊNCIA NA SÍRIA

O enviado especial da China à Síria, Zhai Jun, pediu que todos os lados envolvidos no conflito no país ponham fim à violência que já matou mais de 3 mil pessoas, segundo estimativas da ONU.

Zhai Jun se encontrou com Assad e autoridades sírias (BBC)
Zhai Jun, que é o vice-ministro das Relações Exteriores da China, chegou a Damasco, a capital síria, na sexta-feira, para uma visita de dois dias. Neste sábado, ele se reuniu com o presidente síro, Bashar al-Assad.

Segundo informações da TV estatal síria, Zhai Jun teria dito que apoia a iniciativa síria de realizar um referendo propondo reformas constitucionais e a subsequente realização de eleições parlamentares, marcado para o próximo dia 26 de fevereiro.

Mas a oposição diz ser inaceitável realizar o referendo em meio à onda de violência no país e diz que o texto da consulta popular concede poderes excessivos ao presidente.

De acordo com a TV síria, Zhai Jun afirmou que ''a posição da China é a de pedir que o governo, a oposição e os rebeldes cessem os atos de violência imediatamente''.

Posição chinesa

''Esperamos que o referendo sobre a nova constituição e as próximas eleições parlamentares transcorra de forma tranquila'', afirmou Zhai Jun.

A China e a Rússia votaram contra uma recente resolução proposta pela Assembleia Geral da ONU de exigir que Assad pusesse fim à violência e renunciasse.

Um editorial na edição deste sábado do jornal chinês Global Times, pertencente Partido Comunista Chinês, afirmou que o voto da China ''mostrou a coragem do país de verdadeiramente se expressar e de calmamente marcar sua posição...É errado cegamente se alinhar ao Ocidente a cada voto''.

Tortura

O grupo de direitos humanos Anistia Internacional disse ter obtido novas provas de que as forças sírias estão utilizando tortura contra opositores do governo.

Um pesquisador da Anistia Internacional, Neil Sammonds, afirmou que um homem teria tido sua mão partida por explosivos após ter se recusado a rezar diante de uma foto do presidente Assad.

Outros sírios abrigados em um campo de refugiados no Jordão disseram que prisioneiros na Síria estão sujeitos a longas sessões de espancamentos, ficam suspensos em posições dolorosas e são encarcerados em locais exíguos.

Um prisioneiro disse ter sido forçado a testemunhar o estupro de outro detento do sexo masculino.

Fonte: BBC Brasil

BRITÂNICOS PROJETAM "CASA ANFÍBIA"

Autoridades britânicas autorizaram a construção daquela que seria a primeira "casa anfíbia" do país, projetada para ser imune a inundações.

De acordo com os arquitetos responsáveis pelo projeto, a casa será apoiada em fundações fixas, mas, em caso de uma inundação, a construção inteira se erguerá e flutuará sobre a água.

Foto: Baca
A casa deve ser erguida em uma ilha na cidade de Marlow (condado de Buckinghamshire), a apenas 10 metros da margem do rio Tâmisa.

Com 225 metros quadrados, ela substituirá um bangalô, construído no início do século 20 e em más condições de preservação.
Plataforma flutuante

A residência foi projetada pelo escritório de arquitetura Baca, com sede em Londres, especializado em construções resistentes a inundações.

De acordo com os arquitetos, a casa ficará apoiada entre quatro "golfinhos", ou postes verticais permanentes que manteriam a construção flutuante no lugar durante uma enchente.

Estes postes, normalmente encontrados em marinas, foram integrados ao design da residência e serão visíveis do lado de fora.

Construída de madeira leve, a parte habitável da casa será altamente isolada e apoiada em uma cobertura de concreto, criando uma plataforma flutuante.

O jardim, segundo os arquitetos, funcionará como um sistema de alerta, com plataformas posicionadas em diferentes níveis, projetadas para inundar gradualmente e, assim, chamar a atenção dos moradores antes que a água chegue a um nível ameaçador.

A "casa anfíbia" foi projetada porque as leis urbanas da região onde a construção original está localizada não permitiriam que, ao ser reformada, ela ficasse muito alta.

"Se ela fosse trocada por uma nova habitação, o piso teria de ser erguido para 1,5 metro acima do nível do chão", diz o diretor da Baca, Richard Coutts.
Custo maior

De acordo com Coutts, os custos de uma casa anfíbia são entre 20% e 25% maiores do que de uma casa convencional do mesmo tamanho. No entanto, segundo ele, o investimento é compensado pela economia feita com a redução dos gastos com seguros.

Embora se estime que a região sofra com apenas uma inundação a cada 20 anos, o nível do Tâmisa é motivo de temor por parte dos moradores. Em 2007, uma cheia do rio causou enormes prejuízos.

"Uma cidade resistente precisa ser adaptável, e para ser adaptável, o ambiente construído (pelo homem) precisa inovar", afirma o diretor da Baca.

"O design anfíbio é uma das soluções que possibilita aos residentes viver com segurança e adaptar-se aos desafios das mudanças climáticas, e nós estamos muito ansiosos para construir o primeiro exemplo desta abordagem no Reino Unido."

Fonte: BBC Brasil

JOVEM MINEIRA PASSA EM 12 VESTIBULARES, 10 DE MEDICINA


Em uma lista de discussão no Orkut referente a vestibulandos de Medicina, o nome Mariana da Silva Vilas Boas virou sinônimo de genialidade. A jovem de 19 anos tinha, desde os 12, o sonho de se tornar médica. Para isso, este ano prestou 13 vestibulares. Passou em 12 faculdades, a grande maioria pública. “Nunca achei prova alguma fácil e não esperava isso. Minha mãe surtou. E mais do que eu. Faz questão de falar pra todo mundo”, brinca a futura médica, que é de Pouso Alegre, no sul de Minas Gerais, a 390 quilômetros da capital mineira.

Com tantas opções de faculdades, Mariana decidiu cursar Medicina na Universidade de São Paulo (USP) e, portanto, prepara-se para mudar de cidade e começar um novo desafio. A estudante escolheu a USP porque a instituição é apontada como uma das melhores do País.

Além da USP, a jovem podia escolher entre os cursos de Medicina na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Faculdade de Medicina de Marília (Famema), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Universidade Federal Fluminense (UFF), Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), Universidade do Vale do Sapucaí (Univas) e Universidade de Alfenas (Unifenas). A jovem também passou nos vestibulares de Odontologia na Universidade José do Rosário Vellano (Unifenas) e Fisioterapia na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).


"Mariana da Silva Vilas Boas, alguém conhece? Vou confessar que fui ver a lista da Unifesp só para ver se o nome dele estava lá. E, para variar, estava!”. Este é um dos comentários em rede social que reflete o perfil da jovem do sul de Minas, fenômeno do vestibular. “Eu não posso entrar na internet que logo descubro que ela passou em mais um vestibular”, comentou um amigo dela no Facebook. “Você está me assustando”, brincou outra colega. 

“Orgulho da vida de mãe”, postou no Facebook Seleny Pereira, mãe da estudante, comentando uma foto em que a filha posa de garota propaganda de seu cursinho.

Mas qual seria o segredo dela para alcançar este sucesso todo nos vestibulares? “Sempre tive uma base boa e tirei boas notas. Estudei na mesma escola desde a quarta série. Acho que a base é tudo, mas, se a pessoa não teve isso, dá para estudar e também passar no vestibular. Sempre é preciso manter a calma”, recomenda.

A mãe orgulhosa credita a conquista aos hábitos cultivados na infância. "Verdade, quase surtei, pois sofri horrores pela Má (Mariana), com tantos vestibulares. No meu coração de mãe, eu sempre achei que ela teria alguma chance. Mas, claro, não dessa forma. Má sempre foi uma ótima aluna. Eu sempre dei muito valor aos brinquedos educativos. Desde pequena, ela sempre teve hábito da leitura. Ela ficava entretida com as brincadeiras e com a leitura. Ela lê muito mesmo", relatou a mãe ao iG.

No meio do ano de 2011, Mariana prestou vestibular para Medicina, para entrar no clima das provas. Ela relembra que ficou triste por ter passado em uma universidade particular cujo custo da mensalidade, em torno de R$ 4 mil, inviabilizou seus estudos. “Até o meio do ano passado eu estudei muito. Fiz cursinho e estudava até a noite. Depois, dei uma desanimada e só assisti às aulas", conta.

Fã da banda britânica Pink Floyd e do seriado norte-americano Grey's Anatomy, que trata exatamente do universo da Medicina, tendo como personagem principal a médica Meredith Grey, Mariana não deixou de lado a diversão. Mesmo dedicando-se aos vestibulares, a jovem encontrou tempo para namorar e curtir a vida com os amigos. “Nunca fui muito de balada, mas ia em churrascos na casa de amigos e tenho namorado. Ele me deu muita força nas provas”.

Apesar do ótimo desempenho, Mariana disse que pensava que iria fracassar e, por isso, decidiu fazer tantas provas. Houve final de semana em que ela prestou dois vestibulares. Ela conta ter ficado por conta de provas por três meses. “Não estava mais aguentando fazer prova. Na época do vestibular fiquei muito cansada. Mas eu estava muito desesperada e escolhi só as melhores faculdades”. O resultado está aí. Basta colocar o nome da Mariana no Google e constatar que não faltam chamadas de matrículas para ela realizar o sonho de ser médica.

Foto: Divulgação 
Mariana virou até propaganda no Colégio em que estudou 

Fonte: IG